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da Comarca de Venturosa/PE
ALEGAÇÕES FINAIS
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SÍNTESE DOS AUTOS
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Ainda, à peça acusatória, elenca
que à testemunha Leonardo Fernando Vieira de Almeida,
utilizando seu carro, chegou a perseguir a motocicleta
utilizada como transporte para a fuga dos defendentes, tendo
atingido a moto e derrubando os defendentes. Ainda, segundo
a peça inaugural, os defendentes rondavam o local antes do
crime.
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Este patrono encontra-se
devidamente constituído nos autos (fls. 142/143).
Continuação da audiência de
instrução (fls. 265/268). Sendo resignada para o dia
26.02.2012. Audiência datada em 26.02.2013, sendo resignada
a sua continuação para a data de 22.03.2013. (fls. 287).
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Alegações finais por parte do órgão
ministerial (fls. 312/317). Manifestação Ministerial
(fls.318/322).
NO MÉRITO
DA NEGATIVA DE AUTORIA
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dos fatos; que no dia dos fatos, seu
irmão Wilamar estava em uma
festa em lagoinha com a moto do
interrogando; que seu irmão
Wilamar foi assaltado quando
estava indo para Alagoinha, tendo
a moto do interrogando sido
roubada (...)”
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“Que no dia dos fatos chegou do
Tará e chegou no Bar da Menininha
ara tomar uma cerveja; que no
momento em que saiu do bar em
direção do carro, uma pessoa tocou
no seu ombro e começou a atirar;
que a vitima não sabe dizer quem
lhe tocou; que não sabe dizer se
foram os acusados que lhe
efetuaram o disparo; que tinha
bebido no dia dos fatos (...)”
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provado e nem a acusação conseguiu provar que os
defendentes participaram do delito em comento.
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Em momento algum, durante a
instrução do processo foram apresentadas provas que
pudessem incriminar os defendentes, nem mesmo indícios de
autoria.
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a instauração da ação penal em comento, pois nunca convidou
quem quer que seja para a prática de delitos.
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Nas palavras do professor Fernando
Capez3 define a impronúncia, “É uma decisão de rejeição da
imputação para o julgamento perante o Tribunal do Júri,
porque o juiz não se convenceu da existência do fato ou de
indícios suficientes de autoria ou de participação. Nesse
caso, a acusação não reúne elementos mínimos sequer para
ser discutidos. Não se vislumbra nem o fumus boni iuris, ou
seja, a probabilidade de sucesso na pretensão punitiva”.
È unânime o entendimento
jurisprudencial dos Nossos Tribunais Pátrios, acerca da
impronuncia. Senão vejamos, in verbis:
3
CAPEZ, Fernando, Curso de direito processual pena, Ed. Saraiva, 2012,p. 209
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2. O próprio Promotor de Justiça, na
audiência realizada em 18/01/2006,
reconheceu a imprestabilidade da
prova testemunhal colhida na fase
inquisitorial, baseada
exclusivamente em ouvir dizer.
3. Os depoimentos das testemunhas
de acusação, prestados em juízo,
foram tão obscuros e inconsistentes,
como o foram na Delegacia de
Polícia, perecendo diante do
comprovado álibi do réu.
4. Ante a insuficiência de prova
circunstancial, a impronúncia se
impõe.
5. Recurso provido. Decisão
unânime. (TJPE - Recurso em
Sentido Estrito: RECSENSES
5944020058171020 PE 0022915-
49.2010.8.17.0000; Relator(a);
Antônio Carlos Alves da Silva;
Julgamento: 24/10/2011; Órgão
Julgador: 2ª Câmara Criminal;
Publicação:203)
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dos defendentes, livrando-os da humilhação de se sentar no
banco dos réus, inocentes que são da acusação perpetrada na
peça exordial.
Retratando a morosidade do
judiciário, leia-se o relato no Pacto de Estado em favor de um
judiciário mais rápido, in verbis:
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aos diagnósticos quanto a questão
judiciais. A morosidade dos
processos judiciais e a baixa
eficácia de suas decisões retardam
o desenvolvimento nacional,
desestimulam investimentos,
propiciam a inadimplência, geram
impunidade e solapam a crença dos
cidadãos no regime democrático4”.
4
Pacto de estado em favor de um judiciário mais rápido e republicano, assinado pelos chefes dos
três poderes em 15/12/2004. Congresso nacional, Brasília, 20005, p.1.
14
RUI BARBOSA, na oração aos Moços: “Justiça atrasada não é
justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”5.
5
BARBOSA, Rui. Oração aos Moços, 5. Rio de janeiro: edições Casa de Rui Barbosa, 1999, p. 40.
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prossiga o processo. Sua liberdade
pode ser condicionada a garantias
que assegurem o seu
comparecimento em juízo.
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(CONSTITUIÇÃO DO BRASIL, ART. 5,
INC. LXXVIII). CONSTRANGIMENTO
ILEGAL.
1. Paciente preso em flagrante e
condenado pelos crimes tipificados
nos artigos 12 e 14 da Lei n.
6.368/76 e 14 e 16 da Lei n.
10.826/03. 2. Anulação, ab initio,
da ação penal pelo Superior Tribunal
de Justiça, por inobservância do
contraditório prévio determinado no
artigo 38 da Lei n. 10.409/02, sem
expedição de alvará de soltura. 3.
Prisão cautelar que perdura desde o
dia 5 de fevereiro de 2004. Ausência
de previsão quanto à renovação dos
atos processuais, em cumprimento à
decisão do Superior Tribunal de
Justiça. Situação configuradora de
constrangimento ilegal, pouco
importando tratar-se de paciente
preso em flagrante por delito de
tráfico de entorpecentes. 4. A
Constituição do Brasil determina
em seu artigo 5º, inciso LXXVIII
que "a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade
de sua tramitação". 5. No caso dos
autos, não é razoável, ainda que a
título cautelar, o cumprimento
antecipado de quatro anos de
eventual pena, especialmente
quando sequer há previsão do
término da instrução criminal.
Ordem concedida.
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HABEAS CORPUS. PROCESSUAL
PENAL. PRISÃO PREVENTIVA.
EXCESSO DE PRAZO NÃO
ATRIBUÍDO AO RÉU.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CARACTERIZADO. PRECEDENTES.
HABEAS CORPUS CONCEDIDO PARA
REVOGAR A PRISÃO PREVENTIVA
DO PACIENTE.
1. A jurisprudência deste Supremo
Tribunal firmou o entendimento
de que a prisão por sentença de
pronúncia sujeita-se ao limite da
razoabilidade, não se permitindo o
seu prolongamento por tempo
indefinido. A demora injustificada
para encerramento do processo
criminal, sem justificativa
plausível ou sem que se possam
atribuir ao Réu as razões para o
retardamento daquele fim, ofende
princípios constitucionais, sendo
de se enfatizar o da dignidade da
pessoa humana e o da razoável
duração do processo (art. 5°,
inciso III e LXXVII da Constituição
da República). A forma de punição
para quem quer que seja haverá
de ser aquela definida legalmente,
sendo a mora judicial, enquanto
preso o Réu ainda não condenado,
uma forma de punição sem
respeito ao princípio do devido
processo legal. 3. Habeas corpus
concedido. (STF – HC
87721/PE .Órgão Julgador: Primeira
turma. Relatora: Min, Carmem
Lúcia, Julgado em 15 de agosto de
2006, Publicação: 07 de dezembro
de 2006, p. 00052).
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Ademais ninguém pode ser mantido
preso, durante o processo, além do prazo razoável, seja ele
definido por lei seja ele alcançado por critérios de ponderação
dos interesses postos em confronto dialético. È dizer, todos
tem o direito de ser julgados em prazo razoável e também o
direito de não serem mantidos presos por prazo irrazoável.
Nestes Termos,
Pede e espera deferimento.
Pesqueira, 13 de Maio de 2013.
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