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DIREITO PROCESSUAL PENAL

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DIREITO PROCESSUAL
PENAL
Novas características do
Inquérito Policial

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PROJETO ALVO CERTO


TEMAS IMPORTANTES PARA CARREIRAS POLICIAIS EM 30 MINUTOS

Futuro(a) Policial,

Nesse ano, iniciaremos, em nosso canal no Youtube, o projeto Alvo Certo – Temas
Importantes para Carreiras Policiais em 30 minutos.

Como o próprio nome já sinaliza, o nosso objetivo é que, em apenas 30 minutos, você tenha
uma aula completa acerca de um tópico relevante para concursos das Carreiras Policiais.

Além da aula gratuita, você terá acesso a um material de apoio completo, com o resumo
da aula e questões para treinamento.

Semanalmente, serão liberados 2 vídeos das matérias que compõem o Núcleo Duro das
Carreiras Policiais: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Processo Penal
e Legislação Penal Especial.

Iniciaremos o nosso projeto com as matérias de Direito Penal e Legislação Penal Especial.
Vejam só a nossa dupla de professores:

Tudo isso de forma gratuita e permanente, pois, fiquem tranquilos, as aulas não serão
retiradas do canal após determinado tempo.

Bons estudos!

Equipe @dedicacaodelta

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NOVAS CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Prof. Tiago Dantas

Vamos abordar no bloco de hoje algumas características do inquérito policial, mas a não
vamos trabalhar com as características tradicionais. Vamos trabalhar com uma outra visão, com uma
visão mais contemporânea e mais moderna. Os concursos para Delegado estão cada vez mais
complexos e a gente precisa ter aquela verticalidade suficiente para acertar o maior número de
informações. É importante que a gente saia da zona de penumbra, que a gente saia da zona de
conforto, ficar lendo e estudando mais do mesmo, talvez não te leve até onde você queira chegar. E
a nossa missão aqui é trazer algumas informações que possam agregar.

Então trabalharemos com a nova perspectiva, ou melhor, com as novas características do


inquérito policial. Vamos falar da instrumentalidade qualificada, bidirecionalidade, a inquisitoriedade
mitigada, vamos trabalhar também com a prorrogabilidade, limitação qualitativa e quantitativa da
investigação preliminar.

Instrumentalidade qualificada

O inquérito policial é um instrumento que visa dar concretude ao processo penal.


Dizem que o inquérito policial é dispensável, tendo em vista que o Ministério Público pode realizar
a propositura da ação penal dispensando o inquérito policial. Vamos analisar isso à luz da pretensão
punitiva. A pretensão punitiva é o direito que o Estado tem de exigir do sujeito ativo que praticou o
delito que ele seja submetido a uma sanção penal.

Por exemplo, o art. 121 traz em sua redação a figura típica de matar alguém, com pena de
reclusão de seis a vinte anos. Esse é o direito material. De nada adianta o direito material se não há
como dar concretude ao direito material com observância do contraditório, da ampla defesa e dos
demais princípios, como por exemplo também, o devido processo legal. E, para que se tenha
condições de materializar esta pena, é necessário um instrumento denominado processo. Mas para
que se tenha um processo hígido e despido de irregularidades, é necessário um instrumento
preliminar que vai subsidiar a opinio delicti do Membro do Ministério Público. É o que se denomina
de instrumentalidade qualificada. Embora muito se diga que um inquérito policial seja dispensável,
um inquérito policial ou a investigação preliminar tem por finalidade evitar acusações infundadas,

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evitar acusações temerárias e com isso visa dar concretude a um processo despido de qualquer
arbitrariedade, trazendo a justa causa para que o Ministério Público possa formular a sua opinião.

Então a instrumentalidade qualificada como característica do inquérito policial tem por


finalidade subsidiar um processo penal despido de qualquer ilegalidade, trazendo um filtro
processual como sendo uma garantia do cidadão. Porque a própria lei de introdução ao código de
processo penal, a exposição de motivos do CPP, traz a informação de que o inquérito policial é um
instrumento de garantia.

Ora, se o Inquérito Policial é um instrumento de garantia, não se pode dispor desse instrumento que
visa dar concretude a uma ação penal. Ora, se no processo penal devem ser observados os princípios
do contraditório, ampla defesa e do devido processo legal, também é preciso ter uma fase preliminar,
filtrando aquelas informações que vão justificar o processo, bem como evitar um processo ilegal ou
temerário, ou seja, justificar ou não o processo. É o que o Aury Lopes Júnior chama de filtro
processual, evitando o a estigmatização daquele ou daqueles agentes e o custo do processo, porque
o processo penal ele tem custo tanto de cunho financeiro, bem como de cunho emocional para o
investigado.

O inquérito policial é um instrumento de um instrumento denominado processo. Embora se


diga que o inquérito policial seja dispensável, percebam, 90% dos crimes são marejados mediante a
ação penal pública incondicionada. Ora, se os crimes são de ação penal pública incondicionada o
Delegado de Polícia é orientado à luz do princípio da oficiosidade, ou seja, ele tem o dever de atuar
quando deparado com a notícia de um fato aparentemente criminoso e esse fato criminoso é de
ordem de ação penal pública incondicionada. Sob pena, inclusive, de responder administrativamente
e talvez até criminalmente, a depender da motivação da não instauração do inquérito.

Então, percebam a importância do inquérito policial. Não podemos dizer hoje, de plano, que
o inquérito policial é dispensável por natureza. Pois aí residiria a instrumentalidade qualificada, o
inquérito e a investigação criminal são instrumentos de um instrumento denominado processo.

Então, para que tenha uma justa ação penal, despida de qualquer arbitrariedade, é necessária
uma investigação subjacente, rígida e despida de qualquer ato de irregularidade.

Bidirecionalidade

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Parcela da doutrina trabalha com a característica da unidirecionalidade do


inquérito policial. A unidirecionalidade possui duas vertentes: Uma primeira vertente
capitaneada pelo professor Paulo Rangel, que defende a unidirecionalidade do inquérito ou da
investigação. Significa dizer que o Delegado de Polícia quando da conclusão do seu relatório final,
ele não poderia realizar um juízo de valor dos fatos ocorridos. Ele deve apenas realizar um relatório
circunstanciado, trazendo as diligências que foram realizadas e encaminhar ao titular da ação penal.
Ou seja, o Delegado de Polícia não poderia emitir um valor, um juízo de valor no curso daquele
relatório, no item, no bojo daquele relatório.

Mas a questão não é tão simples segundo a doutrina moderna, porque crime é fato típico,
ilícito e culpável à luz do conceito analítico de crime e o Delegado de Polícia, como operador do
direito, é óbvio que faz uma análise jurídica do fato.

A própria lei 12.830/13 traz que o Delegado de Polícia deve realizar a decisão de indiciamento
devidamente fundamentada, exarando a sua decisão, técnico-jurídica do fato. Quando a doutrina
tradicional, diz que o Delegado de Polícia não deve fazer juízo de valor - leia-se: o Delegado de
Polícia não faz um juízo de valor subjetivo ao sujeito, o juízo de valor trazendo adjetivações
estigmatizantes daquele indivíduo. O que Delegado de Polícia não pode fazer é trazer adjetivos
negativos para aquele indivíduo.

O juízo de valor técnico-jurídico é imanente à própria atividade, o Delegado de Polícia é


operador do direito, fazendo análise do fato à norma. Então ao final da investigação o Delegado de
Polícia deve promover o indiciamento, inclusive fundamentando as razões pela pelas quais ele optou
por determinado dispositivo legal, sob pena desse ato de indiciamento ser caracterizado como um
criptoindiciamento, que é aquele indiciamento despido de qualquer ato de fundamentação.

Então, na primeira vertente da unidirecionalidade seria essa que defende o professor Paulo
Rangel: Delegado de Polícia não pode emitir um juízo de valor quando da confecção do relatório
final.

No entanto, existe uma outra perspectiva da característica da unidirecionalidade. Significa


dizer, ora, que o inquérito policial é confeccionado e são encaminhados para o titular da ação penal
todos os elementos informativos produzidos, que tem por finalidade subsidiar a futura ação penal,
ou seja, levar todos os elementos informativos para o Ministério Público, para que ele tenha
condições efetivas de formular a sua opinião. Nessa vertente, o IP seria unidirecional, porque o
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Delegado de Polícia trabalharia colhendo os elementos informativos apenas ao titular da ação penal
Ministério Público.

Ocorre que a doutrina contemporânea, nesse sentido a doutrina do professor André Luiz
Nicolitt. O delegado de polícia não é parte, o delegado de polícia não tem interesse jurídico na causa,
diferentemente do Ministério Público, que é parte, ou do investigado, que, futuramente será parte.

Nessa visão contemporânea, o inquérito policial tem como finalidade apurar a prática de fato
aparentemente criminoso e, as diligências realizadas no curso da investigação para dentro do
inquérito não importando a quem vai atender os interesses.

Ora, se vai atender os interesses da acusação, muito bom. Se vai atender os interesses da
defesa, muito bom também. Por quê? Porque o Delegado de Polícia ele tem
compromisso com a apuração de uma verdade aproximativa, uma verdade formal. Ele busca colher
aquela informação chegando a uma verdade aproximada dos fatos. O Delegado de Polícia não é
parte.

Então, por isso que a doutrina contemporânea vem trabalhando com a característica da
bidirecionalidade. As investigações do inquérito policial podem subsidiar tanto a acusação, como
por exemplo colhendo uma arma do crime numa busca domiciliar, como realizando uma
interceptação telefônica ou eventualmente uma reprodução simulada dos fatos, bem como hoje,
modernamente, a defesa pode formular pedidos de diligências, quesitos e questionamentos ao
delegado, que somente poderá dispensar ou delegar esses pedidos caso essa diligência seja
protelatória, impertinente ou tumultuária.

Hoje, portanto, a doutrina majoritária entende que o inquérito policial é bidirecional, sendo
encaminhado tanto para a acusação e as investigações podem se prestigiar também à defesa, uma
vez que a autoridade policial não tem compromisso com as partes, o compromisso dele com a
verdade aproximativa.

Inquisitoriedade mitigada

Diz-se que o inquérito policial não possui contraditório e ampla defesa, que trata-se de um
procedimento eminentemente inquisitivo . Não podemos falar de plano que o IP é despido de total
contraditório e ampla defesa. O contraditório na acepção técnica da palavra contraditório, é ciência
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da imputação que o Estado lhe ele faz, com a possibilidade de refutar essa imputação. Então, a partir
do momento em que o Estado, por exemplo, faz a citação daquele indivíduo, está dando a ciência
de um processo, o conhecimento da existência desse processo, vai trazer-lhe a possibilidade de se
refutar o que está sendo imputado.

De fato, em sede de inquérito policial, não há presença dialética das partes. Somado a isso o
ponto fulcral: Não há imputação formal. Num primeiro momento em sede de instauração de
inquérito policial não há imputação. Ainda, a não ser que já se tenha uma decisão de indiciamento.
Mas o simples o simples ato de instaurar o inquérito policial não há uma imputação formal de um
ato criminoso a alguém. Muito cuidado com isso.

Mas não é correto dizer que não há, efetivamente, o direito ao conhecimento da instauração
de determinado inquérito policial ou procedimento investigativo. Então por isso que a doutrina
denomina de inquisitoriedade mitigada. Porque o art. 5º, inc. LV da Constituição Federal garante que
aos litigantes em processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral, são assegurados o
contraditório e ampla defesa e os meios e recursos a elas inerentes.

Então percebam aqui que estamos falando de uma interpretação constitucional de um direito
e uma garantia constitucional. Ora, a interpretação a ser dada em direitos e garantias fundamentais
é uma interpretação ampliativa e não uma interpretação restritiva.

A própria Constituição Federal se utiliza da expressão “acusado em geral”,


de forma que a expressão abrangeria a decisão de indiciamento e qualquer imputação determinada.

Se analisarmos mais profundamente o tema, percebemos que o legislador, em diversas


passagens, se equivoca quanto aos conceitos, como por exemplo, ao tratar do “processo comum”,
“processo sumário”, deveria ter se referido como “procedimento”.

Somado a isso, em relação aos direitos fundamentais, a interpretação a ser dada deve ser a
ampliativa, porquanto a própria CF/88 se utiliza da expressão “acusados em geral”, que abrangeria
indiciamento e qualquer imputação determinada.

Entende-se por exercício endógeno do direito de defesa, a possibilidade conferida ao


indiciado do exercício de defesa nos autos do procedimento investigatório, sendo-lhe possível

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permanecer em silêncio durante o seu interrogatório policial, bem como não produzir provas contra
si (nemo tenetur se detegere).

Nesse aspecto, o exercício exógeno do direito de defesa ganha relevante destaque. Diante
de eventual arbitrariedade protagonizada pelo titular da investigação criminal, pode o indiciado fazer
uso do seu direito exógeno de defesa na investigação preliminar, impetrando HC ao juiz competente
(juiz das garantias), com o intuito de fazer jus ao seu direito endógeno de defesa, e, em situações
limítrofes, requerer o trancamento da investigação preliminar, principalmente quando restar clara a
inexistência de materialidade delitiva ou indícios de autoria.

Há várias leis que prestigiam o contraditório, ainda em sede de Inquérito Policial, senão vejamos:

1. Lei 12.403/2011, que alterou o CPP, inserindo o art. 282, §3º, exigindo o contraditório prévio
ao deferimento de medidas cautelares, desde que não tragam prejuízos (risco da eficácia e
situação de urgência):

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida,


o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da
parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada
de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos
em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e
fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que
justifiquem essa medida excepcional.

 Para deflagração de uma de um inquérito policial é suficiente a notícia crime, dispensa a


autoria de início, porque a autoria será buscada no curso daquela investigação. Então quando
instauramos o inquérito policial, a autoridade policial trabalha com a notícia de fato
aparentemente criminoso num juízo de possibilidade. Nada mais quando as diligências se
desenvolvem, o inquérito policial vai sendo alimentado, saindo de um juízo de possibilidade
e ingressando em um juízo de probabilidade daquele indivíduo ter sido autor do crime (teoria
da predominância das razões positivas).

 Característica da sumariedade cognitiva: Ela pode ser qualitativa e quantitativa – a primeira


diz respeito ao objeto de investigação, ou seja, o grau de verticalidade das investigações; já
a quantitativa diz respeito ao prazo para a conclusão.

 Limitações qualitativas (horizontal e vertical):

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Na limitação qualitativa horizontal, ela se refere à demonstração da probabilidade da


existência do fato aparentemente punível e a autoria, coautoria ou participação do sujeito passivo.
Já a limitação qualitativa vertical, está relacionada ao direito, isto é, aos elementos jurídicos
referentes à existência do crime vistos a partir do seu conceito formal (fato típico, ilícito e culpável).
O IP deve demonstrar a tipicidade, ilicitude e a culpabilidade aparente, também em grau de
probabilidade. Por isso se fala que o Delegado de Polícia trabalha com indícios.

O inquérito policial busca apenas a verossimilhança do crime. A mera fumaça (fumus comissi
delicti), não havendo a possibilidade de plena discussão das teses, pois a cognição plenária fica
reservada para a fase processual.

Característica documental

Tradicionalmente, diz-se que o IP é escrito, nos moldes do art. 9, mnas hoje, a melhor
interpretação é no sentido de que o IP é documentado.

Porque hoje com o advento das tecnologias, o inquérito policial é completamente 100%
digital. Não é preciso reproduzir sequer a assinatura no termo de declaração no termo de
interrogatório. Por quê? É tudo por audiovisual ou videoconferência. Em muitos estados já são assim.
Então hoje modernamente se diz que o inquérito policial é documentado. Por que é possível que o
Delegado de Polícia faça interrogatórios, declarações e depoimentos por vídeo, conseguindo juntar
imagens de vídeo de monitoramento dentro do inquérito policial, conseguindo inserir áudios de
WhatsApp como elemento informativo, inserindo prints de conversas.

Mas o inquérito policial hoje, não é um documento escrito, é um é um procedimento documentado.

Existe a previsão legal para isso? Não foi alterado por hora no entanto. Se você abrir o artigo
405, §1ºdo CPP, ele traz a possibilidade de que os atos do processo devem ser preferencialmente
por meios eletrônicos.

Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado
pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela
ocorridos.

§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado,


ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética,

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estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior


fidelidade das informações

Então por isso hoje a doutrina contemporânea, nesse sentido professor Marcos Paulo Dutra
Santos, que sempre trouxe essa vertente. O inquérito policial hoje é um procedimento documentado
e não meramente escrito.

Questões para fixação:


Julgue Certo ou Errado:

01 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A instrumentalidade qualificada do inquérito policial tem relação com a dispensabilidade do


procedimento na persecução penal.

02 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

O inquérito policial, para a doutrina contemporânea, serve como um filtro processual, evitando a
estigmatização dos agentes investigados.

03 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Em uma visão contemporânea do Inquérito Policial, é correto afirmar, de plano, que trata-se de um
procedimento dispensável por natureza.

04 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Pela característica da bidirecionalidade do Inquérito Policial, entende-se que o Delegado de Polícia


não deve fazer um juízo de valor quanto aos fatos ocorridos.

05 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Criptoindiciamento é aquele indiciamento despido de qualquer ato de fundamentação.

06 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

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Pela característica da bidirecionalidade do Inquérito, ele possui como finalidade a prática de fato
aparentemente criminoso em compromisso com a verdade aproximativa, não devendo ser uma
preocupação do delegado, se os fatos apurados subsidiam a pretensão acusatória ou defensiva.

07 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

O inquérito policial, na visão contemporânea, é um procedimento eminentemente inquisitivo.

08 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A inquisitoriedade mitigada do Inquérito policial possui relação direta com o direito previsto no art.
5º LV da CF/88 que garante o contraditório e a ampla defesa.

09 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Entende-se por exercício endógeno do direito de defesa, o indiciado fazer o uso de um Habeas
Corpus para eventual trancamento da ação penal que se mostrar abusiva.

10 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Dispensa-se, para a deflagração de um Inquérito Policial, que seja conhecida a autoria dos fatos.

Gabarito Comentado:

01 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A instrumentalidade qualificada do inquérito policial tem relação com a dispensabilidade do


procedimento na persecução penal.

GABARITO: ERRADO.
A instrumentalidade qualificada como característica do inquérito policial tem por finalidade subsidiar
um processo penal despido de qualquer ilegalidade, trazendo um filtro processual como sendo uma

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garantia do cidadão. Porque a própria lei de introdução ao código de processo penal, a exposição
de motivos do CPP, traz a informação de que o inquérito policial é um instrumento de garantia.

02 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

O inquérito policial, para a doutrina contemporânea, serve como um filtro processual, evitando a
estigmatização dos agentes investigados.

GABARITO: CERTO.
Se no processo penal devem ser observados os princípios do contraditório, ampla defesa e do devido
processo legal, também é preciso ter uma fase preliminar, filtrando aquelas informações que vão
justificar o processo, bem como evitar um processo ilegal ou temerário, ou seja, justificar ou não o
processo. É o que o Aury Lopes Júnior chama de filtro processual, evitando o a estigmatização
daquele ou daqueles agentes e o custo do processo, porque o processo penal ele tem custo tanto
de cunho financeiro, bem como de cunho emocional para o investigado.

03 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Em uma visão contemporânea do Inquérito Policial, é correto afirmar, de plano, que trata-se de um
procedimento dispensável por natureza.

GABARITO: ERRADO.
Não podemos dizer hoje, de plano, que o inquérito policial é dispensável por natureza. Pois aí
residiria a instrumentalidade qualificada, o inquérito e a investigação criminal são instrumentos de
um instrumento denominado processo. Então, para que tenha uma justa ação penal, despida de
qualquer arbitrariedade, é necessária uma investigação subjacente, rígida e despida de qualquer ato
de irregularidade.

04 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Pela característica da bidirecionalidade do Inquérito Policial, entende-se que o Delegado de Polícia


não deve fazer um juízo de valor quanto aos fatos ocorridos.

GABARITO: ERRADO.

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A unidirecionalidade possui duas vertentes: Uma primeira vertente capitaneada pelo professor Paulo
Rangel, que defende a unidirecionalidade do inquérito ou da investigação. Significa dizer que o
Delegado de Polícia quando da conclusão do seu relatório final, ele não poderia realizar um juízo de
valor dos fatos ocorridos. Ele deve apenas realizar um relatório circunstanciado, trazendo as
diligências que foram realizadas e encaminhar ao titular da ação penal.

05 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Criptoindiciamento é aquele indiciamento despido de qualquer ato de fundamentação.

GABARITO: CERTO.
Ao final da investigação o Delegado de Polícia deve promover o indiciamento, inclusive
fundamentando as razões pela pelas quais ele optou por determinado dispositivo legal, sob pena
desse ato de indiciamento ser caracterizado como um criptoindiciamento, que é aquele indiciamento
despido de qualquer ato de fundamentação.

06 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Pela característica da bidirecionalidade do Inquérito, ele possui como finalidade a prática de fato
aparentemente criminoso em compromisso com a verdade aproximativa, não devendo ser uma
preocupação do delegado, se os fatos apurados subsidiam a pretensão acusatória ou defensiva.

GABARITO: CERTO.

Nessa visão contemporânea, o inquérito policial tem como finalidade apurar a prática de fato
aparentemente criminoso e, as diligências realizadas no curso da investigação para dentro do
inquérito não importando a quem vai atender os interesses.
Ora, se vai atender os interesses da acusação, muito bom. Se vai atender os interesses da defesa,
muito bom também. Por quê? Porque o Delegado de Polícia ele tem compromisso com a apuração
de uma verdade aproximativa, uma verdade formal. Ele busca colher aquela informação chegando a
uma verdade aproximada dos fatos. O Delegado de Polícia não é parte.
Então, por isso que a doutrina contemporânea vem trabalhando com a característica da
bidirecionalidade. As investigações do inquérito policial podem subsidiar tanto a acusação quanto a

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defesa, uma vez que a autoridade policial não tem compromisso com as partes, o compromisso dele
com a verdade aproximativa.

07 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

O inquérito policial, na visão contemporânea, é um procedimento eminentemente inquisitivo.

GABARITO: ERRADO.
Diz-se que o inquérito policial não possui contraditório e ampla defesa, que trata-se de um
procedimento eminentemente inquisitivo . Não podemos falar de plano que o IP é despido de total
contraditório e ampla defesa. O contraditório na acepção técnica da palavra contraditório, é ciência
da imputação que o Estado lhe ele faz, com a possibilidade de refutar essa imputação. Então, a partir
do momento em que o Estado, por exemplo, faz a citação daquele indivíduo, está dando a ciência
de um processo, o conhecimento da existência desse processo, vai trazer-lhe a possibilidade de se
refutar o que está sendo imputado. Mas não é correto dizer que não há, efetivamente, o direito ao
conhecimento da instauração de determinado inquérito policial ou procedimento investigativo.
Então por isso que a doutrina denomina de inquisitoriedade mitigada. Porque o art. 5º, inc. LV da
Constituição Federal garante que aos litigantes em processo judicial ou administrativo e aos
acusados em geral, são assegurados o contraditório e ampla defesa e os meios e recursos a elas
inerentes.

08 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A inquisitoriedade mitigada do Inquérito policial possui relação direta com o direito previsto no art.
5º LV da CF/88 que garante o contraditório e a ampla defesa.

GABARITO: CERTO.

Então por isso que a doutrina denomina de inquisitoriedade mitigada. Porque o art. 5º, inc. LV da
Constituição Federal garante que aos litigantes em processo judicial ou administrativo e aos
acusados em geral, são assegurados o contraditório e ampla defesa e os meios e recursos a elas
inerentes. Então percebam aqui que estamos falando de uma interpretação constitucional de um
direito e uma garantia constitucional. Ora, a interpretação a ser dada em direitos e garantias
fundamentais é uma interpretação ampliativa e não uma interpretação restritiva. A própria

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Constituição Federal se utiliza da expressão “acusado em geral”, de forma que a expressão


abrangeria a decisão de indiciamento e qualquer imputação determinada. Se analisarmos mais
profundamente o tema, percebemos que o legislador, em diversas passagens, se equivoca quanto
aos conceitos, como por exemplo, ao tratar do “processo comum”, “processo sumário”, deveria ter
se referido como “procedimento”. Somado a isso, em relação aos direitos fundamentais, a
interpretação a ser dada deve ser a ampliativa, porquanto a própria CF/88 se utiliza da expressão
“acusados em geral”, que abrangeria indiciamento e qualquer imputação determinada.

09 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Entende-se por exercício endógeno do direito de defesa, o indiciado fazer o uso de um Habeas
Corpus para eventual trancamento da ação penal que se mostrar abusiva.

GABARITO: ERRADO.
O exercício exógeno do direito de defesa ganha relevante destaque. Diante de eventual
arbitrariedade protagonizada pelo titular da investigação criminal, pode o indiciado fazer uso do seu
direito exógeno de defesa na investigação preliminar, impetrando HC ao juiz competente (juiz das
garantias), com o intuito de fazer jus ao seu direito endógeno de defesa, e, em situações limítrofes,
requerer o trancamento da investigação preliminar, principalmente quando restar clara a inexistência
de materialidade delitiva ou indícios de autoria.

10 – EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Dispensa-se, para a deflagração de um Inquérito Policial, que seja conhecida a autoria dos fatos.

GABARITO: CERTO.
Para deflagração de uma de um inquérito policial é suficiente a notícia crime, dispensa a autoria de
início, porque a autoria será buscada no curso daquela investigação. Então quando instauramos o
inquérito policial, a autoridade policial trabalha com a notícia de fato aparentemente criminoso num
juízo de possibilidade. Nada mais quando as diligências se desenvolvem, o inquérito policial vai
sendo alimentado, saindo de um juízo de possibilidade e ingressando em um juízo de probabilidade
daquele indivíduo ter sido autor do crime (teoria da predominância das razões positivas).

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