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DIREITOS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA:
Referências para a formação de
Conselheiros Tutelares e de Direitos e
outros atores do Sistema de Garantia
Editora CRV
Curitiba – Brasil
2023
Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Designers da Editora CRV
Revisão: Os Autores
ED24
Bibliografia
ISBN Digital 978-65-251-4479-5
ISBN Físico 978-85-444-1560-3
DOI: 10.24824/978854441560.3
2023
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 - E-mail: sac@editoracrv.com.br
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Conselho Editorial: Comitê Científico:
Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB) Alexsandro Eleotério Pereira de Souza (UEL)
Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN) Luciene Alcinda de Medeiros (PUC-RJ)
Anselmo Alencar Colares (UFOPA) Maria Regina de Avila Moreira (UFRN)
Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ) Patrícia Krieger Grossi (PUC-RS)
Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO – PT) Regina Sueli de Sousa (UFG)
Carlos Federico Dominguez Avila (Unieuro) Solange Conceição Albuquerque
Carmen Tereza Velanga (UNIR) de Cristo (UNIFESSPA)
Celso Conti (UFSCar) Thaísa Teixeira Closs (PUC-RS)
Cesar Gerónimo Tello (Univer .Nacional Vinícius Ferreira Baptista (UFRRJ)
Três de Febrero – Argentina)
Eduardo Fernandes Barbosa (UFMG)
Elione Maria Nogueira Diogenes (UFAL)
Elizeu Clementino de Souza (UNEB)
Élsio José Corá (UFFS)
Editora CRV - Proibida a impressão e comercialização
Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO�������������������������������������������������������������������������������������������� 9
PREFÁCIO����������������������������������������������������������������������������������������������������� 11
Maria de Nazaré Sá de Oliveira
PRÓLOGO
POR UMA CIDADE EM ESTADO DE POESIA�������������������������������������������� 15
Bruno Sechi
Editora CRV - Proibida a impressão e comercialização
Os organizadores
PREFÁCIO
Maria de Nazaré Sá de Oliveira
Vivo como todos nós vivemos, numa cidade linda de um povo que ama-
mos. Por amor e paixão desejo-a, com suas crianças, uma “cidade em estado
de poesia”.
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desde cedo nas calçadas da vida, nas ruas da amargura, para se tornarem alvo
de uma insana gana de extermínio.
O que fazer, nesse panorama, para que esta minha linda cidade viva em
estado de poesia?
Que os conselhos tutelares, de conselheiros amantes das crianças e acima
de conveniências pessoais ou políticas, sejam incansáveis na sua missão.
Que os conselhos de direitos, de conselheiros conscientes de sua respon-
sabilidade política, sejam espaços de autêntica busca de superação de toda
forma de exclusão.
Que em todos os bairros haja creches e centros de juventude: espaços de
acolhida e convivência sadia; verdadeiros celeiros de cidadania.
Que as pessoas possam sentar e “papear” nas soleiras das casas, repa-
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Introdução
Quantidade
Tipo de equipamento %
atingida
Promotoria 21 8,6
Unidade de Privação de Liberdade 6 2,4
Vara de Execução Penal 5 2
Total Geral 245 100%
Público
Tipos
A B C D E F G H I J L M
D. E. Idoso 3 6 3 3 3 2 3 2 2 1 1 2
D. E. LGBT - - - 1 - 1 1 - 1 - - -
Promotoria 19 18 15 15 7 9 10 5 15 2 5 12
U. Privação
4 3 3 1 2 2 3 - 2 - - 3
de Liberdade
Vara de
Execução 1 2 1 - - - - - 2 - - 2
Penal
TOTAL 208 199 139 168 98 98 153 109 174 26 44 195
% 85 81,2 57 69 40 40 62,4 44,5 71 11 18 79,6
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Promotoria 4 19 17 81
Unidade de Privação de Liberdade 3 50 3 50
Vara de Execução Penal 1 20 4 80
TOTAL 162 83
% TOTAL 66,1% 33,9%
10
8
6
4
2
0
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Vu
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Myrian Veras. Algumas reflexões sobre o sistema de garantia de
direitos. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 109, p. 179-199, 2012. ISSN 0101-6628.
9 Estes países reconhecem que a pobreza e a miséria, as desigualdades e a exclusão sociais, e a violência
familiar são as principais causas da delinquência juvenil, comprometendo-se a reduzir estas desigualdades,
punir as violações de direitos e modernizar suas instituições com a participação da sociedade civil.
10 O movimento higienista surge a partir do liberalismo, na primeira metade do século XIX quando os governantes
começam a dar maior atenção à saúde dos habitantes das cidades. Para estes, principalmente médicos, a
doença era um fenômeno social que abarcava todos os aspectos da vida humana e havia a necessidade
do Estado intervir para garantir a “melhoria” da população.
44
14 Simmel (1983) aponta a tendência moderna de desconexão entre as dimensões objetivas e subjetivas, sendo
cada vez mais os objetos autônomos perante os sujeitos e as relações pautadas por uma predominância
do meio sobre o fim.
15 Art. 2° do ECA.
16 Art. 7º, XXXIII da Constituição Federal.
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 49
17 Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-04/comissao-da-camara-aprova-
-texto-base-do-pne-e-retira-questao-de-genero. Acesso em: jan. 2012.
50
REFERÊNCIAS
ARIÈS, P. História social da infância e da família. Rio de Janeiro: LCT, 1978.
Esclarece que aos pais compete o sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse dos mesmos, a obrigação de cumprir
e fazer cumprir as determinações judiciais.
A lei estabelece que a falta ou a carência de recursos materiais não cons-
titui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder. Define
família natural como a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e
seus descendentes e informa que a colocação em família substituta far-se-á
mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da
criança ou adolescente e que, sempre que possível, a criança ou adolescente
deverá ser previamente ouvida e a sua opinião devidamente considerada.
Prevê o ECA que crianças e adolescentes têm direito à educação, visando
ao seu pleno desenvolvimento, preparo para o exercício da cidadania e qua-
lificação para o trabalho. Ao Estado incumbe assegurar-lhes o ensino fun-
damental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria, bem como a progressiva extensão da obrigatoriedade
e gratuidade ao ensino médio; atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência; atendimento em creche e pré-escola às crianças de
zero a seis anos de idade, dentre outros na esfera educacional, inclusive com
eventuais programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.
Prevê a lei, que os pais ou responsáveis deverão matricular seus filhos
na rede regular de ensino e que os dirigentes de estabelecimentos de ensino
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envol-
vendo seus alunos, reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, bem
como os elevados níveis de repetência, após esgotados os recursos escolares.
O instrumento legal proíbe qualquer trabalho a menores de quatorze
anos de idade, salvo na condição de aprendiz e considerando a aprendizagem
a formação técnico-profissional, ministrada segundo as diretrizes e bases da
legislação de educação em vigor.
56
REFERÊNCIAS
ABC.MED.BR. Crescimento Infantil. 2009. Disponível em: http://www.
abc.med.br/p/saude-da-crianca/30783/crescimento+infantil.htm. Acesso em:
22 maio 2013.
Fonte: IBGE/PNAD.
64
20
10
0
BR NO CO SU SE NE
2009
Fonte: IBGE.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Lei nº 8.742, de 7 de dez. de 1993. Lei Orgâ-
nica de Assistência Social: LOAS. Brasília, 8 dez. 1993.
ENEM 2010 tem somente 13 escolas públicas entre as cem melhores. G1, 12
set. 2011. Disponível em: http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noti-
cia/2011/09/enem-2010-tem-somente-13-escolas-publicas-entre-cem-melho-
res.html. Acesso em: 2 dez. 2011.
Entre 2007 a 2010 houve uma queda do percentual de óbitos por cau-
sas mal definidas de 57,1%. Nos municípios certificados, a queda foi ainda
maior: 67,4%.
Outro avanço foi a melhoria no funcionamento dos conselhos tutelares
(CT) e dos conselhos de direitos de crianças e adolescentes (CMDCA), no
decorrer das capacitações do selo e da visita do(a) mediador(a) do Selo UNI-
CEF a 172 municípios da Amazônia Legal.
REFERÊNCIAS
ANJOS, Rafael Sanzio. Território das comunidades remanescentes de
antigos quilombos no Brasil. Editora. Mapas e Consultoria Ltda, 2005.
Introdução
FEIPA é preciso assinar sua Carta de Princípios, sendo sua direção exercida
por um Grupo Gestor constituído pelos participantes do Fórum.
2002
~
[...] relatório acerca das medidas adotadas pelo Governo Brasileiro para
dar cumprimento às normas estabelecidas na Convenção sobre os Direi-
tos da Criança da qual o Brasil é um dos signatários, motivada pela
publicação do Decreto Presidencial de 26 de abril de 1994 (TANCREDI
CARVALHO, 2002, p. 1).
Vitória do Xingu.
Em agosto de 2002, o Pará sedia a Reunião Nacional do Movimento
Interfóruns de Educação Infantil do Brasil.
O IV Encontro Estadual de Educação Infantil representa um marco na
trajetória das lutas empreendidas em favor de creches e pré-escolas para as
crianças visto que, pela primeira vez, contou com uma Comissão Científica
que selecionou vinte trabalhos, entre comunicações e pôsteres, os quais foram
apresentados no referido Encontro. Por fim, deliberou-se, ainda, neste evento
estadual, pela constituição de um Fórum, o qual deu lugar à Comissão Esta-
dual Interinstitucional de Educação Infantil (CEIEI). Nesta condição passou
a denominar-se Fórum de Educação Infantil do Estado do Pará (FEIPA).
No biênio 2002-2004, o FEIPA faz novas conquistas. Ocorre a organização
dos Fóruns de Educação Infantil nos municípios de Cametá, Benevides e Almei-
rim e o FEIPA passa a ser um dos membros do Grupo Gestor do Movimento
Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB). Em 2004, o Fórum com-
pleta 10 anos de existência. Para comemorar essa data realiza-se o V Encontro
Estadual de Educação Infantil, no período de 29 a 30 de novembro, com o
tema Educação Infantil: o papel do poder público e dos movimentos sociais na
luta pela garantia de direitos, evento esse que contou com 450 (quatrocentos e
cinquenta) participantes.
Em 2005 e 2006, integra a luta nacional em favor da inclusão das creches
no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valo-
rização dos Profissionais da Educação, tendo o FEIPA enviado 6 (seis) mil
assinaturas para integrar a listagem do MIEIB com o objetivo de pressionar
o Parlamento Brasileiro pela urgência de financiamento de toda a Educação
Infantil, sendo um dos Fóruns que mais assinaturas coletou.
Nos anos de 2007 e 2008, o FEIPA participa ativamente das discus-
sões e seminários promovidos pela Secretaria de Estado de Educação para o
86
Projeto Político-Pedagógico
23 “Isso de ‘educação popular a cargo do Estado’ é completamente inadmissível. Uma coisa é determinar,por
meio de uma lei geral, os recursos para as escolas públicas, as condições de capacitação do pessoal
docente, as matérias de ensino, etc., [...] e outra coisa completamente diferente é designar o Estado como
educador do povo!” (MARX, 2010).
90
Da heteronomia à autonomia
[...] relatório acerca das medidas adotadas pelo Governo Brasileiro para
dar cumprimento às normas estabelecidas na Convenção sobre os Direitos
Trabalho Coletivo
Considerações finais
REFERÊNCIAS
BRASIL. MEC. DEMEC/PA. Portaria nº 032/98/SRH/DEMEC/PA. Belém,
PA, abr. 1998.
24 Bacharel em Serviço Social, mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Pará, doutor em
Sociologia pela Universidade Estadual Paulista, docente da Universidade Federal do Pará desde 1991.
E-mail: camaciel@globo.com
96
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.
MATTA, Roberto da. A casa & a rua. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1991.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Introdução
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26 Lei Federal que dispõe sobre normas gerais dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Muni-
cípios e Distrito Federal.
27 Vide artigo 5º, § 1º da Resolução nº 137/2010/CONANDA.
28 Vide artigo 88, IV, da Lei nº 8.069/90 e artigo 3º da Resolução nº 137/2010/CONANDA.
29 Vide artigo 7º e § 1º da Resolução nº 137/2010/CONANDA.
106
O gestor administrativo32 deverá, por sua vez, abrir uma conta bancá-
ria em nome do Fundo, cientificando os conselheiros, notadamente, sobre
o recurso disponibilizado pelo Executivo; sobre quem será o ordenador de
despesas e sobre a prestação de contas, que será, posteriormente, subme-
tida à aprovação pelo Conselho. O artigo 2133 da Resolução nº 137/2010 do
32 Vide artigo 8º da Resolução nº 137/2010-CONANDA.
33 Art. 21. O Gestor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, nomeado pelo Poder Executivo
conforme dispõe o artigo 6º, caput, desta Resolução, deve ser responsável pelos seguintes procedimentos,
dentre outros inerentes ao cargo: I – coordenar a execução do Plano Anual de Aplicação dos recursos do
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, elaborado e aprovado pelo Conselho dos Direitos da
Criança e do Adolescente; II – executar e acompanhar o ingresso de receitas e o pagamento das despesas
do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente; III – emitir empenhos, cheques e ordens de pagamento
das despesas do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente; IV – fornecer o comprovante de doação/
destinação ao contribuinte, contendo a identificação do órgão do Poder Executivo, endereço e número de
inscrição no CNPJ, no cabeçalho e, no corpo, o n° de ordem, nome completo do doador/destinador, CPF/
CNPJ, endereço, identidade, valor efetivamente recebido, local e data, devidamente firmado em conjunto
com o Presidente do Conselho, para dar a quitação da operação; V – encaminhar à Secretaria da Receita
Federal a Declaração de Benefícios Fiscais(DBF), por intermédio da Internet, até o último dia útil do mês
de março, em relação ao ano calendário anterior; VI – comunicar obrigatoriamente aos contribuintes, até
o último dia útil do mês de março a efetiva apresentação da Declaração de Benefícios Fiscais (DBF), da
qual conste, obrigatoriamente o nome ou razão social, CPF do contribuinte ou CNPJ, data e valor desti-
nado; VII – apresentar, trimestralmente ou quando solicitada pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
Adolescente, a análise e avaliação da situação econômico-financeira do Fundo dos Direitos da Criança e
do Adolescente, através de balancetes e relatórios de gestão; VIII – manter arquivados, pelo prazo previsto
em lei, os documentos comprobatórios da movimentação das receitas e despesas do Fundo, para fins de
acompanhamento e fiscalização; e IX – observar, quando do desempenho de suas atribuições, o princípio
da prioridade absoluta à criança e ao adolescente, conforme disposto no art. 4º, caput e parágrafo único,
alínea b, da Lei n° 8.069 de 1990 e art. 227, caput, da Constituição Federal. Parágrafo único. Deverá ser
emitido um comprovante para cada doador, mediante a apresentação de documento que comprove o
depósito bancário em favor do Fundo, ou de documentação de propriedade, hábil e idônea, em se tratando
de doação de bens.
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 109
34 Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e
do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem: manter conta bancária específica desti-
nada exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; manter controle das doações recebidas; e III – informar
anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os
seguintes dados por doador: a) nome, CNPJ ou CPF; b) valor doado, especificando se a doação foi em
espécie ou em bens.
35 DIGIÁCOMO, Murilo José. O Fundo Especial para a Infância e Adolescência FIA e o orçamento público.
Disponível em: www.crianca.caop.mp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?. Acesso em: 31 maio 2013,
às 15h. E vide artigo 9º, III e IV da Resolução nº 137/2010-CONANDA.
110
planos, visto ser o órgão encarregado de formular a política pública, nessa seara.
Art. 16. Deve ser vedada a utilização dos recursos do Fundo dos Direitos
da Criança e do Adolescente para despesas que não se identifiquem dire-
tamente com a realização de seus objetivos ou serviços determinados pela
lei que o instituiu, exceto em situações emergenciais ou de calamidade
pública previstas em lei. Esses casos excepcionais devem ser aprovados
pelo plenário do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Parágrafo Único. Além das condições estabelecidas no caput, deve ser
vedada ainda a utilização dos recursos do Fundo dos Direitos da Criança
e do Adolescente para:
I – a transferência sem a deliberação do respectivo Conselho dos Direitos
da Criança e do Adolescente;
II – pagamento, manutenção e funcionamento do Conselho Tutelar;
III – manutenção e funcionamento dos Conselhos dos Direitos da Criança
e do Adolescente;
IV – o financiamento das políticas públicas sociais básicas, em caráter
continuado, e que disponham de fundo específico, nos termos definidos
pela legislação pertinente;
114
Uma vez que os recursos captados pelo FIA são públicos, como tal, estão
sujeitos ao mesmo controle e fiscalização dos recursos públicos em geral.
Norma geral, contida no artigo 74 da Lei nº 4.320/64, estabelece que o
controle do fundo especial deva ser feito pelo Tribunal de Contas ou órgão
equivalente, e que a lei instituidora do Fundo pode determinar, ainda, outras
formas de controle e fiscalização37.
À luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, os recursos do Fundo
da Infância e Adolescência devem ser fiscalizados e controlados pelo próprio
Conselho de Direitos e pelo Ministério Público38.
O Artigo 22 da Resolução nº 137/2010 do CONANDA, preceitua que os
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Conclusão
37 LIBERATI, Wilson Donizeti; CYRINO, Públio Caio Bessa. Conselhos e Fundos no Estatuto da Criança e do
Adolescente. São Paulo: Malheiros Editores, 1997. p. 192.
38 Ibid., p. 192.
39 Os gestores do Fundo, tanto em nível político, como em nível administrativo, estão sujeitos a ação judicial,
por proposição do Ministério Público, em caso de descumprimento das obrigações constantes dos artigos
260-G e 260-I, do ECA.
116
REFERÊNCIAS
BERCLAZ, Márcio Soares; MOURA, Millen Castro Medeiros de. O FIA e
as so(m)bras do orçamento público. Disponível em: http://www.criança.
caop.mp.pr.gov.br. Acesso em: 31 maio 2013, às 15h28.
Introdução
Desenvolvimento
Mas será que isso seria suficiente? Será que a existência de lei e meca-
Para este autor, o acesso à justiça apresenta obstáculos que podem ser
de três tipos: de natureza financeira, de natureza psicológica e cultural, e de
41 Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público
e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§1º – A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de defensor público
ou advogado nomeado.
§2º – As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas e
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 123
O citado artigo 141, em seu §2º, determina que as ações relativas aos
direitos de crianças e adolescentes gozam de isenção de custas processuais. No
mesmo sentido, o Código Penal Brasileiro, assim como a Lei 12.015/2009 – a
qual traz importantes alterações no sistema de responsabilização penal dos
violadores de direitos humanos fundamentais sexuais – preveem que a ação
penal contra violadores de direitos sexuais infantojuvenis é de responsabi-
lidade do Ministério Público, independente de qualquer iniciativa da vítima
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e/ou da família.
Assim, em função de todos – Estado, família e sociedade – serem res-
ponsáveis pela salvaguarda dos direitos humanos de crianças e adolescentes42,
o Ministério Público tem o dever de, a partir de notificação de uma porta de
entrada do Sistema de Garantia de Direitos, dar início ao processo criminal
se identificados, durante a investigação policial (inquérito), fortes indícios
de que tal violação ocorreu e que seria realmente o(a) investigado(a) o(a)
responsável pela conduta criminosa.
Contudo, nem sempre o que a lei prescreve coincide com a realidade
vivida no cotidiano. Ainda que os impulsos processuais não sejam cobrados
da família, a necessidade de ter acesso à justa solução estatal pela violação de
direitos acaba por ensejar gastos “indiretos” para a família e para a vítima, o
que se apresenta muitas vezes como dificuldade à responsabilização.
O deslocamento do local de residência aos órgãos de denúncia, às
audiências, aos acompanhamentos médicos e psicossociais necessários,
dentre outros exemplos, implica em despesas que muitas vezes não cabem
no orçamento das famílias mais empobrecidas, potencializando a situação
de vulnerabilidade dessas vítimas. Além disso, os efeitos colaterais da vio-
lência também podem causar doenças físicas e psíquicas que necessitam de
tratamento com uso de medicamentos, os quais nem sempre são fornecidos
pelo Sistema Público de Saúde, onerando ainda mais o orçamento familiar
que, via de regra, não estava preparado para suportar mais despesas sem
prejuízo da sua sobrevivência digna.
42 Constituição Federal, Art. 227 – É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
124
Eu tive muita despesa com passagens para lá e para cá. Tive que ir para
várias audiências com ela, prestar queixa também, fui umas duas vezes
na delegacia especializada, fui para o fórum da cidade umas duas ou três
vezes, isto é tudo despesa. Eu não trabalho e ainda deixo de fazer minhas
coisas em casa (PINTO, 2012, p. 40).
Além desses exemplos, não se pode deixar de notar que, muitas vezes,
a relação com o agressor também é de dependência econômica, sendo que
a denúncia acarreta a quebra desse vínculo financeiro, o que acaba gerando
outros tipos de riscos e violações de direitos fundamentais à própria criança/
adolescente vítima e à família. Nesse contexto, a ação articulada dos agentes
do Sistema de Garantias de Direitos é de fundamental importância para que a
cessação da situação de violência sexual seja um primeiro passo na melhoria
das garantias da dignidade humana desse sujeito, e não o começo de outras
violações de direitos de cunho tão degradante quanto a violência sexual.
43 Estatuto da Criança e do Adolescente, Art. 151 – Compete à equipe interprofissional dentre outras atribui-
ções que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encami-
nhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre
manifestação do ponto de vista técnico.
44 Resolução do Conselho Federal de Serviço Social n. 557, de 15 de setembro de 2009.
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 127
Entende-se por perícia o exame procedido por pessoa que tenha deter-
minados conhecimentos técnicos, científicos, ou experiência qualificada
acerca de fatos, condições pessoais ou mesmo de circunstâncias rele-
vantes para o desate da questão, a fim de comprová-los (TOURINHO
FILHO, 2012, p. 578).
45 A resolução 2 recomenda “aos Tribunais de Justiça dos Estados que, em observância à legislação de
regência, adotem as providências necessárias à implantação de equipes interprofissionais, próprias ou
mediante convênios com instituições universitárias, que possam dar atendimento às comarcas dos Estados
nas causas relacionadas a família, crianças e adolescentes, devendo, no prazo de 06 (seis) meses, informar
a este Conselho Nacional de Justiça as providências adotadas.” Disponível em: http://www.cnj.jus.br/atos-
-administrativos/atos-da-presidencia/322-recomendacoes-do-conselho/12084-recomenda-no-2. Acesso em:
4 mar. 2013.
128
Quando eu fiz a denúncia, não acreditava que ia ser feita alguma coisa.
Não passaram isso para mim. Cheguei lá pediram para eu aguardar, depois
fiz a denúncia e me mandaram para casa. Quando foi o dia, chamaram
minhas testemunhas, até hoje nunca recebi nada da delegacia especiali-
zada, da Justiça, nada, nem no meu endereço atual e nem no outro onde eu
morava. Até hoje não sei de nada, fiquei sabendo através da advogada que
ele compareceu na delegacia, mas até hoje nada. Na época, disseram que
não tinham provas contra ele, mas depois do que aconteceu com a minha
filha eu, fiquei sabendo que ela não tinha sido a primeira vítima. Mas é a
tal coisa: nessas horas ninguém aparece para ser testemunha. Aí eu disse:
“Vamos com uma coisa de cada vez, vamos deixar a Justiça resolver”. Até
hoje está parado, não houve nenhuma punição ainda (PINTO, 2012, p. 32).
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 129
Conclusão
REFERÊNCIAS
BRASIL. Código de Processo Penal. Decreto-Lei n° 3.689, de 3 de outu-
bro de 1941. Disponível em: http://www.presidencia.gov.br. Acesso em:
10 mar. 2013.
Introdução
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texto se procurará tecer reflexões para levantar elementos que possam esti-
mular a compreensão da importância do direito à informação dentro de um
Estado democrático, frente ao devido respeito à dignidade humana, onde as
pessoas sejam assim compreendidas e não como categorias dicotômicas do
bem contra o mal.
grande “julgador” dos que podem ser considerados cidadãos e daqueles que
devem ser considerados a “escoria” supérflua da sociedade, ou como bem
afirma Gomes (2012, p. 1):
assumido pela mídia de massa (televisão, jornais escritos, rádio e internet), que
usufruindo desse locus privilegiado de poder de convencimento na sociedade,
fez a firme escolha sobre de que forma as pessoas poderão ser vistas dentro
do contexto social: uns como os que devem ser protegidos e outros como os
que devem ser destinados às penitenciárias.
Não se pode negar que todo o discurso criminológico midiático, utilizado
com o intuito de proteger o patrimônio, onde o roubo, o furto são tidos como
os graves problemas que a sociedade deve enfrentar no contexto da violên-
cia urbana, muitas vezes, tem repercussão extraordinariamente massificada,
inclusive ganhando proporções desmedidas, com a mídia, em casos de rou-
bos, onde a polícia chega enquanto o fato está ocorrendo, gerar transmissões
ao vivo, por horas, quase que pela unanimidade dos meios, não permitindo,
sequer, que a população tenha opção na escolha do que gostaria de ver no
dito momento. Ora, este fato não é por acaso, claro que busca fazer com que
a indução do debate mostrado ao vivo, já possa imperar uma responsabili-
zação inquisitorial. Assim, o dito criminoso passa a ser o que existe de pior
na sociedade e que portanto os gritos, muitas vezes, histéricos, dos locutores
bradando por uma pena de morte, instiga na sociedade não só um sentimento
de vingança, mas também, um amplo rancor e sentimento de medo que difi-
cilmente poderá ser capaz de não ser reproduzido como o discurso válido e
capaz de “salvar” a sociedade dos “miseráveis” que ousam ferir as regras da
sociedade, para estes nada mais sobra senão uma pena máxima, um cárcere
indigno e uma vida sem direitos.
Zaffaroni (2012) ajuda com suas reflexões sobre o papel criminológico
da mídia fazendo que se possa compreender de que lugar e quem tem sido
o verdadeiro destinatário desse poder tão expressivo no contexto mundial.
Toda essa força produzida pela mídia de massa com os “eles” da socie-
dade, atualmente no Brasil, assume mais um forte contexto que é a “luta”
pelo rebaixamento da idade penal, pois esta sim, de acordo com o discurso
hegemônico, resolverá cada problema de violência urbana no Brasil, e mais,
colocará os “eles” em seu devido lugar. A forma como esse discurso ocorre
toma proporções realmente fascistas, pois o que se tem assistido é um discurso
higienista, que propaga a todos os “cantos” do planeta de que adolescentes
negros de comunidades populares são iguais a criminoso, perigoso, intolerá-
vel. Resultado: prisão neles, não pode ser pouco, tem que ser pena grande o
bastante para que a “vingança” social se realize.
Ora, todos os indicadores que monitoram os índices de mortes no Brasil
apontam os adolescentes como as principais vítimas53. Dessa forma, pode-se
dizer que são não só os destinatários do cárcere, mas também são os “alvos”
preferidos dos homicídios. Como entender então que “eles” sejam os reais
responsáveis pela violência urbana, se “eles” são os que mais morrem? Tal-
vez a direção dada pela mídia tenha outro contexto, o de afastar das vistas da
sociedade aqueles que mais mostram como um governo neoliberal é capaz de
impor uma segregação tão forte, que promove a matança de seus “pequenos
cidadãos”. É óbvio que o debate sobre o rebaixamento da idade penal tira
do foco o real problema, ou seja, a ausência de políticas sociais capazes de
promover oportunidades aos jovens, condições dignas de vida, de não serem
pressionados por uma economia de consumo que lhes dita regras firmes que,
se não seguidas, lhe impõem uma identidade rejeitada pela sociedade dos
bem vistos e dos mal vistos.
Sabe-se que hoje não é fácil para um jovem dos bairros ditos como sensí-
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mostrar o auto pânico em que “todos” vivem. Zaffaroni (2012, p. 327) chama
esta “euforia” criminológica penal” de pânico moral:
Ora, é óbvio que não se irá proceder a uma reflexão que conduza a qual-
quer aspecto de restrição à liberdade, até mesmo porque isto faz parte dos
debates autoritários, mas é importante que se possa tecer comentários sobre
a importância de que a dignidade humana, como princípio fundamental, não
pode ser rechaçada, mesmo quando se está falando dos ditos “criminosos”. É
óbvio que fazer um discurso capaz de impor um padrão de desmerecimento,
de retaliação, de diminuição, de colocação em categorias consideradas não
pessoas, de animais irracionais, fere a dignidade humana, se assim não se
achar se irá entrar na categorização de que algumas pessoas são detentoras
de dignidade e outras não.
O Supremo Tribunal Federal, na ADPF 130, o então relator, ministro
Ayres Brito, foi enfático em ressaltar a importância da liberdade de imprensa,
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que deve ser plena, para que possa se coadunar com a democracia. Entretanto,
sabe-se que algumas restrições já foram regulamentadas pelo legislador como,
por exemplo, a exposição da imagem de adolescentes envolvidos em práticas
de ato infracional56, mas é muito comum em jornais de grande circulação,
essas imagens serem divulgadas, muitas vezes apenas com uma tarja preta nos
olhos do adolescente, como se este é quem não deveria ver a degradação de
sua imagem. Ora, todos reconhecem de quem se trata, até mesmo, porque a
divulgação é sempre seguida de entrevistas do local onde mora o adolescente
e, conjunto a isto, os adjetivos ditos, nada compatíveis com quem respeita
a dignidade de qualquer pessoa. Será que estes fatos ajudam a informação
da sociedade?
Sarlet (2012, p. 73) define dignidade humana como uma qualidade intrín-
seca ao ser humano. Vejamos:
Considerações finais
deve ser tido como mais grave ainda, é a forma como o Estado Democrático
Brasileiro vem contribuindo para que todo esse aparato de “espetacular” tra-
gédia seja tido como legítimo e como verdadeiro, levando a sociedade a uma
total alienação de informação, produzindo um caminho de sentimento de
vingança contra determinados segmentos sociais, que só estão corroborando
para uma não prática de cidadania.
Claro que não existe um caminho possível que não seja o do reconhe-
cimento de que emerge um refazer da mídia, onde a liberdade de expressão
ganhe proporções de respeito a todos, que sirva para criar consciência crítica
na sociedade, de vigilância do poder estatal, de controle das possíveis arbi-
trariedades e, não, de impulsionar um debate que separa a comunidade em
categorias de desejáveis e indesejáveis, de extermináveis e de protegidos.
Os jovens precisam ser incluídos na sociedade para que possam obter
os bons frutos da cidadania e não apenas o mero objeto de intervenção poli-
cial, que lhe caça a possiblidade de vida digna e lhe impede de construir um
futuro com perspectivas que não sejam o mero encarceramento. A sociedade
de mérito precisa perceber que a exclusão tem contribuído tão somente para
um grande império de revoltas que não trarão um futuro de conquistas.
Zaffaroni ainda chama atenção para o fascínio que os criminosos que
desafiam o poder podem causar. Cita ele o exemplo de criminosos que, quando
presos, passam a receber grande quantidade de cartas de amor, por terem se
tornado “fascinantes” frentes a determinadas pessoas. Diz ele (2012, p. 323).
REFERÊNCIAS
BUCCI, Eugênio. Direito à informação: o dever de liberdade. Disponível
em: www.observatóriodaimprensa.com.br. Acesso em: 5 jun. 2013.
Fontes, 2004.
Sites consultados
57 Mestre em Antropologia, docente da Universidade Federal do Pará e doutoranda pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro. E-mail: izabelajatene@gmail.com
58 Assistente social, pós-graduado em Serviço Social e Política Social pela Universidade de Brasília (UnB).
E-mail: valdemirmonteiro@yahoo.com.br
148
Dados da Amazônia
59 Situação em que o conjunto de características, recursos e habilidades inerentes a um dado grupo social
se revelam insuficientes, inadequados ou difíceis para lidar com o sistema de oportunidades oferecido pela
sociedade, de forma a ascender a maiores níveis de bem-estar ou diminuir probabilidades de deteriorização
das condições de vida de determinados atores sociais (VIGNOLI, 2001).
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 149
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto da Criança e do Adolescente. 3.
ed. Brasília, 2008.
CÂMARA, Olga. Defesa social e prevenção. In: PEDROSA, Ana Alice Bar-
ros; ANDRADE FILHO, Anízio Lopes de; FRANCA, Janeide Gomes (org.).
Curso de formação de agentes sociais para a prevenção da violência,
promoção e garantia dos direitos humanos. Recife: Fundação Joaquim
Nabuco, Diretoria de Formação e Desenvolvimento Profissional; Secretaria
de Planejamento – Agência Condepe/Fidem, 2006. 72 p.
André Franzini60
60 André Franzini. Assistente Social, Mestrando em Administração, Formador da Escola de Conselho da UFPA.
Coordenador Nacional da Pastoral do Menor organismoda CNBB.
156
Sistema
Educacional SUS
Sistema Único
de Saúde
SINASE
Sistema de
Justiça e
Segurança SUAS
Pública
Sistema Único da
Assistência Social
Sistema Nacional
de Atendimento
Socioeducativo
• Melhoria das leis municipais que contemplem cada vez mais repre-
sentantes de políticas e de entidades que representem quanto mais
diversidades possíveis;
• Elaboração de cronograma permanente de reuniões, planejamen-
tos, atividades e monitoramento interconselhos e intergestores
estimulando um permanente diálogo entre as diferentes políticas
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de atendimento;
• Propor aos gestores locais a elaboração de normas regulatórias das
atividades intersetoriais tais como portarias, decretos legislativos
locais etc.;
• Propor, junto ao CT e ao SDG, a criação de protocolos de atendi-
mento interinstitucionais para qualificação de fluxos e atendimento;
• A criação de um banco de dados das diferentes políticas em rela-
ção ao atendimento de crianças e adolescentes, criando uma aná-
lise periódica dos dados que possibilite analisar o atendimento
de cada política, bem com os fluxos de atendimento interseto-
riais constituído;
• Convidar periodicamente os gestores e entidades para apresentarem
os resultados e impactos provocados na garantia dos DCA a partir
de cada política. É interessante pensar na realização de seminários
intersetoriais de análise do DCA;
• Construir planejamentos integrados com os outros conse-
lhos setoriais;
• Elaborar um plano de formação que contemple o conhecimento
das políticas setoriais e suas interfaces com os DHCA;
• Realizar contatos periódicos com o Conselho Estadual dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente para acompanhar as discussões de
nível estadual e nacional;
• Realizar campanhas sobre os DCA junto aos órgãos de atendimento.
Cada uma dessas ações requer um olhar intersetorial, pois abrange obri-
gatoriamente o conjunto dos atores do SGD de forma horizontal e integrada.
O tão falado trabalho em rede depende fortemente da compreensão por parte
do CDCA e do CT de suas atribuições de articuladores das políticas que
garantam a totalidade dos direitos.
170
REFERÊNCIAS
BENEVIDES, Maria Victoria. Educação para a democracia. Versão resu-
mida de conferência proferida no âmbito do concurso para Professor Titular
em Sociologia da Educação na FEUSP, 1996.
Atlas, 2002.
PRIORE, Mary Del (org.). História das crianças no Brasil. São Paulo:
Contexto, 1999.
Introdução
61 Artigo anteriormente publicado em Oliveira e Pinho (2014). A presente versão foi ajustada e ampliada para
trabalhar melhor a articulação do Sistema de Garantia de Direitos, em especial do Conselho Tutelar, com a
temática dos indígenas crianças.
62 Professor de Direitos Humanos do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Etnodesenvolvimento da
Faculdade de Etnodiversidade, Campus Universitário de Altamira da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPA. Secretário nacional do Instituto de Pesquisa
Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS). Advogado. E-mail: assisdco@gmail.com
176
63 A inversão axiológica de criança indígena para indígena criança possui fundamento na leitura antropológica
da forma de construção sociocosmológica da pessoa, do corpo e consequentemente da infância entre povos
indígenas, e será mais bem fundamentada ao longo do presente artigo.
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 177
64 O estudo das mudanças comportamentais ocorridas em função do tempo, favorecendo escalas etárias
dentro das quais se ordenam comportamentos e se assinalam mudanças em função de processos intraor-
ganísmicos e ambientais (BAGGIO, 1985; SCHRAML, 1977; TRINDADE, 2007), possibilitou a Psicologia do
Desenvolvimento a definição do desenvolvimento humano como medida temporal de vida informada pela
reunião de rol pré-definido de características físicas, emocionais, intelectuais e sociais, com dimensão de
abrangência universal.
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 179
pudessem se tornar cidadãos brasileiros. Em uma frase, era a equação de que para se tornar plenamente
brasileiro o indígena deveria superar seus valores culturais atrasados e, com isso, deixar de ser indígena
para tornar-se igual aos demais membros da nação. Dessa forma, a equação tratava a diversidade como
desigualdade de tratamento e, sobretudo, como algo em transição ou de superação progressiva. Sobre o
assunto, consultar: Araújo (2006), Luciano (2006), Marés (2009) e Yrigoyen Fajardo (2009).
67 O Código de Menores adota expressamente a filosofia política da situação irregular segundo a qual os
menores se tornam sujeitos dos direitos disciplinados quando, e somente quando, se encontrassem em
situações definidas como irregulares por terem caráter de desvio em relação à referência normativa implícita:
a infância universal, padrão ideal não projetado explicitamente no referido Código por não ser objetivo da
tutela jurídica, mas que aparece como o contraste nãodito que representa as trajetórias das crianças em
situação irregular como trajetórias desviantes.
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 181
68 Também é preciso fazer menção aos artigos 5º, 8º, 17 letra “d”, 20 inciso 3 e 29 letra “e” da CDC, que trazem
aportes normativos de reconhecimento da diversidade cultural.
182
69 “Art.27. Nos Estados em que existam minorias étnicas, religiosas ou lingüísticas, não será negado o direito
que assiste às pessoas que pertençam a essas minorias, em conjunto com os restantes membros do seu
grupo, ter sua própria vida cultural, professar e praticar a sua própria religião e utilizar a sua própria língua”
(ONU, 1966).
70 Além disso, o desenvolvimento da jurisprudência do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas (que
fiscaliza a aplicação do Pacto) e, atualmente, da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, tem
possibilitado o alcance de interpretação mais ampla do dispositivo para salvaguardar os direitos culturais
das minorias às coletividades e a prestação positiva dos Estados (GHAI, 2003).
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 183
71 No Brasil, povos e comunidades tradicionais é termo utilizado de maneira equivalente aos “povos tribais”
contido na Convenção no 169 da OIT, de 1989, no artigo 1º, alínea “a”, e que foi institucionalmente reco-
nhecido com a publicação do Decreto nº 6.040/2007 que institui a Política Nacional de Desenvolvimento
Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais. Os povos e comunidades tradicionais compreendem
grupos humanos que num esforço coletivo ocupam, usam, controlam e identificam determinado espaço
geográfico convertendo-o em território com marcas identitárias, cuja defesa ocorre em função de contingên-
cias históricas, marcadas pelo colonialismo externo e interno. Na Amazônia, os grupos aqui referidos são
denominados: quilombolas, indígenas, caboclos, extrativistas, quebradeiras de coco babaçu, ribeirinhos,
agricultores familiares, camponeses e assentados. Sobre o assunto, conferir: Carneiro da Cunha e Almeida
(2001), Little (2002), Oliveira (2013) e Shiraishi Neto (2007).
184
75 Para considerações a respeito da construção histórica do “valor da pessoa humana” nas sociedades ociden-
tais, e de como este veio a cristalizar a forma como compreendemos o “valor da dignidade” no campo dos
direitos humanos, consultar: Comparato (1999), Kirste (2009), Le Breton (2011), Mauss (1974), Rabenhorst
(2001), Sarlet (2002).
186
[t]odos os seres oriundos dos vários domínios deste cosmo, portanto, pos-
suem atributos e agência (interioridades compartilhadas), diferindo nos
seus corpos/roupagens (múltiplas exterioridades ou multinaturalismo).
Dito em outras palavras, corpos e pessoas são construídos através de
técnicas corporais, que são técnicas sociais, e que ao utilizarem elemen-
tos provenientes, por exemplo, do domínio da natureza, como animais,
plantas, minerais, na confecção de adornos ou pinturas, trazem para estes
corpos propriedades imateriais e agências destes seres extra-humanos
(SILVA, 2008, p. 30).
76 De acordo com Melo (2006), o interesse pela matéria dos direitos indígenas no SIDH existe desde quase o
nascimento do mesmo, pois em 1983 a Comissão realizou investigação sobre a situação do povo Miskitona
Nicarágua e em 1985 emitiu a Resolução n. 12/85 sobre a situação do povo Yanomami no Brasil. Ainda
assim, é somente a partir de 2001, mais precisamente depois da sentença do Caso Comunidade Mayagna
(Sumo) AwasTingni Vs. Nicarágua, que a CIDH passou a apreciar e julgar vários casos de violação de
direitos cuja titularidade corresponde a coletividades culturalmente diferenciadas.
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 189
e marginalização social.
Assim, se por um lado a diversidade cultural do “ser criança” entre povos
indígenas deve ser a fonte de orientação para a significação das noções plurais
de infância, lazer, trabalho, sexualidade, violência, entre outros, procurando
analisá-las tendo em vista o contexto sociocultural, por outro a necessidade
de compensação das injustiças históricas sofridas demanda a oferta de servi-
ços e bens públicos que garantam melhores condições de vida aos indígenas
crianças, sobretudo no âmbito da educação escolar, da saúde e da titulação e
seguridade das terras indígenas.
O direito à autodeterminação também implica, no aspecto da autonomia,
no reconhecimento de que há decisões internas sobre a vida dos indígenas
crianças que não podem sofrer interferência de agentes externos, sob pena de
violar o próprio direito à autodeterminação.
Os modos de tratamento e socialização dos indígenas crianças no âmbito
de suas etnias de pertença foi etnograficamente apresentada como possuindo
elementos importantes de distinção para com as formas de produção da infân-
cia em outros contextos. De acordo com Tassinari (2007), existem caracte-
rísticas comuns nas descrições etnográficas sobre as infâncias indígenas que
remetem ao: (1) reconhecimento da autonomia das crianças e de suas capaci-
dades de decisão: os indígenas crianças têm liberdade de escolhas que afetam
diretamente pais, familiares e comunidades, sendo a criança respeitada como
sujeito de sua própria educação; (2) reconhecimento das diferentes habilidades
frente aos adultos: a liberdade dada aos indígenas crianças está vinculada ao
reconhecimento das habilidades próprias de aprendizagem o que, no entanto,
não retira dos adultos a responsabilidade por educá-los e dá-los condições
de aprendizagem, como a de realizarem trabalhos familiares/comunitários
e participarem de cerimônias rituais; (3) papel das crianças como mediado-
ras de diversas entidades cósmicas: os indígenas crianças, em particular as
menores, são importantes mediadoras de várias esferas cosmológicas, por não
190
LalanPripra – [...] Um dia chegou o meu tio, ele mora na aldeia Bujiu. Ele
veio trazer denuncia que sua filha de 16 anos saiu de casa pra morar com
um rapaz de 22 anos. E falou um... bastante horrores do rapaz, disse que
77 Importante lembrar que o procedimento normativo da consulta adota a possibilidade de três níveis de negocia-
ção a serem tomados durante a consulta. O primeiro nível de negociação é o que logra o consentimento livre
e informado do povo indígena mediante a definição de proposta que o beneficie ou esteja em consonância
com suas prioridades de reivindicação política e de entendimento cultural do assunto. O segundo nível de
negociação é quando o povo indígena não aceita a medida proposta e, segundo Yrigoyen Fajardo, “cabría
entrar en un proceso de negociación orientado a llegar a un acuerdo, donde ambas partes puedan revisar
sus planteamientos iniciales. Si se llega a un acuerdo, el Estado queda vinculado” (2009, p. 384). Porém,
caso não ocorra o consentimento e tampouco acordo entre o povo indígena consultado e os agentes estatais,
“el Estado tiene la atribución de tomar uma decisión. Sin embargo, no se trata de un acto arbitrário, sino
que, como todo acto estatal, el Estado está obligado a motivarlo” (FAJARDO, 2009, p. 384) e deve fazê-lo
de modo a assegurar o máximo respeito possível as prioridades apontadas pelo povo indígena consultado.
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 193
disse: ‘não eu vim porque eu quis, eu não fugi, é que o pai não gosta dele.
E quero casar com ele, quero vivê com ele, quero ter família’.
Assis Oliveira – Você sempre tinha aquela atenção de ir com os caciques
para poder saber o que aconteceu?
LalanPriprá – Sim. Porque a autoridade maior das terras indígenas é o
cacique, se eu faço uma averiguação, constando que preciso mandar
pro Fórum [de Justiça] pra formalizar o processo, eu tenho que ter
apoio do Cacique, se o Conselho Tutelar né, caso eu, mesmo conselheira
indígena eu tenha que ter o apoio do cacique [...] (grifos nossos).
169, 34 e 35 da
Autodeterminação do problema, interlocução
DNUDPI.
(Arts. 1o, PIDCP, com a integralidade cultural
7o da Convenção e prioridade para as formas
169, 3o e 4o da de solução nativas.
DNUDPI) Participação em instituições
representativas dentro do
Estado, de forma a adequar Arts. 6o , b, da
políticas, programas e Convenção 169,
projetos aos interesses e 23 DNUDPI.
e realidades dos povos
Participação indígenas.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ANAYA, S. J. Los pueblos indígenas en el derecho internacional. Madrid:
Editorial Trotta, 2005.
TURNER, T. The social skin. In: NOT WORK alone. Londres: Temple
Smith, 1980. p. 112-140.
A
Ações governamentais e não governamentais 9, 160
Ações integradas 83, 84, 88, 91, 153, 160, 161, 162, 168
Atendimento dos direitos da criança e do adolescente 107, 108, 159, 167
C
Competências do conselho de direitos 106, 107
Conselheiros tutelares 3, 4, 10, 11, 12, 58, 59, 105, 151, 152, 208
Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente 103, 105, 106, 109, 115,
116, 118
Conselho tutelar 8, 20, 55, 57, 78, 82, 87, 111, 113, 116, 118, 155, 156, 158,
159, 166, 175, 191, 192, 193, 194
Convivência familiar e comunitária 47, 53, 54, 55, 112, 123, 164, 166, 171
Criança indígena 48, 176, 182
Crise da modernização 67, 68, 69
Cultura 11, 12, 16, 20, 39, 44, 47, 53, 54, 66, 68, 74, 78, 87, 123, 125, 126,
130, 148, 149, 165, 166, 167, 175, 176, 177, 179, 182, 183, 185, 199
D
Defesa dos direitos 7, 9, 10, 19, 34, 58, 59, 95, 96, 97, 103, 113, 115, 117,
118, 121, 122, 133, 159, 206, 207
Delinquentes 8, 133, 177
Dignidade 8, 12, 16, 17, 24, 46, 47, 53, 54, 55, 56, 61, 121, 123, 124, 125,
128, 129, 131, 133, 134, 140, 141, 142, 144, 145, 156, 167, 185, 187, 189,
198, 199
Dignidade sexual de crianças 8, 121
Direitos fundamentais 46, 47, 53, 54, 106, 121, 124, 133, 142, 145, 156,
167, 184, 199
E
Enfrentamento à violência sexual 124, 172
Evolução dos direitos 7, 41, 43
202
F
Formação de conselheiros tutelares 3, 4
G
Garantia dos direitos humanos 8, 10, 154, 155, 157
Governo brasileiro 83, 90, 181
Grupalização interinstitucional 83, 91
I
Inclusão dos indígenas 8, 175, 198
M
Movimentos sociais 9, 46, 61, 85, 87, 88, 91, 163, 175, 206
N
Normas estabelecidas 83, 90
O
Origem indígena 48, 182
P
Poder público 20, 37, 46, 54, 81, 85, 90, 91, 92, 104, 134, 150
Povos indígenas 41, 149, 175, 176, 179, 180, 181, 182, 183, 184, 185, 187,
188, 189, 190, 191, 193, 194, 195, 196, 197, 198, 199, 200
Profissionalização 16, 42, 47, 53, 54, 123
Proteção à infância 54, 114
Proteção integral 9, 43, 46, 47, 48, 53, 54, 58, 104, 110, 114, 116, 121, 125,
126, 150, 151, 159, 162, 165, 167, 179
R
Reconhecimento da diferença 7, 41
Rede de proteção 7, 10, 19, 22, 26, 27, 28, 30, 34, 37, 38, 105
DIREITOS DE CRIANÇAS A ADOLESCENTES NA AMAZÔNIA: referências para a
formação de Conselheiros Tutelares e de Direitos e outros atores do Sistema de Garantia 203
S
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República 22, 39, 58, 59,
172
V
Valorização do estatuto da criança 8, 59, 147, 150
Valorização do estatuto da criança e do adolescente 8, 59, 147, 150
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SOBRE OS(AS) AUTORES(AS)
Alberto Damasceno
Graduado em Arquitetura pela Universidade Federal do Pará (1983), mestre
em Educação Escolar Brasileira pela Universidade Federal de Goiás (1991) e
doutor em Educação (Currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (1998), atualmente é professor associado IV da Universidade Federal do
Pará, desenvolvendo estudos na área da Educação com ênfase em História da
Educação e Planejamento Educacional. Além disso, coordena o Laboratório
de Planejamento da Educação Municipal (LAPEM) vinculado ao Instituto de
Editora CRV - Proibida a impressão e comercialização
André Franzini
Nascido em Cremona Itália, Educador Social, Assistente Social, Mestrando
de Administração, Conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança
e Adolescente (Conanda), mandatos 2009 a 2014 representando a CNBB/
Pastoral do Menor. Coordenador Geral IX Conferência Nacional dos Direitos
da Criança e Adolescente (2013), membro da Comissão Intersetorial Federal
de Monitoramento do Sinase (2010-2013), Prêmio Direitos Humanos Cidade
Cremona Itália (1997), Prêmio Direitos Humanos OAB/PA 2007. Coordena-
dor Nacional da Pastoral do Menor/CNBB mandato 2015/2017. Educador da
Escola de Conselho da UFPA.
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Bruno Sechi
Padre Bruno, nasceu na Sardenha – Itália em 1939 e veio bem jovem para o
Brasil. É um dos idealizadores do Movimento República de Emaús e tam-
bém do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua; dedicou grande
parte de sua vida à causa da Defesa dos Direitos Humanos e em particular,
Émina Santos
Pedagoga e Advogada; Mestre em Educação pela PUC/São Paulo; Doutora
em Ciências Sociais e Ambientais pelo NAEA/UFPA; Professora da Univer-
sidade Federal do Pará; Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Educação em Direitos Humanos/GEEDH do Instituto de Ciências da Educação
da UFPA; possui como objeto de pesquisa: Direitos Humanos, Educação em
Direitos Humanos e Política e Legislação da Educação: coordena projetos de
pesquisa e extensão em Educação em Direitos Humanos.
SOBRE O LIVRO
Tiragem: Não comercializada
Formato: 16 x 23 cm
Mancha: 12,3 X 19,3 cm
Tipologia: Times New Roman 11,5/12/16/18
Arial 7,5/8/9
Papel: Pólen 80 g (miolo)
Royal Supremo 250 g (capa)