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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE MEDICINA E CIÊNCIAS DA VIDA

ANA VITÓRIA LEME DE SIQUEIRA


AYNARA CRISTIANA DA SILVA
MEG EMILY CORRÊA BORGERT

PROJETO DE INTERVENÇÃO: CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES NO MANEJO


FRENTE À DEMANDA DE ANSIEDADE EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

CURITIBA
2023
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA DE MEDICINA E CIÊNCIAS DA VIDA

ANA VITÓRIA LEME DE SIQUEIRA


AYNARA CRISTIANA DA SILVA
MEG EMILY CORRÊA BORGERT

PROJETO DE INTERVENÇÃO: CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES NO MANEJO


FRENTE À DEMANDA DE ANSIEDADE EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Projeto de intervenção apresentado à disciplina de


Práticas Psicológicas no Contexto da Educação, do 7º
Período do Curso de Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná.
Professor:

CURITIBA
2023
SUMÁRIO

Caracterização Institucional--------------------------------------------------------------------------------- 4
Análise Institucional ------------------------------------------------------------------------------------------- 8
Projeto de Intervenção -------------------------------------------------------------------------------------- 10
Objetivos----------------------------------------------------------------------------------------------------------14
Justificativa------------------------------------------------------------------------------------------------------ 15
Etapas, Procedimentos e Instrumentos --------------------------------------------------------------- 17
Cronograma------------------------------------------------------------------------------------------------------19
Avaliação----------------------------------------------------------------------------------------------------------20
Referências------------------------------------------------------------------------------------------------------ 21
Apêndice---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 23
CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL

A escola escolhida pelo grupo para a elaboração do projeto de intervenção chama-se


Colégio Estadual Conselheiro Carrão, localizada na Rua Dr. Simão Kossobudsk, 151, no
bairro Uberaba, em Curitiba-PR. A entidade mantenedora da instituição é o Governo Estadual
do Paraná, em que os recursos financeiros são passados ao colégio por meio da Secretaria de
Educação de Curitiba. Atualmente, a direção da escola é regida por Denise Cristina da Rocha.
A instituição proporciona ensino a nível fundamental, com 11 turmas e 282
matrículas, a nível médio, com 5 turmas e 81 matrículas e educação para jovens e adultos,
com 4 turmas e 94 matrículas, totalizando 20 turmas e 457 matrículas. As modalidades de
ensino ofertadas para o nível médio, foco do presente projeto, são a de ensino médio e novo
ensino médio-integral.
As disciplinas ofertadas pela instituição para o Ensino Médio são: Componente
Curricular Eletivo, Educação Financeira, Educação Física, Estudo Orientado, Geografia,
História, Língua Inglesa, Língua Portuguesa, Matemática, Pensamento Computacional,
Práticas Experimentais, Projeto de Vida, Projeto de Vida I, Biologia, Física, Química, Arte I,
Educação Física I, Língua Portuguesa I, Complementação de Carga Horária, Componente
Curricular Eletivo I, Corresponsabilidade Social, Disciplinas Eletivas, Filosofia, Filosofia I, L
E M- Inglês, Língua Espanhola, Mentoria, Preparação Pós-Médio e Sociologia.

Histórico da Escola

A escola foi criada para atender um conjunto de casas populares localizado na Vila
Sofia, em dezesseis de setembro de um mil novecentos e cinquenta e nove, pelo Decreto nº
244800 com o nome de Grupo Escolar de “Vila Sofia”.Ela foi designada para responder pela
Direção a Professora Dorothéa Pizzato Vieira.Em 1960, a Escola passou a denominar-se
Grupo Escolar “Conselheiro Carrão” da Vila Sofia e em agosto de 1961, Grupo Escolar
“Conselheiro Carrão”.
A diretora, Dorothéa P. Vieira, que auxiliou em sua fundação, aposentou-se por
invalidez, em dezembro de um mil novecentos e setenta, sendo substituída pela Professora
Ubiramar Berenice Barcellos, através da Portaria nº 10.216/70, de 8712/70.
O colégio funcionou na 1ª fase do 1º grau, na condição de extensão do Colégio
“Professor Victor do Amaral”, sendo extintas a 5ª e 6ª séries no ano seguinte. Através do

4
Decreto nº 1596, de 11/02/76, o estabelecimento passou a ser Complexo Escolar do Colégio
“Professor Victor do Amaral”, com o nome de Escola Conselheiro Carrão – Ensino de 1º
grau.
A Professora Ubiramar Berenice Barcellos permaneceu na direção até 07/08/79,
quando foi designada para Inspetora Auxiliar de Ensino, sendo substituída pela Professora
Nina Maria Mehl Brandalize, através da Resolução nº 1293/79, de 07/08/79. Somente em um
mil novecentos e oitenta e um é que a escola obteve a autorização de funcionamento da 2ª
fase do 1º grau em caráter excepcional através da Resolução nº 219/81. Reconhecimento do
Curso completo de 1º Grau – Regular, Resolução nº 2723/82.
Em um mil novecentos e oitenta e três a Secretária do Estado da Educação, Gilda
Rocha Loures Polli, no governo de José Richa, assinou a legalização das direções através de
eleições. E em 17/06/83 houve a eleição, votaram professores, funcionários e todos os pais
que tivessem filhos no estabelecimento.No pleito constatou-se a vitória da professora Nina
Maria Brandalize que continuou na direção pela Resolução nº 2847/83 até 1988. As próximas
direções foram: Eliana F. da Silva Neves – 1989; Alda Bonfim Coelho – 1990-1992; Elaine
Halyzis S. Lopes – 1993-1995; Antoliana P. Tantos – 1996-2000; Elaine Halyzes S. Lopes –
2001-2005; Maria Divina de Godoi – 2006-2008; Dirceu Fonseca Filho- 2009-2015; Denise
Cristina Rocha até a presente data.
Em um mil novecentos e oitenta e cinco, foi autorizado o funcionamento do noturno
pela Portaria 913/85 de 8/04/85, com o intuito de atingir a população da região levando a
possibilidade de sonhar, ter o bem estar e a alimentação dentro da escola

Estrutura da instituição e recursos disponíveis:

Salas de Aula 14

Secretaria Escolar 1

Direção 1

5
Equipe Pedagógica 1

Sala Professores 1

Laboratório de Ciências, Física, Química e


Biologia 1

Laboratório de Informática 1

Biblioteca 1

Sala Arte 1

Banheiro para funcionários 1

Banheiro para estudantes 2

Cantina Comercial 1

Cozinha 1

Refeitório 1

6
Depósito para merenda 1

Imóvel Residencial/permissionário 1

Fonte: Projeto Político Pedagógico Escola Conselheiro Carrão, 2023

Além disso, a escola conta com 13 Aparelhos televisor multimídia, 12 Notebooks, 06


Computadores, 01 Aparelhos televisor, 01 Retroprojetor, 01 Rádio com CD, 01 Antena
Parabólica, 02 Caixas de Som com Microfone sem Fio como recurso material.

Recursos Humanos disponíveis

O colégio Estadual Conselheiro Carrão conta com:

Recursos Humanos disponíveis

Diretores 2

Pedagogos 4

Professores 34

Inspetores 5

Fonte: Projeto Político Pedagógico Escola Conselheiro Carrão, 2023

Além disso, a instituição também conta com 6 administrativos, 7 agentes de limpeza e


serventes. 2 merendeiras já contratadas e 1 está em processo de contratação.

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ANÁLISE INSTITUCIONAL

O presente trabalho refere-se a uma proposta de intervenção cujo tema é a capacitação


de professores no manejo frente à demanda de ansiedade em alunos do ensino médio. Essa
proposta foi constituída a partir de relatos do corpo docente do Colégio Estadual Conselheiro
Carrão a respeito das dificuldades que encontram no manejo e acolhimento de alunos do
primeiro, segundo e terceiro ano do ensino médio que apresentam sintomas de ansiedade.
A adolescência pode ser vista como um período de fragilidade, já que os jovens
enfrentam mudanças biopsicossociais que dificultam a utilização dos recursos disponíveis
para se proteger dos perigos presentes em seu ambiente social. Nessa fase, a ansiedade
geralmente se manifesta através de uma combinação de sintomas físicos, emocionais,
comportamentais e cognitivos. Esses sintomas incluem a percepção exagerada de perigo,
medo e ameaça, juntamente com uma sensação de impotência para enfrentar a situação.
(OLIVEIRA, 2011).
De acordo com o Manual Diagnóstico dos Transtornos Mentais V- Revisado (2023),
os transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham características de medo e
ansiedade excessivos e distúrbios comportamentais relacionados. Dentre esses, os transtornos
que possuem maior taxa de prevalência entre indivíduos de 13 a 17 anos são: o Mutismo
Seletivo e o Transtorno de Ansiedade Social.
O mutismo seletivo é caracterizado por uma falha consistente na comunicação em
determinadas situações sociais em que se espera que a pessoa fale, como na escola, mesmo
sendo capaz de comunicar-se em outras situações. Essa incapacidade de falar não é resultado
de falta de conhecimento ou desconforto com a linguagem falada exigida na situação social.
As características frequentemente associadas ao mutismo seletivo incluem timidez excessiva,
medo de constrangimento, isolamento social, retraimento, apego, traços compulsivos,
negativismo, acessos de raiva ou comportamento de oposição leve. (DSM V -TRT, 2023).
Já o transtorno de ansiedade social se caracteriza pelo medo ou ansiedade intensos em
situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros. Esse medo pode se
manifestar em crianças e adolescentes durante sua interação com pares . Quando exposto a
tais situações sociais, o indivíduo teme ser avaliado negativamente, no qual o medo é
considerado desproporcional ao risco real ou às consequências de tal avaliação negativa.
Adolescentes também podem apresentar um padrão mais amplo de medo e evitação,
incluindo situações sociais como relacionamentos afetivos, em comparação a crianças mais
novas. (DSM V- TRT, 2023).

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Ainda de acordo com o DSM V Revisado (2023), ambos os transtornos podem se
tornar geradores de comprometimentos sociais e de aprendizagem, além de possuírem relação
com a altas taxas de abandono escolar, diminuição no bem-estar, emprego, produtividade no
ambiente de trabalho, status socioeconômico e qualidade de vida dos portadores.
O papel dos professores na saúde física e mental de adolescentes a longo prazo dos
alunos é notável. A conexão escolar, ou seja, a sensação de valorização dos alunos pelos
professores e colegas, tem impacto direto nas taxas de uso de substâncias, iniciação sexual
precoce, violência, lesões, sofrimento emocional, distúrbios alimentares e suicídio. Isso é
especialmente importante para crianças vulneráveis, que podem compensar a falta de conexão
em outras áreas da vida por meio da conexão escolar. A relação entre aluno e professor é o
canal pelo qual a conexão escolar afeta a saúde a longo prazo. Desse modo, a influência dos
professores na saúde mental dos alunos mostra-se tão significativa quanto sua influência nas
notas acadêmicas. (LOWRY, et al., 2022)
Assim, ao ter contato direto com alunos que sofrem de transtornos psicológicos, em
especial Transtornos de Ansiedade, surgem indagações sobre como o professor deve lidar
com essas situações, como agir diante de alunos que estejam passando por crises e como
esses alunos se relacionam com a escola, mesmo vivenciando constantes estados de alerta
causados por essas crises. (OLIVEIRA, 2011)

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PROJETO DE INTERVENÇÃO

Introdução

A passagem pelo Ensino Médio por se tratar de um momento representativo na vida


de muitos, pode trazer consigo novas experiências e sensações com as quais adolescentes não
estão acostumados. No processo de adaptação deste contexto, ocorrem mudanças pessoais,
sociais, contextuais, que exigem maior autonomia e geram expectativas nos acadêmicos, fator
que pode influenciar em um alto nível de ansiedade (SOUZA, 2020).

Diante deste argumento e considerando a demanda atual do colégio Estadual Conselheiro


Carrão, onde há demandas sobre o comportamento ansioso dos alunos, a presente proposta de
intervenção “capacitação de professores no manejo frente à demanda de ansiedade em alunos
do ensino médio” se propõe a dar um suporte maior para os docentes frente a esse impasse. A
intervenção apresentada visa promover a partir de um protocolo de treinamento a capacitação
de professores para lidar de forma correta com as demandas de ansiedade. O protocolo possui
uma etapa em que serão explicados os principais sintomas de ansiedade, a fim de os
professores realizarem um reconhecimento mais assertivo e seguro da situação problema.
Também, o protocolo se propõe a instruir os docentes para os primeiros socorros psicológicos
a partir de uma estratégia de coping, possibilitando assim uma diminuição do estado de
apreensão e desconforto dos discentes.

Principais sintomas da Ansiedade

O conhecimento e o monitoramento da manifestação da ansiedade nos adolescentes é de


extrema importância, pois essa análise aponta em quais situações essa característica tende a
ocorrer com mais frequência. São nesses momentos que o indivíduo fica mais vulnerável a
ser acometido pela ansiedade em razão da situação atual, podendo transformar-se em quadros
graves. Conhecer os sintomas de ansiedade mais comuns nos adolescentes leva à reflexão por
parte de pais, professores e psicólogos que podem intervir sistematicamente para prevenir ou
minimizar o seu desenvolvimento. Desse modo.os sintomas mais comuns manifestados em
adolescentes do sexo masculino são sintomas físicos e emocionais: tremor, agitação,
irritabilidade, taquicardia, dor de estômago e insônia, medo, preocupação, nervosismo, pavor,
aborrecimento e susto. Já os sintomas mais comuns em adolescentes do sexo feminino são os

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sintomas físicos e os sintomas emocionais: impaciência, medo e sentimento de incapacidade,
sudorese e a insegurança (BATISTA e OLIVEIRA, 2005).

Primeiros socorros psicológicos e estratégias de coping

“Coping” pode ser definido como um conjunto de esforços, cognitivos e


comportamentais, utilizado pelos adolescentes para lidarem com exigências específicas,
externas ou internas, ou o conflito entre ambas, que são avaliadas como excedentes dos
recursos pessoais. As estratégias de coping focadas no problema refletem esforços cognitivos
e comportamentais com o intuito de lidar e resolver uma situação geradora de estresse,
enquanto que as estratégias de coping focadas na emoção incluem esforços cognitivos e
comportamentais para evitar pensar sobre a situação estressante ou com o objetivo de lidar
com o desconforto emocional causado pelo estresse.
O processo de coping torna-se particularmente importante, na medida em que é a
chave para entender o modo como os adolescentes respondem ou lidam com os problemas ou
com as transições a que estão sujeitos, que, por sua vez, têm impacto no seu ajustamento
psicossocial (BORGES et. al., 2008).
Desse modo, os professores podem fazer uso dessas estratégias para auxiliar o aluno
durante uma crise de ansiedade e entender como eles lidam com as situações de conflito. De
acordo com o National Institute of Mental Health (2021), dentre as principais estratégias de
Coping, é possível aplicar as estratégias focadas na emoção, em conjunto com os
mecanismos de relaxamento e as técnicas a seguir:
1. Mantenha a calma e se aproxime do aluno: Tente manter um tom de voz calmo e diga que
você está ali para auxiliá-lo.
2. Ajude a pessoa a se sentir segura: Verifique se a pessoa está em um ambiente seguro e
confortável. Se não estiver, ajude-a a se deslocar para um lugar mais seguro e tranquilo.
3. Pegue nas mãos do aluno e o incentive a respiração profunda: auxilie-o a respirar
profundamente e devagar, concentrando-se em inspirar pelo nariz e expirar pela boca. É
importante que você respire junto com ela para ajudá-la a regular a respiração.
Algumas técnicas de respiração que podem ser úteis para adolescentes com ansiedade são:
- Respiração diafragmática: Ajuda a reduzir a frequência cardíaca e a pressão arterial,
promovendo a sensação de relaxamento. O adolescente deve deitar de costas com uma
mão no peito e outra no abdômen, inspirar profundamente pelo nariz, enchendo o
abdômen de ar, e depois expirar lentamente pela boca, soltando o ar do abdômen.

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- Respiração quadrada: Ajuda a focar a atenção e a relaxar a mente. O adolescente deve
inspirar pelo nariz contando até quatro, segurar a respiração contando até quatro,
expirar pela boca contando até quatro e segurar a respiração sem ar contando até
quatro. Esse processo pode ser repetido várias vezes.
- Respiração alternada: Ajuda a equilibrar os hemisférios cerebrais e a reduzir o
estresse. O adolescente deve fechar uma das narinas com o dedo e inspirar pelo nariz,
contando até quatro, depois fechar a outra narina com o dedo e expirar pela narina
oposta, contando até quatro. Em seguida, o adolescente deve inspirar pela narina
oposta, contando até quatro, e expirar pela narina original, contando até quatro.
4. Quando sua respiração entrar em um fluxo de normalidade, ajude-o a perceber o ambiente
ao redor para que sua atenção se fixe no aqui e agora. Para isso, o professor pode utilizar a
técnica do cubo de gelo . A técnica do gelo é uma estratégia de coping que pode ser útil para
lidar com a ansiedade. Ela envolve a utilização de um cubo de gelo para trazer a pessoa para
o momento presente e reduzir os sintomas de ansiedade. O processo da técnica do gelo é o
seguinte:
1. Pegue um cubo de gelo e segure-o na mão. Sinta a sensação de frio e umidade do gelo.
2. Foque toda a sua atenção na sensação do gelo em sua mão. Observe a textura, a
temperatura e as mudanças de sensação ao longo do tempo.
3. Conscientize-se da sua respiração e tente respirar lentamente e profundamente enquanto
continua segurando o gelo.
4. Caso você comece a se distrair, tente trazer o seu foco novamente para a sensação do gelo
em sua mão.
Essa técnica pode ajudar a reduzir a ansiedade ao redirecionar o foco para uma
sensação física presente e fornecer uma distração para os pensamentos ansiosos.
Outra estratégia que pode ser utilizada é a estratégia de apertar as mãos, que é uma
técnica simples que pode ajudar a reduzir a ansiedade em momentos de estresse. O passo a
passo desta é:
1. Comece estendendo os braços à sua frente, com as palmas das mãos voltadas uma para a
outra.
2. Feche as mãos em punho, mantendo os braços estendidos.
3. Aperte com força os punhos por 5 a 10 segundos, respirando profundamente pelo nariz.
4. Solte os punhos e relaxe os braços, soltando o ar pela boca lentamente.
5. Repita o processo algumas vezes, apertando e soltando os punhos lentamente, até sentir a
ansiedade diminuir.

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Essa técnica funciona como uma forma de liberar a tensão acumulada no corpo
durante momentos de ansiedade e estresse. (NATIONAL INSTITUTE OF MENTAL
HEALTH, 2021)

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OBJETIVOS:

Objetivo Geral
Estabelecer ferramentas que auxiliem os professores na aplicação de estratégias de
acolhimento e manejo de adolescentes do ensino médio em meio a crises de ansiedade.

Objetivos Específicos
a) Diagnóstico
Identificar as dificuldades apresentadas pelos professores acerca de como auxiliar os
alunos em meio a crises de ansiedade.

b) Intervenção:
Promover conhecimento acerca das crises de ansiedade e como identificá-las.
Auxiliar no desenvolvimento de estratégias para que os educadores estejam melhor
preparados para lidar com a situação.

c) Avaliação
Constatar se as medidas apresentadas e ensinadas aos professores foram eficazes para
o acolhimento e manejo de crises de ansiedade em alunos do Ensino Médio.

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JUSTIFICATIVA:

O presente projeto é uma proposta de intervenção, voltada para a psicoeducação de


professores acerca das aplicações da ansiedade e para o treinamento desses para o
acolhimento e manejo correto em situações de crise de ansiedade em alunos do Ensino
Médio. A partir da visita à escola estudada para a elaboração do presente trabalho, pode-se
observar a dificuldade dos profissionais de educação ao lidar com esse tipo de demanda, visto
que uma das principais queixas apresentadas é de que se consideram pouco preparados para
auxiliar os estudantes.
A ansiedade pode ser caracterizada por um sentimento geral de perigo, responsável
por alertar o indivíduo acerca de uma possível ameaça, podendo manifestar-se tanto de forma
fisiológica, quanto cognitiva. Dentre as suas manifestações fisiológicas pode-se destacar
agitação, hiperatividade e movimentos precipitados, enquanto as manifestações cognitivas
incluem a intensificação da atenção e vigília frente aos estímulos do ambiente, pensamentos e
possíveis situações aversivas. Por outro lado, a ansiedade patológica é uma resposta
inadequada a um estímulo específico, devido à sua intensidade ou duração. Em uma
perspectiva mais ampla, a ansiedade considerada normal é aquela reação que não é
desproporcional ao grau de ameaça real, não envolve repressão ou outros mecanismos de
conflito interno, não requer mecanismos de defesa neurótica e pode ser gerenciada de
maneira construtiva através da percepção consciente ou aliviada se a situação real for
modificada. (BATISTA e OLIVEIRA, 2005)
Desse modo, segundo Batista e Oliveira (2005), a ansiedade pode ser identificada por
meio da observação de fenômenos como tremores ou sensação de fraqueza; tensão ou dor
muscular; inquietação; fadiga fácil; falta de ar ou sensação de fôlego curto; palpitações;
sudorese, mãos frias e úmidas; boca seca; vertigens e tonturas; náuseas e diarréias; rubor ou
calafrios; polaciúria (aumento do número de urinadas); bolo na garganta; impaciência;
resposta exagerada à surpresa; dificuldade de concentração ou memória prejudicada;
dificuldade de conciliar e manter o sono e irritabilidade. A partir do relato dos professores da
escola contemplada pelo presente trabalho, pode-se concluir que na maior parte dos casos de
crise de ansiedade apresentada por alunos do Ensino Médio, os sintomas de falta de ar ou
sensação de fôlego curto, inquietação, tremores e náuseas são os mais observados.
Com relação aos dados existentes acerca da presença de sintomas ansiosos na
adolescência, estudos demonstram uma prevalência relevante em estudantes do Ensino

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Médio. Em estudo realizado em 2018 com 503 estudantes do ensino médio de uma escola
estadual em São Paulo, foi encontrada uma prevalência de 33,3% de sintomas de ansiedade
moderada a grave, avaliados pela Escala de Ansiedade de Beck (Beck Anxiety Inventory -
BAI) (referência: Oliveira et al., 2018). Em outro estudo realizado em 2019 com 187
estudantes do ensino médio de uma escola particular em Minas Gerais, foi encontrada uma
prevalência de 30,5% de sintomas de ansiedade moderada a grave, avaliados pela Escala de
Ansiedade Estado-Traço (State-Trait Anxiety Inventory - STAI) (referência: Lima et al.,
2019). Já em pesquisa realizada em 2020 com 578 estudantes do ensino médio de uma escola
pública em Pernambuco, foi encontrada uma prevalência de 25,1% de sintomas de ansiedade
moderada a grave, avaliados pela Escala de Ansiedade de Beck (BAI) (referência: Torres et
al., 2020). Os dados citados estão refletidos de forma evidente no relato dos professores da
instituição, que demonstraram preocupação acerca da frequência e abrangência dos casos de
crise de ansiedade por parte dos alunos do Ensino Médio.
A partir da contextualização sobre as características da crise de ansiedade e da
apresentação de estudos que demonstram a prevalência significativa desses eventos em
alunos de Ensino Médio, atrelados às queixas dos professores da instituição, a importância da
capacitação de profissionais da educação para o manejo correto e acolhimento fica evidente.
Segundo Feitosa, Ricou, Rego e Nunes, (2011), a compreensão e habilidade de detectar os
sintomas de transtornos, como a ansiedade, na adolescência é crucial, pois possibilita um
possível diagnóstico e tratamento precoce, o que pode levar a resultados mais favoráveis para
a saúde emocional e mental desses jovens futuramente. Nesse sentido, uma educação que
busque uma formação humana completa deve incluir o desenvolvimento integral dos
estudantes, visando formar indivíduos críticos e emocionalmente saudáveis, por meio da
realização de ações que proporcionem suporte emocional aos adolescentes e estudantes
durante todo o processo educacional e profissional, a fim de promover o bem-estar, a saúde
mental, a aprendizagem e a formação humana integral. (SOARES E ALMEIDA, 2020)

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ETAPAS, PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS.

ETAPA 1: Apresentação do projeto

Objetivo específico: A primeira etapa tem por objetivo a apresentação do projeto de


intervenção aos diretores do Colégio Estadual Conselheiro Carrão a fim de obter aprovação
para aplicação deste.

Instrumento/Técnica: O instrumento utilizado para a apresentação do projeto será a


exposição oral em conjunto com a exibição do projeto formalizado por escrito.

Procedimentos: Após o agendamento da reunião de apresentação via aplicativo de


comunicação, as alunas apresentarão à 1 diretora geral e 1 diretora pedagógica o projeto de
intervenção que será aplicado aos professores do ensino médio por meio de treinamento. Os
responsáveis por essa etapa serão as alunas Ana Leme , Aynara Cristiana e Meg Borget

ETAPA 2: Etapa de aplicação

Objetivo específico: O objetivo desta etapa constitui-se na aplicação do projeto de


intervenção aos 34 professores da instituição.

Instrumento/Técnica: A técnica utilizada para essa etapa será a apresentação oral dos temas
do treinamento de capacitação de professores, bem como o uso de material de apoio chamado
“ Respirando Fundo: estratégias para lidar com ansiedade em sala de aula”

Procedimentos: O treinamento será dado ao longo de 3 encontros com os professores, que


serão divididos nas seguintes etapas:
Encontro 1: Neste encontro haverá uma exposição oral sobre os transtornos de ansiedade
dada pela aluna Ana Vitória Leme. Ao longo deste, serão abordados os temas transtornos de
ansiedade e quais são os principais sintomas. Com o auxílio de slides e o material de apoio, a
aluna apresentará aos professores os dados teóricos do assunto. O tempo proposto para esse
encontro é de 20 minutos.

17
Encontro 2: Esse encontro terá como objetivo a apresentação teórica das estratégias que
podem ser utilizadas com os alunos ao longo de uma crise de ansiedade. Essa etapa será
exposta pela aluna Meg Emilly Borget aos 34 professores, com auxílio de slides e do
material de apoio e terá duração prevista de 20 minutos.

Encontro 3: Essa etapa terá por objetivo o treinamento prático dos professores às demandas
de ansiedade. Nessa, ocorrerá uma simulação de demanda: os 34 participantes serão divididos
entre dois grupos professores e alunos, no qual os alunos serão instruídos a relatarem
sintomas gerados pela ansiedade e demandas que podem estar atreladas a esses sintomas. Já a
turma dividida em professores aplicará as estratégias estudadas na turma de alunos, sob
supervisão das aplicadoras Ana Leme, Aynara Cristiana e Meg Borgert. Essa etapa terá
duração de 1 hora e ao final da simulação, a aluna Aynara Cristiana dará feedback aos
participantes.

ETAPA 3: Feedback

Objetivo específico: Receber retorno dos professores e das diretoras da instituição sobre a
intervenção aplicada.

Instrumento/Técnica: O instrumento utilizado para o feedback será um questionário com


perguntas abertas que serão enviadas aos professores.

Procedimentos: O feedback será realizado em questionário no qual os professores


responderão perguntas abertas com o intuito de identificar os benefícios e as lacunas deixadas
pela intervenção.

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CRONOGRAMA

Apresentação Aplicação Etapa Aplicação Etapa Aplicação Etapa 3 Feedback


1 3

Data: Data: 05/06/ 2023 Data: 12/06/ 2023 Data: 19/06/ 2023 Data: 26/06/ 2023
02/06/2023 Hora:09:00- 09:20 Hora: 09:00- 09:20 Hora: 09:00- 10:00
Hora:14:00-14:
40

19
AVALIAÇÃO Avaliar se os objetivos foram atingidos, os pontos positivos e negativos do
treinamento realizado como intervençaõ

Objetivo específico: Constatar se houve mudanças na percepção sobre o que se caracteriza


ansiedade na adolescência, bem como investigar se houve mudanças quanto ao manejo desta
problemática na visão dos professores.

20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais: DSM-5-TR. 5.ed. rev. Porto Alegre: Artmed, 2023.

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Disponível em: <https://www.apa.org/topics/anxiety/help>. Acesso em: 07 maio 2023.

BATISTA, Marcos Antonio; OLIVEIRA, Sandra Maria da Silva Sales. Sintomas de


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BORGES, A. I. et al. Ansiedade e coping em crianças e adolescentes: Diferenças


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FEITOSA, H. N.; RICOU, M.; REGO, S.; NUNES, R. A saúde mental das crianças e dos
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19, n. 1, p. 259-275, 2011.

LIMA, C. A. et al. Prevalência de ansiedade em estudantes do ensino médio. Revista


CEFAC, v. 21, n. 2, 2019.

LOWRY, Chloe et al. Teachers: the forgotten health workforce. Journal of the Royal
Society of Medicine, v. 115, n. 4, p. 133-137, 2022.

OLIVEIRA, M. A. S. et al. Prevalência de sintomas de ansiedade em estudantes do ensino


médio: um estudo transversal. Archives of Health Investigation, v. 7, n. 3, p. 127-133, 2018.

OLIVEIRA, M. I. S. Intervenção cognitiva-comportamental em transtorno de ansiedade:


relato de caso. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, Campinas, v.7, n.1, p. 30-34,
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SOARES, D. P.; ALMEIDA, R. R. Intervention and management of anxiety in students of the


integrated high school. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 10, 2020.

21
SOUZA, C. M de. Ansiedade e Desempenho Escolar no Ensino Médio Integrado. Dissertação
(Mestrado em Educação) - Universidade do Vale do Sapucaí. Pouso Alegre, 2020.

TORRES, M. D. S. et al. Prevalência e fatores associados aos sintomas de ansiedade em


estudantes do ensino médio de uma escola pública do Nordeste brasileiro. Revista Brasileira
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NATIONAL INSTITUTE OF MENTAL HEALTH. Anxiety disorders. 2021. Disponível em:


<https://www.nimh.nih.gov/health/topics/anxiety-disorders/index.shtml>. Acesso em: 07
maio 2023.

22
APÊNDICE

DIÁRIO DE CAMPO

No dia 17 de abril de 2023, as discentes de Psicologia entraram em contato via ligação com a
secretaria do Colégio Estadual Conselheiro Carrão, a fim de marcar uma visita na instituição.
No dia 22 de abril de 2023, as universitárias foram recebidas pela diretora geral e pela
diretora pedagógica para uma primeira coleta de dados que foi realizada por meio de
entrevista semi- estruturada, como roteiro a seguir:

Roteiro de entrevista Colégio Estadual Conselheiro Carrão

1. Cargos Entrevistados:
Diretora geral e diretora pedagógica.

2. Objetivo da Entrevista:
Conhecer a história, o funcionamento e as dificuldades cotidianas vivenciadas pelos docentes
e discentes do local. Baseado nestes aspectos, identificar possíveis fragilidades que careçam
de intervenções psicológicas.

3. Demandas Apresentadas:
- Elevados casos de bullying na escola (violência verbal)
- Falta de motivação dos alunos e necessidade de melhorias no projeto de vida
- Necessidade de orientação aos professores da escola direcionada a compreensão das
demandas dos jovens nessa fase da vida, principalmente com relação a ansiedade.
- Mau uso das redes sociais.

4. Cargos

a) Quantos profissionais fazem parte do quadro hoje?


34 professores, 3 pedagogas, 5 inspetoras, 6 administrativos e 7 agentes de limpeza e
serventes , aparte tem 2 merendeiras já contratadas e 1 está em processo de contratação.

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b) Tem psicólogo nessa equipe profissional?
Não tem.

5. Alunos

a) Quantidade de alunos regulares?


350 no integral matriculados, noturno tem 93 matrículas.

b) Frequência dos alunos?


Dentro do esperado, cerca de 86 a 90%.

c) Como os alunos se sentem com relação ao espaço da escola?


Uma excelente relação, tanto com o espaço e com os profissionais do local.

6. Relacionamentos

a) Como é a interação alunos-professores, aluno-coordenador?


De respeito, além de também serem incentivados pelos pais a terem uma boa convivência
com os profissionais da escola. Contudo, alguns professores novos reclamam de certas turmas
e relatam conflitos entre alunos e professores.

b) Como é a interação entre os profissionais em geral?


É um ambiente onde se tem profissionais com diferentes formações e histórias, nem todos
acham apropriado o estudo integral e não gostam da dinâmica da proposta, isso faz com que
gere conflito de entendimento entre os profissionais mais novos.

7. Demandas

a) O que reconhece das potencialidades da escola?


Acolhimento em sentido geral, como acolhimento físico, alimentar, social, educacional.

b) O que reconhece como pontos a melhorar (Demandas atuais na Instituição;


deixar livre para o profissional falar)

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Tudo, não existe nada que não possa ser melhorado, com isso, todos os programas da escola
podem ser melhorados. O que é mais perceptível é a dificuldade de alguns professores em
lidar com as demandas dos alunos, principalmente os adolescentes.

Obs: Existe uma matéria chamada Projeto de Vida que leva aos alunos experiências
como visitas a museus, cinemas e desperta o estímulo para sonhar e idealizar uma
vida no futuro.

8. Inclusão

a) Existe projeto de inclusão em andamento na escola? Se sim, quais são as


principais características deste projeto?
Já existe, tem professores específicos que trabalham com essa demanda, 2 professoras que
tem uma sala exclusiva que atendem crianças que já vem com diagnosticadas, sendo estas
atendidas dentro de sala com estudo orientado e o professor responsável vai até a sala e
trabalha com esse aluno. O professor da sala de recursos mantém o contato com o professor
"regular" para sempre trabalhar em conjunto com o desenvolvimento do aluno com alguma
deficiência cognitiva.
Já foi feita a solicitação para mais 2 profissionais.

9. Perfil sócio-demográfico (Identificar as influências consequentes)

*Drogas - não veem muito, pelo respeito que tem pela escola
*Violência - Intolerância dos alunos entre si tem, mas nada muito sério que envolva violência
física, verbal até tem, porém, nada altamente preocupante.

10. Acessibilidade

Qual seria o grande desafio de um psicólogo se fizer parte da equipe de profissionais da


escola?
Seriam duas frentes:
a) Uma das questões seria com os estudantes, na passagem da infância para adolescência
b) Professores carecem de um apoio para lidar com as dificuldades dos alunos na
adolescência: Bullying, Cyberbullying, Ansiedade, Problemas Familiares.

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