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PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTARÉM

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E DESPORTO- SEMED

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL

NOSSA SENHORA DE FÁTIMA – ALDEIA DE NOVA VISTA

CÓDIGO: 15013049

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICA ESCOLAR


2022/ 2023/ 2024

Gestora:
Coordenadora Pedagógica: Socorro Cardoso
Secretário: Natanael Ferreira Nascimento
Endereço: Aldeia Nova Vista – Rio Arapiuns
Telefone: (93) 991944228 (direção)

Santarém-PA
2022
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APRESENTAÇÃO

O Projeto Político – Pedagógico (PPP) da escola está hoje inserida num


cenário marcado pela diversidade. Cada escola é resultado de um processo de
desenvolvimento de suas próprias contradições. Conforme Gadotti (2010), não
existem duas escolas. Diante disso, desaparece aquela pretensão de saber de
antemão quais serão os resultados do projeto.
Por isso, não deve existir um padrão único que oriente a escolha do
projeto de nossas escolas. Não se atende, portanto, uma escola sem
autonomia, para estabelecer o seu projeto e autonomia para executá-lo e
avaliá-lo.
Em se tratando de uma escola da modalidade de ensino indígena, como
a Escola Nossa Senhora de Fátima, o seu Projeto Político-Pedagógico
presenta uma identidade, pois, como dissemos acima, cada escola possui um
processo individual de desenvolvimento e torna-se única entre as demais.
Assim, em nosso PPP, pretendemos mostrar as características divergentes e
convergentes.
Entre as características convergentes, mostraremos os atributos comuns
a todas as escolas indígenas que residem no resgate e trabalho contínuo com
a cultura dos antepassados. Já entre as características divergentes, temos
trabalhado a expansão da visão dos alunos mostrando aos mesmos a
necessidade de conhecer os diversos tipos de saberes e a necessidade de ter
contato aos conhecimentos dentro da cultura indígena e não indígena.
Com nosso PPP, esperamos estar cumprindo nosso papel, como escola
e local de formação, que é formar cidadãos críticos e atuantes, conscientes de
seus direitos e deveres que venham a somar aos esforços de construir uma
sociedade mais igualitária e com oportunidade de desenvolvimento escolar e
profissional iguais para todos.
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SUMÁRIO

01. CARACTERIZAÇÃO......................,,,.......................................,,...........................03
05. APRESENTAÇÃO DA VISÃO, MISSÃO, OBJETIVO E METAS DA ESCOLA.................04

03. JUSTIFICATIVA..................................................................................................................05

04. FUNDAMENTOS...................... ..........................................................................................06

4.1 POLÍTICO............................................................................................................................06

4.2 ÉTICOS................................................................................................................................06

4.3 EPISTIMOLÓGICOS............................................................................................................06

05. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS – METODOLÓGICOS........................................................07

6. PRESSUPOSTO DE AVALIAÇÃO........................................................................................08

6.1 DESEMPENHO ESCOLAR............................................................................................08

6.2 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL...........................................................................................08

6.3 PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO................................................................................08

07. PROPOSTA CURRICULAR................................................................................................19

08. PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA......................................................................20

09.PROPOSTA DE AÇÕES COM A COMUNIDADE..................................................................21

10. PLANO DE AÇÃO............................................................................................................22

11. REFERÊNCIA...................................................................................................................23
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1.CARACTERIZAÇÃO DAS ESCOLAS

1.1. ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO


FUNDAMENTAL “NOSSA SENHORA DE FÁTIMA”

No ano de 1967, houve a necessidade de dar a criação a um espaço


educacional que pudesse alfabetizar as 22 (vinte e duas) crianças que
abitavam a comunidade. No mesmo ano, os moradores se reuniram juntamente
com o governo atuante de Elias Pinto e construíram o primeiro barracão
comunitário que serviu de ambiente escola, sobre a orientação da professora
Juvenina Sousa dos Anjos que atuou por 18 (dezoito) anos na educação dos
alunos de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental.
O nome a ser dado para a escola surgiu primeiramente pela escolha da
professora Juvenina em colocar o nome de Nossa Senhora de Fátima por ser
devota da mesma. No mesmo contexto, surge a necessidade de escolher uma
padroeira para a comunidade, uma vez que os moradores recebiam em suas
casas um grupo de oração que levava diversas imagem e nesse processo
escolheram a imagem de Nossa Senhora de Fátima a ser padroeira da
comunidade, por seguinte os moradores pedem para comprar a imagem em
Santarém, mais houve um pequeno engano do comprador que trouxe a
imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e como sem ter o que fazer
os moradores da aldeia aceitaram a imagem que permanece até hoje como
padroeira da comunidade de Nova Vista.
Na época da professora Juvenina, o ambiente escolar era um barracão
coberto de palha, cercado de madeira que durou por alguns anos, até ser
construído outro barracão para abrigar as demais turmas surgidas no decorrer
dos anos.
Em 1986, a professora Dalva Cardoso dos Anjos passou a atuar na
escola com a turma de multisseriada de 1ª a 4ª série do ensino fundamental.
Na época a estrutura física da escola era um barracão coberto de palha de
bacabeiras. Já em 1994, sob a liderança do presidente José Pereiras, foi
construído outro barracão no centro da comunidade com a ajuda dos
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moradores e alguns políticos atuantes na época, permanecendo essa estrutura


por alguns anos.
No ano de 2004, a escola tornou-se anexo à Escola São Pedro, na
comunidade de mesmo nome, no Rio Arapiuns. Após dois anos, devido à
necessidade de iniciar com as turmas de 5ª a 7ª série do Ensino Fundamental,
os moradores, novamente, com as lideranças construíram um novo espaço
capaz de abrigar as turmas dos novos educandos.
Em 2007, abriu-se a primeira turma de 8ª série, e, assim, a escola
completou o quadro de séries do Ensino Fundamental. No ano seguinte, foi
concretizado o sonho dos moradores por meio da construção da nova estrutura
da escola tendo um prédio composto por 3 (três) salas de aula, 1 (uma)
biblioteca, 1 (uma) sala dos professores, 1 (uma) secretaria, 2 (DOIS)
banheiros e 1 (um) refeitório.
Em decorrência da necessidade de abrigar novas turmas a comunidade
construiu salas extras nas dependências da escola. Ela funcionava em 3 (três)
turnos, possuindo em seu corpo docente 7 (sete) professores, 2 (duas)
educadoras alimentar, 2 (dois) vigias, 1 (uma) direção e 1 (um) secretario. A
escola atende o nível Fundamental por meio da modalidade Educação Escolar
Indígena com alunos de 1ª a 8ª série, através do Ensino Regular e Educação
de Jovens e Adultos (EJA).
A educação Escolar indígena, na escola, procura valorizar a cultura,
tradição e língua de seu povo consoante a realidade da comunidade. Assim,
buscando assegurar aos alunos uma educação escolar diferenciada específica
e intercultural. No intuito de resgatar a cultura indígena perdida na interação
entre índio e não índio. Essa educação é trabalhada desde a séries iniciais até
as séries finais do Ensino Fundamental.
Em 2010, a escola Nossa Senhora de Fátima funcionou, como Polo,
tendo como anexo apenas a Escola Santa Terezinha, na Aldeia Braço Grande,
sob a direção do pedagogo Vagner Fernando. No ano seguinte, em 2011, a
escola Nossa Senhora de Fátima recebe como nova diretora a pedagoga
Francivalda Magalhães Cardoso de Souza que recebe como anexo as
seguintes escolas: Santa Terezinha, Aldeia Braço Grande (povo Arapiuns);
escola Santo Antônio, Aldeia Camará (povo Arapiuns); escola São João, Aldeia
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São João Tapira (povo Arapiuns); escola São Jorge, Aldeia Aminã (povo
tapuia); e escola Sorriso de Maria, Aldeia Aningalzinho (povo Tupaiú).
Quanto às turmas a escola conta com as modalidades se dão através do
Ensino da Educação Infantil – com Pré 1 e 2; séries iniciais de 1ª a 4ª séries
iniciais; ensino fundamental de 5ª a 8ª série do ensino fundamental e o ensino
modular de 1ª a 3º ano à nível médio.
As atividades se desenvolvem através de pesquisas de campo, rituais,
projetos, datas comemorativas etc.
- Aulas na sala de aula: são realizados trabalho em dupla, em equipes,
expositivos, individuais, debates, seminários.
- Aulas através de pesquisas: pesquisa de campo, extraclasse, projetos
como casinha de leituras; sobre o meio ambiente e saúde; o mapeamento da
aldeia; horta comunitária.
- Aulas de práticas culturais: danças, rituais, paródias, versos, poesias,
dramatização, teatro.
Em 05 de Agosto de 2015 a Escola Municipal de Educação Infantil e
Ensino Fundamental Nossa Senhora de Fátima é autorizada para expedir a
certificação aos alunos nas três modalidades de ensino: Educação Infantil (Pré
I e II), através da resolução nº 042 de 05 de agosto de 2015.CME/STM/PA.
Ensino fundamental de 1ª a 9º ano, através da resolução nº 043 de 05
de agosto de 2015 e 1ª a 4ª etapa – EJA – Educação de Jovens e Adultos
através da resolução nº 044 de 05 de agosto de 2015, validação por três anos.
No ano de 2018 e 2019, na escola e desenvolvido o projeto A leitura que
nos aproxima da leitura que nos transforma. Projeto desenvolvido pela
acadêmica de mestrado Luana Cardoso de Oliveira da aldeia Nova Vista, com
o apoio da acadêmica Susan Michele Nogueira dos Anjos da aldeia Braço
Grande, tendo como orientador o professor Zair Henrique Santos indígena do
povo Arapiuns.
No ano de 2020 as aulas foram paralisadas na escola em março por
conta da Pandemia COVID 19, que atingiu o mundo inteiro, em 21de setembro
de 2020 a escola recebe a prorrogação da autorização provisória, através da
resolução nº 003 de 21 de setembro de 2020/CME/STM/PA.
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No ano de 2021 as escolas iniciam suas atividades de forma remota com


os alunos, ainda sob ameaça da pandemia COVID 19 e posteriormente de
forma hibrida e posteriormente com aulas presencias e semipresenciais.
Atualmente a escola funciona com 60 alunos, distribuídas em turmas do
Pré–Escolar ao 9º ano (ensino fundamental de 09 anos) e ensino Médio. No
turno matutino funciona a educação Infantil (Pré I e II) ao 5º ano e no turno
Vespertino Funciona as turmas de 6º a 9º ano, atendidos por 15 funcionários,
sendo: 01 gestora, 01 pedagoga, 01 secretario, 06 professores 01 auxiliar de
serviço gerais, 01 vigia, 02 serventes, 01 instrutor de nheengatu (língua
indígena), 01 instrutor de notório saber (conhecimento popular). E uma sala
externa que funciona com 54 alunos, localizada na aldeia esperança na
comunidade de Curi, distribuídas as turmas; Pré I e II, e Ensino Fundamental
de 6º,7º,8º,9º ano. Conta com 4 professores, 1 instrutor de língua nheengatu, 1
instrutor de notório saber, e 1 servente.

1.2 Escolas anexas

1.2.1 Escola Municipal de Ensino Fundamental Santo Antônio, Aldeia


Camará

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Santo Antônio foi fundada


em 1991, tendo como primeira professora Rosilene de Sousa Lopes,
funcionando de 1ª a 4ª série em um barracão comunitário coberto de palha,
anexa à Escola Municipal São Pedro, da comunidade São Pedro, rio Arapiuns.
A partir do ano 2004, tornou-se anexos a Escola Municipal de Educação
Infantil e Ensino Fundamental São Sebastião, na comunidade de Mentai,
permanecendo até em abril de 2011, onde ela foi desmembrada tornando-se
anexa à Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Nossa
Senhora de Fátima na aldeia de Nova Vista, tendo como gestora a Sra.
Francivalda Magalhães Cardoso de Souza.
Em março de 2020 as aulas foram paralisadas nas escolas por conta da
Pandemia COVID 19 que atingiu o mundo inteiro.
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Atualmente, a escola possui 70 (setenta) alunos distribuídos em dois


turnos, sendo: matutino, vespertino com o funcionamento do ensino modular
desde o ano de 2010.
O corpo docente é formado por 5 (cinco) professores, 1 (um) instrutor de
nheengatu (língua indígena) 1 (um) instrutor de notório saber (conhecimento
popular) 2 (dois) vigias, 2 (duas) serventes.

1.2.2 ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL SORRISO DE


MARIA, ALDEIA ANIGALZINHO

Por volta dos anos 90, os alunos da Aldeia de Aningalzinho estudava na


Escola Municipal de Ensino Fundamental São Jorge, situada na aldeia de
Aminã. No dia 01 de outubro 2000 os líderes comunitários, observando as
dificuldades enfrentadas pelos alunos, resolveram desmembrá-la de Aminã,
criando sua própria comunidade indígena e através de projetos conseguiram
melhorias, principalmente na educação.
Em 2001, decidiram criar escola provisória coordenada pelos
comunitários, pois eles pagavam para os professores educarem seus filhos. A
Escola Municipal de Ensino Fundamental Sorriso de Maria, foi fundada no dia
20 de maio de 200, pelos comunitários: Antônio Cesar dos Santos, Tomaz
Corrêa Santana, Antônio Pio dos Santos e Gerson Luís Gama Lima.
O nome da escola foi escolhido através de votação o qual foi sugerido
pela Sra. Maria Reges Santana.
O primeiro professor Gerson Luís Gama Lima lecionou no prédio da
Igreja, durante o primeiro semestre, deixando à senhora Jacira Gam dos
Santos dando continuidade as aulas.
Em 2003, a professora Darcy Gama foi contratada pela Pastoral dos
Jovens e Adultos, sendo que os alunos frequentavam as aulas uma vez por
semana (sábado).
Em 2004, a Escola passou a ser administrada pela Prefeitura Municipal
de Santarém e Secretaria Municipal de Educação e Desporto (SEMED),
tornando-se anexa à Escola Municipal de Ensino Fundamental Sagrada
Família, na comunidade de São Francisco. A primeira a trabalhar na escola foi
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a professora Neila sendo transferida em poucos dias depois e substituída pelo


professor Edmar Soares dos Santos, a qual lecionava no barracão comunitário.
Em 2005, entrou para o quadro a professora Lidiane Vasconcelos. Em
2006, as professoras Elizabeth Cirlane Sousa Tapajós, que trabalhava de
fevereiro a junho; a as substitutas Marília Sousa Lopes, Maria Jose Batista e
Sandra Maria Gama dos Santos.
Em 2007, o professor Crenilson Batista dos Santos lecionou de fevereiro
a junho, sendo substituído pelo professor Ademar. No ano de 2008, a escola
ganho mais quatro professores: Rubem Cesar Rodrigues de Sousa, Maria
Ivaneide Silva da Mota, Maria Nazaré Alves de Sousa e Keliane de Sousa
Cohen. Em 2009, continuavam os professores Maria Ivoneide Silva da Mota e
Rubem Cesar, entraram para o quadro Jucilene Figueira Laurido. Em fevereiro
do mesmo ano, foi inaugurado o prédio escolar, entregue pelo prefeito interino
José Maria Tapajós. Ficando como educadora alimentar Marleane Gama. Em
2010 lecionou nesta instituição Joelma Sinara Araújo Fernandes, Marcia
Alessandra Sousa Tapajós, Raimundo José Fonseca, Ezenira Santos de
Sousa, tendo como auxiliar de secretaria Maria Gelziane Reges.
Em 2011, tornou-se anexa à Escola Municipal de Ensino Fundamental
Nossa Senhora de Fátima, Nova Vista, apenas a professora Joelma foi
transferida, entrando para o quadro as professoras Elizabeth Silva Santos e
Merian Sardinha de Brito. No ano de 2020 as aulas foram paralisadas por conta
da Pandemia COVID 19, que atingiu o mundo inteiro.
Atualmente a escola possui 38 (trinta e oito) alunos distribuídos em dois
turnos, sendo; matutino e vespertino, distribuídas nas seguintes turmas;
Educação Infantil, (Pré I e II), 1º ao 5º ano 6, º 8º e 9º do Ensino Fundamental
de 09 anos. O corpo docente e formado por 5 (cinco) professores, 1(um)
instrutor de nheengatu (língua indígena) 1(um) instrutor de notório saber
(conhecimento popular), 1 (uma) servente, 1 (um) vigia.

1.2.3 ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL SANTA


TEREZINHA, ALDEIA BRAÇO GRANDE

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Terezinha, localizada


na aldeia Braço Grande, rio Arapiuns, a 16 km de distância da comunidade de
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São Pedro. A escola foi fundada em 01 de março de 1991. Tendo como sua
primeira professora a senhora Dilma Luzia Cardoso dos Anjos. A escola iniciou
seu funcionamento com a multisseriado (1ª a 4ª série).
Inicialmente a escola recebeu o nome de Escola de 1º Grau Braço
Grande. Já em 1993, passou a ser reconhecida como Santa Terezinha, nome
este escolhido em assembleia pelas famílias que lá residiam. Sendo que de
1993 a 2009 está escola foi anexo a Escola de Ensino Fundamental São
Pedro, da comunidade com o mesmo nome.
No ano de 2006, a Escola Santa Terezinha, passou a ser decretada
oficialmente como escola indígena, formada por 7 (sete) famílias.

ANO DE ATUAÇÃO NOME DA PROFESSORA


2002 Ellen Silvia
2006 Cynthia Simone
2008 Rubenita
2009 Dina Wends
2010 Dilma Luzia
2011 Dina Wends

A partir de 2009, na gestão do pedagogo Wagner Fernandes, a Escola


Santa Terezinha, tornou-se anexo da Escola de Ensino Fundamental Nossa
Senhora de Fátima, da aldeia de Nova Vista. Em março de 2020 as aulas
foram paralisadas por conta da Pandemia COVID 19 que atingiu o mundo
inteiro.
Atualmente a escola possui 25(vinte e cinco) alunos distribuídos em dois
turnos, sendo; matutino e vespertino, distribuídas nas seguintes turmas;
Educação Infantil (Pré I), 1º ao 5º ano 6,7º,8º,9º do Ensino Fundamental de 09
anos. O corpo docente e formado por 5 (cinco) professores, 1(um) instrutor de
nheengatu (língua indígena) 1(um) instrutor de notório saber (conhecimento
popular), 1 (uma) servente.

1.2.4 ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL SÃO JOÃO,


ALDEIA SÃO JOÃO TAPIRA
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No ano de 2000, houve a necessidade da criação de um espaço para


funcionar uma sala de aula e assim poder alfabetizar as crianças da aldeia que
já chegavam a 24 (vinte e quatro) crianças que moravam na comunidade.
Neste mesmo ano os moradores se reuniram como prefeito da época, o
senhor Joaquim de Lira Maia, na comunidade de São Francisco, rio Arapiuns e
pediram a construção de uma sala de aula, pois estava muito difícil para as
crianças estudarem em São Francisco devido a distância e a falta de
transporte.
No mês de março do mesmo ano, chegou o primeiro professor, o senhor
Marcelo Augusto de Farias, só no dia 21 de abril foi possível dar início as aulas
com os alunos de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental. A primeira sala de aula
funcionou dentro da casa do senhor Manuel Idalino que doou para o professor
trabalhar com as crianças.
O nome da escola surgiu da escolha pela equipe e funcionários da
SEMED que concordaram em dar o nome de Escol Municipal de Ensino
Fundamental São João Tapira. Devido à aparição das onças tapirauara e a
devoção dos moradores a São João Batista.
No ano de 2001, a escola recebeu a professora Alziane Curuaia, que
chegou para dá continuidade na educação para as crianças, assim dando um
grande incentivo, porque nesse mesmo ano houve um aumento na quantidade
de alunos. Ela ficou até o final do ano letivo de 2004, depois pediu seu
afastamento para lecionar em outra escola. Nesse mesmo ano a escola São
João Tapira passou a ser anexo da Escola Municipal de Ensino Fundamental
Sagrada Família, da comunidade de São Francisco. Em 2002, chegou à
professora Edimar Soares para trabalhar na aldeia, essa professora tinha um
profundo conhecimento da importância da educação indígena e conseguiu
trazer a antropóloga Edwiges e a Dra. Karina para esclarecerem aos
moradores da comunidade as vantagens que a escola teria se fosse
reconhecida pelo MEC, como sendo uma escola indígena.
Então, fizeram uma reunião, em que estavam presentes entre outros o
Sr. Leuzido Gama, o Sr. Francisco Sousa, Sra. Elsa dos Santos e seus filhos,
que depois de um diálogo muito proveitoso chegaram à conclusão de que a
escola e a comunidade deveriam se identificar como indígenas.
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Em 2005, somando o esforço de todos os moradores da aldeia foi


construído um barracão comunitário que desde então serve como sala de aula.
No decorrer dos anos seguintes, outros professores forma contratados e aqui
fizeram o seu trabalho e depois foram para outras comunidades.
Apenas em 2007, atendendo o convite do Sr. Waldeci Caetano, líder
comunitário, chegou à aldeia a primeira professora indígena e atual professora
de multisseriado, a Geógrafa e Educadora Ambiental Dinelva Cardoso dos
Santos. Em 2010, teve início as aulas do EJA com a professora Dinelva e
Ensino Infantil, Pré I com a professora Gracinete Caetano.
No ano de 2011 temos;
Das 8:00 às 12:00 h – Educação Infantil com a professora Gracinete
Caetano e multisseriado (1ª a 4ª séries) com a professora Dinelva Cardoso.
Das 18:00 h às 22:00 h – EJA 2ª ETAPA (noturno) com o professor
Antônio Jorge e Dinelva Cardoso.
O dia 21 de abril é considerado o dia do aniversário da nossa escola,
que hoje é anexo da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora
de Fátima, da aldeia de Nova Vista.
Em março de 2020 as aulas foram paralisadas por conta da Pandemia
COVID 19 que atingiu o mundo inteiro.
Atualmente a escola possui 14(quatorze) alunos distribuídos em dois
turnos, sendo; matutino e vespertino, distribuídas nas seguintes turmas;
Educação Infantil (Pré I e II), 1º ao 5º ano. O corpo docente e formado por 1
(uma) professora, 1(um) instrutor de nheengatu (língua indígena) 1(um)
instrutor de notório saber (conhecimento popular), 1 (uma) servente.

1.2.5 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL ANAMA JULIETA DOS


SANTOS, ALDEIA MURUCI NA COMUNIDADE DE SÃO PEDRO

No ano de 2000, em comum acordo com os moradores da comunidade


de São Pedro, rio Arapiuns, ocorreu a autoafirmação do povo indígena
Arapiuns, constituída por aproximadamente 120 famílias indígenas e a partir
dessa data já se sonhava com uma escola indígena para atender as demandas
e necessidades dos alunos indígenas. A discriminação e o preconceito contra
os alunos indígenas era frequente, na escola não indígena a qual os discentes
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frequentavam naquele momento. Outro fator que motivou a criação da escola


indígena é o direito que alunos indígenas tem a uma educação escolar
diferenciada, especifica e de qualidade como está assegurado na constituição
Federal de 1988. Em 2006 foi feita a primeira solicitação do educandário, para
iniciar o ano letivo, porém não foi aceito.
No ano de 2015 foi encaminhado uma nova solicitação para abertura da
escola para SEMED. Para iniciar as aulas em 2016, pois os indígenas de São
Pedro construíram um espaço para alojar indígenas que vieram de outras
aldeias da região para participar do evento denominado chamada da floresta
que aconteceu na comunidade. Nesse mesmo local, funcionaria como espaço
escolar.
Em janeiro de 2016, a Secretaria de Educação- SEMED, autorizou o
funcionamento da escola, funcionando como sala externa da Escola Municipal
de Ensino Fundamental Nossa Senhora de Fátima - Nova Vista, tendo como
diretora a senhora Francivalda Magalhães Cardoso de Souza. Após a liberação
do funcionamento do educandário foram contratados os seguintes funcionários;
Ocivaldo Rocha Corrêa como o primeiro professor e a educadora alimentar
Maria Hildalene dos Anjos Pereira sendo que eles iniciaram as atividades em
15 de fevereiro de 2016, em uma maloca coberta de palha, cercada de madeira
e o piso de chão batido.
No dia 04 de março de 2016, as lideranças, pais de alunos, funcionários
e demais membros indígenas reuniam-se para escolher o nome do referido
educandário, três nomes foi colocado em votação: Adriano Cardoso, Rosivaldo
Sousa e Anamã Julieta dos Santos. Na ocasião o nome de Julieta dos Santos
foi escolhido por unanimidade para ser a patrona da escola, juntamente com o
nome Anamã, que significa parente na língua nheengatu, para identificar que a
escola e indígena, no mesmo momento foi escolhido a data de aniversário do
educandário que ficou para o dia 13 de fevereiro. A Cacique Alaíde Maria dos
Anjos Fonseca conduziu todo o processo da reunião para escolha do nome da
escola.
Em 2017, houve necessidade de ampliar as dependências da escola
para, mais três ambientes escolares, sendo construído pelos próprios
indígenas, pais, alunos e funcionários. De forma coletiva que é uma
característica dos povos indígenas, por motivo que a demanda de alunos
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aumentou. Abriu-se turmas de Educação Infantil, de 6º a 9º ano e EJA, num


total de 48 alunos.
No ano de 2017, a escola consegue seu INEP, nesse caso o
educandário passou de sala externa para Escola Municipal de Educação
Infantil e Ensino Fundamental Anamã Julieta dos Santos, continua anexa da
Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Nossa Senhora
de Fátima - Aldeia Nova Vista. Como gestora a Sra. Francivalda Magalhães
Cardoso de Souza.
Em 2018 a escola foi contemplada com os Projetos Amazônia línguas e
culturas, coordenada pelo professor Marcelo Luna, sendo ministrado
alternadamente aos finais de semana, recebeu também o projeto de leitura,
coordenado pela aluna de mestrado Luana Cardoso Oliveira da aldeia de Nova
Vista, com o apoio da acadêmica Susan Michele Nogueira dos Anjos da Aldeia
de Braço Grande, tendo como orientador o professor Zair Henrique Santos
indígena do povo Arapiuns. No ano de 2019 foi inaugurado a biblioteca do
Projeto Leitura com o nome Zaír Arapiuns.
Em março de 2020 as aulas foram paralisadas por conta da Pandemia
COVID 19 que atingiu o mundo inteiro. Atualmente a escola possui 32(trinta e
dois) alunos distribuídos em dois turnos, sendo; matutino e vespertino,
distribuídas nas seguintes turmas; Educação Infantil (Pré I e II), 1º ao 5º
ano,7º,8º e 9º ano do Ensino Fundamental de 09 anos. O corpo docente e
formado por 4 (quatro) professor, 1(um) instrutor de nheengatu (língua
indígena) 1(um) instrutor de notório saber (conhecimento popular), 1 (uma)
servente.

1.2.6 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL MARIA JOSÉ MARQUES,


ALDEIA NOVO HORIZONTE

Em 1999 algumas famílias vindas de outro lugares à procura de alimento


e produtos para o comercio, chegaram a esse lugar, vendo que a terra era
propícia ao cultivo de vários produtos como: feijão, a mandioca, o milho. Alguns
dos recém-chegados logo estabeleceram-se em suas moradias, onde ficaram
alojados, e alguns de seus primeiros moradores foram: Manoel de Sousa,
Tiago Sousa, Negildo Guimarães.
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E com o passar do temo seus filhos foram construindo novas famílias,


logo com o povoado em constante crescimento, surgiu a ideia de fundar um
time de futebol, o qual se chamava águia negra, tendo como presidente
Claudionor Silva de Sousa. Já com o número bastante elevando de famílias
começaram as necessidades das pessoas, fazendo com que as famílias
pedissem junto a diocese de Santarém o reconhecimento da comunidade
cristã.
Em 2001 foi celebrada a 1º missa na comunidade pelo padre Shady,
tinha com padroeira Nossa Senhora de Nazaré, reconhecida pela diocese e
tendo um número grande de criança, houve a necessidade de ter uma escola.
Então foi remetido um relatório com nomes e números de alunos ao senhor
Joaquim de Lira Maia, que por sua vez atentou e atendeu à solicitação feita
pelos comunitários junto com o representante da comunidade Maria das
Graças Silva de Sousa.
Em 2002 foi o primeiro ano de funcionamento da escola, sendo anexa da
Escola São Sebastião da comunidade de mentai, e o nome da escola era Maria
José de Almeida Marques, tinha na sua relação 24 alunos com o
funcionamento de 1ª a 4ª série tendo como professora Francenira Miraneide
Castro. A escola tornou-se anexa da escola São Sebastião até o ano de 2009.
No mesmo ano foi um fracasso muito grande a escola fechou, por não ter
alunos suficiente para seu pleno funcionamento, ficando fechada por 2 anos.
Em 2012 a comunidade passou a ser reconhecida como Aldeia Novo
Horizonte, só então foi que voltou as atividades escolar, com um grupo de
estudantes de 10 alunos com o funcionamento de 1º a 4º ano do Ensino
Fundamental, tendo como professor Joelson Costa Lopes e a escola nesse
mesmo ano passa a ser anexa Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino
Fundamental Nossa Senhora de Fátima - Nova Vista, tendo como gestora a
Sra. Francivalda Magalhães Cardoso de Souza que ajudou na revitalização da
escola na aldeia de Novo Horizonte. Em 2012 a escola de Ensino Fundamental
Maria José Marques, passa a funcionar no barracão comunitário cedida pela
Igreja da Paz, funcionava com as turmas de 1º a 4º ano. Atualmente a Escola
Municipal de Ensino Fundamental Maria José Marques – Aldeia Novo
Horizonte, funciona com 17 alunos do Pré II ao 5º ano, funcionando no turno
matutino e vespertino, o quadro de funcionário conta com a professora Marta
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Pimentel da Silva e o instrutor de língua nheengatu (língua indígena) o senhor


Alexandre Sarmento.

1.2.7 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL NOSSA SENHORA DA SAÚDE

A Escola Municipal de Ensino fundamental Nossa Senhora da Saúde,


situada a margem direita da Resex Tapajós Arapiuns, na Aldeia Zaire, no ano
de 2011, funcionava uma sala externa da Escola Polo, Nossa Senhora de
Fátima, e no dia 08 de novembro do mesmo ano as lideranças solicitaram a
implantação de uma escola, para a Prefeita Maria do Carmo Martins, e para
felicidade de todos no ano seguinte, a aldeia foi contemplada com a
implantação da Escola Nossa Senhora da Saúde, que iniciou o ano letivo de
2012, com a turma de multissérie formada por seis alunos de 1º ao 5º ano e
uma turma de Educação de Jovens e Adultos ( EJA ), e uma professora lotada
pela Prefeitura Municipal de Santarém e Secretaria Municipal de Educação e
Desporto SEMED. Gedalva com o ensino médio em 2013, foi lotada a
professora: Maria Aurenice Pereira de Sousa, licenciada em pedagogia para
ministra aulas, para uma turma de multissérie, formada por oito alunos de 1º a
5º ano, em 2014, foi lotada duas professoras: Maria Auricene Pereira de Sousa
e Orleane Regis Cardoso, formada em Magistério para ministrarem aulas para
o 1º ao 5º ano. Orleane ministrou aulas para o 1º ano formada por seis alunos,
a Aurenice ministrou aulas para a multissérie formada por seis alunos.
Em 2015, foi lotada a professora: Orleane Regis Cardoso, para ministra
aulas para turma do 1º ano e a professora Joelma Ronísia de Sousa Mota para
ministra aulas para a turma multissérie formada por 2º,3º,4º,5º e foi implantado
a língua materna nheengatu, foi lotado o instrutor Rubeval Gama Cardos, outra
servente Josimara Alves Cardoso, par substituir a Marli Carvalho Cardoso no
mesmo ano saiu a professora Joelda Ronísia de Souza Mota, e a Pedagoga
Ana Maria Silva veio a substitui-la.
Em 2016, continuou a professora Ana Maria Silva, para ministrar aulas
para multissérie do 1º ao 5º ano, continuou também o instrutor Rubeval Gama
Cardoso, foi lotado nova instrutora para Notório saber: Marli Carvalho Cardoso,
e a servente Josimara Alves Cardoso, nesse mesmo ano continuou a
Educação de Jovens e Adultos (EJA), e as professoras lotadas para ministrar
17

aulas foi Lucia Helena Gadelho de Melo, licenciada plena em História, Tânia de
Sousa Cardoso, licenciada plena em Língua Portuguesa e Educação Especial,
Lucivaldo Brito Cardoso, licenciado em Matemática, Darliane Ferreira Henrique,
licenciada em língua portuguesa e língua inglesa, Ruberval Gama Cardoso,
instrutor de Nheengatu, Marli Carvalho Cardoso instrutora de Notório Saber.
Em 2017, o ano letivo iniciou como funcionários lotados: Servente
Josimara Alves Cardoso, professora Lucineide Carvalho de Sousa, ministrou
aulas para o 1º ao 4º ano, professora Maria Rosimar Ferreira de Sousa, para
ministra aulas para Educação Infantil. Professora Tânia de Sousa Cardoso,
ministrou aulas de Educação Especial, instrutor Ruberval Gama Cardoso, de
língua nheengatu, instrutora Marli Carvalho Cardoso Notório Saber.
Em 2018, iniciou com os seguintes funcionários; servente Josimara
Alves Cardoso, professora Rosa Helena Coelho, ministrou aulas para o 1º ao
5º, professora Maria Rosimar Ferreira de Sousa ministrou aulas para Educação
Infantil Pré I e II, professora Aurenice Lopes Oliveira, licenciada em História,
professora Aliene Frota Pereira de Sousa, licenciada plena em matemática,
professora Darliane Ferreira Henrique, professor Franciel Santos Cardoso,
tendo magistério, professora Maria Dalva Cardoso Ferreira, licenciada em
geografia, instrutora Marcilene Carvalho Cardoso língua nheengatu, instrutora
Marli Carvalho Cardoso notório saber.
Em 2019 iniciou com os seguintes funcionário; Josimara Alves Cardoso
servente, professora Rosa Helena Coelho, ministrou aulas para educação
infantil, e 1°,2º,3º, ano. Professora Dina Wendy dos Anjos Sousa, ministrou
aulas para a turma 4º e 5º ano, Professora Aliene Frota Pereira de Sousa,
professora Lenira Alves da Silva, licenciada em História, professor Divailson
Costa, tendo magistério, professor Ronaldo Francisco Colares, licenciado em
geografia, Marli Carvalho Cardoso instrutora de Notório saber, Marcilene
Carvalho Cardoso instrutora de língua nheengatu.
Em março de 2020 as aulas foram paralisadas por conta da Pandemia
COVID 19 que atingiu o mundo inteiro.
Atualmente, a escola possui 23(vinte e três) alunos distribuídos em dois
turnos, sendo; matutino e vespertino, distribuídas nas seguintes turmas;
Educação Infantil (Pré I e II e 1°ano), 2,3º,4º,5º ano. O corpo docente e
18

formado por 1 (um) professor, 1(um) instrutor de nheengatu (língua indígena)


1(um) instrutor de notório saber (conhecimento popular), 1 (uma) servente.
19

2. APRESENTAÇÃO DA VISÃO, MISSÃO, OBJETIVO E METAS DA


ESCOLA

VISÃO
Ser uma escola de excelência na educação escolar indígena, onde se
pratica respeito, a solidariedade e a cooperação mútua entre seus pares,
incluindo o aperfeiçoamento constante do trabalho para garantir o ensino de
qualidade e consequentemente aprendizado a todos.

MISSÃO
Garantir um ensino de qualidade aos indígenas e não indígenas, através
do trabalho realizado com as famílias, comunidade escolar e local, oferecendo
a todos os alunos condições para que possam aprender e interagir de forma
crítica, autônoma e participante na sociedade, como cidadãos conscientes dos
seus direitos e deveres.

OBJETIVOS

GERAL:
 Assegurar as atividades educacionais diferenciadas desta instituição,
possibilitando a integração dos diversos segmentos da comunidade escola
indígena e não indígena, visando a eficácia do processo ensino aprendizagem
e desenvolver um trabalho coletivo, priorizando a formação do cidadão
participativo, responsável, compromissada, criativo e crítico.

ESPECIFÍCOS:
 Acompanhar os modos e as condições que vem se dando o processo de
ensino e aprendizagem da Escola, a fim de elaborar soluções para os
problemas detectados.
 Integrar aldeia e escola visando a troca de experiências, o intercambio das
ações e a participação mais efetiva da Escola na luta por melhores condições
de vida.
 Desenvolver a capacidade crítica e a criativa do aluno.
20

 Aprimora o processo de ensino - aprendizagem por meio de oficinas e


atualizações, resgatando os valores culturais indígenas.
 Propor ações educativas diversas que contribuíram na formação do aluno
para o exercício da cidadania.
 Relacionar os conteúdos escolar com a realidade
 Estimular o resgate e preservar a memória dos moradores da aldeia por meio
dos relatos antigos. Incentiva ações que possam promover o resgate da cultura
oral indígena demonstrando a importância da língua nheengatu.
21

3 JUSTIFICATIVA

O projeto político pedagógico é um instrumento teórico metodológico que


a escola elabora de forma participativa com a finalidade de apontar a direção e
o caminho que vai percorrer para realizar da melhor forma possível sua função
educativa.
A escola deve elaborar seu projeto político pedagógico a partir da real
necessidade da escola e da comunidade local com o objetivo de inovar as
ações coletivas no cotidiano escolar, o presente PPP se propõe construir novos
caminhos para uma escola diferenciada que visa buscar a historicidade
indígena e sua identidade como também oferecer uma educação voltada para
um mundo globalizado onde o educando possa exercer sua cidadania na
sociedade vigente.
Os desafios profissionais presente no cotidiano escolar precisam ser
pensados e equacionados de forma participativa, considerando o caráter
heterogêneo do coletivo escolar, formado por pais, professores, alunos, corpo
técnico, administrativo pessoal de apoio, segmentos organizados da sociedade
civil e gestores. Nesse sentido o PPP poderá ajudar a escola a trabalhar com
esses desafios de forma sistemática, superando-os.
É claro que, por ser heterogêneo, o coletivo da escola apresenta
conflitos que são naturais em um grupo, tornando-se necessário ao seu
crescimento na busca de soluções para seus problemas. Por isso, na
discussão do Projeto Político Pedagógico, o conflito precisa ser visto como algo
dotado de valor positivo para amadurecimento da discussão do coletivo da
escola.
22

4. FUNDAMENTOS

Com base numa educação de qualidade para a sociedade, faz-se


necessário analisar primeiramente as suas vantagens e desvantagens para
que haja um bom relacionamento entre brancos e índios, uma vez que a escola
abriga diferentes etnias, sem discriminação, agindo de acordo com que as leis
regem na constituição indígena. Assim em nossa escola, temos 3 (três)
fundamentos: políticos, ético e epistemológico, que forma o tripé alicerçado dos
conceitos trabalhos e considerados pela escola.

4.1 POLÍTICOS

Nesse fundamento, a escola Nossa Senhora de Fátima trabalha em


consonância coma legislação educacional vigente, para atuar de acordo com o
que rege a lei e não cometer infração que venha à dificuldade nosso trabalho
educativo para com os discentes e se propõe a realiza dentro do processo a
política da igualdade traduzindo-se no respeito ao Estado de Direito e seus
princípios constituintes assegurados na legislação vigente: Constituição
Federal, Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional, Regimento Escolar,
Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), pautada na busca da equidade no
acesso à educação no combate a todas as formas de preconceitos e
discriminação por motivo de raça, sexo, religião, cultura, condição econômica
ou condição física.

4.2 ÉTICOS

Apesar de estarmos em escol indígena, não podemos deixar de lado o


conhecimento vindo dos não índios, pois na atualidade, tornasse relevante
formar alunos com uma visão mais ampla do mundo. Para isso trabalhamos a
cultura e o conhecimento indígena em consonância com os conhecimentos
advindos dos não índios. Para também mostrar aos alunos a importância de se
não desprezar nenhuma forma de conhecimento, seja ela índio ou não, além
de mostrar que os diferentes tipos de conhecimentos não se separam e até se
complementam.
23

4.3 EPISTEMOLÓGICOS

Os fundamentos epistemológicos destacam que cabe ao processo de


ensino desenvolver e ativar as estruturas sociocognitivas dos alunos, visando
progressivamente o desenvolvimento de operações, da organização dos dados
da experiência cotidiana, do estabelecimento de relação, da preposição de
problemas, ou seja o ponto fundamental do ensino, portanto, consiste em
processos e não em produtos de aprendizagem (MISUKAMI, 1986, p.76).
Neste fundamento trabalhamos em consonância como resgate da
cultura original de nossos alunos. Em nosso caso como trabalhamos em uma
escola de educação indígena, atuamos de acordo com preceitos de façam e
trabalhem o resgate da cultura indígena perdida ao longo dos anos e durante o
contato com os não índios.
A abordagem interacionista confirma ação mediadora dos padrões
culturais para integrar os esquemas estruturantes do desenvolvimento
individual relacionados à construção de conhecimentos e à interação social.
24

5 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS - METODOLÓGIOCOS

A metodologia presente hoje na rede municipal de ensino é a sócio –


interacionista. Dentro dessa perspectiva Vygotsky é um dos principais
representantes. Sua ênfase está na troca, na interação. Nessa interação ocorre
aprendizagem. Vygotsky teve como principais seguidores Luria e Leontiev,
encontramos em seus trabalhos uma visão de desenvolvimento cujo
pensamento é construído num ambiente que é social. Para Vygotsky, o
processo de desenvolvimento nada mais é do que a apropriação ativa de
conhecimento disponível na sociedade em que a criança nasceu. É preciso que
ela aprenda e integre em sua maneira de pensar o conhecimento da sua
cultura. (DAVID, 1994, p. 54)
A proposta sócio interacionista traz importantes contribuições para nossa
prática pedagógica. Ao considerar que a criança constrói progressivamente
novos conhecimentos e novas formas de pensar, a escola passa a dar maior
ênfase ao processo de aprendizagem do aluno. É importante que a criança
pense competentemente sobre as coisas e não simplesmente saiba coisas. O
objetivo não é fornecer verdades prontas e acabadas aos alunos, mas é
capacitar o aluno a elaborar o conhecimento que se espera alcançar.
Nesse sentido, Vygotsky (1988), nos coloca que o conhecimento é
construído a partir da internalização de signos produzidos culturalmente (a
linguagem, a escrita, o sistema de números), através da interação com o outro.
Em tal perspectiva, o sujeito não é ativo, nem passivo, mas interativo. Sua
atividade passa a ser considerada, não no isolamento das relações do sujeito
com o mundo físico, mas nas interações mediadas pelos signos culturalmente
construídos nas interações sociais. O que dar à atividade simbólica um lugar de
central importância, pois é através dela que vai se chegar as novas formas de
comportamento e compreensão da realidade.
As relações educativas que ocorrem no cotidiano escolar são amplas,
complexas e em permanente construção/reconstrução. A dinamicidade do
processo histórico faz com que às construções de um tempo sejam logo
reconstruídos.
25

6. PRESSUPOSTO DE AVALIAÇÃO

A avaliação, parte do processo educativo, compreendida como um


conjunto de atuações que têm a função de alimentar, sustentar, orientar, e
ajudar progressivamente a ajuda pedagógica às características e necessidades
dos alunos. Deve ser continua, sistemática e cumulativa e em cada unidade
didática, o aluno deverá ser avaliado em diversos aspectos, havendo
prevalência dos quantitativos sobre os quantitativos e dos resultados obtidos ao
longo do período.
A avaliação formativa tem como objetivo explicitar o processo de ensino-
aprendizagem pelo qual o aluno e o professor passaram, sendo um elemento
integrador entre a aprendizagem do primeiro-revelando as conquistas
realizadas ou não é o desempenho, os conteúdos selecionados, os métodos e
a eficiência dos procedimentos didáticos adotados pelo segundo.
A avaliação deverá referir-se aos objetivos propostos nos planos de
ensino de modo a permitir ao professor fazer uma análise da medida e as
condições em que eles foram atingidos para a partir destes dados, redirecionar
seus planos e refletir sobre sua prática e tarefas educativas.

6.1 DESEMPENHO ESCOLAR

Dentro do contexto escolar todos devem ser avaliados para uma


constante renovação e assim poder estar sempre em sintonia para o exercício
e estímulo ao ensino- aprendizagem. Assim, cada envolvendo seja ele docente,
técnico, apoio ou discente todos participam da avalição.
O processo de avaliação na escola ocorre por meio de exposição oral,
participação nas aulas, provas bimestrais, trabalhos individuais, e em grupos a
sala de aula, frequência, ou seja, a avaliação é feita de forma continuada capaz
de identificar como o aluno está se desenvolvendo dentro do ambiente escolar
e no aspecto cognitivo, deixando de lado apenas a teoria e vivenciando através
da prática através do seu dia a dia.
Os alunos do Ensino Fundamental (1º ano à 8º série) terão duas
avaliações descritivas intercaladas com duas quantitativas, sendo que as
26

quantitativas serão realizadas no final de cada semestre de acordo com os


objetivos alcançados.
Em cada um dos períodos semestrais os planos de ensino serão
programados em unidades didáticas pôr temas, assuntos ou conjuntos de
conhecimento, em número variável de acordo comas necessidades e
peculiaridade da matéria, recebendo no final do segundo período de cada ano
uma menção numérica, de 3 a 10 (três a dez), levando em consideração a
aprendizagem no decorrer do período.
As avaliações descritivas ficarão registradas na secretaria ou com
professor responsável, juntamente com a menção numérica referente as várias
áreas do conhecimento durante o ano letivo em vigor. No final de cada ano o
professor utilizara as avaliações como subsídios para a passagem ou não do
aluno de uma serie para outra.
Os alunos do Ensino Fundamental (1ª a 8ª série) serão dois períodos
semestrais, nos quais serão avaliados através de menção numérica de 3 a 10
(três a dez).
Desta forma não haverá exame e nem mesmo segunda época, em
virtude de o aluno ser recuperado no decorrer do processo de ensino-
aprendizagem.
Os alunos de Educação Infantil terão duas avaliações descritivas
durante o ano letivo. As avaliações serão entregues em julho (1ºsemestre) e
dezembro (2º semestre). A avaliação descritiva terá como parâmetro os
critérios estabelecidos pelo grupo da educação infantil em reunião pedagógica
com a orientação e direção, observando os princípios de dinâmica de grupo,
responsabilidade, solidariedade, participação e desempenho, tanto do aluno
quanto do professor.

6.2 PRESSUPOSTO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

A educação e instrumento social, político econômico, não para produzir


de forma isolada a mudança social, mas para que os sujeitos sociais sejam
inseridos no processo de mudanças. A avaliação institucional é instrumento
para melhoria da educação ela prioriza a identificação de dificuldades e
27

processos na escola e a partir da realidade traça os objetivos para as


transformações necessárias no âmbito escolar.
A escola Nossa Senhora de Fátima tem como avaliação institucional
como forma de redimensionar da caminhada dos trabalhos escolar tendo um
caráter informativo que envolve todos da escola e avalia todos os setores e
todos têm oportunidade de fazer sua autoconscientização e tomar decisões
visando à melhoria do ensino de qualidade.

6.3 PROJETO POLÍTICO – PEDAGÓGICO

A avaliação do PPP ocorrerá semestralmente em reunião coma


comunidade escolar para verificar o andamento das metas e objetivos
desejados e se há dificuldades para tal empreendimento. Nas dificuldades
encontradas pretende em conjunto escola- comunidade discutir e elaborar as
soluções necessárias.
28

7. PROPOSTA CURRICULAR

A lei de diretrizes e bases da Educação Nacional (LDB) mencionando de


forma explicita a educação escolar para os povos indígenas em dois
momentos. Ela aparece na parede do ensino fundamental, no artigo 32,
estabelecendo que este será ministrado e Língua Portuguesa, mas que será
assegurado às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e
processos próprios de aprendizagem. Ou seja, reproduz-se aqui o direito
inscrito no capítulo 210 da Constituição Federal.
A instituição zela pela recuperação com ampliação de projetos, aulas de
reforço como medida preventiva para ajudar os alunos que não conseguiram
domínio dos conteúdos, as formas utilizadas são: paralela, sendo realizada no
decorrer do ano e semestral nos meses de junho e dezembro, com base na
LDB, artigo 24, inciso V, alínea E, como definem o regimento escolar da rede
municipal, artigo 102.
O acompanhamento da frequência se dá com o comprimento das 800
horas anuais e 200 dias letivos, com base na LDB, artigo 24, inciso I, onde
cada aluno deverá obter 75% frequência, diária a tabulação dos dados
mensalmente fazendo intervenção quando necessário e trabalhando em
parceria com famílias, Conselho Escolar, Conselho Tutelar.
29

8. PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA

Apesar dos professores e demais funcionários da escola já possuírem


uma formação inicial, é primordial que periodicamente se faça uma formação
continuada para atualizar esses profissionais para poderem atuar com mais
precisão no ambiente. Pois, como se sabe, a sociedade está em constante
renovação e em se tratando de alunos que também são um tipo de sociedade,
é relevante essa renovação profissional trabalhando temas de destaque.
Na escola Nossa Senhora de Fátima, a formação continuada dos nossos
profissionais da educação ocorre nos encontros pedagógicos que ocorrem
esporadicamente em lugares preestabelecidos entre a escola Polo e anexos
onde sempre abordam temas que muitas vezes sem uma discussão mais
embasada alguns sabem como solucioná-las na escola.
30

9. PROPOSTA DE AÇÕES COM A COMUNIDADE

Em todas as atividades extraclasses da Escola Nossa Senhora de


Fátima, os moradores da comunidade são convidados a participar e são
presenças exatas que valorizam o trabalho dos professores e demais
funcionários e ao prestigiarem esses eventos mostram aos alunos que as
atividades são também um dos vários momentos em que se pode aprender e
muito sem, precisamente, estar na sala de aula.
Para que haja um bom desenvolvimento educacional do aluno é
necessário que haja participação dos pais, nas reuniões da escola e,
principalmente, no acompanhamento dos filhos pelo menos uma vez da
semana verificando como está o acompanhamento e o desenvolvimento do seu
filho.
Nas reuniões de pais e mestres, os responsáveis dos alunos quando
convocados no horário marcado se fazem presentes nas reuniões mostrando
um interesse em verificar como está a situação e o rendimento escolar de seus
filhos.
31

10. PLANO DE AÇÃO

Metas justificativa metodologia responsável período recursos


Diminuir o índice Domínio da leitura Levantamento dos alunos com Equipe Semestral, PDDE,
de reprovação x escrita dos dificuldades gestora, Durante o SEMED
dos alunos em alunos Adaptação do programa de ensino x professores Ano,
100% no período aprendizagem dos alunos com baixo habilitados quinzenal
pandêmico rendimento para essa nova
modalidade de ensino presencial e não
presencial.
Implantar desempenho Oficinas para a implementação Parceiras: Durante o PDDE
adaptação acadêmico dos curricular- capacitação dos SEMED e ano Promoções
curricular para o alunos no que se profissionais quanto ao ensino da comunidade SEMED
ensino da língua refere à cultura de língua indígena- adaptação dos parcerias
indígena materna acorda com as espaços para o atendimento dos
necessidades do escolares indígenas ou não indígenas
uso da língua.
Melhorar e Melhoria do Reuniões interativas com os pais. Equipe Bimestral PDDE
fortalece o desempenho dos Atendimento coletivo e individual com gestora. Semestral parcerias
relacionamento da alunos os pais. Palestras e participação em Convidados Durante o
escola x todos os projetos da escola. Visitas palestrantes Ano.
comunidade local nas salas para vivenciar o cotidiano
(pais dos alunos) pedagógico.
Fortalece a Atingir metas Levantamento dos alunos com Equipe Durante o Escola
gestão proposta pela dificuldade. Adaptação do programa de gestora ano Professores
democrática com escola. ensino x aprendizagem dos alunos de professores Alunos e
a atuação ativa do baixo rendimento. das turmas Material
conselho escolar. pedagógico

Promover e Promover a Oficina da língua indígena nheengatu, Equipe Mensal e Escola,


fortalecer a interação social da oficina de teçume, remédios caseiros, gestora durante professores
educação escolar comunidade escola tinta, comida típicas, ciranda, roda de Pedagoga todo ano Alunos, pais,
indígena com e comunidade local conversa, projetos, capacitação dos Professores recursos
100% na no que se refere a profissionais quanto ao uso da língua de nheengatu naturais
alfabetização na valorização e e notório
língua materna e resgate da língua saber
valorização dos indígena e do
saberes históricos notório saber
dos povos
indígenas
Retomar e Melhorar o Avaliação institucional por categoria Equipe Durante Escola
fortalecer o desempenho dos gestora todo ano Parceiros
relacionamento da alunos com o letivo Comunidade
escola com a fortalecimento da .
comunidade em relação e interação
100% escola e
comunidade

13
32

24

APÊNDICE
33

25

ANEXO
34

23
11. REFERÊNCIAS

VYGOTSKY, Lev Semenovich. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade


escolar. In: VIGOTSKY, Lev Semenovich; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV,
Alexis N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Tradução de Maria da
PenhaVillalobos.2. ed. São Paulo: Ícone,1988. p.103-117

DAVIS. Claudia E. OLIVEIRA, Zilma de Morais Ramos de Psicologia da Educação 2


ed. São Paulo Cortez, 1994, coleção Magistério Série Formação do Professor.

MISUKAMI, M. G. N. Ensino: As Abordagens do Processo. São Paulo: EPU, 1986.

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