Você está na página 1de 49

FAESPE- FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE

PERNAMBUCO credenciada pela portaria mec n°1.489,


de 14 de novembro de 2017

JUSCILENE ALVES DOS SANTOS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO I EDUCAÇÃO INFANTIL

PETROLINA

2023
JUSCILENE ALVES DOS SANTOS
JUSCILENE ALVES DOS SANTOS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO I DOCÊNCIA EDUCAÇÃO INFANTIL

Plano de Estágio apresentado para disciplina


de Estágio Supervisionado I docência
educação infantil

Orientador: profª. Especialista: Cláudia Regina de


Silva de Souza

Coordenadora do curso: profª. Maria Margarete da


Silva

PETROLINA
2023
SUMÁRIO

CADASTRO DA ESCOLA.........................................................................................4
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 5
CONTEXTO ESCOLAR............................................................................................6
DIÁRIO DE OBSERVAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO TRABALHO EM SALA DE
AULA:......................................................................................................................13
PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDGÓGICA: ......................................................17
CRONOGRAMA......................................................................................................24
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................25
REFERENCIAS.......................................................................................................26
PLANO DE AULA....................................................................................................27
ANEXOS.................................................................................................................28

• Anexo I – Carta de Aceite


• Anexo II – Relatório Parcial de Supervisão de Estágio (2.1)
• Anexo II – Relatório Parcial de Supervisão de Estágio (2.2)
• Anexo III – Avaliação do Relatório Final
• Anexo IV – Avaliação Final do Professor da Disciplina de Estágio
• Anexo V - Termo de Compromisso de Estágio Curricular Supervisionado
• Anexo VI - Plano de Ação de Estágio
• Anexo VII- Ficha de frequência de Estágio

• Anexo VIII - Formulário de avaliação de Estágio pelo Supervisor • Anexo IX -


Portifólio
6

CADASTRO DA ESCOLA

COLÉGIO CRISTÃO PETROLINA


ENDEREÇO DA ESCOLA Avenida da Integração 1122
BAIRRO: Caminho do sol
CIDADE: Petrolina-PE
CEP: 56328-010
TELEFONE: (87)99202-0101
DIRETOR (A): Fabiano
COORDENADOR(A): Nathalia (coordenadora do ensino fundamental 1)
MANTENEDORES: Emerson Castro/Ubiraildes
Moreira

OUTRAS INFORMAÇÕES:

IDEB DA INSTITUIÇÃO:26186225:
CNPJ: 43.663.758/0001-12
7

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como propósito expor experiencias vivenciadas no estágio


supervisionado I na educação infantil, realizado na instituição de ensino Colégio
Cristão unidade Petrolina localizado na Avenida da Integração num. 1122, Bairro
caminho do sol. Essa experiência propicia diversos momentos, desde a observação
até o desenvolvimento de competências e habilidades dos estagiários. O estágio
supervisionado I permitiu, a partir do desenvolvimento de ações didático-
pedagógicas, estabelecer uma correlação entre a teoria e a prática. É uma disciplina
requisitada no componente curricular do curso de Licenciatura em Pedagogia. Neste
contexto, a problemática aborda como o estágio supervisionado I contribuiu para a
formação dos discentes.

Justificamos que o presente trabalho tem por objetivo refletir, investigar e analisar a
relevância das ações exercidas pelos estagiários no estágio supervisionado
obrigatório, para conhecer a prática pedagógica e caracterizar o trabalho
desenvolvido no cotidiano da educação infantil. Mediante a isto, o estágio nos
possibilitou um melhor aproveitamento dessa experiência, onde foi possível colocar
em prática os conhecimentos adquiridos durante o curso de pedagogia.

O Estágio Supervisionado consiste em


teoria e prática tendo em vista uma busca constante da realidade para uma
elaboração conjunta do programa de trabalho na formação do educador
(GUERRA,1995)”. Este “possibilita ao graduando desenvolver a postura de pesquisa
dor,despertar a observação, ter uma boa reflexão crítica, facilidade de reorganizar as
ações para poder reorientar a prática quando necessário (KENSKI, 1994:11 citado
por LOMBARDI, 2005)”.

Percebe-se, que, a relevância social deste relatório, permite encorajar aos demais
profissionais da educação a se mobilizarem, a refletirem acerca dos desafios
encontrados e terem um olhar mais cauteloso para com a sua comunidade escolar,
buscando formas de ajudar ou resolvê-los.
8

CONTEXTO ESCOLAR

O Colégio Cristão- Unidade Petrolina, fundado em 2022 fica localizado no Vale do


submédio São Francisco na divisa dos estados de Pernambuco e Bahia, região do
Sertão Pernambucano. Possui características bastante peculiares, devido ao clima
semi-árido, sendo referência mundial na exportação das frutas, por meio da
agricultura irrigada. A unidade do Colégio Cristão Petrolina está situada no bairro
Caminho do sol, área residencial de classe média. Os alunos atendidos, em sua
grande maioria, residem nos bairros e condomínios localizados nas proximidades do
Colégio. Em virtude da qualidade de ensino, estrutura e localização privilegiada,
atendemos alunos em um raio de até 200km, sendo referência para as cidades de
Juazeiro, e cidades circunvizinhas da região. Além disso, também é reconhecida e
procurada por famílias vindas das grandes cidades. Em relação às condições
socioeconômicas e culturais das famílias, podemos afirmar que uma grande parte
delas tem um poder aquisitivo alto, possuindo ensino superior completo, muitos são
médicos, juízes, empresários, funcionários públicos e produtores de frutas para
exportação. Nossos alunos são integrantes de famílias pequenas, variando entre 3 e
5 membros. Alguns desses são advindos de escolas particulares e tradicionais da
região, possuem alta adesão a atividades extracurriculares, como esportes, curso de
idioma, musicalização, aula particular, entre outros. Devido ao nosso olhar peculiar
para os alunos, temos nos tornado referência e, atualmente, recebemos um número
significativo de estudantes com necessidades educacionais especiais, em sua
maioria, indicados por profissionais que os acompanham. A escola possui o sistema
bilíngue que permite ao aluno aprender outra lingua desde a educação infantil até o
9

ensino médio. Além disso, todos os nossos professores são graduados e com
especialização, em sua maioria. A escola possui 24 salas, cada uma tem seu
próprio ar-condicionado, 3 televisores , seu próprio banheiro dentro da sala (esse
modelo de sala, na escola é utilizado esse modelo de sala apenas para educação
infantil), com capacidade para 25 alunos, contém um laboratório de robótica com
funcionamento,biblioteca ,tres quadras esportivas, refeitório, cantina, banheiros com
identificações, elevador, escadas e rampas para dar acesso ao primeiro e segundo
andar, tres plyaground.
RECURSOS HUMANOS

DIREÇÃO DE UNIDADE Diretor

PEDAGÓGICO DO INFANTIL

Coordenador Pedagógico

Orientador Educacional

Apoio de Coordenação

7 Professores

11Auxiliares

3 Estagiários

PEDAGÓGICO FUNDAMENTAL 1º ANO AO 5º ANO

Coordenador Pedagógico

Orientador Educacional

Apoio de Coordenação

Corpo Docente –10 Professores do 1º ano ao 5º ano

17 Professores do 6º e 3º ano do médio


10

5 Estagiários

10 auxiliares

PEDAGÓGICO FUNDAMENTAL 6º ANO AO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO


Coordenador Pedagógico

Orientador Educacional

Apoio de Coordenação

Corpo Docente – 20 Professores

20 Professores do 6º e 3º ano do médio

COORDENAÇÃO DE ESPORTE

Coordenador Pedagógico

Corpo Docente-7 professores

1 Auxiliar de coordenação

COORDENAÇÃO DO INTEGRAL

Coordenador de Apoio

2 auxiliares educacionais

6 Auxiliares

- ESTRUTURA FÍSICA

PRÉDIO 1- 1º ANDAR
11

Recepção/secretaria

Sala mantenedores

Sala TI

RH

Sala professores

Sala de atendimento

Sala de direção

PRÉDIO 2-TÉRREO

Portaria

8 salas de aula

1 sala de coordenação(infantil e fundamental 1)

2 salas de atendimento

Gráfica

4 banheiros

PRÉDIO 2- 1°ANDAR

4 banheiros

8 salas de aula

PRÉDIO 2- 2º ANDAR

8 Salas de Aulas
12

4 banheiros

1 Sala dos professores

1 biblioteca

1 sala de coordenação

TÉRREO

Quadra

Pátio

1 almoxarifado

1 Refeitório

Total aproximado de alunos é de 927.

SETOR ADMINISTRATIVO

-Número de Funcionário: 141

-Coordenadoras Pedagógicas: 05

-Assistente Administrativo/RH : 04

-Orientadores: 04

-Auxiliar de coordenação: 03

-Segurança: 06

-Colaborador da manutenção e limpeza:10

-Inspetor de pátio:5
13

DIÁRIO DE OBSERVAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO TRABALHO

07/08/2023- Realizei a entrega da carta de apresentação e iniciei a observação junto


a coordenadora do segmento. Neste dia acompanhei as turmas do maternal 1 e 2.A
observação durou 4 horas

08/08/2023- Iniciei a observação no 2° dia, a aula inicia as 13:00h.Foi solicitado que


ficasse com a turma do maternal 1 devido a demanda. A equipe pedagógica
acompanha a chegada dos alunos a acolhida é feita dentro da sala de aula com o
devocional e oração.

Logo após são iniciadas as atividades.Foram divididos 5 grupos com 4 alunos,eu


fiquei com um gupo orientando a atividade e ensaio para apresentação do dia dos
pais.A duração foi de 4h.

09/08/2023- Foi realizada a acolhida no pátio. Logo após retornamos para sala de
aula onde seguimos com a rotina normal.Realizei atividade com um aluno autista
que estava com dificuldade e mais um dia de ensaio para o dia dos pais.A duração
foi de 4h

10/08/2023- Dia de confeccionar a lembrancinha do dia dos pais,os alunos fizeram


pintura com tinta guache e fiquei responsável em fazer os registros e imprimir as
fotos.

11/08/2023- Último dia de observação, foi também o dia da apresentação em


comemoração ao dia dos pais.Fiquei acompanhando os alunos na apresentação.

14/08/2023-Esse foi o dia que comecei a elaborar meu projeto de intervenção.


Apesar da semana bastante corrida foi observado a necessidade de elaborar um
projeto voltado para seletividade alimentar. Observei que algumas crianças autistas
estavam com dificuldade na hora do lanche, por se sentirem incomodadas com o
14

cheiro dos alimentos. Participei de uma reunião com a coordenação sobre o que foi
observado em sala de aula.

15/08/2023-Nesse dia foi solicitado que eu fizesse trabalho na gráfica como


impressão e atividade xerocopiada. A atividade durou 4h.

16/08/2023-Seguindo a rotina diária com a acolhida em sala, acompanhei os alunos


em uma atividade na aula de inglês logo. A duração foi de 4h

17/08//2023-Participei de uma reunião com professores e as coordenações do


segmentos da educação infantil e do ensino fundamental 1 para tratar de assuntos
referente ao projeto anual.

18/08/2023-Neste dia fiz trabalhos junto a secretaria da escola, como atendimento


aos pais durante 2horas, logo após retornei para sala de aula onde fui preparar junto
com a professora o plano de aula da semana de 25 á 29/09.

21/08/2023.Foi solicitado que eu ficasse auxiliando a professora do pré 1 pois a


auxiliar de sala havia faltado.A duração foi de 4h

22/08/2023-Fiquei auxilando aprofessora do maternal 1 em sua rotina normal.Logo


após fui liberada para dar continuidade ao projeto de intervenção.

23/08/2023-Auxiliei a turma em uma atividade de pintura da bandeira do Brasil


usando elementos da natureza,essa pintura será usada nas comemorações da
15

semana da pátria,a duração foi de 2h e logo após dei continuidade ao projeto de


intervenção.

24/08//2023-Reunião com os pais dos autistas das turmas do maternal 1 e 2.Fiquei


auxiliando a professora do pré 2.

25/08/2023-Neste dia fiquei apenas nos preparativos e ajustes da culminância do


projeto “Estratégias para ajudar crianças autistas com seletividade alimentar dentro
do ambiente escolar”

28/08/2023-Mais um dia para tratar de assuntos referentes ao projeto de


intervenção,tivemos reunião com a professora e a direção da escola.

29/08/2023-Fechamento do projeto,apresentei algumas estratégias e tivemos


palestra com a psicóloga Tatiana que faz parte da equipe pedagógica da escola e
também a nutricionista Adriana.O projeto foi apresentado para professores e
auxiliares de sala das turmas do maternal 1 e 2 e do pré 1 e pré 2.

Foi um projeto de grande aproveitamento e muito esclarecedor onde tiramos dúvidas


e aprendemos bastante.

COLEGIO CRISTÃO PETROLINA


16

PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDGÓGICA: “ESTRATÉGIAS PARA AJUDAR


CRIANÇAS AUTISTAS COM SELETIVIDADE ALIMENTAR DENTRO DO
AMBIENTE ESCOLAR”

APRESENTAÇÃO

Com este relato de experiência, refletimos sobre a problemática desse tema de


grande importância abordado nesse relatório “Estratégias para ajudar crianças
autistas com seletividade alimentar dentro do ambiente escolar”.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento que


pode ser reconhecido por déficits clinicamente significativos e persistentes na
comunicação social e nas interações sociais; déficits expressivos na comunicação
não verbal e verbal; padrões restritos e repetitivos de comportamento,
interesses e atividades (APA, 2014).

Dentre as alterações comportamentais presente nos quadros de TEA, a


literatura (SILVANI, 2011; WESTWOODH,et al.,2017) destaca a seletividade
alimentar. A seletividade alimentar pode ser entendida como um comportamento
alimentar que tem como característica principal a exclusão de uma variedade de
alimentos. Essa postura, muitas vezes, pode ser transitória, (correspondendo à fase
de adaptação a novos alimentos), ou perdurarao longo do desenvolvimento da
pessoa (SAMPAIOABM,et al., 2013).A Seletividade Alimentar caracteriza-se pela
tríade: pouco apetite, recusa alimentar e desinteresse pelo alimento. Essa
combinação podeprovocar uma certa limitação avariedades dealimentos
ingeridos,além disso provoca um comportamento de resistência em experimentar
novos alimentos.A limitação de variedades na hora da refeição pode agregar
carências nutricionais e prejudicar o organismo, pois a ingestão de macro e
micronutrientes está estreitamente relacionada com a ingestão de energia e
bom funcionamento do organismo (DOMINGUESG,2011). Uma nutrição adequada
ajuda na prevenção de doenças, no bom funcionamento do organismo,além de
proporcionaruma melhor qualidade de vida. Para a manutenção de uma nutrição
17

adequada é necessário que o indivíduo consuma uma variedade de alimentos,


pois essa variedade trazumamaior oferta de nutrientes. Criançascom TEA podem
apresentar dificuldades em aceitar novas experiências alimentares, o que pode
ocasionar deficiência de algum nutriente(SILVANI, 2011)

Uma característica bastante presente dentro do TEA estárelacionada a padrões


restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, incluindo, então,
comportamentos alimentares repetitivos (APA, 2014). A seletividade
alimentar(SA)se caracteriza pela junção de comportamentos alimentares, taiscomo:
recusa alimentar, dificuldades em consumir novos alimentos e uma ingestão
reduzida de variedades (SILVANI, 2011). Portanto,é extremamente importante
que tanto os pais quanto os profissionais fiquem atentos quanto a esses
comportamentos emitidos no momento da refeiçãoafimde evitar problemas
posteriores(MARTINSRC, 2016).Parte da recusa, ou mesmo da SA apresentada
pela criança com TEA,pode ser justificada por ela não conseguir realizar com
eficiência algumas atividades motoras e por possuir distúrbios de
processamento sensorial, o que as levaa escolherem ou terempreferência por
alimentos através da textura (CORREIAC,2015)

Pensando nisso,nosso projeto visou trazer esclarecimento a respeito desse


problema,jás que existia muita dificuldade na hora de ofertar o lanche para esses
alunos.

Palestras,formação com profissionais,conversas e reuniões com os pais foram


ofertadadas através desse projeto que visou a qualidade de vida a curto e longo
prazo dessas crianças com TEA.Foi elaborado também um projeto para ser feito
com as crianças em sala de aula apresentando alimentos saudáveis,então ficou
determinado que os pais procurassem ofertar em casa esses alimentos e também
levassem para os alunos apenas alimentos considerados saudáveis,respeitando
claro o interesse e o gosto do aluno,porém incentivando novos hábitos na
alimentação.

PROBLEMA
18

O que fazer com a recusa do aluno com determinado alimento?

JUSTIFICATIVA
19

Cumprindo o estabelecido no regulamento de estágio do curso de Licenciatura em


Pedagogia da Faculdade de Eensino Superior FAESPE, pretendem-se estabelecer o
trabalho a ser desenvolvido pelo estagiário nos diferenciados campos de estágio
supervisionado. É importante considerar que a prática de ensino exerce a função de
disciplina integradora no currículo e é no espaço da prática de ensino que se realiza
a “análise da adequação, dosagem e organização do conhecimento a ser lecionado
nos diversos graus de ensino e nas diferentes realidades existentes”. Trata-se de
trabalhar o conteúdo específico na ótica do ensino.

A prática nesse estágio foi realizada de maneira que estabelecesse a intervenção


feita dentro da instituição de ensino Colégio Cristão Petrolina,nossa temática foi
elaborada a partir da observação e vivencia com a colaboração dos professores
envolvidos no segmento,junto as turmas do maternal 1 e 2 do turno da tarde,tivemos
um olhar especial quanto aos alunos com TEA e como era feita a abordagem no
momento do lanche.

Os resultados deste estudo apontam que os participantes analisados


possuem comportamentos tendenciosos à seletividade alimentar.Evidencia ainda
risco de problemas nuticionais nas crianças pesquisadas, um fator
preocupante,haja vista que a fase da infância tem influência direta a longo prazo. É
necessário que essas crianças recebam intervenção adequada no que tange ao
acompanhamento nutricional, pois observa-se uma carência de
informaçãoofertada aos pais/cuidadores acerca da importância da alimentação
no TEA. Finalmente, sugere-se que estudos posteriores realizem mais
investigações acercada presença de seletividade alimentar e consumo de
micronutrientes em indivíduos com TEA

O Estágio Supervisionado foi uma oportunidade para que se observe a realidade


escolar realizando uma observação participativa com procedimentos adequados,
vivenciando uma prática Técnica, ao mesmo tempo em que retoma a teoria para
refletir, discutir e pesquisar, retornando à Escola para tentar inová-la. O Estágio
Supervisionado propiciou uma significativa base conceitual, favorecendo a reflexão
20

sobre como se dá o processo de ensinar a aprender, aprender a aprender e


aprender a ensinar, além de oportunizar vivências na realidade escolar.

OBETIVO GERAL

Reafirmar a relação teoria-prática e aprofundar o estudo em relação a esse


tema, propostas metodológicas e teorias vigentes na educação básica e profissional,
por meio da observação e participação, das intervenções
Analisar a prática de ensino aplicada na educação infantil e Educação Profissional e
estabelecer a relação teoria-prática;
Verificar a prática pedagógica, relacionando a teoria e a prática educativa escolar e
buscando compreender sua organização e dinâmica.

Elaborar projeto de ação pedagógica nessa problemática dentro da realidade


escolar, registrar a prática vivenciada através da produção escrita e outras formas de
registro.

OBETIVO ESPECÍFICO

-Trazer aos professores,auxiliares e pais estratégias de abordagem e intervenção


com crianças com seletividade alimentar;
21

-Frisar a importância de uma intervenção adequada e acompanhamento nutricional


adequado para essas crianças;

REVISÃO LITERÁRIA

1.1 Concepção de Educação Infantil

Assim como as concepções de criança e infância se modificaram


historicamente, também as instituições que tem se dedicado à educação de criança
têm passado por transformações. A criança, na Idade Medieval, convivia
constantemente com os adultos em todos os momentos, inclusive no local de
trabalho, por indiferenciação. A Idade Moderna prepara o futuro adulto nas escolas.
A criança é vista como o adulto em gestação. Apesar de todo esse “evolucionismo”
na condição histórica da criança, na Idade Média ela assumiria a condição de
“reizinho do lar”, significando muito pouco para seus pais. Com o advento do
capitalismo, a criança passou a ocupar, na família, o papel de trabalhadora, sob a
autoridade imediata de seus pais, trabalhando, muitas vezes, na mesma máquina,
passando na fábrica sua primeira infância, desde o berço, porque dessa maneira
suas mães podiam lhes vigiar, cuidar e amamentar. No final do século XIX, o
trabalho infantil continuou sendo visto pelas camadas subalternas como “a melhor
escola”. No período crescente do capitalismo, existiam os asilos considerados como
instituições assistencialistas, destinados a atender crianças pobres, somente durante
a primeira infância. A partir desse período a instituição, que se consolidou e passa a
ser conhecida como escola. Essa assume um novo papel, guardar os filhos das
mães trabalhadoras, contribuindo para a diminuição do alto índice de mortalidade
infantil, que era muito preocupante na época. Embora estas instituições fossem
22

apenas assistencialistas (instituições destinadas a assistência), surgia a idéia de que


a escola era um espaço de aprendizagem para o desabrochar, desenvolvendo a
criança como um todo. A escola irá adotar princípios, corrigir, compensar e recuperar
suas condições de marginalidade social. “A aprendizagem da criança começa muito
antes da aprendizagem escolar. A aprendizagem escolar nunca parte do zero. Toda
a aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história” (VYGOTSKY, 1991, p.
8). A educação de crianças de 0 a 6 anos, quando ocorre em creches ou pré-
escolas, vincula-se inevitavelmente ao atendimento do cidadão-criança. A criança é
entendida como um sujeito de direitos, que tem uma história e convive numa
sociedade, interagindo num grupo que define sua cultura e em pleno
desenvolvimento desde o seu nascimento. Com esta visão histórica, podemos
entender que a Educação Infantil assume um papel educacional tão importante
quanto o das séries iniciais do Ensino Fundamental, como podemos perceber na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) – Lei nº 9394/96, em seu
Título V, seção II, da Educação Infantil (p. 21):

Art. 29º – A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Anterior a LDBEN/96, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), garantia


a escolarização, com qualidade, a todas as crianças, em seu artigo 54º, parágrafo IV,
está assegurado o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis
anos de idade. Posterior a esses documentos surge em 1998 o Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil, a fim de contribuir com as políticas e os
programas de educação infantil. Com a função de socializar, informar e discutir
pesquisas na área da educação infantil, o Referencial fundamenta o trabalho
educativo dos profissionais da educação e incentiva os sistemas de ensino,
estaduais e municipais. Este documento é uma proposta aberta. Seu caráter não-
obrigatório considera e respeita a pluralidade e a diversidade da sociedade
brasileira, embasado nos seguintes princípios:

- o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais,
sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc; - o direito das crianças a brincar, como forma
particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil; - o acesso das crianças aos
bens sócio-culturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à
23

expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento à ética, e à estética; - a socialização


das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem
discriminação de espécie alguma; - o atendimento aos cuidados essenciais associados à
sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade; - A estes princípios cabe acrescentar que as
crianças têm direito, antes de tudo, de viver experiências prazerosas nas instituições (BRASIL, 1998,
p. 13-14)

Inicialmente, a Educação Infantil procura conhecer a criança na sua


realidade, entendê-la como ser social, com cultura e princípios diferenciados.
Partindo dessa premissa, possibilita-se o desenvolvimento através da exploração de
objetos, incorporação de relações interativas, atividades lúdicas, desenvolvimento
motor, enfim, desenvolvimento físico, psicológico, intelectual, social e emocional.

“O intelecto é a soma de muitas capacidades diferentes, cada uma das


quais, em certa medida, é independente das outras e, portanto, tem de ser
desenvolvida independentemente mediante um exercício adequado” (VYGOTSKY,
1991, p. 7). Diante desse quadro de reconhecimento da educação infantil, cada vez
mais um número crescente de famílias de diferentes camadas sociais e a sociedade
geral, passa a demonstrar confiança e credibilidade às instituições escolares
responsáveis por essa fase de desenvolvimento da criança. Para Vygotsky (1991, p.
7), a tarefa do docente consiste em:

[...] desenvolver não uma única capacidade de pensar, mas muitas capacidades particulares de
pensar em campos diferentes; não em reforçar a nossa capacidade geral de prestar atenção, mas em
desenvolver diferentes faculdades de concentrar a atenção sobre diferentes matérias.

O compromisso maior da educação infantil, hoje, é desenvolver uma prática


pedagógica que possibilite a ampliação dos conhecimentos sobre a natureza, a
cultura, a sociedade e todo o processo que envolve o dia-a-dia dessas crianças. “Em
conseqüência, o sistema de atividade da criança é determinado em cada estágio
específico, tanto pelo seu grau de desenvolvimento orgânico quanto pelo grau de
domínio no uso de instrumentos” (VYGOTSKY, 1998, p. 28). Conforme Vygotsky, a
sociedade se constrói partindo da cultura do seu povo e suas relações com a
natureza. Assim, o conhecimento se evidencia nas inter-relações da emoção, da
imitação e representação, do movimento, da linguagem, do outro e suas interações.
24

Dessa maneira, possibilita-se à educação infantil uma prática pedagógica que leva
em consideração as particularidades das crianças de 0 a 6 anos.

A criança que freqüenta uma instituição de educação infantil pode ser


desenvolvida, além daquilo que sabe, a partir do momento que for capaz de ampliar
e desafiar 28 a construção de novos conhecimentos. Esta metodologia é
denominada por Vygotsky de “formação de conceitos”, pois os conceitos
espontâneos são formulados no processo de interação em momentos do cotidiano,
nas experiências vividas, partindo sempre do concreto para o abstrato. O
conhecimento científico é aprendido em situações de educação sistematizada, ou
seja, dependem de uma pauta interacional específica, partindo da abstração para o
concreto. Essa construção de conceitos na Educação Infantil através da troca de
experiências possibilitará à criança compreensão da sociedade e do mundo.
Entretanto, Vygotsky (1996, p. 49-50), afirma que:

[...] o desenvolvimento dos processos que finalmente resultam na formação de conceitos começa na
fase mais precoce da infância, mas as funções intelectuais que, numa combinação específica,
formam a base psicológica do processo da formação de conceitos amadurece, se configura e se
desenvolve somente na puberdade.

Portanto, nessa perspectiva, formar novos conceitos, construir


conhecimentos, resulta em uma interação, pois é através dos outros que as relações
sujeito-objeto de conhecimento são estabelecidas. Os conceitos são intrinsecamente
motivadores, porque aproveitam o que a criança sabe e o que ela tem para oferecer.
Dessa forma, a criança amplia o seu conhecimento científico sem desprezar o senso
comum. “A formação de conceitos é o resultado de uma atividade complexa, em que
todas as funções intelectuais básicas tomam parte” (VYGOTSKY, 1996, p. 50).
Através do processo de formação de conceitos durante a primeira infância, que a
educação infantil tem grande relevância, pois é na mediação determinada durante os
momentos que a criança vive com o professor que os conhecimentos sistematizados
são assimilados como forma de representação, apresentação e leitura do real. São
estes conhecimentos que vão dizer como o ser humano apreendeu, compreendeu,
interpretou e se 29 modificou, conforme sujeito da história e da cultura. A partir do
momento que a criança começa a agrupar alguns objetos dá seu primeiro passo,
para a formação de conceitos. Dessa maneira, a criança passa a ser considerada
25

como um sujeito ativo e interativo no seu processo de conhecimento, graças à


intervenção do professor que permite que a interação ocorra, assim como, promove
outras no cotidiano das salas de aula.

O diferencial de cada criança (contexto familiar, comportamentos, experiências pessoais, valores e


níveis de conhecimento) vai definir o cotidiano escolar e, conseqüentemente, a prática, pedagógica,
possibilitando a “troca de repertórios, de visão de mundo, confrontos, ajuda mútua e conseqüente
ampliação das capacidades individuais”(REGO, 1997, p. 110)

1.2 Concepção de Profissional da Educação Infantil

O trabalho do educador, inicialmente, se dá a partir de uma concepção de


infância. Os aspectos cognitivos, afetivos, expressivos, motores e simbólicos são
elementos que integram o desenvolvimento da criança. A criança age, pensa, sente
e representa suas experiências e a si mesma, estabelecendo relações com o meio
físico e humano. O professor precisa ter como referência o grupo de crianças com o
qual vai trabalhar, considerando suas características e especificidades, estando
atento as descobertas das crianças –desprovido de preconceitos- respeitando cada
criança como sujeito de direitos e deveres. Este professor deve ser um agente
socializador. Vygotsky (1991, p. 6), considera que o docente deve pensar e:

[...] agir na base da teoria de que o espírito é um conjunto de capacidades – capacidade de


observação, atenção,memória, raciocínio, etc.- e que cada melhoramento de qualquer destas
capacidades significa o melhoramento de todas as capacidades em geral.

Nessa perspectiva, a ação do professor implica em demonstrações,


explicações, justificativas, abstrações e questionamentos, promovendo situações
que estimulem a curiosidade das crianças e a troca de informações entre os alunos.
Para tanto, é preciso que, no dia-a-dia, o docente determine uma relação dialógica
com as crianças, brincando, cantando, criando situações em que elas possam
expressar tudo o que sabem. “Aprendizagem e desenvolvimento não entram em
contato pela primeira vez na idade escolar, portanto, mas estão ligados entre si
desde os primeiros dias de vida da criança” (VYGOTSKY, 1991, p. 9). Compreender
26

a criança como um sujeito histórico e culturalmente localizado constitui dizer que, a


ação educativa segue uma trajetória de práticas sociais e culturais, a fim de ampliar
seu repertório vivencial, construindo a identidade pessoal de cada criança assim
como a identidade de cada grupo. Para que essa trajetória de vida seja construída
com qualidade e conhecimento científico o profissional da educação infantil deveria
estar em contínua capacitação, através de cursos de aperfeiçoamento, workshop,
oficina, entre outros. A educação é um processo de busca contínua de
conhecimento. A LDBEN/96 (1997, p. 36), define em seu Título VI, art. 62 que:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de
licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida,
como formação mínima parta o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras
séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

Esta mesma lei dispõe no Título IX, art. 87, parágrafo 4º que “até o fim da
década da educação somente serão admitidos professores habilitados em nível
superior ou formados por treinamento em serviço” (p. 47), pois considera relevante o
período de transição para a incorporação daqueles profissionais cuja escolaridade
ainda não é a exigida e proporciona um tempo às redes de ensino para adaptação.

Questiona-se a revogação desse artigo pelo então Ministro da Educação


Cristóvam Buarque, por entendermos ser uma medida contraditória frente à
exigência de profissionais qualificados em Curso Superior A idéia de profissionalismo
docente é aplicável aos professores de educação infantil, da mesma maneira que
aos professores dos outros níveis de ensino. A questão da educação do educador
precisa ser discutida e levada a sério, pois a práxis docente se refaz em cada
homem e os homens refazem seu próprio projeto de vida e seu mundo social.
Conforme Zabalza (1998, p. 27), as características pessoais do professor (a):

[...] de educação infantil continuam a ter um forte peso na definição do seu perfil profissional.
Principalmente, aquelas que são básicas para estabelecer essas conexões adulto-criança: -
cordialidade, proximidade e calor (em oposição à frieza e ao estabelecimento de distâncias); -
originalidade, capacidade de quebra da formalidade

O educador não é somente um profissional que está naquele espaço


educativo com o intuito de educar mediando a criança com o mundo sócio-cultural.
27

Esse educador vai mais além, quando brinca, cuida e ama, dando relevância e
significado a essa relação professor-criança e criança-criança. Portanto, quando
lemos na Proposta Curricular (Santa Catarina, 1998, p. 31), que:

Além de organizar, o educador tem o papel de integrante do processo: precisa estar atento quanto ao
que as crianças brincam, como elas brincam, o que apontam de mais significativo, interagindo,
oferecendo novos elementos ao contexto. Outro aspecto que é necessário prever no momento da
organização do trabalho com as crianças são aquelas atividades ligadas às funções orgânicas
básicas (sono, alimentação, higiene, banho, etc.), como trabalhos fundamentais e necessários pelos
educadores

Em consonância com a LDB, o Referencial Curricular Nacional para a


Educação Infantil – RCNEI (Brasil, 1998, p. 41), apresenta um perfil para este
profissional tendo a competência polivalente como ponto chave para o seu trabalho.

O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente.
Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que
abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das
diversas áreas do conhecimento. Este caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação
bastante ampla do profissional que deve tornar-se, ele também, um aprendiz, refletindo
constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a
comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos
essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças a observação, o registro, o
planejamento e a avaliação.

Através desses instrumentos o educador percebe suas facilidades e


dificuldades, seus conflitos e encaminhamentos, seus avanços em relação às
situações anteriores. Desenvolve-se assim, uma reflexão teórica-prática sobre os
desafios, as necessidades, as certezas e capacidades de sua história profissional,
contribuindo para uma Educação Infantil, com mais qualidade e oportunidades à
criança.

O estágio supervisionado I é um componente curricular muito relevante para a


formação dos universitários, ao propiciar um contato direto com a realidade do
trabalho pedagógico e a vivencia em sala de aula na instituição escolar. É um
período em que o estudante vai adquirir grandes conhecimentos e correlacionar a
teoria estudada em sala de aula com a prática vivenciada no cotidiano da educação
infantil.
28

Ao decorrer do seu desenvolvimento no período de vivência, o estágio


oportuniza várias reflexões, que se constituem mediante as informações que foram
adquiridas ao longo desse período, desde como ela funciona até experienciar a
realidade do cotidiano no ambiente escolar. Nesse momento, ocorre um turbilhão de
conhecimentos pertinentes e importantes que servirão como base para ajudar em
vários aspectos na construção da carreira do estudante.

Diante disso, PIMENTA e LIMA (2009) complementam que:

[...] o estágio precisa ser, em seus fundamentos teóricos e práticos, esse


espaço de diálogo e de lições, de descobrir caminhos, de superar os
obstáculos e construir um jeito de caminhar na educação de modo a
favorecer resultados de melhores aprendizagens dos alunos. De modo que,
possibilite que sejam trabalhados aspectos indispensáveis à construção da
identidade, dos saberes e das posturas do exercício profissional docente
(PIMENTA; LIMA, 2009, p. 129- específicas 130).

Através desse pensamento, nota-se que o período de estágio beneficia aos


acadêmicos experiências que os levarão a atuar diariamente questões fundamentais
como as suas habilidades, competências e criatividades, desenvolvendo trabalhos
que ajudarão positivamente em sua futura profissão.

Neste aspecto recorremos a Almeida e Pimenta (2014, p. 29) quando afirmam


o estágio como campo de conhecimento, “envolve estudos, análise,
problematização, reflexão e proposição de soluções para o ensinar e o aprender, e
que compreende a reflexão sobre as práticas pedagógicas, o trabalho docente e as
práticas institucionais, situados em contextos sociais, históricos e culturais”. Também
foi possível observar a relação entre teoria e prática durante as situações de
planejamento pedagógico. Segundo Libâneo (1994, p. 222) o planejamento trata-se
de “um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente,
articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social”.

. Percebemos o constante diálogo reflexivo, no qual os estagiários


consideravam contexto social, as bases teóricas e a intencionalidade pedagógica. “A
ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários
para controle administrativo, é, antes, a atividade consciente da previsão das ações
político – pedagógicas”. (LIBÂNEO, 1994, p. 222). Contudo, o planejamento não se
29

limitava, apenas, às constatações e reflexões feitas pelos estagiários, mas era


dialogado como os demais sujeitos da escola campo de estágio, principalmente,
professor da classe e coordenação pedagógica. Neste processo, os estagiários
definem, junto com a escola (professores, coordenadores e observando as
demandas e interesses dos alunos) os temas que serão explorados no período da
intervenção pedagógica. Essa proposta, ao longo do processo, sofre reconfigurações
para atender o interesse coletivo, respeitando as delimitações da instituição de
ensino, do nível de aprendizagem dos alunos, do tempo, das características e
perspectivas dos estagiários.

Assim, esse percurso exige um constante diálogo entre os professores


da escola, os estagiários, a gestão educacional e o orientador do estágio. Na
materialização das ações, esses segmentos vão expondo suas preocupações,
expectativas, seus saberes, percebendo as atividades que podem ser ou não
realizadas, considerando as problematizações levantadas. Assim, todos
assumem a coautoria do trabalho pedagógico. Por isso, a necessidade do
pensar coletivo e, sobretudo, colaborativo. Quando a ideia de colaboração se
efetiva, as resistências vão sendo pulverizadas no decorrer do estágio
supervisionado.

Aqui, concordamos com Aroeira (2018, p. 18)


ao afirmar que “[...] de forma colaborativa, a
problematização das práticas educativas pelos
professores e estagiários possibilita a criação de um
modo de ser e estar na profissão durante as
experiências do estágio”.

Na avaliação do planejamento, os estagiários reorganizavam suas


propostas, considerando as necessidades e a dinâmica do contexto escolar.
Esse processo reencaminhava os estagiários ao diálogo com seus pares, com
os professores e com as teorias, para sustentar as mudanças no
planejamento

Portanto, o universitário tem a oportunidade de atuar com a sua


independência e autonomia para que a aprendizagem aconteça visando resultados
30

positivos, tanto para a comunidade escolar quanto para si, havendo essa troca entre
o estagiário e a equipe escolar, para que assim, seja visto, o que eles sabem, quais
foram as contribuições e as suas experiências.

METODOLOGIA

Buscando atingir o objetivo principal, foi utilizado o método qualitativo baseado em


pesquisas e análises cotidiana tanto na escola como no convivío familiar para a
execução do projeto.

Visando colaborar de maneira positiva, foram feitas reuniões acadêmicas com a


finalidade de acrescentar conhecimento, ampliar e fazer utilização com eficiência
para obter um resultado positivo. Diante disso a junção das turmas do maternal 1 e
2, para a elaboração do presente projeto foi importante para que fosse analisado e
diagnosticado os problemas e assim executar de maneira conjunta,que visou
diagnósticar e soluionar problemas com a seletividade alimentar.A elaboração do
projeto consistiu em fazer, rodas de conversa ,palestras com a participação de
alguns professores,auxiliares,estágiarios e pais de alunos.
31

CRONOGRAMA

DATA ATIVIDADE OBJETIVOS


REALIZADA

23/08/2023 Início da elaboração do • Definir a ordem em que será


projeto, participação em apresentado o projeto
reunião
24/08/2023 Reunião com os pais dos • Informar aos pais do autistas
alunos autistas sobre o projeto e intervenções

25/08/2023 Preparação da sala para • Organizar o ambiente.


culminância do projeto.

28/08/2023 Ultima reunião com as • Orientar e esclarecer a


professoras das turmas dinâmica do projeto.
envolvidas no projeto e a
direção

29/08/2023 Fechamento do projeto • Orientar sobre o autismo e seus


com palestra, e
tipos;
nutricionista convidada
• Apresentação do projeto de
intervenção orientando como
proceder nos casos de
32

seletividade e introdução de
novos alimentos para o aluno
autista

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Discutir a prática pedagógica a partir da formação docente envolve reflexão e


autoavaliação constantemente. Portanto, para os profissionais responsáveis por esta
atividade, a práxis reflexiva deveria acontecer naturalmente, concebendo uma
relação teórico-prática articulada.

Logo, ao propormos um estudo sobre a criança, a partir do profissional que se


prepara academicamente para contribuir e intervir no seu processo de
desenvolvimento, precisamos assumir uma posição teórica-epistemológica que
possa revolucionar o fazer pedagógico. É gratificante reconhecer que estamos em
constante processo de aprendizagem, construindo e reconstruindo conhecimento.
Afinal, o profissional é histórico, social e cultural e, portanto, sua formação não está
pronta e acabada!

Essa consciência deveria fazer parte da ação pedagógica diária do docente,


pois estamos constantemente ensinando e aprendendo através das interações com
as pessoas com as quais convivemos. Ser um bom profissional da educação infantil
implica, necessariamente estar atento a novos conhecimentos sobre o
33

desenvolvimento da criança, pois cada instituição deveria ter um projeto pedagógico


embasado em alguma teoria a fim de fundamentar o trabalho dos seus profissionais.
Por sua vez, os profissionais precisam se dispor à mudança, a inovar, a criar e
recriar, a construir e reconstruir, numa ação conjunta com os alunos através do
processo de interação. Essa ação deveria ser dialógica e participativa. Trabalhar
diretamente com crianças pequenas exige do professor muita confiança na sua ação
pedagógica. Essa confiança acontecerá a partir de uma formação ampla, envolvendo
desde conhecimentos básicos sobre a infância até conhecimentos específicos sobre
o desenvolvimento infantil.

A prática pedagógica implica uma relação teórico-prática, ou seja, a maneira


pela qual as teorias pedagógicas são colocadas em ação pelo próprio professor,
partindo da prática social. Para produzir mudanças qualitativas o profissional deveria
munir-se de conhecimento crítico e aprofundado da realidade, oportunizando a
criança uma educação com aprendizagens orientadas baseadas em situações de
cuidados e brincadeiras. Assim sendo, é substancial que o profissional compreenda
a criança, conheça a sua realidade e garanta um ambiente rico, prazeroso e
saudável, a partir da individualidade e da diversidade de cada um. Articular teoria e
prática levando em conta um contexto sócio-histórico representa uma proximidade
cada vez maior, do mundo da criança, com práticas sociais reais. Para tanto, é
necessário que a formação do professor seja repensada, buscando, a construção de
uma prática reflexiva, crítica e criativa.

Neste estudo, ao evidenciar a importância do estágio supervisionado na


formação docente, observamos nas legislações que orientam os cursos de
formação, o destaque atribuído a articulação entre teoria e prática. E, no que se
refere ao estágio, a valorização do diálogo entre a instituição formativa com a escola.
Condição, ainda, não alcançada na maioria dos cursos de formação.
34

Mesmo existindo dificuldade de se estabelecer, efetivamente, uma articulação


entre teoria e prática, é possível identificá-la em algumas situações de estágio, tais
como na proposição de uma experiência que promovesse o diálogo entre a
instituição formativa e a escola campo de intervenção. Também, no amadurecimento
dos estagiários ao pensar junto com os profissionais do ensino um planejamento de
estágio que estivesse condizente com a realidade escolar.

Observamos uma tentativa de estáagio que ultrapassassem os limites da


aplicabilidade técnica, promovendo um diálogo reflexivo, considerando os saberes e
conhecimentos dos professores, coordenadores da escola, as necessidades e o
nível de aprendizagem dos alunos e conhecimentos dos estagiários. E neste
processo, pensar na escola e com a escola, seu projeto pedagógico e como poderia
ser organizada a proposta de estágio.

Constatamos o quanto o estágio contribuiu para o enriquecimento dos alunos


ao compreenderem, por meio das ações reflexivas e colaborativas, os desafios da
formação docente, percebendo as complexidades do contexto de atuação e,
especialmente, analisando suas ações pedagógicas, enquanto futuros profissionais
do ensino.
35

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, M. I.; PIMENTA, S. G. Centralidade do Estágio em cursos de Didática


nas Licenciaturas: rupturas e ressignificações. In: ALMEIDA, M. I.; PIMENTA, S. G.
(Orgs.) Estágio Supervisionado na Formação Docente: educação básica e
educação de jovens e adultos. São Paulo: Cortez, 2014.

AROEIRA, K. P. A didática e os estágios em licenciaturas: uma articulação


necessária na produção de práticas pedagógicas. AROEIRA, K. P.; S. G. P. (Orgs).
Didática e estágio. Curitiba: Appris, 2018.

CORREIA C.Seletividade alimentar e sensibilidade sensorial em crianças


com perturbação do espectro do autismo. 2015. Dissertação(Mestrado em
Terapia Ocupacional) –Escola Superior de Saúde do Alcoitão, Santa Casa de
Misericórdia de Lisboa, Lisboa, 2015

DOMINGUES G.Relação entre medicamentos e ganho de peso em


indivíduos portadores de autismo e outras síndromes relacionadas.
Disponível em:<http://www.nutricaoativa.com.br/arquivos/monografia9.pdf >.
Acessoem: 03 fev.2019

Lei de diretrizes e bases da educacional nacional – nº 9.394, de 20/12/1996. São


Paulo: Saraiva, 1997.

ALMEIDA, M. I.; PIMENTA, S. G. Centralidade do Estágio em cursos de Didática


nas Licenciaturas: rupturas e ressignificações. In: ALMEIDA, M. I.; PIMENTA, S. G.
(Orgs.) Estágio Supervisionado na Formação Docente: educação básica e
educação de jovens e adultos. São Paulo: Cortez, 2014.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática.


Goiânia:
Alternativa, 2001.
PIMENTA, Selma Garrido.; LIMA, Maria do Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2.
36

Ed.São Paulo: Cortez, 2009.


SILVA NI. Relações entre hábito alimentar e síndrome do espectro autista.
Revista Resolução CoPGr 5890 de 2010,2011.

SAMPAIO ABM, et al.Seletividade alimentar: uma abordagem nutricional.


Revista Brasileira de Psicologia, 2013;62(2):164-170

SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta


curricular: educação infantil, ensino fundamental e médio (disciplinas curriculares).
Florianópolis: COGEN, 1998.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998

WESTWOOD, H, et al. Clinical evaluation of autistic symptoms in women with


anorexia nervosa. Molecular Autism, v.8, 2017

ZABALZA, Miguel A. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed,


1998.

PLANO DE AULA
37
38

ANEXOS:
39

FAESPE- FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE


PERNAMBUCO credenciada pela portaria mec n°1.489, de
14 de novembro de 2017

JUSCILENE ALVES DOS SANTOS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO I DOCENCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PETROLINA

2023

1-APRESENTAÇÃO
40

Com este presente artigo, refletimos sobre os saberes docentes que consistem a
prática pedagógica. Nesta perspectiva iremos relatar nossa experiencia no Estágio
Supervisionado I Docência na Educação Infantil, da Faculdade de Educação
Superior de Pernambuco, FAESPE.O estágio foi realizado em uma escola da rede
privada, tendo como objetivo investigar e analisar a relevância do estágio
supervisionado, para especificar e caracterizar o trabalho desenvolvido pelos
professores na Educação Infantil.

2-AMBIENTAÇÃO ESCOLAR

O estágio foi realizado na instituição na instituição de ensino Colégio Cristão


Petrolina, que fica localizado a Avenida da integração,1122 Bairro caminho do Sol,
na cidade de Petrolina-PE, a escola tem dois turnos:manhã e tarde.Com turmas de
Educação Infantil, do maternal 1 ao pré 2, fundamental 1 do 1° ao 5° ano,
fundamental 2, do 6° ao 9° ano, e Ensino Médio.

A escola é bastante ampla tem capacidade para 1000 alunos, encontra-se


matriculados 950 divididos entre as modalidades Infantil, fundamental 1 e 2 e Ensino
Médio. O horário de funcionamento é de segunda a sexta feira das 7:10 ás 18:30,o
ambiente é limpo, a área externa é ampla com estacionamento e duas portarias.

A recepção fica na área central do prédio no primeiro andar junto com a secretaria, a
escola também dispõe de acesso a pessoas com deficiência física.
41

3-SITUAÇÕES DE IMERSÃO NO CAMPO

No campo pude vivenciar diversas situações junto aos professores na sala de aula,
participando ativamente das aulas, atuando nas atividades , elaborando e realizando
intervenções atuei também em outros segmentos como, coordenação, sala de
cópias e recepção participei de reuniões fiz anotações para elaboração do projeto e
acompanhei de perto a rotina de reuniões com pais de alunos.

Fotos:2 ou 3
42
43
44
45
46
47

4-INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
48

Diante dos visiveis problemas sobre abordagem com alunos autistas foi
elaborado noso projeto “ELABORANDO NOVAS POSSIBILIDADES DIANTE
DOS PROBLEMAS COGNITIVOS” para darmos vida ao projeto foram feitas
palestras,reuniões e dinamicas com profissionais da área.

Fotos 5 ou 6

Problema

Justificativa

Objetivos

Revisão literária

Metodologia

Cronograma

Considerações finais

Referencias
49

Você também pode gostar