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INSTITUTO MISSIONÁRIO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR – IMES

FACULDADE PAN-AMERICANA – FPA


CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

MARLUCE MARTINS CARDOSO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO JOVENS E


ADULTOS - EJA

Bragança – PA
2022
MARLUCE MARTINS CARDOSO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO DE JOVENS E


ADULTOS - EJA.

Relatório de estágio apresentado como


requisito avaliativo do curso de
Graduação em Pedagogia da
Faculdade de Bragança - FABRA,
sobre orientação da Prof.ª Esp.
Valcilene da Costa Ribeiro.

Bragança – PA
2022
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
2.CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO ESTAGIADO................................................5
2.1 Sala de Aula..........................................................................................................6
3. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA..........................9
3.1 Papel do Professor...............................................................................................11
3.2 Descrição e Analise Reflexiva das Atividades de Estágio Educação de Jovens e
Adultos........................................................................................................................12
4. RELATORIO DE REGENCIA ................................................................................13
4.1 Plano de Aula ......................................................................................................14
4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................15
4.3 REFERENCIAS....................................................................................................16
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1.INTRODUÇÃO

O Estagio Supervisionado em Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma


etapa indispensável no Curso de Pedagogia , pois possibilita a aproximação entre os
conhecimentos teóricos e a pratica, alem de permitir ao aluno de Pedagogia uma
visão do processo de ensino nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e
também a oportunidade de nos desenvolvermos profissionalmente.

Assim, o presente relatório abordará reflexões importantes sobre o Estágio


Supervisionado na EJA, como o cotidiano da Escola, a organização do trabalho
pedagógico-curricular, as práticas educativas na sala de aula, o processo de
interação entre os sujeitos da sala de aula, considerando, para tanto,os estudos
teóricos que foram realizados.

Também, o presente relatorio descreve a trajetória de estagio na Educação


de Jovens e Adultos, trazendo uma experiência inovadora a partir de observação,
partcipação e regencia, vivenciadas nas turmas de 1 e 2ª etapas na Escola
Municipal de Ensino Fundamental Professora Julia Quadros Peinado, localizada na
Rua Janio Quadros com Av. Governador Mendonça Furtado, no Bairro Vila Nova,
na cidade de Bragança-Pa.

O trabalho é válido como requisito avaliativo obrigatório do 8 periodo do


Curso de Pedagogia da Faculdade Pan Americana. Nele consiste relatos de
observação que desde a entrega da Carta de Aceitação de Estágio na noite do dia
08 de novembro de 2021 até o termino da experiência de regencia no dia 02 de
dezembro de 2021.

O Estágio Curricular Supervisionado além de ser uma atividade obrigatória


da grade curricular do Curso de Pedagogia que está previsto na Lei 9394/96 da
LDB, possibilita ao acadêmico vivenciar situações relacionadas à docência que
foram frequentemente discutidas ao longo da graduação , e que serão de
fundamental importância para auxiliá-lo na capacitação e na inserção de forma
autonoma na area da Educação.

Nossa experiência na Instituição durou o equivalente a dezenove dias, as


duas primeiras semanas serviram para observação e participação das atividades
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dos professores supervisores e foram criteriosas, onde percebemos os anseios,


rejeições, ações metodológicas e buscamos a aceitação da turma que nesse
momento já está acostumada com a docente, tornando desafiadora a conquista do
público. Já na terceira e quarta semanas , foi realizada a experiência de regencia, o
apíce do trabalho, pois é o momento em que se aprende em teorias, além de
dezenvolver estratégias e atividades na busca do avanço e reciproca de ideias e
saberes diferentes na aprendizagem.

2 CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO ESTAGIADO

E.M.E.F. Professora Julia Quadros Peinado

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Julia Quadros Peinado


fica localizada na Rua Janio Quadros com Av. Governador Mendonça Furtado, no
Bairro Vila Nova, na cidade de Bragança-Pa.

Atualmente a Escola está estruturada com: Alimentação escolar para os


alunos; Água filtrada; Água de poço artesiano; Energia da rede pública; Fossa; Lixo
destinado à coleta periódica; Acesso à Internet; Banda larga. Contando com 12
salas de aulas; Sala de diretoria; Sala de professores; Laboratório de informática;
Sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado
(AEE); Quadra de esportes coberta; Cozinha; Sala de leitura; Banheiro adequado à
alunos com deficiência ou mobilidade reduzida; Sala de secretaria; Banheiro com
chuveiro; Refeitório; Despensa; Almoxarifado; Pátio coberto; Área verde. Possuindo
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também Equipamentos como: TV; DVD; Copiadora; Impressora; Aparelho de som;


Projetor multimídia (datashow).

A Escola atende o público de aproximadamente 550 alunos, nas


modalidades de ensino: Ensino Fundamental de 9 anos do 1º ao 5º ano e
EJA( Educação de Jovens e Adultos). A escola atende ainda, alunos com deficiência
inclusos na rede regular de ensino os quais recebem atendimento na sala de
Atendimento Educacional Especializado - AEE.

A escola propõe-se a realizar atividades educacionais voltadas para ações


coletivas comprometidas com a formação integral do educando nos aspectos social,
cognitivo, cultural, político, afetivo e psicomotor, os quais recebem um
direcionamento pedagógico, sociocultural e financeiro, distribuídos em equipes de
trabalho composta por professores, pessoal de apoio e agentes administrativos,
diretor (a) e o (a) técnico (a) pedagógico, coordenador (a) e monitores do Projeto
Mais Educação. Vale ressaltar que as informações acima citadas foram obtidas por
meio de observação de posse ao Projeto Político pedagógico o PPP da escola,
elaborado para vigência dos anos de 2019 e 2020.

Quanto Projeto Político Pedagógico da escola está sendo reformulado e por


isso, não tive acesso. Mas, segundo a diretora, o Projeto Político Pedagógico, visa
não apenas às necessidades materiais da escola, mas também um ensino de
qualidade com a participação de todos os profissionais com o objetivo de melhorar o
desempenho escolar e dentre outros objetivos, possibilitar a autonomia e a
identidade pedagógica, política, administrativa e financeira da instituição escolar.
Nessa perspectiva pode se dizer que o Projeto Político Pedagógico é de
fundamental importância para definir e manter as tomadas de decisões acerca do
que se quer realizar na escola. Ainda segundo a diretora, o PPP contempla os
fatores de ações favoráveis a nossa missão de educadores, visando à elaboração
de um projeto flexível e contextualizado com a historicidade cultural e econômica da
região, que mediante os avanços e retrocessos, vive uma constante necessidade de
novas avaliações com amplitudes que contemple as propostas e metas a serem
alcançadas, pois a escola anseia por melhorias que vise resultados satisfatórios em
todas as áreas do processo do ensino-aprendizagem.

2.1 Sala de Aula


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Sala de Aula da EJA

Assim que iniciamos o nosso estagio de observação, no dia 08 de novembro


de 2021, em uma segunda feira, onde em entrevista com a Diretora da Instituição
Escolar, colhemos as primeiras informações relacionadas a Escola e seus
respectivos. Nesse mesmo dia fomos para a sala de aula, chegamos na sala,
encontramos a docente, falamos com ela, ela recebeu-nos com toda atenção,
imediatamente observamos que só tinha um aluno, perguntamos quantos alunos ela
tem, ela relatou-nos que foram matriculados 15 alunos, mas no entanto devido a
pandemia, só esta em sala presencialmente 02 alunos, tem dia que vai somente 01,
outros dias nenhum aparece. Diante das informações colhidas, no decorrer dos dias
foi previamente diagnosticado que grande parte a maioria dos alunos possuem
características em comum.

Observamos que a sala de aula, possui cadeiras e mesas de madeira, é


organizada tradicionalmente, com as cadeiras e mesas enfileiradas, tem dois
ventiladores, um armário, onde a professora guarda os materiais didáticos, as
paredes com cartazes e quadro magnético, e bem ilustrado, a docente é bem
atenciosa, gosta do que faz. Nesse dia as atividades desenvolvidas foi da disciplina
Lingua Portuguesa, com o assunto conhecimento do alfabeto e formação de
palavras.

Enquanto a aluna estava escrevendo no seu caderno o conteúdo, a


professora foi conversar conosco, falando que as disciplinas que trabalha com os
alunos são: Português, Matemática, Geografia e História, Ensino Religioso,
Ciências, e tem mais duas disciplinas que são Educação Física e Informática , que
são outros docentes que ministram, toda terça-feira tem Educação Física , mas é na
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sala de aula com aula teórica, já a aula de Informática acontece toda quinta-feira na
sala de informática com o professor orientando já pratica e teoricamente.

Nos outros dias a docente fez metodologias diferentes , ou seja , trabalha com
letras ,silabas e palavras e desenhos, a aluna participou respondendo e conhecendo
as letras e formando palavras, percebemos que a aluna tem muita dificuldade com a
leitura, devido não conhecer as letras acaba dificultando a compreensão do assunto,
percebe-se desta forma alunos desmotivados e sentindo-se incapazes de resolver
tais problemas, apesar da professora ser bem comunicativa e atenciosa tentar
manter uma boa relação com os discentes, dentre os fatores que atrapalham o
processo de ensino e aprendizagem na EJA, os métodos tradicionais acabam sendo
um grande empecilho nessa construção do conhecimento , como afirma Freire
(2007, p. 86),

"antes de qualquer tentativa de discussão de técnicas, de materiais, de


métodos para uma aula dinâmica assim, é preciso - indispensável mesmo -
que o professor se ache 'repousado' no saber de que a pedra fundamental é
a curiosidade do ser humano. É ela que me faz perguntar, conhecer, atuar,
perguntar mais, 're-conhecer'.

É bom realçar que a Didática não recomenda técnicas, pois sabe que elas só
são funcionais se denotarem uma forma de expressão significativa do professor para
o processo de ensinar.

Ou seja, o professor deve ser o articulador entre aquilo que vai ensinar e o
despertar da curiosidade dos educandos. Para Paulo Freire, “o papel do professor e
da professora é ajudar o aluno e a aluna a descobrirem que dentro das dificuldades
há um momento de prazer, de alegria” (2003, p. 52). Para tanto, torna-se prioritário a
prática do diálogo em que ambos, educador e educando, através da realização de
seus objetivos chegam ao acesso do saber historicamente elaborado pelo exercício
cultural da humanidade. Ainda de acordo com Paulo Freire, “O educador ou
educadora como um intelectual tem que intervir. Não pode ser um mero facilitador”
(2003, p. 177), o que traduz a exigência da formação docente para o exercício pleno
de sua função pedagógica, enquanto articulador do processo ensino e
aprendizagem.

3 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS -


EJA.
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A Educação de Jovens e Adultos(EJA), é uma modalidade de ensino que é


ofertado a jovens a partir dos 15 anos de idade e que perpassa todos os níveis da
educação básica do país, destinada a jovens e adultos que não deram continuidades
em seus estudos, e para aqueles que não tiveram o acesso ao ensino
fundamental/ou Médio na idade apropriada,preferencialmente em escolas regulares.

Sabe-se que existem diversos fatores que não possibilitam a alfabetização


no período da infância no decorrer dos anos, diante disso o indivíduo sente a
necessidade de inserir-se nesse processo e procura a EJA(Educação de Jovens e
Adultos) oferecido por escolas públicas, em termos de acesso a essa modalidade , a
legislação educacional determina que a idade mínima para o ingresso nos cursos de
educação de jovens e adultos e a participação nos exames supletivos é de 15 anos
completos para o ensino fundamental e de 18 para o ensino médio.

Levando em consideração que a educação é um processo complexo,


envolvendo diversos fatores que contribui para que uma imensa parcela da
população não consiga ter o devido acesso à educação, como por exemplo,
condições sócios-econômicas em que se encontram, o que dificulta o acesso ao
conhecimento, além de outros fatores que levam a um índice de evasão escolar
altíssimos no Brasil.

Nesse contexto é importante ressaltar que os educadores que lidam com


essa modalidade de ensino precisa ter um comprometimento ainda maior, buscar
mecanismos e métodos que estimulem o público alvo a não abandonar a sala de
aula, ou seja, o professor tem que ser o estimulador, o mediador de seus alunos,
adequando técnicas cada vez mais relacionados à realidade do público que se
enquadram nessa conjuntura.

Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) em


relação à Educação de Jovens e Adultos, nos artigos 37 coloca as “oportunidades
educacionais apropriadas”, segundo as características do alunado; mero estímulo
genérico, pelo Poder Público, evidencia a preocupação em garantir a continuidade
de acesso aos estudos por aqueles que não tiveram oportunidade na idade
apropriada:
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Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e
médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a
aprendizagem ao longo da vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos
adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do
alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos
e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre
si.
§ 3° Educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente,
com a educação profissional, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº
11.741, de 2008)

Já o art. 38 lista as ações que procure manter o trabalhador na escola;


exames (supletivos e de aferição de conhecimentos e habilidades informais).
Conforme descrito:

Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que


compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao
prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze
anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios
informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames

Nesse caso é relevante elaborar atividades diferentes que proporcione a


estas pessoas um aprendizado prazeroso que os levem a adquirir novas formas de
conhecimento, novas descobertas, compartilhamentos de ideias onde surja novas
construções de opiniões fazendo com que o aluno desenvolva suas potencialidades
e seus limites exercitando através das tarefas a sua autonomia e identidade. Assim
como coloca Freire:

Essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de


educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos,
humildes e persistentes. [...] os educandos vão se transformando em reais
sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do
educador, igualmente sujeito do processo. (FREIRE, 2000, p.29).

Diante disso deve-se criar possibilidades para a produção ou construção de


conhecimentos que faça aguçar o interesse por novas descobertas, e despertar a
busca constante de novas aprendizagens, visto que os alunos que requentam o
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Ensino de Jovens e Adultos são alunos que precisam de incentivos que os motivem
a continuar os estudos, além disso o educador precisa conhecer o perfil do aluno,
suas necessidades e interesses , pois a partir desses dados o professor poderá
elaborar o seu planejamento de ensino de forma que para o aluno será melhor
absorvido o conteúdo.

Em 1997 o governo federal criou os PCNs(Parâmetros Curriculares


Nacionais) que tinha como objetivo principal de orientar os educadores por meio da
normatização de alguns fatores fundamentais concernentes a cada disciplina.Em
seguida em 1998 foi disposta para o ensino médio pelo Ministério da Educação e
Desporto – MEC.  Ainda ressalta que:

“[...] a escola deve assumir o compromisso de procurar garantir que a sala de


aula seja um espaço onde cada sujeito tenha o direito à palavra reconhecida
como legítimo, e essa palavra encontre ressonância no discurso do outro”.
(1998, p. 48).

No Brasil os Parâmetros Curriculares Nacionais firmados na teoria


epistemológica construtivista indicam metas de qualidade para o ensino, sendo
estes parâmetros ajustável e acessível a todos os professores e alunos, cabendo o
docente direcioná-lo da melhor forma possível, buscando metodologias compatíveis
com a realidade do aluno, visto que, as experiências não-formais do aluno contribui
para a sua formação, de forma a permitir a interação e o diálogo entre os
educandos.

Para o primeiro momento, que foi o estagio de observação, iniciamos nos


apresentando a direção da Escola, fazendo a analise da instituição sobre aspectos
relacionados à sua estrutura física, plano de ação anual e o Projeto Político
Pedagógico, onde obtivemos varias informações sobre a sua proposta de ensino-
aprendizagem na EJA. Em seguida fomos para a observação em sala de aula na
turma da 1 etapa na series iniciais, que teve duração de 19 dias, e que nos
proporcionou uma visão acerca da realidade da turma para aprender as consoantes
e vogais.

3.1 Papel do Professor

Paulo Freire, em suas obras visando à libertação, dá um significado especial


a essa relação professor/aluno: “Para ser um ato de conhecimento, o processo de
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alfabetização de jovens e adultos demanda, entre educadores e educando, uma


relação de autêntico diálogo”.

O papel do professor é destacar a curiosidade, indagar a realidade,


problematizar, ou seja, transformar os obstáculos em dados de reflexão para
entender os processos educativos, que, como qualquer faceta do social, estão
relacionados com seu tempo, sua história e seu espaço.

Nesse sentido, como alerta Fonseca (2015), é fundamental que os


professores

conheçam os saberes e as habilidades que os alunos desenvolvem em


função do seu trabalho no dia a dia e no seu cotidiano; assim, cada vez
mais, os professores da EJA têm de lidar com varias situações: a
especificidade socioeconômica do seu aluno abaixa a autoestima decorrente
das trajetórias de desumanização, a questão geracional, a diversidade
cultural, a diversidade étnico-racial, as diferentes perspectivas dos alunos em
relação à escola, as questões e os dilemas políticos da configuração do
campo da EJA como espaço e direito do jovem e adulto, principalmente os
trabalhadores.

Portanto, a relação professor-aluno é fundamental para o processo de


conscientização/libertação/conhecimento. Tudo que o professor faz em sala de aula
influencia o desenvolvimento da apropriação dos conceitos. A maioria dos alunos de
EJA vem de um longo e cansativo dia de trabalho e anos sem frequentar a escola; o
professor precisa ter muita responsabilidade, dedicação e criatividade para que
esses alunos sejam incentivados a permanecer na escola.

O professor é o mediador e incentivador de cada aluno, e o bom


relacionamento, preocupação e carinho com os alunos ajudam no seu
desenvolvimento intelectual, incentivando-os a continuar frequentando as aulas.
Criatividade, solidariedade e confiança são essenciais na relação entre o professor e
o aluno de EJA. A autoestima elevada influencia na capacidade de todos de
aprender e ensinar.

3.4 Descrição e Analise Reflexiva das Atividades de Estágio na Educação de


Jovens e Adultos - EJA

No decorrer das praticas desenvolvidas com a turma e para a turma de 1


etapa, nos deparamos com muitos desafios, a começar pela escolha da Escola em
que iriamos estagiar, o projeto que deveríamos desenvolver e como seria trabalhar
com esta modalidade de ensino. Diante destas questões, dialogando em equipe,
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com os professores orientadores, direção e coordenação da Escola Prof.ª Júlia


Quadros, alunos e professores e chegamos ao produto do nosso estagio, que foi a
experiência de trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos, contribuir com o
processo de ensino e aprendizagem dessa turma através do indicativo curricular, e
assim enriquecer nossos conhecimentos.

Ao nos depararmos com a realidade daquela turma de 15 alunos, que só


estava presente 02 alunos, com a dificuldade que eles apresentavam e o desanimo
nas aulas, consideramos necessário desenvolver a motivação dos alunos da EJA,
através de sua realidade cabendo ao educador compreender a importância da
mesma, já que permaneceriam com a turma, e assim ter melhor aproveitamento de
sua pratica, com isso,

Todo processo de educação significa constituição de um sujeito que


desenvolve seus aspectos afetivos, cognitivos e motores, que interage com o
meio em que vive, para que o estudo, seja um meio de inclusão, isso porque
a construção de saberes é um processo social. Assim sendo a EJA é um
fator de influência positiva para esses sujeitos, já que em contrapartida pode
transformar sua visão de mundo, a fim de melhorar sua própria vida. A
escola é o espaço onde o aluno se relaciona, é nesse contexto que o
professor pode ajudar o seu aluno, a desenvolver seus talentos, suas
competências, fazer com que o aluno tenha um positivo de si mesmo, de
forma a proporcionar a oportunidade que pode permitir com que esse realize
seus desejos, como qualquer ser humano, para participar e construir uma
sociedade mais justa e igualitária. (Nascimento, 2013, p. 33)

Assim, conhecer a realidade do aluno, seu cotidiano, acaba estreitando os


vínculos afetivos, manter uma boa relação entre professor e aluno já se torna um
estimulo a aula. O reconhecimento do outro é muito importante na EJA, facilita o
convívio, a confiança, o aprendizado. E de acordo com o que foi desenvolvido na
turma, principalmente, a reciprocidade com a qual fomos acolhidas, acreditamos no
exito do nosso trabalho para a permanência desses sujeitos em sala de aula e para
uma educação que vá além dos muros da escola.
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4. RELATORIO DE REGENCIA

O periodo de observação foi de fundamental importância para a elaboração


das atividades de regência, a interação com a turma permitiu aproximação e
confiança das estagiarias, facilitando assim identificar as principais dificuldades
enfrentadas, principalmente no que tange a leitura e a escrita. Em uma conversa
com a professora regente da turma, a mesma reafirmou que iniciou-se a
intervenção, elaborando um plano de aula no qual, buscou-se incentivar e reforçar a
leitura desses alunos com aspectos e características do cotidiano deste público
educacional.

4.1 Plano de Aula.

ESCOLA: Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Júlia Quadros


Peinado.

SÉRIE: 1º e 2ª Etapa (EJA)

PROFESSORA: Marluce Martins Cardoso

DURAÇÃO DA AULA: 3 dias

DISCIPLINA: Português

CONTEÚDO: Leitura. 

OBJETIVO GERAL: Compreender a importância de ler e escrever corretamente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Ler e interpretar corretamente,

- Destacar do texto as sílabas proposta.

PROC. METODOLÓGICOS:

Primeiro Dia: Colocamos varias letras no chão, a aluna procurou as letras para
montar as palavras.

Segundo Dia: As palavras que a aluna conseguiu formar , ela colocou no quadro.

Terceiro Dia: A aluna fez a leitura das palavras que conseguiu formar.

RECURSOS:
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Quadro, caneta e pincel atômico, papel chamex, cola, papelão.

AVALIAÇÃO:                                                  

Será realizada, através da participação nas atividades proposta, assim como seu
interesse nas discussões.

REFERÊNCIAS:

Revista Nova escola. Prática de leitura na EJA. Disponível em


< http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/praticapedagogica/pratica-
leitura-eja-repertorio-literario.shtml > Acesso em 10 de fev. de 2022.

Aplicação do Plano de Aula

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos Estágios Supervisionados em Educação de Jovens e Adultos


desenvolvidos até o presente momento, podemos destacar como ponto forte a
avaliação dos universitários com relação às possibilidades de aprendizado com
relação as pessoas que por algum motivo pessoal não teve a oportunidade de
cumprir seus estudos em tempo, e a importância de se realizar a docência com
conhecimento dessa modalidade de ensino dos alunos, compreendendo suas
potencialidades e necessidades para, a partir desses dados, elaborarem os planos
de aula e intervenção.

A graduação nos embasa teoricamente para a profissão de professor, o


estágio nos mostra na prática as realizações e decepções que por vezes podem
aparecer, as dificuldades de se conciliar estudos, trabalho e o estágio são
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conhecidas, porém mesmo neste contexto, ele é parte fundamental do aprendizado


e na formação de professores como expressa Cury (2003, p.55) “educar é acreditar
na vida, mesmo que derramemos lágrimas. Educar é ter esperança no futuro,
mesmo que os jovens nos decepcionem no presente. Educar é semear com
sabedoria e colher com paciência”. Entende-se assim que o estágio obrigatório
supervisionado é o eixo central entre teoria e prática que leva a realidade de ser
professor.

A Educação de Jovens e Adultos é destinada a indivíduos que não cursaram


suas séries na idade correta, ou seja, seu público abrange idades diferentes  e
assim seu ensino para o professor se torna ainda mais desafiador, pois o professor
tem que ter empatia e um olhar diferente, ou seja, saber lidar com cada pessoa e
conseguir detectar sua dificuldades para depois planejar de que maneira ou que
metodologia irá usar para ministrar suas aulas sem que nenhum aluno tenha
problema na apreensão do conteúdo.

Dessa forma o presente estágio obrigatório foi de suma importância para o


meu desenvolvimento como futuro professor conviver com essa realidade educativa
evidencia a boa relação do docente no seu âmbito de trabalho, aplicando uma forma
diferenciada que leva o aluno a compreender melhor, facilitando no seu ensino a
aprendizagem.

Cada etapa do Estágio Supervisionado foi marcada por frequente diálogo


entre os professores e os acadêmicos, que levaram para suas docências muita
criatividade e materiais alternativos produzidos por eles próprios e/ou com os alunos,
buscando tornar a prática pedagógica significativa e contextualizada. Acreditamos,
portanto, que para a aprendizagem realmente acontecer é necessário que seja
pautada nos elementos de significação e contextualização, aproximando conceitos a
serem aprendidos com os motivos para aprender.

REFERENCIAS

PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. 3. ed. São Paulo: Cortez,


2008.
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DECRETO N° 7. 611, de 17 de novembro de 2011.

LEI N° 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB)

Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1998..C.F./88. – Art. 208

SILVA, Ceris S. Ribas da. O planejamento das práticas escolares de


alfabetização e letramento. In: CASTANHEIRA, Maria Lúcia, MACIEL, Franscisca
Izabel Pereira, MARTINS, Raquel Márcia Fontes (Orgs.) Alfabetização e
Letramento na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica: Ceale, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática


educativa. 16 ed. São Paulo: Paz e Terra Ltda, 2000. 165p. (Coleção leitura)

FREIRE, Paulo. Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis. 2ª
ed. São Paulo: UNESP, 2003.

FREIRE, P. Educação e mudança. 30. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra , 2007.

LERNER, Délia. Ler e escrever na escola: O Real, o possível e o necessário. Rio


de Janeiro: Artmed, 2002.

CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes: A educação


inteligente; formando jovens educadores e felizes. Rio de Janeiro: Editora Sextante,
2003.

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