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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO BÁSICA

TÂNIA JACQUELINE CARDOSO DOS SANTOS


Matrícula: 202002582006

Recife
2024/04
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO
BÁSICA

Este trabalho é pré-requisito para aprovação


na disciplina Estágio Supervisionado em
Educação Básica, do Curso de Pedagogia
(modalidade EAD), da Universidade
Estácio de Sá.

Recife
2024/04
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................ 4

1. Estrutura e funcionamento da escola.................................................................................5


1.1. Espectos físico, humano e material da escola...................................................................5
1.2. Projeto político – pedagógico ...........................................................................................6
1.3. A escola como um grupo social........................................................................................7
1.4. Atividades docentes e discentes.......................................................................................7

CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................10

REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA....................................................................................12

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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como propósito expor as experiências vivenciadas no
Estágio Supervisionado em Educação básica no Ensino Fundamental anos iniciais, em
uma instituição de ensino particular na cidade do Recife, na qual, foi realizada a
vivência do estágio. Neste espaço, junto às informações obtidas pela observação em sala
de aula.

Tendo como base a vivência em campo e a pesquisa bibliográfica, este relatório


demonstra o ambiente de aprendizagem do Ensino Fundamental de um colégio da rede
particular denominado Instituto Raquel de Queiroz, situado no município do Recife. O
período de estágio no local foi de 04 de abril a 22 de abril de 2024.

A carga horária realizada nesta vivência foi de 6 horas diárias, totalizando 78


horas, com turmas do terceiro ano do segmento do Ensino Fundamental. Durante o
período mencionado, 3 professoras da área foram acompanhados em suas atividades. O
trabalho em questão remete à distinção entre prática e teoria, visando à melhor
qualificação docente.

O Instituto Raquel de Queiroz foi escolhido por ser uma escola referência no
bairro, por estar atuando há 30 anos na área de educação.

A partir das orientações pode-se entender que o estágio é o que Freire (1987) relata
quando faz menções em relacionar a teoria e prática colocando que, “Os homens são
seres do que fazer é exatamente porque seu fazer é ação e reflexão. É práxis. É
transformação do mundo”. (Freire, 1987, p. 121) Diante de tantos desafios no âmbito
atual é de extrema importância pensar numa formação voltada para a ousadia em
transformar, em querer mudar. Analisar a importância do estágio para a atuação do
profissional é de grande relevância para formação docente.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 1996, em seu 61º art.
inciso II destaca que “a associação entre teorias e práticas, mediante estágios
supervisionados”, se faz necessário estudar a teoria e se faz mais necessário ainda
colocarmos em prática tudo que em sala, foi teoricamente estudado. Desta forma, para o
graduando do curso de Pedagogia, o estágio supervisionado se trata de um momento
que segundo Freire, (1996, p. 26) é:

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Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática, de ensinar a prender participamos
de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica,
estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mão dadas com a decência e com a
serenidade.

Este estágio nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental teve como objetivo geral
entender a importância da prática educacional em sala de aula.

E objetivos específicos foram:

• Discutir o processo de formação docente nos Anos Iniciais do Ensino


Fundamental;
• Sistematizar a proposta de trabalho para o estágio nos anos iniciais;
• Desenvolver experiências socioeducativas na unidade escolar – campo de
estágio;
• Discutir como ocorre o processo de organização do trabalho docente.

1. Estrutura e Funcionamento da Escola


1.1. Aspectos físico, humano e material da escola.

Situado Rua Mandacaru n316, bairro do Alto do Mandú, o colégio possui


entrada principal ampla, porém, foi observado à necessidade de uma rampa de acesso,
pois no local possui apenas escada com poucos degraus.

Ao atravessar o portão principal, chega-se a uma área destinada a recepção da


escola, à direita temos um portão que dá acesso ao parque e a sala da educação infantil,
à esquerda vê um corredor de acesso a sala do andar superior onde fica a coordenação
pedagógica e as salas do Ensino Fundamental II. A frente outro corredor que leva a
direção da escola, salas do Ensino Fundamental I, ao pátio, cantina e banheiros.

A cantina é um espaço pequeno, com pouca variedade de lanches e sem opção


para refeições mais completas, apenas lanches rápidos como coxinha, pizza e etc.
Simpático e educado observou-se que, o funcionário que fica na portaria juntamente
com outro funcionário é o mesmo que desenvolve o trabalho na cantina da escola.

O intervalo dos alunos dura vinte minutos e, mas, observou-se que é possível
atender a todos pois, os professores liberam os alunos um pouco antes desse horário de

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forma organizada, entre si, para que não haja aglomeração na cantina e não seja
possível o atendimento.

A secretaria é multifuncional. Ela conta com atendimento de dois funcionários,


incluído a coordenadora pedagógica e psicopedagoga, que está sempre presente no turno
da tarde. Os alunos realizam Xerox e impressão de materiais, assim como a liberação de
documentos específicos e solicitação de uniformes de forma bastante organizada.
Observou-se que quando há a necessidade de Xerox ou mesmo, materiais de impressão,
o mesmo sempre é solicitado pelos professores acompanhando os alunos.

A coordenação pedagógica é no mesmo local que funciona a secretaria local


esse, para resolver assuntos acadêmicos como: matrículas, transferências, organização
de dependências, calendário acadêmico, horários de aulas, currículo escolar etc. Nesta
sala, as coordenadoras realizam um trabalho em parceria para atender a escola de forma
integrada. Na escola não há sala destinada aos professores e observou-se que não há sala
destinada para descanso do professor.

Além do térreo, a escola conta com mais um andar, com cinco salas destinadas
ao Ensino fundamental II e três banheiros, um para os professores e os demais
masculino e feminino. O pátio da escola serve de local para o recreio dos alunos,
apresentação de trabalhos e projetos e também para as atividades físicas.

As cadeiras dos alunos são desconfortáveis – em geral, são aquelas que


apresentam um braço só (para destros) e ambidestros. Todas as salas possuem ar
condicionado e ventilador e também possuem janelas. Os ventiladores estão sempre
limpos bem como o ar condicionado.

1.2. Projeto Político-Pedagógico

Sendo uma instituição fornecedora de Educação Infantil e Ensino fundamental, o


maior propósito pedagógico é agregar valores, educar e formar cidadãos e profissionais
qualificados para o mercado de trabalho, além de cidadãos éticos e competentes para
viver em sociedade, proporcionando uma educação básica completa e de qualidade.

Tendo como base valores como: a ética, o respeito, o compromisso e a


responsabilidade social, o colégio realiza as suas atividades com tradição, inovação.

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Baseado no fato de que a escola é uma ferramenta de transformação social, o
Instituto Raquel de Queiroz assume um ambiente familiar ao mesmo tempo em que
oferece desafios diários aos alunos de forma a oferecer uma aprendizagem diferenciada.

1.3. A escola como um grupo social

O Instituto Raquel de Queiroz tem um papel agregador na vida de seus alunos e


família. Esporadicamente, a coordenação pedagógica alia-se aos professores que
auxiliam os alunos a elaborarem projetos voltados à família, a sociedade e valorização
da vida. A escola conta com o apoio de uma enfermeira que promove diversas ações na
área da saúde, conscientizado os alunos a cerca de diversos assuntos como prevenção ao
suicídio, valorização da vida, alimentação saudável, hábitos de higiene física e mental
dentre outros assuntos abordados.

Os projetos devem ser condizentes com os conteúdos ensinados dentro de sala


de aula, mas devem ter uma missão maior do que comprovar o estudo. Devem oferecer
algo de positivo para a comunidade escolar e a família.

1.4. Atividades docentes e discentes

Na escola, existem os segmentos da Educação Infantil, Ensino Fundamental I e


II. A média de alunos por sala é de quinze a vinte e cinco estudantes. O currículo base
do segmento inclui as seguintes disciplinas: língua portuguesa, matemática, geografia,
história, ensino das artes, educação física, ética e cidadania e inglês, Os alunos do
Ensino Fundamental II estudam outras disciplinas também inclusas no currículo escolar
de acordo a BNCC.

A nota acadêmica dos alunos do Ensino Fundamental I é formada por prova com
peso dois, trabalhos e testes. Somam-se todas e divide-se por quatro. O resultado é a
nota bimestral. A nota final do ano letivo é a soma das médias dos quatro bimestres
dividida por quatro. Estando acima ou igual a sete, o aluno está aprovado.

A nota relativa ao trabalho bimestral é composta por exercícios realizados em


sala de aula e em casa, matérias escritas no caderno e outras atividades adicionais. O
teste pode ser tanto uma prova com conteúdo parcial quanto um trabalho de alto valor
pedagógico.

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No final do segundo bimestre, os alunos com média abaixo de sete são
direcionados para a recuperação de meio de ano. No final do quarto bimestre, o mesmo
processo é repetido. As chances de reprovação são, portanto, baixas.

A equipe de professores do ensino Fundamental I são polivalentes formadas em


pedagogia e magistério.

Acompanhei a professora da turma do terceiro ano do ensino fundamental, a


professora da disciplina de Inglês e a professora de Educação Física, logo a análise de
sua didática pôde ser igualitária e imparcial. Nas observações foi possível notar as
diferenças pedagógicas e as diferentes reações dos alunos diante de cada estratégia.

Os professores elaboram um plano de aula para a turma, assim como um diário


de classe – para frequência escolar e plano de atividades – e um diário de trabalhos, no
qual são anotadas as entregas referentes à composição da nota de trabalho bimestral do
aluno.

Para falar sobre as observações realizadas, os membros da equipe de professores


serão denominados professor A, B e C.

A professora A leciona há treze anos, é formado em Pedagogia, Gestão


Educacional e Coordenação Pedagógica. Sua experiência e formação permitem uma
vivência positiva no Ensino Fundamental, pois cria um ambiente de respeito e de
cooperação. Ela incentiva o desenvolvimento dos alunos demonstrando fé de que
conseguem aprender com seus erros e que só o farão se tentarem realizar as coisas.

A matéria -prima do trabalho do professor é o conhecimento. Não é conseguir


que o aluno faça isto ou aquilo, mas conseguir que ele compreenda, por
reflexionamento próprio, como fez isto ou aquilo. Se uma criança desmontou
e remontou corretamente um brinquedo por sugestão do professor (...) não
significa que ele tenha progredido em termos de conhecimento. (BECKER,
2001, p. 56)

Em sua aula, os alunos se sentem à vontade para explorar suas habilidades e a


tentar participar ativamente das atividades propostas. Apesar de ser uma turma bastante
agitada, em muitos momentos se faz necessário que a professora seja um pouco mais
enérgica afim de que os alunos se tranquilizem, a assim obtenha disciplina e harmonia
em sala de aula. Claramente, a política da escola e, mais principalmente, da

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coordenação pedagógica não incentiva a pedagogia da autonomia, mas as poucas
iniciativas do professor A são o suficiente para destacá-lo dos demais.

A professora B leciona há 30 anos na escola, é formada em magistério e auxilia


na disciplina de inglês. Ele investe em uma metodologia concreta, baseada em
elementos existentes ao redor do ambiente de sala de aula bem como, aspectos da vida
dos alunos para transmitir os conteúdos. Palavras usuais do dia a dia são levadas em
consideração e parti do conhecimento prévio do aluno, a mesma desenvolve seu
conteúdo criando um ambiente pautado na amizade e na confiança. Tendo trabalhado
com Educação Infantil por alguns anos, entende a importância de tais sentimentos em
sala de aula, trazendo muitos métodos deste segmento para o Ensino Fundamental.

Freire (2002, p. 27) já apontou a importância de que a personalidade de um


profissional deixa marcas não só na vida estudantil da criança, como também em sua
formação social e histórica. A prática pedagógica é capaz de alterar profundamente a
percepção de um aluno.

Isto acontece porque a escola é também um espaço social, na qual são


transmitidos valores éticos, morais e postura humanizada. Essa nova maneira de
organizar os papéis educativos torna a missão do professor ainda mais desafiadora, além
de criar a necessidade de criar atividades que incentivem a crítica e a reflexão e
ambientes que propiciem ideias que embasem de forma positiva essa geração.

A professora C chegou no segundo semestre desse ano na escola , é formada em


Educação Física. Foi observado apesar da grade curricular da disciplina ser pequena,
que os alunos mostram-se bastante entusiasmados. A professora sempre inicia a aula de
forma teórica associando teoria e prática na disciplina o que agrega de forma plena a
aprendizagem dos alunos afim de que a educação física seja vida como disciplina e não
apenas como um mero passatempo.

Para entender a tendência majoritária a turma, desenvolvi uma análise específica


para cada aluno. Os alunos possuem idade variando entre oito e nove anos e, apesar de
receber a matéria com bastante naturalidade, têm bastante dificuldade para se concentrar
e em ter um comportamento mais adequado ao segundo segmento do Ensino
Fundamental. É uma turma que precisa de um acompanhamento que combina rigidez e
momentos também de interação e afetividade para garantir progresso – e compreensão –

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porque tender apenas para a rigidez criará resistência mais facilmente devido à
indisciplina dos alunos. Eles até se mostram dispostos a participar dos projetos, mas seu
gerenciamento é tão complexo que, muitas vezes, se prova mais fácil de aprender
quando estão vinculados a um processo de ensino mais limitado.

Pude observar que a turma tem dois alunos com necessidades, uma sendo
diagnosticada com a síndrome de Willians e o outro aluno com autismo e dificuldade
motora inferior, tendo como respaldo o laudo trazido pelos responsáveis. O aluno com a
síndrome de Willians recebe atividades adaptadas pela própria professora para
assimilação dos conteúdos. Em muitos momentos o aluno apresenta dificuldades na
escrita, mas a professora está sempre atenta às limitações do aluno que se sente bastante
inteirado e participativo com a turma.

O aluno diagnosticado com autismo também apresenta interação com a turma,


participa das atividades porem, ainda não obteve a aquisição da leitura, mas a professora
sempre o auxilia na realização das atividades, o mesmo mostra-se alegre a participativo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência vivenciada foi importante para percebe-se que quando o profissional


se encontra e se entende na condição de docente, mesmo que exercendo sua fut ura
profissão ainda na condição estagiário, ele se ver diante de muitos desafios, mas esses
desafios encoraja-o a encarar o novo e busca, mesmo que em curto tempo relacionar os
conhecimentos adquiridos teóricos com a prática pedagógica que realizará após a sua
formação.
A qualidade do ensino no segmento da Educação Fundamental determina, em
boa parte, o desenvolvimento do aluno no restante de sua vida acadêmica e refletirá em
sem duvidas, em sua vida adulta. A formação destes alunos deve possuir

(...) planejamento e diretrizes norteadoras para o atendimento integral da


criança em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, além de metas
para a expansão do atendimento, com garantia de qualidade. Essa qualidade
implica assegurar um processo educativo respeitoso e construído com base
nas múltiplas dimensões e na especificidade do tempo da infância (MEC,
2004)

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Tendo em vista a importância deste momento na vida dos alunos, os professores
devem estar prontos para múltiplos desafios que remete a vida docente a fim de preparar
estes estudantes para se inserirem adequadamente na vida profissional, familiar e social.

Os professores dispõem de espaços para trabalhar com seus alunos, mesmo que
de maneira simples. Pois, a interação, a afetividade, o respeito e o cuidado ainda são
muito imprescindíveis nessa faixa e eles prezarão mais este contato do que a
multifuncionalidade das atividades.

Assim como na Educação Infantil, acredita-se que, no Ensino Fundamental, o


melhor método de ensino ainda seria o construtivista e deveria investir massivamente
em trabalhos e pesquisas mais flexíveis, mais autônomas. Os alunos mostram interesse
em serem sujeitos do seu desenvolvimento e de mostrar o que gostam o que sabem.
Permitir isso possivelmente reduziria a resistência e promoveria a construção do
conhecimento.

Por fim, durante o período que estive em observação, pode ser percebido, que
para o ensino fundamental o brincar ainda é parte importante no processo de
aprendizagem. Momentos em que o lúdico foi aplicado, foi observada uma incrível
compreensão , participação e o apoio entre eles.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BECKER, F. Educação e construção do conhecimento. São Paulo: Editora Artmed,
2001, p.56.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino Fundamental


de nove anos: Diretrizes Gerais. Brasília: MEC, 2004.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Editora Paz e Terra, 2002, p. 27.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
P,26.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia Saberes necessários á prática educativa. 25.


ed. São Paulo: Paz e Terra, 1987. P.127.

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