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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

LUCIANE DO SOCORRO DE OLIVEIRA BRITO

PLANO ADAPTADO COVID


ESTÁGIO III

BRAGANÇA-PA
2022

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LUCIANE DO SOCORRO DE OLIVEIRA BRITO

PLANO ADAPTADO COVID


ESTÁGIO III

Trabalho apresentado ao Curso de


Serviço Social da Universidade Norte do
Paraná - UNOPAR, para a disciplina de
Estágio Obrigatório III.

BRAGANÇA - PA

2022

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO..................................................................................6
2.1 ATIVIDADE: Conhecer a Instituição estudada e sua utilidade no âmbito do
território onde está localizada, com destaque para a atuação do assistente
social dentro do serviço.......................................................................................6
2.2 ATIVIDADE: Conhecer a atuação do assistente social (Gestor,
Coordenador, responsável por alguma atividade específica), a organização
desse serviço escolhido e as etapas do processo de acolhida e atendimento
junto ao público....................................................................................................8
2.3 ATIVIDADE: Elaboração do Relatório Final de Estágio...............................15
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA......................................................................20

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INTRODUÇÃO

Os Estágios Supervisionados em Serviço Social I, II e III são de


grande relevância para os futuros formandos, uma vez que, possibilita aos
graduandos vivenciarem na prática as experiências que farão parte da sua
profissão, sendo a oportunidade de colocar em ação as teorias estudadas na
sala de aula, interligando o teórico com a realidade vivenciada, estando
assegurado em lei, devendo ser elaborado de forma ética e cidadã, seguindo
os princípios da profissão, faz-se importante frisar que este, teve que ser
readaptado devido ao cenário atual de saúde no país. A AACD é uma entidade
filantrópica que busca através de seus programas e projetos proporcionar aos
seus usuários uma melhor forma de viver e bem estar social, dando uma nova
visão de mundo, uma nova forma de pensar, permitindo para aqueles que são
menos favorecidos, vivam com justiça e direitos sociais.
O objetivo do estágio supervisionado em Serviço Social é
proporcionar ao estudante uma complementação e contribuição para a
formação acadêmica, possibilitando a esse aluno a integração entre teoria e
prática. O presente trabalho relata das condições apresentada na instituição
escolhida para a supervisão do estágio. Dentre as questões estão a
contextualização histórica da instituição escolhida, objetivo institucional, âmbito
institucional e por fim a dimensão ético político.
Nesse pressuposto, este interim foi fundamentado pela pesquisa
feita no site da AACD, embasando a discussão da temática abordada,
defendendo a relevância do serviço social para todos, visto que, com a
realidade que muitos brasileiros enfrentam, de renda, de educação e de saúde.
Com isso, objetiva-se visibilizar a AACD como difusora do serviço
social, relatando seus serviços, metodologias e as consequências dessas
ações na vida das pessoas, tendo em vista, que não se preocupa somente com
o físico, mas também com o psicológico. Desse modo, busca-se aprender e
capacitar-se para também fazer-se a diferença, o estágio objetiva essa troca de
experiências, fazendo com que, possa-se conhecer verdadeiramente as

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necessidades das pessoas e com isso estar capacitados para atuar de acordo
com essas necessidades.
No âmbito do Estágio Supervisionado em Serviço Social II foi
criado um projeto de intervenção e Promoção ao Cuidado a Saúde para
Adolescentes e Jovens de classe baixa na área da periferia (que pode ser
utilizado em Bragança ou em outra cidade) com o intuito de orientar e informar
aos mesmos sobre saúde e as várias maneiras de prevenção, nos seus direitos
e deveres, onde meninos e meninas são envolvidos muito cedo com drogas,
álcool e com gravidez que nesta fase acarreta grandes problemas na vida da
juventude. A gravidez na adolescência é um risco tanto para gestante quanto
para o bebê, aumentando o risco quando associado ao uso de drogas e álcool.
(YAZLLE et al. 2009).
A proposta desta intervenção foi pensada para atender às
restrições estabelecidas durante o período de pandemia COVID-19, nesse
sentido cabe destacar que não houve qualquer tipo de contato físico com a
instituição objeto do projeto, para isso seguimos como base a pesquisa no site
oficial da Cáritas, além de documentos oficias desta associação.
A proposta de intervenção social dentro da AACD visa chamar
atenção para o acolhimento e assistência social das pessoas com deficiência
intelectual e múltipla através de projetos de esportes e de inserção das
linguagens artísticas como instrumentos pedagógicos a fim de formá-las e
inseri-las na sociedade, tendo em vista que a AACD é um serviço de proteção
especial voltado ao acolhimento diário da pessoa com deficiência intelectual
e/ou múltipla com algum grau de dependência e sua família. Portanto, gerando
inclusão social.

DESENVOLVIMENTO
2.1 ATIVIDADE: Conhecer a Instituição estudada e sua utilidade no âmbito
do território onde está localizada, com destaque para a atuação do
assistente social dentro do serviço

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Fundada em 03 de Agosto de 1950, a AACD nasceu dos desejo do Dr.
Renato da Costa Bomfim, especialista em ortopedia, de contribuir para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência física no Brasil. Na
época, o país enfrentava a poliomielite, que deixou sequelas motoras em
centenas de pessoas, principalmente crianças. Em viagem aos Estados Unidos
para conhecer o tratamento oferecido lá aos pacientes da doença. Dr. Bomfim
encontrou centros de reabilitação modernos, novos equipamentos ortopédicos
e protocolos diferenciados.
Inspirado em suas experiências no exterior, Dr. Bomfim decidiu trazer
para o Brasil um novo modelo de assistência em ortopedia e reabilitação. Com
o apoio de um grupo de voluntários, criou em São Paulo um centro de
reabilitação com a mesma qualidade daqueles que visitou nos Estados Unidos
dando foco ao tratamento e a inclusão social de crianças e adolescentes com
deficiência física. Nascia, assim, a Associação de Assistência à Criança
Deficiente (AACD).
O modelo de governança da AACD segue as melhores práticas
previstas para uma associação sem fins lucrativos. A instituição adotada
mecanismos que visam garantir o cumprimento de seu propósito de modo ético
e sustentável, como a renovação periódica dos órgãos de administração.
Todos os associados e demais membros dos conselhos e comitês são
voluntários.
Para garantir que a AACD cumpra sua missão social de maneira ética
e em conformidade com as exigências legais e regulatórias, os órgãos de
governança contam com o suporte das áreas de Auditoria Interna e
Compliance, responsáveis por monitorar, avaliar e propor mediadas em temas
como gerenciamento de riscos, conflitos de interesse e dilemas éticos.
Entre os mecanismos criados para assegurar que todos os públicos
estejam alinhados em torno das diretrizes que devem nortear os
comportamentos é processos da AACD.
A AACD tem por objetivo social promover as atividades de utilidade
pública consistentes na prestação de serviços e desenvolvimento de ações de
prevenção habitação e reabilitação de pessoas com deficiência física
permanentemente, temporárias ou decorrentes de outras patologias.

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A AACD desenvolve ainda, ações de assistência à saúde, educação,
assistência social, esporte, pesquisa e inovações, em prol das pessoas com
deficiência física. A instituição desenvolverá suas atividades estatuvias no
limite de sua capacidade de infraestrutura técnica, operacional e financeira. A
mesma desenvolve suas atividades institucionais e operacionais, sem distinção
de raça, cor, condição social, credo político ou religioso.
A AACD tem como objetivo principal tratar, reabilitar e reintegrar à
sociedade crianças, adolescentes e adultos portadores de deficiência física.
Partindo de um modelo de atendimento integrado, à AACD realiza consultas
médicas, exames de imagem , cirurgias, terapias e a fabricação de produtos
ortopédicos sob medida. A instituição também beneficia pessoas com diversos
tipos de necessidade ortopédica, conta com hospital ortopédico.
A política social da AACD está voltada para a saúde, dentro do
contexto das políticas governamentais, e conforme os critérios dos direitos
universais, com objetivo de reabilitar pessoas com deficiência.
A AACD, torna-se uma instituição que tem os recursos financeiros
vindo de programas públicos e particulares, convênio, parcerias, contratos, pois
busca sem fim lucrativos.
A instituição atende pessoas de todas as idades, recebendo pacientes
via Sistema Único de Saúde (SUS), planos de saúde e particular. Atualmente,
A AACD possui nove unidades espalhadas pelo Brasil, que contam com
equipes multidisciplinares especializadas. Em São Paulo, o Hospital Ortopédico
realiza cerca de 7 mil cirurgias por ano, sendo grande parte de alta
complexidade. A instituição mantém ainda cinco oficinas ortopédicas,
consideradas referência nacional na fabricação de órteses, próteses
adaptações para cadeiras de rodas e demais produtos ortopédicos.
A Assistência Social age orientando as pessoas com deficiência e os
familiares dos seus direitos, proporcionando condições que atendam as
necessidades humanas básicas e seu pleno desenvolvimento, garantindo sua
inclusão na sociedade, uma vez que, zela pela vida dessas pessoas por meio
de seus serviços, estes que se estendem pelas filiais em todo o país, fazendo
da AACD de grande relevância para a sociedade, visto que desenvolve a
inclusão e tornou-se umas das instituições do país e do mundo que
proporciona assistência social às pessoas com deficiência.

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2.2 ATIVIDADE: Conhecer a atuação do assistente social (Gestor,
Coordenador, responsável por alguma atividade específica), a
organização desse serviço escolhido e as etapas do processo de acolhida
e atendimento junto ao público.
A profissão Serviço Social foi regulamentada no Brasil em 1957,
mas as primeiras escolas de formação profissional surgiram a partir de 1936. É
uma profissão de nível superior e, para exercê-la, é necessário que o graduado
registre seu diploma no Conselho Regional de Serviço Social – Cress – do
Estado onde pretende atuar profissionalmente. Há 24 Cress e três delegacias
de base estadual e o Conselho Federal de Serviço Social – CFESS –, órgãos
de fiscalização do exercício profissional no país, dando cobertura a todos os
Estados.
A lei que a regulamenta é a 8662/93. Desde seus primórdios aos
dias atuais, a profissão tem se redefinido, considerando sua inserção na
realidade social do Brasil, entendendo que seu significado social se expressa
pela demanda de atuar nas seqüelas da questão social brasileira, que, em
outros termos, revela-se nas desigualdades sociais e econômicas, objeto da
atuação profissional, manifestas na pobreza, violência, fome, desemprego,
carências materiais e existenciais, dentre outras.
A atuação profissional faz-se, prioritariamente, por meio de
instituições que prestam serviços públicos destinados a atender pessoas e
comunidades que buscam apoio para desenvolver sua autonomia, participação,
exercício de cidadania e acesso aos direitos sociais e humanos. Podem ser da
rede do Estado, privada e ONGs. A formação profissional é generalista,
permitindo apreender as questões sociais e psicossociais com uma base
teórico-metodológica direcionada à compreensão dos processos relacionados à
economia e política da realidade brasileira, contexto onde se gestam as
políticas sociais para atendimento às mazelas da sociedade.
Para um competente exercício profissional é necessário um
continuado investimento na qualificação, podendo dispor de cursos de
aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado disponíveis,
capacitando-se em suas práticas específicas.

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O profissional de Serviço Social realiza um trabalho
essencialmente socioeducativo e está qualificado para atuar nas diversas áreas
ligadas à condução das políticas sociais públicas e privadas, tais como
planejamento, organização, execução, avaliação, gestão, pesquisa e
assessoria.
O seu trabalho tem como principal objetivo responder às
demandas dos usuários dos serviços prestados, garantindo o acesso aos
direitos assegurados na Constituição Federal de 1988 e na legislação
complementar. Para isso, o assistente social utiliza vários instrumentos de
trabalho, como entrevistas, análises sociais, relatórios, levantamento de
recursos, encaminhamentos, visitas domiciliares, dinâmicas de grupo,
pareceres sociais, contatos institucionais, entre outros.
O assistente social é responsável por fazer uma análise da
realidade social e institucional, e intervir para melhorar as condições de vida do
usuário. A adequada utilização desses instrumentos requer uma contínua
capacitação profissional que busque aprimorar seus conhecimentos e
habilidades nas suas diversas áreas de atuação.
A atuação do assistente social faz-se desenvolvendo ou propondo
políticas públicas que possam responder pelo acesso dos segmentos de
populações aos serviços e benefícios construídos e conquistados socialmente,
principalmente, aquelas da área da Seguridade Social.
De modo geral, as instituições que requisitam o profissional de
Serviço Social ocupam-se de problemáticas relacionadas a: crianças
moradoras de rua, em trabalho precoce, com dificuldades familiares ou
escolares, sem escola, em risco social, com deficiências, sem família,
drogadas, internadas, doentes; adultos desempregados, drogados, em conflito
familiar ou conjugal, aprisionados, em conflito nas relações de trabalho,
hospitalizados, doentes, organizados em grupos de interesses políticos em
defesa de direitos, portadores de deficiências; idosos asilados, isolados,
organizados em centros de convivência, hospitalizados, doentes; minorias
étnicas e demais expressões da questão social.
O Serviço Social na AACD se coloca na orientação e
encaminhamento dos pacientes de reabilitação e Hospitalar da AACD,
orientando, visando a reabilitação, a inclusão social a autonomia, participação

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social e a verdadeira cidadania. O trabalho do Assistente Social nessa
instituição é bastante desafiador aos pacientes com deficiência, pois busca
entender, compreender cada paciente conforme sua necessidade.
AACD, objetiva dois aspectos: reabilitação e hospital, o
profissional da área do serviço social presta serviços de acolhimento aos
pacientes. Programas solicitado pelos profissionais é entender, compreender
cada paciente conforme sua particularidade, objetivando à encaminhar o
paciente à previdência social para averiguar se o mesmo tem direito à
aposentadoria por invalidez. O profissional dessa área visa também a
possibilidade do encaminhamento à política de assistência social, através do
encaminhamento ao CRASS, para que os pacientes possam ter acesso aos
benefícios de transferência de renda, a benefício de prestação continuada e
outros programas.
A multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade requer também de
outros profissionais incluindo nesta instituição. O assistente social se interagem
junto com os psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e outras
áreas afins. Pois, o assistente social, averigua o paciente e depois o
encaminha ao profissional competente daquela necessidade.
O Assistente Social com sua ética e política assistencial, busca à
princípio conhecer o paciente e a família com avaliação, entrevista, pra que o
conheça a realidade vividas por essas famílias, para mais tarde agir.
A assistência social é uma política de seguridade social não
contributiva, de responsabilidade do Estado, que visa garantir aos indivíduos,
às famílias e aos grupos sociais a sobrevivência, a acolhida e o convívio
familiar e comunitário, por meio de programas, projetos, serviços e benefícios
de proteção social, hierarquizados em proteção básica e proteção especial.
Essa concepção da assistência social está fundamentada na
Constituição Federal de1988, que, em seu art. 194, dispõe que a seguridade
social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes
públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relacionados à
saúde, à previdência e à assistência social. A inserção da assistência social na
seguridade social destaca o seu caráter de política de proteção social,
articulada a outras políticas sociais, para garantia de direitos e condições
dignas de vida.

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As disposições constitucionais relativas à assistência social foram
regulamentadas pela Lei Orgânica da Assistência Social — Loas —, Lei
Federal 8.742, de 1993. A partir de então, a assistência social passou a se
organizar pelas seguintes diretrizes:
 descentralização político-administrativa;
 participação da população, tanto na formulação da política como no
controle público de suas ações;
 primazia da responsabilidade do Estado na condução da política; e
 centralidade na família.
Articulado como sistema, o Suas pressupõe a gestão
compartilhada e o cofinanciamento da política de assistência social pelas três
esferas de governo, com clara definição das responsabilidades técnico-políticas
de cada uma delas. Além disso, o sistema define e organiza os elementos
essenciais e imprescindíveis à execução da política, o que possibilita a
normatização dos padrões dos serviços prestados, a exigência de qualidade do
atendimento, a definição de indicadores para o monitoramento e a avaliação
das ações, a nomenclatura e estratificação dos serviços e da rede
socioassistencial.
A política de assistência social se subdivide em três tipos de
serviços: proteção social, vigilância socioassistencial e defesa social e
institucional. Os serviços de proteção social são destinados à segurança de
sobrevivência, de acolhida e de convívio familiar. Incluem-se na vigilância
social as ações direcionadas ao conhecimento da demanda por proteção
social, ou seja, a construção de indicadores e de índices territorializados para
sistematizar informações sobre situações de vulnerabilidade da população. Por
fim, as ações destinadas à defesa social e institucional buscam informar a
população a respeito dos direitos socioassistenciais.
Os Assistentes Sociais analisam, elaboram, coordenam e
executam planos, programas e projetos para viabilizar os direitos da população
e seu acesso às políticas sociais, como a saúde, a educação, a previdência
social, a habitação, a assistência social e a cultura.
Todo e qualquer projeto elaborado para a sociedade passa pela
mão de um assistente social. Os assistentes analisam as condições de vida da
população e orientam as pessoas ou grupos sobre como ter informações,

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acessar direitos e serviços para atender às suas necessidades sociais.
Também elaboram laudos, pareceres e estudos sociais e realizam avaliações,
analisando documentos e estudos técnicos e coletando dados e pesquisas. Na
prática, trabalham com: planejamento, organização e administração dos
programas e benefícios sociais fornecidos pelo governo, bem como na
assessoria de órgãos públicos, privados, organizações não governamentais
(ONGs), movimentos sociais e no terceiro setor de forma geral.
Além de atuarem como docentes nas faculdades e universidades,
escolas municipais, estaduais e federais, trabalham com consultoria em
órgãos públicos como a Marinha, Aeronáutica, Exército, Abin, ministérios,
autarquias e nas prefeituras – Caps´s (Centro de Atenção Psicossocial), Creas
(Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Tfd (Tratamento
Fora de Domicílio), Creadh (Centro de Reabilitação e Apoio ao
Desenvolvimento Humano). Seu público de atuação é extenso, pois trabalha na
defesa dos direitos da mulher, da classe trabalhadora, da pessoa idosa, de
crianças e adolescentes, de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais
(LGBTQ), negros e negras, de indígenas, em organizações não
governamentais, em universidades públicas e privadas e em institutos técnicos.
Não tive essa oportunidade, pois devido ao periodo da Pandemia
esse processo foi enfraquecido, e os própios Assistentes Sociais tiveram suas
rotinas de trabalho mudadas devido a Covid-19. No início da pandemia muitos
profissionais estavam atuando em CRAS e outros Departamentos ligados à
Secretaria de Ação Social, e com a Pandemia tiveram de fazer revezamento
entre a equipe, por conta do aumento de casos de COVID19. Mudaram
também os tipos de atividades. Antes da pandemia, os Assistentes Sociais
faziam muito atendimento de Passe Livre, BPC, pedidos de documentação,
passeios com os grupos, atividades com os grupos semanais, reuniões em
escolas para trabalhar a rede, reuniões com as famílias, pedidos de benefícios
eventuais. Com a pandemia focou-se apenas nos benefícios eventuais, porque
a população que vivia de trabalhos autônomos ficou desempregada e a
vulnerabilidade aumentou, então a maior quantidade de solicitações foi em
relação ao auxílio-alimentação e o de natalidade. As principais dificuldades
enfrentadas por esses Profissionais no periodo da Pandemia foram o
distanciamento da família e saber que o Estado não iria dar condições para

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continuarem atuando o mais próximo com segurança e qualidade; exigir que as
famílias fizessem as solicitações somente pela internet, quando sabíamos que
muitas nem computador e nem conhecimento tinham de internet.
Como toda profissão, os assistentes sociais enfrentam alguns
desafios no dia a dia. As dificuldades começam com o seguinte problema: as
pessoas não entendem qual é a verdadeira função da assistência social. É
comum que o papel dos profissionais da área esteja associado à ajuda aos
necessitados e aos mais vulneráveis. Embora esta também seja parte das
atribuições, ela não é a única. Afinal de contas, o assistente social visa,
sobretudo, proteger os direitos sociais, civis, políticos e econômicos da
população. E isso não depende de classe social, mas vale para absolutamente
todos os cidadãos. Com esse objetivo, esses profissionais fazem as
intervenções necessárias. É por meio da garantia de qualidade de vida e
dignidade para todos que eles vão em busca de uma sociedade mais justa.
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e não é preciso
ser especialista no assunto para saber disso. Até porque a desigualdade está
escancarada, ou seja, somos obrigados a lidar com ela todos os dias. Isso
significa que, ainda que o Brasil seja um país cheio de riquezas, estas estão
concentradas nas mãos de poucos. Como consequência, milhões enfrentam
dificuldades diárias, vivem em péssimas condições de moradia, passam fome e
lidam com os mais diversos problemas. Portanto, estão longe de ter seus
direitos assegurados. Dessa maneira, é um grande desafio para a assistência
social conseguir proteger os direitos humanos de toda população que precisa
desse suporte. O volume de trabalho é enorme, o que faz os profissionais
terem que se desdobrar.
Embora esta seja uma das maiores funções da assistência social,
é ao mesmo tempo um dos grandes desafios. Por mais preparados que os
profissionais estejam, não é fácil ter que encarar alguns dos aspectos mais
dolorosos da nossa sociedade. É por isso mesmo que não é qualquer um que
tem a capacidade de trabalhar na área. Lidar com pessoas em situações de
vulnerabilidade exige competências especiais para propor boas soluções.
É claro que o sucesso do trabalho feito pela assistência social não
depende apenas dos esforços dos profissionais. Como qualquer atividade,
depende de dinheiro. Os recursos para os programas, ações e projetos da área

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vêm de repasses dos governos federais, estaduais ou municipais. Esses
recursos são fundamentais para a estruturação do programa e realização dos
atendimentos. O problema é que nem sempre é fácil ter acesso a eles. A
liberação da verba enfrenta obstáculos criados pela desorganização da gestão
e até por conta de questões políticas. Quando não há dinheiro suficiente, o
trabalho dos assistentes sociais fica comprometido, pois impede que materiais
importantes sejam comprados, treinamentos sejam feitos, entre outros.
De nada adianta diversos serviços assistenciais existirem, se as
pessoas que deveriam usá-los não estiverem indo ao encontro a eles.
Infelizmente isso acontece bastante. Muitas famílias que precisam de suporte
não sabem que têm direito à assistência social. Geralmente, é porque a
população não é bem informada sobre os seus próprios direitos, o que
precisam fazer para usar os benefícios etc. Além disso, os próprios assistentes
sociais não conseguem chegar a quem precisa. Até mesmo por conta de
problemas com o sistema de cadastro, por exemplo, eles não conseguem
localizar as famílias.
O profissional do Serviço Social vive um momento de grande
desafio, diante da conjuntura atual, de profundo retrocesso e de forte
reacionarismo. Vivenciamos uma crise nunca antes sequer imaginada por nós.
E todos os indicadores demonstram que ela vai se aprofundar nos próximos
anos, o desemprego e precarização do trabalho, com flexibilização de direitos,
desprofissionalização e imposição de um perfil multifuncional e polivalente para
o trabalhador são características desta crise, se pensada no âmbito das
relações trabalhistas.
A crise vai muito além do capital, pois é também de valores
emancipatórios e democráticos. Vivemos profundos processos de desmonte
dos valores democráticos, dos valores dos pactos entre capital-trabalho e das
respostas políticas. A característica da crise atual é que, além de ser
econômico-financeira, ela também captura a subjetividade.
Para vencer a crise, um dos caminhos apontados pela professora
e pesquisadora é a organização coletiva. Necessitamos hoje de mobilização,
de articulação, de trabalho coletivo, de entender que individualmente nós não
vamos a lugar nenhum, chamando a atenção para o papel do assistente social,
mas também para a organização da classe trabalhadora como um todo. No

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sentido de pensar coletivamente um novo modelo de sociedade, que implica na
transformação dessa sociedade, uma categoria sozinha não faz isso. Os
assistentes sociais não farão a transformação e a revolução. Só os
trabalhadores unidos é que farão. Portanto, se não tomarmos consciência de
que somos trabalhadores e, cada vez mais, assalariados, não conseguiremos
avançar.
Justamente com o intuito de fortalecer as lutas coletivas, o
CRESS, tem estreitado as relações com os movimentos sociais e sindical e
reforça a importância de a categoria se entender enquanto trabalhadores
assalariados e participar da lutas sociais e sindicais no seu cotidiano.

2.3 ATIVIDADE: Elaboração do Relatório Final de Estágio

1 Avaliação das ações realizadas (projetos, programas, atendimentos).


Avalie as atividades sob o enfoque dos eixos de avaliação: eficiência,
eficácia e efetividade.
As ações propostas no Projeto procuraram levar ao público alvo
deste Projeto uma nova forma de ver o mundo, mundo este livre das barreiras
da exclusão. Procurou-se trabalhar a auto-estima colocando os participantes
como autores e co-autores das suas historias. Portanto, desenvolver atividades
que venha a contribuir para o resgate da autoestima é fundamental. Dessa
forma, esse projeto de estágio teve este intuito de contribuir para o resgate da
autoestima dos participantes.
No primeiro encontro realizado foi feito uma roda de conversa,
junto com o psicólogo do CRAS e a Assistente Social no qual todos
participaram expondo as dificuldades, anseios, angústias, sentimentos etc.
Houve a participação de todos os participantes, cada um expondo um pouco de
sua história de vida. Após, foi realizada a palestra com o tema motivação,
autoestima e qualidade de vida apresentada pelo Psicólogo e a estagiária.
Foram Passados vídeos motivacionais como: palestra de menestrel, o voo da
águia, duelo de gigantes, que são pequenos vídeos que motivam as pessoas.
No segundo encontro foram realizados momentos recreativos
com todos trabalhando a amizade, o diálogo a autoconfiança, como melhoria
para elevar a autoestima. Foi realizada dinâmica de grupo como a dinâmica do

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espelho, dinâmica do abraço e quem eu sou faz a diferença. Todas essas
dinâmicas tiveram como objetivo a melhora da autoestima, promover
entrosamento e laços afetivos do grupo.
Todos participaram das atividades e quando questionados sobre
as dinâmicas, disseram que a autoestima é importante, que é preciso nos
valorizar,mesmo que às vezes somos limitados, pois as nossas forças já não
permite ser como antes.
Portanto, é preciso cada um perceber suas dificuldades e seus
defeitos e ter aceitação do que somos, pois quando nos sentimos
reconhecidos, melhoramos nossa forma de ver o mundo e com isso laços de
afeto são fortalecidos a maioria das pessoas tende a se esforçar para dar o
melhor de si e com isso minimizar os defeitos e dificuldades.

2 Reflexão sobre o agir profissional: Elabore um texto, fundamentado


bibliograficamente, pautado na Lei de Regulamentação da Profissão, no
Código de Ética Profissional e também no arquivo de parâmetro para a
atuação do assistente social de acordo com a política pública a que o
campo de estágio é vinculado.
A concepção de Seguridade Social representa um dos maiores
avanços da Constituição Federal de 1988 no que se refere à proteção social e
atende às históricas reivindicações da classe trabalhadora. Está inserida no
capítulo “Da Ordem Social” e é composta pelo tripé Saúde, Assistência Social e
Previdência Social. Representa a promessa de afirmação e extensão de
direitos sociais em nosso país, em consonância com as transformações
sóciopolíticas que se processaram. Nessa direção, destaca-se como
significativo na concepção de Seguridade Social: a universalização, a
concepção de direito social e dever do Estado, o estatuto de política pública à
assistência social, a definição de fontes de financiamento e novas modalidades
de gestão democrática e descentralizada com ênfase na participação social de
novos sujeitos sociais com destaque para os conselhos e conferências.
O conceito de Seguridade Social, defendido pela Carta de Maceió
(2000) reforça esse avanço, mas vai além, e sustenta um modelo que inclui
todos os direitos previstos no artigo 6º da Constituição Federal (educação,
saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência e assistência social),

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de modo a conformar um amplo sistema de proteção, mais consoante às
condições gerais dos cidadãos brasileiros (BOSCHETTI, 2007).
Parte-se da concepção de que as Políticas de Seguridade Social
são concebidas na ordem capitalista como o resultado de disputas políticas e,
nessa arena de conflitos, as políticas sociais, resultantes das lutas e conquistas
das classes trabalhadoras, assumem caráter contraditório, podendo incorporar
as demandas do trabalho, e impor limites, ainda que parciais, à economia
política do capital. Nessa perspectiva, ao garantir direitos sociais, as políticas
sociais podem contribuir para melhorar as condições de vida e trabalho das
classes que vivem do seu trabalho, ainda que não possam alterar
estruturalmente o capitalismo.
A perspectiva de Seguridade Social pautada no projeto ético-
político da categoria é concebida como “parte de uma agenda estratégica da
luta democrática e popular no Brasil, visando a construção de uma sociedade
justa e igualitária” (CFESS, 2000). Não é vista como um fim, mas como
transição a um padrão de civilidade, que começa pela garantia de direitos no
capitalismo, mas que não se esgota nele.
Para a análise do Serviço Social e Saúde na atualidade é
necessário recuperar os avanços e lacunas ocorridos na profissão a partir dos
anos oitenta. Esta década marca o início da maturidade da tendência
hegemônica na academia e nas entidades representativas da categoria -
intenção de ruptura - e, com isso, a interlocução real com a tradição marxista.
No entanto, os profissionais desta vertente se inserem, na sua maioria, nas
universidades e têm pouca capilaridade nos serviços (NETTO, 1996a; BRAVO,
1996).
Na saúde, os avanços conquistados pela profissão no exercício
profissional são considerados insuficientes, pois o Serviço Social chega à
década de 1990 ainda com uma incipiente alteração do trabalho institucional;
continua enquanto categoria desarticulada do Movimento da Reforma Sanitária,
sem nenhuma explícita e organizada ocupação na máquina do Estado pelos
setores progressistas da profissão (encaminhamento operacionalizado pela
Reforma Sanitária); e insuficiente produção sobre “as demandas postas à
prática em saúde” (BRAVO, 1996).

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As atribuições e competências das(os) profissionais de Serviço
Social, sejam aquelas realizadas na saúde ou em outro espaço sócio-
ocupacional, são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no
Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que
devem ser observados e respeitados, tanto pelas(os) profissionais, quanto
pelas instituições empregadoras. No que se refere aos direitos das(os)
assistentes sociais, o artigo 2º do Código de Ética assegura:
 garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei
de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código;
 livre exercício das atividades inerentes à profissão;
 participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na
formulação e implementação de programas sociais;
 inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação,
garantindo o sigilo profissional;
 desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional;
 aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos
princípios deste Código;
 pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se
tratar de assuntos de interesse da população;
 ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo obrigado a prestar
serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou
funções;
 liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os
direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus
trabalhos.
No que se refere aos deveres profissionais, o artigo 3º do Código
de Ética estabelece:
 desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e
responsabilidade, observando a Legislação em vigor;
 utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da
profissão;
 abster-se, no exercício da profissão, de práticas que caracterizem a
censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos,
denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes.

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Tendo em vista o disposto acima, o perfil do assistente social para
atuar nas diferentes políticas sociais deve afastar-se das abordagens
tradicionais funcionalistas e pragmáticas, que reforçam as práticas
conservadoras que tratam as situações sociais como problemas pessoais que
devem ser resolvidos individualmente.
O reconhecimento da questão social como objeto de intervenção
profissional (conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS,
1996), demanda uma atuação profissional em uma perspectiva totalizante,
baseada na identificação das determinações sociais, econômicas e culturais
das desigualdades sociais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
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Revista Inscrita (10). Brasília: CFESS , 2007.
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