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Resumo
O objetivo deste artigo é descrever o impacto das funções executivas na aprendizagem
escolar em crianças e adolescentes, conceituar função executiva, apontar os efeitos das
funções executivas na aprendizagem escolar na infância e descrever a importância das
funções executivas no desempenho escolar. Esta é uma pesquisa bibliográfica qualitativa,
com pesquisas em livros, artigos científicos, bibliografia especializada, relatórios de sites
institucionais e demais fontes com características acadêmicas, realizado através de busca
nas bases de dados Scielo, Google acadêmico e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações (BDTD). O artigo aponta que um bom desenvolvimento do funcionamento
executivo na infância está associado a um melhor desempenho na vida escolar, acadêmica e
posteriormente na sua atividade profissional.
1 INTRODUÇÃO
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2 CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE AS FUNÇÕES EXECUTIVAS
Corroborando tal ponto de vista, as funções executivas estão compostas por várias
redes cognitivas, relacionados com a atenção, forma de processamento de informações
relevantes na memória de trabalho, autocontrole, planejamento das ações, flexibilidade
cognitiva e comportamental, em observância das condutas. Desta forma torna-se efetivos a
realização de ações onde esses processos cognitivos direcionados a tal tema permitem a um
sujeito iniciar, planejar, sequenciar e controlar seus comportamentos e cognições
(GAZZANIGA et al, 2006; PLISZKA, 2004).
Além disso, os elementos essenciais para o desenvolvimento das habilidades
individuais a que toda criança possui e que tem a oportunidade de compreender de acordo
com o seu grau de potencial deve-se ao fato de que na escola a criança conta com grande
participação no crescimento dessas possibilidades de se desenvolver cognitiva, social e
afetivamente (KARANDE; KULKARNI,2005).
Portanto, identificar as dificuldades no processo de ensino é de fundamental
importância para o desenvolvimento de estratégias voltadas para o aprimoramento do
funcionamento cognitivo e escolar. Deste modo, conhecer os elementos que estão
compreendidos no crescimento escolar e nas funções neuropsicológicas, tais como a
inteligência, atenção e funções executivas, proporciona definir o perfil cognitivo associado
para tal forma de aprendizado.
De forma que no ser humano as redes neurais que compõe a estrutura do neocórtex são
inteiramente plásticas, dinâmicas e variáveis sinapses se forma e permitem o seu surgimento
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em fragmentos de segundos, a todo momento possibilitando a nós, humanos, um potencial de
aprendizado e resiliência provavelmente muito maior do que imaginamos compreender. Essa
capacidade de adaptação intensa e espontânea demonstra que o cérebro humano apresenta um
alicerce teórico para sustentar as teorias de aprendizagem (DOUGLAS; MARKRAM;
MARTIN, 2004).
Além disso, Posner (2010) aponta que
“o córtex pré-frontal abrange, ainda, um elemento superior, o dorso
lateral responsável pela formação de trabalho e pela sua fiscalização e
metacognição e, consequentemente, apresenta o núcleo da expressão do
comportamento onde atuam as funções estratégicas de grande
importância para a subsistir, adaptação ao meio e, por fim, para a
aprendizagem escolar.” (POSNER, 2010, pag. 116).
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esse diagnóstico, um professor conseguiria reduziras exigências das tarefas propostas sobre
esta capacidade.
Para isso, seria capaz estabelecer tarefas mais estruturadas, promover instruções
breves e práticas, continuar com maior frequência os objetivos da tarefa, sendo ajudado neste
processo pelo psicólogo escolar. No meio clínico, seria importante a atuação para incentivar o
desenvolvimento destas competências ou submeter seu comprometimento com suportes
externos.
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flexível tem se considerado seu desenvolvimento cerca dos quatro anos, atravessando um
crescente desenvolvimento dessa habilidade entre os seis e os dez anos de idade (NATALE,
2007). Ainda de acordo com Natale, entre quatro e cinco anos, as crianças demonstram uma
notável evolução no desempenho de tarefas quanto ao planejamento e flexibilidade cognitiva.
Os ensaios de Argollo (2009) evidenciam que os testes neuropsicológicos são
essenciais recursos que analisam as questões quantitativas e qualitativas do desempenho
escolar, tendo grande validade para o reconhecimento de perfis cognitivos de grupos de
indivíduos com determinadas características clínicas. Mais além, Haase e Colaboradores
(2012) observaram que a análise neuropsicológica tem demonstrado ser um instrumento
eficaz, ao passo que proporciona medidas padronizadas, objetivas e confiáveis dos diferentes
panoramas de comportamento humano, permitindo que se trace um perfil particular do
funcionamento de cada aluno.
Outro ponto a destacar refere-se a desvalorização no nível socioeconômica, que pode
ser visto como um estado adverso no alcance de habilidades da função executiva, ao passo
que em famílias com maior escassez material podem ter dificuldade em desenvolver ou
vincular-se a condições favoráveis ao crescimento escola; entretanto, algumas pesquisas
observaram que crianças de menor nível socioeconômico apresentam desempenho inferior em
testes de memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva (KISHIYAMA,
2009; NOBLE, 2007).
As capacidades que constituem as funções executivas são destacadas simultaneamente,
pois estão associadas a um mesmo conjunto de regiões cerebrais. Além disso, são capacidades
inter-relacionadas de tal maneira que o desempenho de uma habilidade influencia
profundamente o da outra.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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função executiva, pois talvez aí resida a real origem do problema, e daí possa expressar-se
alguma alternativa de abordagem terapêutica.
Diversos estudos apontam que um bom desenvolvimento do funcionamento executivo
na infância está relacionado a um melhor desempenho na vida escolar e acadêmica.
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