Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA,
CONCEPÇÕES E REFLEXÕES
METODOLÓGICAS
Editora CRV
Curitiba – Brasil
2022
Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Designers da Editora CRV
Imagem da Capa: Freepik
Revisão: Analista de Escrita e Arte CRV
EX96
Bibliografia
ISBN Digital 978-65-251-2222-9
ISBN Físico 978-65-251-2223-6
DOI 10.24824/978652512223.6
2022
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 – E-mail: sac@editoracrv.com.br
Conheça os nossos lançamentos: www.editoracrv.com.br
Conselho Editorial: Comitê Científico:
Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB) Altair Alberto Fávero (UPF)
Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN) Ana Chrystina Venancio Mignot (UERJ)
Anselmo Alencar Colares (UFOPA) Andréia N. Militão (UEMS)
Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ) Anna Augusta Sampaio de Oliveira (UNESP)
Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO – PT) Barbara Coelho Neves (UFBA)
Carlos Federico Dominguez Avila (Unieuro) Cesar Gerónimo Tello (Universidad Nacional
Carmen Tereza Velanga (UNIR) de Três de Febrero – Argentina)
Celso Conti (UFSCar) Diosnel Centurion (UNIDA – PY)
Cesar Gerónimo Tello (Univer .Nacional Eliane Rose Maio (UEM)
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO�������������������������������������������������������������������������������������������� 9
Jorge Augusto Feldens
PREFÁCIO����������������������������������������������������������������������������������������������������� 11
José Cláudio Rocha
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
1
DIÁLOGOS ENTRE MICHEL THIOLLENT E TARGINO DE
ARAÚJO FILHO SOBRE OS SEMINÁRIOS DE METODOLOGIA DE
PROJETOS DE EXTENSÃO (SEMPE) REALIZADOS
ENTRE 1996 E 2013 �������������������������������������������������������������������������������������� 15
2
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, CONCEPÇÕES E REFLEXÕES
METODOLÓGICAS: um debate sempre atual���������������������������������������������� 27
Michel Thiollent
Sonia Regina Mendes dos Santos
Simone Imperatore
3
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E METODOLOGIA
DA EXTENSÃO���������������������������������������������������������������������������������������������� 37
Michel Thiollent
4
ACTION RESEARCH AND PARTICIPATORY RESEARCH: an overview � 49
Michel Thiollent
5
ANALISANDO A PESQUISA-AÇÃO À LUZ DOS PRINCÍPIOS
INTERVENCIONISTAS: um olhar comparativo�������������������������������������������� 63
Sara Fernandes Picheth
Marcio Pascoal Cassandre
Michel Thiollent
6
PARTICIPAÇÃO, COOPERAÇÃO, COLABORAÇÃO NA RELAÇÃO
DOS DISPOSITIVOS DE INVESTIGAÇÃO COM A ESFERA DA
AÇÃO SOB A PERSPECTIVA DA PESQUISA-AÇÃO�������������������������������� 85
Michel Thiollent
Lídia Oliveira
7
PESQUISA-AÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES
E DIVERSIDADE�����������������������������������������������������������������������������������������99
Michel Thiollent
Maria Madalena Colette
8
PESQUISA-AÇÃO, UNIVERSIDADE E SOCIEDADE������������������������������ 119
Michel Thiollent
Maria Madalena Colette
POSFÁCIO��������������������������������������������������������������������������������������������������� 149
Gilberto Garcia
universitária, no qual ela não é vista como uma perspectiva, uma filosofia
que deve permear a produção do conhecimento o que leva a considerar como
igualmente importantes a gênese e o destino do conhecimento produzido na
universidade, seja em que área for.
Thiollent: Vamos falar sobre a pluralidade de vivências que contribuí-
ram para o desenvolvimento da pesquisa-ação. Não temos um controle, um
mapeamento, uma iniciativa concertada, era uma coisa muito espontânea, cada
um fazia o que pudesse, em vários lugares. Ouvi dizer (em 2004-2005) que,
em algumas universidades, a preocupação em torno das metodologias para
extensão e a promoção da pesquisa-ação estavam virando moda.
Ressalto que o Congresso Brasileiro de Extensão Universitária também
marcou esse percurso em 2004, aconteceu o 2º CBEU em Minas Gerais, na
UFMG. Nosso grupo havia convidado o Prof. André Morin, da Universidade
de Montreal, Canadá, grande especialista em pesquisa-ação em educação,
que participou de uma mesa redonda no CBEU, com grande auditório lotado.
Houve lançamento do seu livro “Pesquisa-ação Integral e Sistêmica”, recém
traduzido. Esse livro foi esgotado rapidamente e deu um forte impulso na
questão da concepção metodológica da extensão, com base na pesquisa-ação.
André Morin foi convidado novamente depois. Ele participou do SEMPE, em
2008, na UFSCar. Era uma voz internacional, um autor bastante conhecido
que ratificou a articulação entre a pesquisa-ação e a extensão.
Além do livro de André Morin, eu traduzi da língua francesa várias
contribuições acerca da obra de Henri Desroche, que era um dos pais da
pesquisa-ação na França. Outros livros sobre pesquisa-ação também foram
traduzidos, como os de Khaled El Andaloussi e Hugues Dionne. As discussões
em curso, os novos referenciais bibliográficos e o relato de experiências em
diferentes áreas de conhecimento, tudo isso criou um “caldo interessante”
em termos de renovação e propagação da pesquisa-ação, e isso foi divulgado
em canais de extensão.
No período 2004-2010 havia um fator positivo o apoio por parte de gover-
nos e a aplicação de políticas públicas favorecendo o ingresso de estudantes
22
REFERÊNCIAS
DIONNE, Hugues. Pesquisa-Ação para o Desenvolvimento Local. Brasília:
Liber Livro, 2007.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela Mão de Alice. 4. ed. São Paulo: Cor-
tez, 1997.
NOTAS
[1] Entrevistas semiestruturadas realizadas nos dias 10/08 e 23/11/2020 de
modo virtual (meeting) compiladas por Sônia Maria Mendes e Simone Lou-
reiro Brum Imperatore.
[2] Assim, o primeiro evento não se chamou SEMPE, mas “Curso de Meto-
dologia para Projeto de Extensão”, apenas em sua segunda edição, em 1997,
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
tempo e contexto, os referidos textos devem ser lidos como obras sempre raras
que seduzem o leitor a revisitar o tempo e o contexto em que foram escritas.
Nessa tessitura, iniciamos com o texto “Construção do Conhecimento
e Metodologia da Extensão”, em que o professor Thiollent nos apresenta os
aspectos que aproximam a extensão da construção social do conhecimento
pela pesquisa participativa como ação educacional com propósito emancipa-
tório e, nos desafia a refletir sobre projetos de pesquisa e de extensão como
instrumentos de construção ou reconstrução social de conhecimentos, com a
participação de atores diferenciados (e metodologias crítico-participativas e
instrumentos diversos). Propõe o autor a disrupção com uma concepção volun-
tarista de extensão, apresentando uma consolidação metodológica da extensão.
No texto, intitulado “Action Research and Participatory Research: An
Overview”, Thiollent reflete sobre os conceitos de pesquisa-ação e pesquisa
participante, seus pontos de partida, evolução, dicotomias, (re) aproximações
e potencialidades de aplicações no desenvolvimento de projetos educacionais/
extensionistas. Ratifica professor Thiollent o compromisso com as partes
interessadas (atores sociais), que devem ser consideradas partícipes efeti-
vos de/em todo o processo (não meros extras eventualmente consultados em
assuntos menores).
A seguir, no texto selecionado, “Analisando a pesquisa-ação à luz dos
princípios intervencionistas: um olhar comparativo”, Thiollent, Picheth e
Cassandre refletem acerca dos princípios epistemológicos fundamentais
aplicáveis a pesquisas de caráter intervencionista, apontando convergências
essenciais: a) o papel ativo dos sujeitos implicados na situação-problema;
b) a busca de soluções para os problemas vivenciados de forma conjunta e
o desenvolvimento de ações em prol da solução/transformação; c) a gera-
ção do conhecimento por meio da construção dialógica entre participantes e
pesquisadores; d) o papel do pesquisador como um agente facilitador para a
compreensão dos problemas, busca e implementação de ações que objetivem
mudar a situação problemática. No texto “Participação, cooperação, colabo-
ração na relação dos dispositivos de investigação com a esfera da ação sob a
perspectiva da pesquisa-ação”, Thiollent e Oliveira problematizam as vertentes
32
REFERÊNCIAS
ANTÔNIO DE PAULA, João. A extensão universitária: história, conceito e
propostas. Interfaces Revista de Extensão, v. 1, n. 1, p. 05-23, jul./nov. 2013.
NOTAS
[1] E-mails para contato: profsmende@gmail.com e simone@impera-
tore.com.br.
Introdução
Construção social
Participação
Dimensão crítica
Dimensão reflexiva
Propósito emancipatório
Conclusão
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
REFERÊNCIAS
BROSE, Markus (org.). Metodologia participativa: uma introdução a 29
instrumento. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2001.
The purpose of these notes on some of the key issues about action
research, participatory research and their evolution is to contribute to the
debate on the current situation of this methodological proposal, and formulate
some ideas for a possible renewal, through local applications and the expan-
sion of inter-national co-operation.
Action research and participatory research have distinct and even distant
origins, the first one coming from the social psychology applications by Kurt
Lewin, in the 1940’s USA, the second from consciousness raising practices
and the liberation theory developed especially in Latin America, from the
1950 and 60’s, in social, religious and educational contexts and, in particular,
under the impulse of Paulo Freire. These methodological currents (action
research and participatory research) have found applications in several sec-
tors of social science (education, especially adult education), social service,
rural extension, organisation, communication, political practices, as well as in
the fields of collective health, nursing, environment, etc. From the 1980/90’s,
and now more sharply, current trends tend to converge and, in certain cases,
to merge into a consistent alternative methodology, in partial opposition to
conventional methodologies derived from positivism. This rapprochement
was encouraged by Orlando Fals Borda and has reached an international
scale with the interaction of southern and northern hemisphere researchers.
This alternative is not monolithic, and develops itself in various intellectual
envi-ronments and institutional arrangements. It is not a matter of demanding
a single body of knowledge, with closed borders, because we are dealing with
a family of proposals and procedures that have a common democratic will,
with participation and co-operation between the parties involved, sharing a
vision of social transformation.
I have followed this rapprochement between action research and partic-
ipa-tory research from the early 1980’s. I took part in some epoch-making
events, such as the Brazilian Education Conference (CBE) in 1981 at Belo
50
journals. The use of the knowledge that is thus produced is subjected to explicit
ethical criteria, if possible, under the supervision of an assessment committee.
We cannot address all these issues within the limited framework of this
article. We shall observe that, very often, the term “participation” or the adjec-
tive “participatory” are associated to research as if it were a simple, complete
and crystal clear characterisation. The research is or is not participa-tory. If
it were not then it would have to be conventional, positivistic, quanti-tative,
etc. This dichotomy seems misplaced.
In a framework very cited among French-speaking authors, Henri Des-
ro-che established a complex typology of the forms and intensities of partici-
pa-tion in action research projects. This typology assembles three dimensions:
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
In Brazil and Latin America, participatory research has often been asso-
ciated with practices of a religious background or with a social intervention
in connection with a religious action, pastoral care in particular. Though the
sources may be different, there is a certain analogy between the procedure
of seeing-judging-acting of left-wing Catholics, and the circle of action
and reflection of an action research or participatory research with no reli-
gious reference.
Action research can be conceived without any religious reference or
con-notation, and yet not be seen as rational or enlightened. Even though there
are no great illusions about the power of reason in the social and political
con-text, it seems possible to analyse and elucidate the actions and strategies
of a situation’s conflicting actors, with no religious assumption, in order to
reduce barbarity or to find satisfactory solutions.
to the conventional consulting model might find it strange, because they are
used not to share for, on the contrary, the relationship between consultants
and consulted is kept explicitly asymmetric. The consultant always considers
himself as the holder of knowledge and monopolises the proposed solutions,
which are the object of his compensation. He cannot share his knowledge or
expertise, for it would render him dispensable.
In its practice, action research resembles a sort of aide to minimise the
ef-fects of this asymmetry. This cultural difference may explain why action
research is rarely applied in business environments in Brazil. The business
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
world only hires consultants and technical managers with conceptions that
are in tune with their immediate interests, and bound to management fads and
the “gurus” of the Business area.
In the conception of action research used in the socio-technical approach,
during the 1960’s and 70’s, and applied in companies, there was an initial
agreement defining the relationship rules between stakeholders (board of
directors, union and the government sector involved in that particular re-search
problem). This conception, sometimes called tripartite management, has been
applied on a large scale in Scandinavian countries, but has met serious ideo-
logical obstacles in Brazil.
Conclusion
REFERENCES
ADDOR, Felipe. Pesquisa-ação na cadeia da pesca em Macaé. Dissertação
de Mestrado, PEP/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro. 2006.
NOTES
[1] This paper was presented at the Symposium on Action and Participatory
Research. Porto Alegre, June 20th-22nd 2011. Its content was developed
as part of the activities of the Research Project, financed by FAPERJ, Pro-
cess no. E-26/111.697/2010, entitled: “Apoio metodológico a projetos de
pesquisa e extensão universitária baseados em metodologias participativas e
de pesquisa-ação” [Methodological support for research and extension projects
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Introdução
Metodologia da pesquisa-ação
Dentre suas origens, o autor Kurt Lewin destaca-se por ser um dos seus
principais precursores. Seu trabalho de 1946, com enfoque extenso em ques-
tões sociais, é muitas vezes visto como um importante marco no desenvol-
vimento da pesquisa-ação como metodologia, e teve sequência com alguns
discípulos nos EUA, a citar Stephen Corey, que aplicou esta metodologia
para a pesquisa em assuntos educacionais (KOSHY; KOSHY; WATERMAN,
2010). Lewin argumentava que pesquisa social voltada à prática precisava
adotar uma abordagem integrada, a partir da formulação de testes de hipóte-
ses que buscavam solucionar meios de enfrentar temas preocupantes por um
grupo de sujeitos envolvidos (EDEN; HUXHAM, 2001).
À medida que a abordagem se tornava reconhecida, suas noções origi-
nais eram aplicadas, ampliadas ou recriadas por outros autores, levando ao
desenvolvimento de métodos voltados à ação (EDEN; HUXHAM, 2001). No
Brasil, a pesquisa-ação foi conduzida principalmente pelo sociólogo Michel
Thiollent. Segundo este autor, a pesquisa-ação é definida como:
AÇÃO
AGIR para implantar a
melhora planejada
INVESTIGAÇÃO
Fase
exploratória
Colocação
Plano de
ação dos
problemas
Coleta de
Hipóteses
dados
Seminário
Princípios intervencionistas
Estimulação dupla
Fonte: Elaborado pelos autores com base em SANNINO, A. (2011). Activity theory as
an activist and interventionist theory. Theory & Psychology, p. 1-27; e THIOLLENT,
M. (2011). Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo: Cortez.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
CASSANDRE, Marcio Pascoal. Metodologias intervencionistas na perspec-
tiva da teoria da atividade histórico-cultural: um aporte metodológico para
estudos organizacionais. 2012. 300 f. Tese (Doutorado) – Programa de Mes-
trado e Doutorado em Administração, Universidade Positivo, Curitiba, 2012.
NOTA
[1] Vygotsky, Ilyenkov e Davydov são autores russos das áreas da Educação
e Psicologia, cujos trabalhos vêm sendo abordados também nos estudos orga-
nizacionais, em especial no campo da Aprendizagem Organizacional.
Michel Thiollent
Lídia Oliveira
Introdução
Participação e cooperação
Colaboração e parceria
Intervenção
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Era digital
Conclusão
REFERÊNCIAS
ANADÓN, M.; SAVOIE‐ZAJC, L. La recherche‐action dans certains pays
anglo‐saxons et latinoaméricains. Une forme de recherche participative. In:
ANADÓN, M. (org.). La recherche participative. Multiples regards. Québec:
Presses de l’Université du Québec, p. 1130. 2007.
MORIN, A., GADOUA. G.; POTVIN, G. (2007). Ciência, Saber, Ação. São
Paulo: Cortez.
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Introdução
uma propriedade mutável que pode ter diversas formas e intensidades. Pode
ir crescendo ao longo do projeto, o que é desejável, ou decrescendo, o que
é preocupante.
A pesquisa-ação integral, tal como é concebida por Morin (2004), é
coordenada de modo a propiciar um entendimento entre os pesquisadores e
os demais participantes. No início, há um contrato formal ou informal esta-
belecido entre as partes, a respeito dos objetivos e dos procedimentos da
pesquisa-ação. A participação é assegurada como na tipologia de Desroche
em três aspectos: explicação, aplicação e implicação. Por sua vez, a mudança
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Pesquisa-ação em educação
Ação educacional
Docente-pesquisador
e, também, sobre a transformação desta realidade que restringe por tantas vias
a sua prática profissional.
Mesmo sendo a sexta economia do mundo, lamentavelmente, nosso país
ainda aparece no 88º lugar na classificação mundial da educação e apenas 2%
dos estudantes quer seguir a carreira de professor (BECKER, 2013), o que põe
em evidência a necessidade de políticas adequadas a uma educação apropriada.
Todavia, vale lembrar Freire (2011), quando afirma que a estrutura que
se transforma não é sujeito de sua transformação e que, no desenvolvimento,
o ponto de decisão se encontra no ser que se transforma, apontando para a
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, CONCEPÇÕES E REFLEXÕES METODOLÓGICAS 111
bem delimitado, porque sempre se pressupõe uma forte interação social que
nenhuma tecnologia pode substituir. As situações baseadas exclusivamente
em tecnologia de informação parecem não ter um efeito educacional dura-
douro, comparável às da educação presencial e participativa, com múltiplas
interações internas e externas à escola.
Embora seja uma proposta minoritária no cenário da educação, a pes-
quisa-ação tem futuro, considerando a gravidade e a extensão dos problemas
a serem enfrentados, com a participação dos próprios interessados, garan-
tia de uma melhor efetividade das soluções. Essa metodologia pode ter um
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, M. O papel da pesquisa na formação e na prática dos professo-
res. 12. ed. Campinas: Papirus, 2011.
FALS BORDA, O. Knowledge and people power. New Delhi: Indian Social
Institute, 1988.
MORIN, A.; GADOUA, G.; POTVIN, G. Saber, ciência, ação. São Paulo:
Cortez, 2007.
Introdução
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Fundamentos da pesquisa-ação
individual quanto no plano global da sociedade. Ele nos diz que processos
educacionais- no ensino, na pesquisa e na extensão - precisam contemplar três
dimensões da aprendizagem: a dimensão cognitiva – aprendizagem de novos
conteúdos e informações; a dimensão das habilidades – desenvolvimento de
competências práticas; e a dimensão das atitudes – comportamentos funda-
mentais à aplicação de conhecimentos transmitidos e habilidades desenvol-
vidas e aos relacionamentos daí decorrentes.
Desenvolver tais dimensões e competências implica, necessariamente,
situá-las face à realidade em que estão inseridos os sujeitos envolvidos no
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Pesquisa-ação educacional
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Conclusão
REFERÊNCIAS
DIEGUES, Antonio Carlos S. Desenvolvimento Sustentável ou Sociedades
Sustentáveis: da crítica dos modelos aos novos paradigmas. São Paulo em
Perspectiva, v. 6, n. 1-2, p. 22-29, jan./jun. 1992.
Introdução
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Finalidades da extensão
Metodologia de projetos
Escola de extensão
Sistematização do conhecimento
Conclusão
REFERÊNCIAS
AVANZINI, G. L´éducation des adultes. Paris: Anthropos, 1996.
mente transformadores”.
Retribuo, por fim, nesse posfácio, ao professor Michel Thiollent e seus
colegas de pensamento, com gratidão pessoal, a chance de poder conduzir, na
qualidade relator no CNE, o parecer do marco regulatório da extensão, sob
as luzes de diretrizes e princípios que concebessem a extensão universitária
como função potencializadora na formação dos estudantes. Especialmente,
em sua capacidade de intervir em benefício da sociedade, aspecto essencial
para que a universidade se realize como instrumento emancipatório do ponto
de vista histórico.
Gilberto Garcia
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
ÍNDICE REMISSIVO
A
Ação 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 29, 30, 31, 32,
39, 40, 43, 60, 61, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 74, 75, 76, 77, 78,
79, 80, 81, 82, 83, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99,
100, 101, 102, 103, 104, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, 114, 115,
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
116, 117, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 127, 128, 129, 130, 131, 132,
133, 134, 135, 137, 140, 141, 144, 145, 147, 148, 149, 150, 151
Ação Educacional 31, 43, 99, 101, 102, 107, 108, 111, 112, 113, 131, 132, 145
E
Educação 4, 9, 11, 12, 15, 21, 27, 28, 32, 34, 35, 38, 40, 41, 43, 45, 60, 63,
66, 83, 84, 86, 88, 99, 100, 101, 102, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111,
113, 114, 115, 116, 117, 122, 124, 126, 128, 130, 131, 132, 133, 135, 136,
137, 139, 140, 144, 145, 150
Ensino Pesquisa 143
Extensão 3, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24,
25, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45,
46, 47, 61, 95, 104, 114, 116, 119, 120, 122, 123, 124, 125, 126, 127, 129,
132, 133, 134, 135, 136, 137, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145, 146, 147,
148, 150, 151
F
Formação 8, 9, 11, 12, 20, 23, 25, 27, 28, 30, 32, 42, 44, 63, 74, 99, 100, 101,
104, 106, 110, 111, 112, 113, 115, 117, 119, 120, 121, 124, 125, 126, 131,
132, 133, 136, 137, 144, 151
M
Metodologia 4, 7, 12, 15, 16, 17, 18, 22, 25, 31, 37, 38, 39, 40, 45, 47, 60,
63, 64, 65, 66, 68, 69, 70, 73, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 82, 85, 86, 88, 90, 92,
94, 97, 99, 101, 103, 104, 106, 111, 114, 119, 120, 123, 124, 132, 133, 134,
135, 137, 140, 141, 147, 148, 149, 150, 151
154
P
Participação 7, 12, 25, 28, 29, 31, 39, 40, 42, 46, 65, 66, 70, 71, 75, 76, 85,
86, 87, 88, 89, 93, 94, 95, 101, 102, 103, 104, 109, 111, 112, 114, 120, 123,
125, 127, 128, 129, 130, 131, 134, 135, 140, 141, 142, 143, 151
Participatory Research 7, 12, 31, 49, 50, 51, 53, 54, 56, 57, 58, 61, 117, 138
Pesquisa 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25,
29, 30, 31, 32, 36, 37, 38, 39, 40, 44, 60, 61, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70,
71, 72, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92,
SOBRE O LIVRO
Tiragem: Não comercializada
Formato: 14 x 21 cm
Mancha: 10,3 x 17,3 cm
Tipologia: Times New Roman 10,5/11,5/13/16/18
Arial 8/8,5
Papel: Pólen 80 g (miolo)
Royal Supremo 250 g (capa)