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Editora CRV
Curitiba – Brasil
2021
Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Designers da Editora CRV
Revisão: Analista de Escrita e Artes
Ed24
Bibliografia
ISBN Digital 978-65-251-1761-4
ISBN Físico 978-65-251-1762-1
DOI 10.24824/978652511762.1
2021
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 - E-mail: sac@editoracrv.com.br
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Conselho Editorial: Comitê Científico:
Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB) Adalberto Santos Souza (UNIFESP)
Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN) Allyson Carvalho (UFRN)
Anselmo Alencar Colares (UFOPA) António Camilo Teles Nascimento
Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ) Cunha (UMINHO)
Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO – PT) Arnaldo Luis Mortatti (UFRN)
Carlos Federico Dominguez Avila (Unieuro) Daniel Carreira Filho (Faculdade FUTURA)
Carmen Tereza Velanga (UNIR) Gumercindo Vieira dos Santos (UTFPR)
Celso Conti (UFSCar) José Martins Filho (UNICAMP)
Cesar Gerónimo Tello (Univer .Nacional Laura Ruiz Sanchis (UCV – Espanha)
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO............................................................................................. 9
Rodrigo de Oliveira Gomes
Marie Luce Tavares
Adriana Bitencourt Reis da Silva
CAMPUS ARCOS
AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O CONFINAMENTO:
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CAMPUS BAMBUÍ
DESAFIOS E AÇÕES DE ENSINO NO CONTEXTO NÃO
PRESENCIAL: Educação Física, Saúde e Qualidade de
Vida em destaque............................................................................................. 31
Regiane Maria Soares Ramos
CAMPUS BETIM
NAS TRILHAS DA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: tematizando
práticas corporais das culturas africanas e indígenas..................................... 43
Katia Regina de Sá
CAMPUS CONGONHAS
REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO FÍSICA NO IFMG
CAMPUS CONGONHAS: tempo de pandemia e a experiência
docente do entre-lugar..................................................................................... 55
Rodrigo de Oliveira Gomes
CAMPUS FORMIGA
TRABALHANDO O MMA DE FORMA REMOTA: uma proposta
de intervenção no Campus Formiga ............................................................... 67
Carlos Augusto Magalhães Júnior
CAMPUS IBIRITÉ
POSSIBILIDADES INTERDISCIPLINARES PARA O ESPORTE
ORIENTAÇÃO NO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL............................. 77
Simone Teresinha Meurer
Ludimila de Miranda Rodrigues Silva
CAMPUS IPATINGA
PROJETO “ATIVA IF HOME”: atividade física em casa................................. 91
Simara Regina de Oliveira Ribeiro
Alex de Andrade Fernandes
CAMPUS PIUMHI
A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, DO ESPORTE E DO
LAZER NO IFMG CAMPUS AVANÇADO PIUMHI: experiências
docente e juvenis atravessadas pela pandemia da covid-19......................... 139
Ranucy Campos Marçal da Cruz
CAMPUS SABARÁ
O OLHAR EXPERIENCIAL DE UMA DOCENTE DE EDUCAÇÃO
FÍSICA SOBRE O ENSINO REMOTO EMERGENCIAL............................ 173
Maria Aparecida Dias Venancio
CAMPUS S. J. EVANGELISTA
EDUCAÇÃO FÍSICA VIRTUAL: transformando desafios
em possibilidades .......................................................................................... 183
Márcia Ferreira da Silva
ÍNDICE REMISSIVO....................................................................................193
SOBRE OS AUTORES.................................................................................195
APRESENTAÇÃO
Esta obra tem por objetivo apresentar e refletir as experiências de pro-
fessoras e professores de Educação Física do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), nos âmbitos do ensino, da
pesquisa e da extensão em tempos de pandemia. A produção do livro se deu
durante os desafios em reorganizar o evento presencial “Encontro Esportivo”
para o formato on-line que foi denominado: “Encontro Esportivo On-line:
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formação e diversão”.
O Encontro Esportivo é uma das ações intercampi do Programa Institu-
cional de Esporte e Lazer (PIEL) do IFMG, realizada desde 2009. É promo-
vido anualmente, com o rodízio da sede entre os diversos campi do IFMG.
Exclusivamente em 2021, aconteceu de forma on-line devido à crise sanitá-
ria instaurada pelo coronavírus (SARS-CoV-2). O evento tem por objetivo
fomentar as práticas do esporte e do lazer com fins educativos, possibilitando
a convivência e o respeito às diferenças culturais, sociais e regionais.
A intenção é que as/os participantes possam vivenciar a realidade cons-
truída democraticamente a partir de diversos pontos de vista, bem como pro-
porcionar a integração entre as/os estudantes dos diversos campi do IFMG,
vivenciando o desporto como meio de educação, formação, lazer e qualidade
de vida. É importante destacar que o coletivo de professoras e professores de
Educação Física do IFMG reconhece que acima dos resultados alcançados
frente aos jogos competitivos está o exercício de valores fundamentais na
formação das/os estudantes que são oriundos de distintas realidades sociais.
O IFMG possui reitoria em Belo Horizonte e mais dezoito campi localiza-
dos nas regiões: centro-oeste (Arcos, Bambuí, Formiga e Piumhi); metropoli-
tana (Betem, Ibirité, Ribeirão das Neves, Sabará e Santa Luzia); inconfidentes
(Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Itabirito, Ouro Branco, Ouro Preto); zona
da mata (Ponte Nova) e vale do Rio Doce (Ipatinga, Governador Valadares
e São João Evangelista).
Em todos os campi do IFMG contamos com a oferta da disciplina Edu-
cação Física no Ensino Médio Integrado (EMI). Cada campus possui auto-
nomia administrativa para organização de seus cursos alinhados ao Plano de
Desenvolvimento Institucional e às Diretrizes Curriculares para a Educação
Profissional. Desta forma, os professores e as professoras de Educação Física
precisam lidar com as disputas curriculares, carga horária da disciplina e
organização didático-pedagógica de maneiras particulares e contextuais em
seus locus de atuação.
Entretanto, o coletivo de professoras e professores de Educação Física
constituiu-se como grupo engajado que realiza a integração, comunicação e
diálogo entre os professores e as professoras de Educação Física dos dezoito
10
Introdução
1 Doutoranda em Ensino (UNIVATES), Professora EBTT do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais Campus Avançado Arcos, marcela.fernandes@ifmg.edu.br
14
TDIC
2º trimestre
3 Moodle é uma sigla em inglês para Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment, ou seja, –
Ambiente de Aprendizado Modular Orientado ao Objeto. O Moodle funciona como uma sala de aula on-line
em que os professores podem disponibilizar material didático e propor tarefas interativas, como testes e
discussões em fóruns. É um sistema de código aberto para a criação de cursos on-line. Também conhecida
como Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), a plataforma é utilizada por alunos e professores como
ferramenta de apoio ao ensino a distância – EAD em mais de 220 países. Para os alunos, o ambiente facilita
16
a troca de conhecimento e de arquivos multimídia no qual ali podem encontrar todos os conteúdos e aulas
gravadas, vídeos explicativos e demonstrativos do Youtube para o conhecimento sistêmico da matéria.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 17
“Acho que eu me identifiquei muito com várias partes do filme, isso porque
ele fala sobre acreditar em seus sonhos e segui-los até os conquistar, e uma
das partes que mais me identifico foi a questão do filme enxergar o faleci-
mento como forma de “correr mais atrás de seus sonhos e realmente nunca
desistir, e isso foi quando o pai de Santiago veio a falecer” (ALUNO 1).
“A parte que eu mais gostei foi a parte que, Santiago grita para Glen que
seu pai o viu tocar em um dos seus jogos e ficou orgulhoso dele antes de
morrer e Glen responde: Ele deve está te observando agora!” (ALUNO 2).
“A parte do filme que mais achei interessante, foi quando Santiago recebe
a notícia de que seu pai havia sofrido um infarto e falecido. E por muito
tempo achou que seu pai nunca havia visto um jogo seu, mas depois de
20
algum tempo, ele descobre que antes de morrer, seu pai foi a um bar e
assistiu seu primeiro jogo como profissional. Isso mostrou a Santiago que
mesmo sendo um pouco “durão” e orgulhoso, seu pai percebeu o quanto
errou dizendo que o ele não podia sonhar” (ALUNO 3).
3º trimestre
“Eu vejo como uma forma artística de expressão, diversão, mas princi-
palmente de competitividade, onde os competidores se dedicam, com o
objetivo de vencer. O time dos piratas fica por um fio, quase perdendo a
competição para os Samurais, mas Natalie, uma antiga participante da
equipe dos piratas, entra em ação, determinada a ajudar a sua antiga
equipe com um salto que já havia treinado com Luke, mas por motivos
de insegurança de errar os passos, acabaram desistindo de colocá-lo na
coreografia. E os piratas finalizam a sua apresentação com uma combina-
ção de luzes coloridas em seus figurinos, juntamente com a participação
especial de crianças, que em uma parte da história apareceram em um
momento de dificuldade da equipe, que tiveram de treinar em um galpão
emprestado por uma amiga” (ALUNO 3).
expressão humana. A dança sempre esteve presente nos rituais e nas formas
de lazer, sendo também uma forma de comunicação do ser humano, através
de diálogos corporais, sendo uma expressão individual e coletiva entre as
pessoas (BARRETO, 2005).
O segundo questionamento foi o seguinte: Como você vê a relação de
gênero de homens dançando e mulheres jogando futebol? Com esta pergunta
contemplamos o tópico: dança e relações de gênero.
Segue abaixo alguns relatos dos alunos:
“Por mais que hoje em dia, seja algo que vem sendo normalizado, mais
homens dançando e mulheres jogando futebol, ainda há a discriminação
dos gêneros em tais atividades. Eu vejo que a dança e o futebol (não só o
futebol e a dança, mas qualquer atividade) são atividades que o gênero
não importa, desde que seja algo divertido ou competitivo, de acordo com
o que a pessoa preferir” (ALUNO 2).
“Eu acho que hoje a dança não é tão exclusiva de um gênero só, quanto
já foi tempos atrás. Mas ainda existe certo preconceito com homens dan-
çarinos de balett, por exemplo. As mulheres foram inseridas no mundo do
futebol apenas na década de 80, ou seja, é algo muito mais recente e que
infelizmente, ainda carrega algum preconceito. Essas duas mudanças na
sociedade vêm se tornando cada vez mais comuns, e consequentemente, o
preconceito vêm aos poucos diminuindo. Atualmente muito mais pessoas
sabem que esporte nenhum tem restrição de gênero” (ALUNO 3).
partir das temáticas que envolvem suas origens, sendo uma forma de despertar
a identidade social dos alunos para a construção da cidadania (COLETIVO
DE AUTORES, 2009).
Segundo Marques (2018), não se pode ignorar o papel social, cultu-
ral e político do corpo na sociedade. Através do corpo aprendemos quem
somos; que caminhos percorremos; e as formas do corpo se expressar perante
diversas situações.
Para desenvolver o Eixo temático: Dança e Expressões Rítmicas. Tópico:
Criação e improvisação, foi trabalhado de forma interdisciplinar com Lite-
“Olá colegas, estou com muitas saudades, com é bom ver e ouvir vocês
aqui no flipgrid, neste recurso tecnológico, abraços virtuais a todos!”
(ALUNO 1).
“As atividades com vídeos, jogar e gravar os esportes foram muito enri-
quecedoras, aprendi bastante” (ALUNO 2).
“Este recurso é maravilhoso, pois posso ver vocês e me sentir mais pró-
ximo” (ALUNO 4).
Conclusões
REFERÊNCIAS
BARRETO, D. Dança: ensino, sentidos e possibilidades na escola. 2. ed.
Campinas: Autores Associados, 2005.
Bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 103-19, abr./jun. 2009.
Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/16714. Acesso
em: 25 jun. 2021.
NORTON, M. I.; GINO, F. Rituals alleviate grieving for loved ones, lovers,
and lotteries. Journal Of Experimental Psychology: General, v. 143, n. 1, p.
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NUNES, Sônia Maria Serrão. O vídeo na sala de aula: um olhar sobre essa
ação pedagógica. Monografia – Curso de Especialização em Mídias na educa-
ção, Universidade Federal do Amapá, Macapá, 2012. Disponível em: https://
www2.unifap.br/midias/files/2016/04/O-v%C3%ADdeo-na-sala-de-aula-
-um-olhar-sobre-essa-a%C3%A7%C3%A3o-pedag%C3%B3gica-S%C3%-
94NIA-MARIA-SERR%C3%83O-NUNES.pdf. Acesso em: 05 jul. 2021.
Introdução
4 Mestre em Educação Física UFV, Professora EBTT do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais Campus Bambuí, regiane.ramos@ifmg.edu.br
5 Temos no IFMG Campus Bambuí os Cursos Técnicos em Administração, Agropecuária, Informática,
Manutenção Automotiva, e Meio Ambiente. No entanto, a docente não ministrou aulas para o curso técnico
em meio ambiente durante o ENP do ano letivo de 2020.
32
Relato de experiência
6 Disponível em:
https://www.bambui.ifmg.edu.br/portal/ultimas-noticias/analise-dos-dados-coletados-em-questionario-aplicado-
-aos-discentes.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 33
7 Dados levantados pela docente nas turmas de EF II dos Cursos Técnicos de Administração, Agropecuária,
Informática, Manutenção Automotiva.
34
Além disso, ele foi utilizado para identificar, a partir dos relatos dos estudan-
tes, a percepção sobre os temas desenvolvidos e sobre o processo de ensino e
aprendizagem da EF adaptado ao AVA Moodle. O fórum era chamado “Fórum
de Dúvidas e Opiniões” e a participação não era obrigatória. Em cada turma,
os estudantes eram convidados a emitirem suas dúvidas e/ou opiniões sobre
os conteúdos e atividades que estavam sendo propostas como, por exemplo:
“não gostei da atividade 5 proposta na semana 1”; “gostei das atividades
práticas, mas poderia fazer um vídeo explicando?”. Esse feedback foi funda-
mental para nortear o desenvolvimento das aulas de EF nos ENP do segundo
continuação
Dimensão conceitual,
Tema Objetivos Procedimentos
atitudinal, procedimental
Listar 3 boas atitudes nas
Discutir os conceitos
Refletir sobre autoestima, autoconfiança, redes sociais que possam
relacionados com
Autoestima e transtornos alimentares; Discutir colaborar com a melhora
a autoestima,
Autoconfiança sobre ideal de beleza, pressões sobre da própria autoconfiança
autoconfiança
corporal aparência, influência das mídias. corporal e dos amigos
e Transtornos
também (Fórum)
alimentares.
Contrastar habilidade
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“O tema que me chamou mais atenção nesse terceiro trimestre foi o tema
das paraolimpíadas, porque me mostrou um cenário, pontos de vista que
Conclusões
Este trabalho procurou mostrar como foi desenvolvido a EF em turmas
do segundo ano de quatro Cursos Técnicos Integrados no campus Bambuí
durante o ENP do ano de letivo de 2020. Com o replanejamento didático e
pedagógico, foi possível trabalhar temas que diziam respeito a EF. A partir do
feedback dos estudantes no fórum foi possível identificar que os temas e as
atividades práticas propostas contribuíram para a construção de conhecimento
durante os ENP. O fórum e o WhatsApp contribuíram para manter o vínculo
afetivo entre docente e estudante.
O ENP possibilitou a aprendizagem de nTICs o que ampliou as expe-
riências da docente. Foram elaborados e publicados vários textos no site
institucional do campus e criou-se um perfil no Instagram para divulgar infor-
mações sobre a EF no campus e sobre outros temas relacionados com a área,
o que contribuiu para mostrar importância da EF para os estudantes e para a
instituição. Além disso, foi elaborado um material didático (e-book) com os
roteiros de estudos, que poderá ser utilizado como referência em atividades
de ensino, pesquisa e extensão.
42
REFERÊNCIAS
BETTI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto. Educação Física Escolar: uma pro-
posta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e
Esporte, São Paulo, v. 1, p. 73-81, 2002.
NAS TRILHAS
DA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA:
tematizando práticas corporais das
culturas africanas e indígenas
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Introdução
Este relato descreve e analisa uma experiência de ensino com seis turmas
do primeiro ano do Ensino Médio Integrado (EMI), desenvolvida em um cam-
pus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais
(IFMG) durante as aulas de Educação Física, no Ensino Remoto Emergencial
(ERE). A proposta curricular de Educação Física do campus apresenta a cultura
corporal de movimento como seu objeto de estudo, contempla as diversas
práticas corporais nos planos de ensino, aborda as relações étnico-raciais como
uma das dimensões de estudo de tais práticas e se compromete com a valori-
zação dos conhecimentos pertencentes aos grupos não hegemônicos a fim de
que os alunos possam compreender e validar a diversidade cultural corporal.
A experiência relatada orienta-se numa pedagogia antirracista e decolonial,
que busca reconhecer os saberes dos estudantes e os saberes de diversas cul-
turas, entre as quais se destacam as culturas africanas e indígenas, abordadas
na unidade “Jogos, brinquedos e brincadeiras”. Antes de relatar os detalhes
da experiência, se faz necessário compartilhar um pouco da minha trajetória
formativa e os atravessamentos da temática étnico-racial nessa caminhada,
que foram determinantes para a produção deste relato.
11 No site do GPEF há publicações muito interessantes que expressam a boniteza desse grupo.
48
Relato de experiência
livro, pesquisar sobre seu país de origem, aprender como se joga, apresentar
para a turma e ensinar os colegas a jogar. Entre os jogos pesquisados pelos
grupos destaca-se: Oware; Achi; Dara; Yoté; Bolotoudou; Borboleta; Felli,
entre outros. Esta pesquisa integrava a experiência desenvolvida em 2020,
quando os grupos produziram bons trabalhos. Contudo, com a inclusão da
série Sankofa na experiência desenvolvida em 2021, os estudantes foram
capazes de apresentar os países africanos a partir de um novo olhar, com
mais respeito e admiração pelas suas culturas. Ao se apropriarem desses
novos saberes sobre a África eles ressignificaram os jogos de tabuleiro afri-
ser contida, o corpo deu um jeito de se destacar como memória”. Este relato
aponta a importância e as potencialidades de trazer à tona no currículo da
Educação Física esta memória que resiste e se expressa nas práticas corporais
produzidas pelos povos ancestrais.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ADICHIE, Chimamanda N. O Perigo da História Única. Vídeo da palestra
da escritora nigeriana no evento Tecnology, Entertainment and Design (TED
Global 2009). Disponível em: http://www.ted.com/talks/chimamanda_adi-
chie_the_danger_of_a_single_story. Acesso em: 29 jun. 2021.
docente do entre-lugar
Rodrigo de Oliveira Gomes12
Introdução
12 Doutor em Ciências da Educação UNR/UFMG, Professor EBTT do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia
de Minas Gerais Campus Congonhas, rodrigo.gomes@ifmg.edu.br
13 Necessidade a partir de prerrogativas que mobilizem aprendizagens, sociabilidades e humanidades dos
sujeitos em relações críticas, criativas e questionadoras das desigualdades. Crítica aos pressupostos
funcionalistas e utilitaristas da educação tradicional.
56
Relato de experiência
Fonte: Caderno “FotoNarrativas” Instagram. Leituras a partir de: Araújo (2003); Bregolato
(2008); Brochado (2005); Gaio, R.; Batista, J. C. F. (2006); Gaio (2008); Soares (2001).
60
Conclusões
o êxito ou fracasso deles/delas. Por este viés a Educação Física busca muito
mais o lugar da metalinguagem que o da limitação disciplinar por pontos e
conceitos anotados em diários da secretaria acadêmica.
O tempo de pandemia impôs um entre lugar da docência e do lar que trouxe
aflição e dificultou cumprir todas as estratégias dos conteúdos planejados, inibiu
a comunicação entre professor-estudantes, trouxe truncamentos para a sociabili-
dade e tem atraído um fazer mais burocrático/técnico que criativo/emancipador.
Entretanto, as metodologias elencadas na experiência do ERE têm garantido a
participação dos estudantes de forma mais prazerosa e dado engajamento aos
debates sobre os conteúdos. Destacam-se as estratégias realizadas via caderno
de FotoNarrativas do Instagram (o recurso imagem/narrativa tem possibilitado
conhecer a realidade dos estudantes) e a aplicação dos quizzes no aplicativo
Kahoot (a ferramenta diverte os estudantes e os motiva permanecer em aula).
Os projetos de extensão, mesmo na fase inicial de desenvolvimento, têm
mobilizado debates importantes no interior da escola. Em mais de um ano e
meio de pandemia, as ações de esporte, lazer e qualidade de vida no campus
estão inexistentes. Ao resgatarmos tal contexto tem sido interessante perceber a
curiosidade e necessidade das pessoas em acessar tais conhecimentos e de suas
necessidades para compreender os impactos da pandemia pelo isolamento,
a falta de atividade física, a mudança de hábitos que causou sedentarismo,
depressão, estresse, acúmulo de tarefas on-line, entre outros fatores que as
afastaram do movimento esportivo e de práticas corporais tão necessárias ao
equilíbrio biopsicossocial da comunidade escolar.
Por fim, este relato corrobora com a defesa da escola pública, democrá-
tica, pluralista e que garanta justiça social. Viver o entre lugar da docência e
do lar não tem sido tarefa fácil e impacta os modos de compreender a dinâmica
da vida em sociedade. Este tempo pandémico nos faz compreender, ainda
mais, a necessidade do tempo/espaço da escola nas dimensões da política,
da comunidade e da cidadania. É real a luta pela garantia de direitos como
educação, lazer, saúde, saneamento básico, alimentação e bem-estar social.
Em 2022, na retomada da escola presencial, teremos desafios ainda maiores
que os enfrentados até aqui.
64
REFERÊNCIAS
ALMEIDA JUNIOR, Admir Soares de; PRADO, Guilherme do Val Toledo.
Entre foto (e) grafias: percursos e indícios da produção de saberes docen-
tes no cotidiano escolar. Interfaces da Educação, Paranaíba, v. 4, n. 10, p.
62-77, 2013.
TRABALHANDO O MMA
DE FORMA REMOTA:
uma proposta de intervenção
no Campus Formiga
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Introdução
14 Mestre em Educação UFLA, Professor EBTT do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais
Campus Formiga, carlos.augusto@ifmg.edu.br
68
Relato de experiência
A partir daí, cada semana foi dedicada à discussão de uma ou duas artes
marciais em específico. Foram trabalhadas: Boxe, Muay Thai, Karatê, Taek-
wondo, Judô, Jiu-Jitsu e Capoeira. Semanalmente foram enviados materiais
que continham uma exposição sobre o histórico de cada modalidade, bem
como vídeos com técnicas básicas (guarda e movimento de ataque) de cada
uma dessas modalidades. O vídeo com as técnicas foi gravado pelo professor,
sendo essa escolha para uma aproximação com os discentes da possibilidade
de executarem os movimentos, sem se preocupar com a perfeição da técnica.
Em outras palavras, evitou-se a escolha de vídeos já existentes na internet,
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Posteriormente foi proposta uma atividade aos alunos que deveriam esco-
lher ao menos uma guarda e dois golpes e realizarem o movimento mantendo
registro (por meio de fotografia ou vídeo) da execução da tarefa. A todo
momento durante as orientações para execução da tarefa foi deixado claro
que a ideia não era, de modo algum, a busca pela execução do movimento
perfeito. Ao contrário, a ideia era que os discentes pudessem vivenciar e
experimentar movimentos técnicos que muitos, em outras oportunidades,
não teriam chance de vivenciar. Junto ao registro imagético foi solicitado
que cada discente fizesse um relato escrito das sensações (medo, dificuldade,
Conclusões
“Em geral, estou gostando muito dessa matéria, talvez quando acabar
a pandemia vou começar a fazer caratê ou jiu jitsu, porque além de ser
bom para o corpo faz bem mentalmente também” (Relato de aluna 1).
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 73
Inicio as reflexões finais com o relato de uma das alunas, onde podemos
visualizar aspectos interessantes, sendo o principal deles a potencialidade da
experimentação de uma modalidade nova para a construção do gostar. A partir
das experiências vivenciadas a discente, assim como outros, relata a vontade
de iniciar uma prática regular de lutas para além do vivenciado na disciplina.
Considero que uma das funções da EF escolar é desenvolver a autonomia dos
discentes no que diz respeito às práticas corporais, o que não quer dizer que os
alunos necessitem, após passar por cada conteúdo vivenciado, sentir vontade
de praticar posteriormente o mesmo. Porém, a autonomia pressupõe que os
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semelhanças, principalmente nos chutes. Notei que todas essas lutas são de
alguma forma interligadas e possuem golpes e guardas semelhantes, mas
cada uma com sua individualidade, regras e seu charme”.
“Realizar este trabalho foi muito divertido até porque sempre tive interesse
em praticar algum tipo de luta, me senti o personagem Ryu do jogo Street
Fighter kkkkk [...]” (Relato da aluna 4).
“Achei muito interessante poder conhecer um pouco mais sobre as lutas, sua
história, suas raízes culturais e também seus golpes, principalmente o boxe,
uma luta que sempre tive curiosidade em aprender. Realizei a guarda do boxe,
os golpes jabe, direto, cruzado e gancho; e percebi que, como nessa luta tem
mais o uso dos braços, talvez eu consiga praticá-la [...]” (Relato da aluna 5).
REFERÊNCIAS
ADORNO, T. Teoria da Semiformação. In: PUCCI, Bruno; ZUIN, Antônio
A. S.; LASTÓRIA, Luiz A. Calmon Nabuco (org.). Teoria crítica e incon-
formismo: novas perspectivas de pesquisa. Campinas, SP: Autores Associa-
dos, 2010. (Coleção educação contemporânea).
POSSIBILIDADES
INTERDISCIPLINARES PARA O
ESPORTE ORIENTAÇÃO NO ENSINO
REMOTO EMERGENCIAL
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Introdução
15 Doutora em Educação Física UFSC, Professora EBTT do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais Campus Ibirité, simone.meurer@ifmg.edu.br
16 Doutora em Geografia UFMG, Professora Substituta do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais Campus Ibirité, ludimila.rodrigues@ifmg.edu.br
78
Relato de experiência
estudantes fazer uso da bússola no contexto virtual, uma vez que é possível girar a
imagem, retirando o norte da bússola do padrão mais utilizado (que é direcionada
sempre para a parte superior do mapa). No momento da realização da primeira
fase da atividade muitos estudantes tiveram dificuldade de observar esta alteração.
Mas, ao realizar a segunda fase, eles conseguiram se localizar com mais facilidade
utilizando os pontos cardeais e colaterais para traçar percursos indicados.
Para a construção dessa descrição detalhada, os estudantes tiveram que
explorar diferentes ferramentas disponíveis no Google Earth, como por exem-
plo, a bússola, as informações de coordenadas, altitude, latitude e longitude,
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Conclusões
REFERÊNCIAS
BATISTA DE ALBUQUERQUE, Francisco Nataniel. A prática da orientação
na geografia escolar: da vertente esportiva à pedagógica. Revista Pindorama,
[S.l.], v. 3, n. 03, p. 107-123, jul./dez. 2012.
SILVA, Flávia Heloísa da. Proposta de ensino: sequência didática para corrida
de orientação. Curitiba, PR: IFPR, 2019. 60 f.
Introdução
17 Doutora em Medicina Molecular pela UFMG, Professora Substituto do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia
de Minas Gerais – Campus Ipatinga, simara.ribeiro@ifmg.edu.br
18 Doutor em Ciências do Esporte UFMG, Professor EBTT do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de
Minas Gerais – Campus Ipatinga, alex.andrade@ifmg.edu.br
92
Relato de experiência
letivo. Uma descrição sucinta de cada etapa, assim como seus objetivos são
apresentados no Quadro 1.
Palestra
Plano de Ação
Conclusões
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departa-
mento de Análise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para
o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no
Brasil 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde; 2011. (Série B. Textos Bási-
cos de Saúde). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf. Acesso em:15, julho.2021.
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LEE, I.; SHIROMA, E.; LOBELO, F.; PUSKA, P.; BLAIR, S. N.; KATZ-
MARZYK, P. T. Effect of physical inactivity on major non-communicable
diseases worldwide: an analysis of burden of disease and life expectancy. The
lancet, v. 380, n. 9838, p. 219-229, 2012.
Vídeos
Introdução
21 Para a pedagogia decolonial me organizo a partir do feminismo decolonial, buscando uma práxis que con-
sidere os conceitos de liberdade e de justiça social não somente para as mulheres negras, mas para todas
as pessoas oprimidas. Este é o elemento central do feminismo decolonial – “uma construção que objetiva o
declínio de toda tradição colonial e da mera critica apontada pelo feminismo pós-colonial. A decolonialidade
feminista é conceito explorado a partir de finais dos anos 1990 que vai despontar nas reflexões sensíveis
sobre feminismo, planejamento e produção do espaço urbano-capitalista com vias à superação das relações
de opressão, exploração e pobreza perpetuadas nas relações de poder” (GONÇALO, 2021, s/p).
110
Relato de experiência
22 Compreendo lugar de enunciação a partir do diálogo com lócus de enunciação pelo pensar fronteiriço,
pensado a partir do Sul global racializado, “[...] pensar fronteiriço criticamente é compreender, na mesma
inspiração da intelectual chicana Glória Anzaldúa, de que a fronteira não é um lugar de escolha para todos.
Como racializados somos empurrados para uma fronteira da modernidade que nos marca ou como não-
-modernos ou como pré-modernos, não nos deixando critérios de plena escolha. Raça, portanto, não é uma
escolha” (NASCIMENTO, 2021, p. 60).
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 113
23 Bell hooks adotou o nome pelo qual é conhecida em homenagem à bisavó, Bell Blair Hooks e faz questão
de afirmar que bell hooks deve ser escrito em letra minúscula mesmo, representando seu desejo de dar
destaque ao conteúdo de sua escrita e não à sua pessoa.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 115
tanto nas formas como as pessoas pensam e agem sobre si mesmas e sobre o
mundo que as cerca, como nas escolhas que fazem e nas maneiras como orga-
nizam suas vidas. Para tanto, pedagogias são praticadas também por jornais,
programas de TV, peças publicitárias, filmes, revistas, sites e inúmeros outros
artefatos que atravessam a vida contemporânea (TAVARES, 2020). Diante
dessa perspectiva, retomo Sales (2010) por apontar que no campo educacional,
o currículo escolar se destaca como artefato importante na produção de sub-
jetividades, pois as/os jovens vivenciam os currículos escolares em boa parte
de seu tempo, e esses currículos ensinam, entre outras coisas, modos de ser e
de viver no mundo. O currículo escolar, na contemporaneidade, é atravessado
por muitos outros discursos que circulam em vários artefatos culturais.
E foi buscando tensionar ainda mais o currículo que considerei trabalhar
esta unidade didática conjuntamente com a proposta de um projeto integrador.
Assim, essa experiência de interseccionalidade de raça, gênero e sexualidade
também se constrói a partir do olhar interdisciplinar constituído junto à Área
de Linguagens do IFMG – Campus Ouro Branco. A área tem se organizado
na composição de atividades que possam agregar conteúdos diversos com o
objetivo de fomentar as discussões sobre esses temas, e o Projeto Integrador
“RONU: A circularidade do aprender ” é uma dessas ações. Essa ação inter-
disciplinar foi desenvolvida no período de outubro a janeiro de 2020, por
mim, pelas professoras Heleniara Amorim Moura, Ana Paula Mendes Alves
de Carvalho, Denise Giarola Maia, Denise Perdigão Pereira, Mônica Freitas,
Maria Virgínia Maciel Jordana e pelo professor Adilson Ribeiro de Oliveira.
A palavra ronu, do iorubá, significa pensar. Para o projeto trouxe a ideia
de pensar em conjunto, no coletivo, sendo também considerada a possibilidade
do aprender que se faz “com” e não sozinho, uns com os outros. O RONU
trouxe a proposição de ações educativas que procuravam partir dos sujeitos
e, baseando-se nelas e neles, criar novos espaços para troca de reflexões e
experiências. A partir de temas que estão no cerne das relações étnico-raciais
– gênero, identidade e arte, resistência e cura –, o projeto buscou dialogar com
diversos saberes e em diversos formatos para também minimizar a distância
produzida pelo atual Ensino Remoto Emergencial.
116
pauta os temas e assuntos que lhe são pertinentes. Neste sentido, ao conside-
rarmos que nossa subjetividade é construída na relação com os outros e com
o mundo, vamos perceber que estamos envoltos neste texto cultural e por
vezes não damos conta de analisá-lo criticamente.
Nesta perspectiva, Goellner (2007) ressalta que se os corpos são cons-
truídos na cultura, as representações de gênero a eles associados também o
são; o que significa perceber que os corpos carregam os discursos como parte
de si. Ou seja, os discursos constituem os corpos. A autora ainda ressalta que
os corpos são espetáculos contemporâneos, instituições performantes que, ao
Considerações finais
REFERÊNCIAS
AKOTIRENE, Carla. O que é interseccionalidade. Coordenação Djamila
Ribeiro. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
MOSTRA DE DANÇA:
relato de experiência sobre a construção
de um evento extensionista on-line em
tempos de pandemia de covid-19
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Introdução
Relato de experiência
O ritmo inicial
O primeiro passo
Mostra de Dança não acontecer, uma vez que a previsão de retorno às aulas
presenciais tinha sido novamente adiada devido ao aumento da contaminação
por covid-19, e de ser cada vez mais necessário e importante para a vida o
afastamento social.
Mesmo compreendendo o contexto e a necessidade de manter o afasta-
mento social, o adiamento do retorno das aulas presenciais causou um tre-
mendo incômodo nesse estudante. Isso fez com que ele não parasse de pensar
sobre a realização da Mostra de Dança. Foi então que o estudante decidiu
colocar em prática muitas coisas que tinha aprendido. Organizou as ideias,
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publicados vídeos de curta duração nas redes sociais do grupo La. Dança e
dos integrantes do grupo.
Uma semana antes do evento foi realizado um encontro com a equipe do
Canal, com o objetivo de conhecer a equipe técnica e familiarizar e testar a
plataforma de transmissão do evento StreamYard, um software que funciona
como um estúdio virtual, onde você pode fazer lives e transmiti-las através de
redes sociais ou de Canal no YouTube. O evento contou com a participação de
intérpretes de libras. Para a participação com estes intérpretes foi realizado um
encontro para dialogar sobre como aconteceria a 3ª Mostra de Dança On-line.
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Os ensaios
O grande dia
Conclusões
REFERÊNCIAS
BRASIL. MEC. Portaria nº 343, de 17 de março de 2020. Dispõe sobre
a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto
durar a situação de pandemia do Novo Coronavírus – covid-19. Disponível
em: http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343– de-17-de-marco-
-de-2020-248564376. Acesso em: 15 jul. 2020.
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
CARLOS, Ana Fani Alessandri et al. Covid-19 e a crise urbana. 2020. Dis-
ponível em: http://sindiseab.org.br/files/4203/[GESP]%20covid-19%2019%20
e%20a%20Crise%20Urbana,%202020.pdf#page=10. Acesso em: 20 jul. 2021.
A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
FÍSICA, DO ESPORTE E DO LAZER
NO IFMG CAMPUS AVANÇADO
PIUMHI: experiências docente e juvenis
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Introdução
29 Mestre em Educação e licenciada em Educação Física UFMG, Professora EBTT do Instituto Federal de
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais Campus Avançado Piumhi, ranucy.cruz@ifmg.edu.br
140
30 Esses projetos de ensino serão apenas mencionados nesse relato de experiência, para que um panorama
geral das ações desenvolvidas durante a pandemia possa ser visualizado.
31 Esse projeto de ensino objetivava criar um espaço potente para criação, vivência e aprendizados ligados aos
esportes tradicionais, para que fosse possível, também, a participação de equipes esportivas em festivais
e campeonatos
32 Importante destacar que o campus avançado Piumhi não tem docente para lecionar a disciplina de Artes. A
mesma, conforme consta no Projeto Pedagógico do Curso link para acesso: https://www.ifmg.edu.br/piumhi/
menu/cursos-1/tecnico/tecnico-em-edificacoes-integrado-1/tecnico-em-edificacoes-integrado é ofertada em
forma de componente curricular obrigatório, dividida em Artes I – 20 horas; Artes II– 20 horas e Artes III – 20
horas. Essa realidade nos motivou a criar esse evento como parte do Projeto de Ensino “Arte na rampa”.
33 Este projeto começará a ser desenvolvido em agosto de 2021. Sua proposta surgiu de uma demanda do
projeto de extensão “Juventudes, Cultura, Esporte e Lazer” desenvolvido em 2020.
34 Jorge Larossa (2002) usa o conceito de experiência para se referir a situações em que o sujeito é tocado,
transformado, modificado. E essa situação profissional específica me tocava no sentido de transformar meu
olhar e minha prática.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 141
Relato de experiência
35 Sala de aula virtual adotada pelo campus Piumhi durante o Ensino Remoto Emergencial.
142
o olhar dos jovens estudantes sobre a pandemia. Esse material foi analisado
e alguns registros e discussões sobre o mesmo estarão ao longo deste texto.
Por meio de desse referencial teórico-metodológico, trago aqui alguns
questionamentos que me fiz, e continuo fazendo, durante esse período do ERE
e pandemia: o que a EF poderia contribuir para os estudantes nesse momento?
O que, como professora de EF, posso fazer para ajudá-los a enfrentar o fecha-
mento das escolas, distanciamento social, luto, medo e ansiedade? Qual o
lugar da EF e da escola neste momento? A busca por responder esses e tantos
outros questionamentos poderão ser vistas ao longo dos meus trabalhos como
36 No ano de 2020 contávamos com cerca de 75 estudantes, sendo duas turmas de Ensino Médio Integrado
(1º e 2º ano). Em 2021, tivemos a entrada de duas turmas de 1º ano e passamos a ter quatro turmas no
total (duas de 1º ano, uma de 2º ano e uma de 3º ano).
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 143
37 Instrução Normativa publicada pelas Pró-reitorias de Ensino, Pesquisa e Extensão define estratégias para
oferta de atividades acadêmicas de forma não presencial aos alunos dos cursos técnicos, de graduação e
pós-graduação. Disponível em: https://www.ifmg.edu.br/piumhi/noticias/instrucao-normativa-ndeg-5-do-ifmg
144
dos conteúdos da área, comecei um diálogo mais focado nos estudantes dentro
do que o formato de aulas no ERE poderia proporcionar.
Na coordenação de curso continuei os trabalhos também focada nos estu-
dantes. Estabeleci como estratégia reuniões no Google Meet quinzenais sepa-
radas por turma para acompanhamento e escuta das demandas dos mesmos.
Estava exausta, muitas vezes pensava que era melhor parar, dada a demanda
que se apresentava, mas quando vinha o cansaço refletia sobre a importância
de manter os momentos de diálogo nesse período.
Para exemplificar como esse momento quinzenal de conversa era
Interessante que a pergunta feita foi sobre a EF, mas a resposta da estu-
dante veio de outros dois momentos que estive a frente, um como coordena-
dora do curso e outro como coordenadora do projeto Tradições, Memórias,
Cultura e Identidade Negra, organizando a II Semana da Diversidade e da
Consciência Negra. A estudante destacou dois momentos por serem “mais
descontraídos e terem momentos de conversa”, importante uma análise cui-
dadosa sobre o que marcou a estudante nesse período: o encontro, o diálogo.
Falarei sobre a importância do diálogo com os estudantes a seguir, ao tratar
do ensino, mais especificamente, das aulas de EF durante o ERE.
A resposta? Também não sei. Talvez pistas sobre quais caminhos seguir
eu tenha conseguido ao trabalhar na EF considerando a existência da pande-
mia. Sem nenhuma pretensão de trazer destaque ao que construí na EF durante
o ERE, tratarei aqui dos momentos de encontro que foram possíveis de se
estabelecer com os estudantes ao longo desse período, tentando responder
à seguinte questão: o que os registros das aulas falam sobre a relação das
juventudes com a escola e com o enfrentamento da pandemia?
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 145
“É.… não consegui nem pensar o tema direito da pergunta que quero fazer
a vocês. Não quero que vocês falem só do corpo, ou só do que fizeram
nesse período, ou do quanto esse isolamento social mexeu e ainda mexe
com vocês. Não quero escolher exatamente e direcionar a “fala” de vocês,
por isso coloquei aí tudo juntinho, misturado e confuso mesmo, como as
coisas estão sendo. Essa é uma questão aberta, que não precisa de ter
uma resposta muito extensa, mas o objetivo principal é poder criar uma
conexão entre nós. Estamos sem aula desde março e quanto coisa vem
acontecendo desde então. Que loucura isso tudo! As vezes fica tudo muito
confuso, para mim, para vocês, e para muitos à nossa volta. A ideia desse
questionário é permitir que vocês me “falem” como foi e ainda está sendo
esse período de enfrentamento do isolamento social. Como vou planejar
as aulas de Educação Física a partir de agora, preciso considerar e saber
como vocês estão, o que estão fazendo, e como isso tudo tem afetado vocês.
Podem falar sobre desafios das juventudes nesse período, sobre saúde,
atividade física, lazer e pandemia, cultura e pandemia, corpo e pandemia.
Enfim, falem de vocês e como têm lidado com a pandemia, trazendo para
o debate temas que a Educação Física estuda. Boa reflexão e escrita!”.
Tarefa escrita no Moodle pela professora Ranucy na primeira semana de
aula em agosto de 2020 para a turma do 2º ano do EM Integrado.
“Vocês lembram de tudo que fizemos ano passado? Não! Claro que não!
Impossível lembrar de tudo. Mas tenho certeza que alguma aula, ou
vivência, ou acontecimento pode ter marcado vocês (positivamente ou
até negativamente). Cada um se relaciona com a escola, com os profes-
sores e com as aulas de uma forma diferente, e na educação física isso
não seria diferente. Entretanto, o valor que dou para a experiência e a
marca que as aulas deixam em vocês é grande, pois a educação física
trata de um conhecimento que muitas vezes é impossível ser traduzido
para um livro exatamente da mesma forma como aconteceu. Exemplo, ler
sobre o Kabaddi ou sobre os jogos indígenas nunca será a mesma coisa
do que vivenciar corporalmente e por inteiro o que são essas práticas.
Além disso, ver um vídeo de alguém fazendo um trekking ou andando de
slackline não é a mesma coisa que, de fato, vivenciar essas experiências.
Sendo assim, gostaria que vocês escolhessem alguma aula, atividade,
experiência, jogo, conversa ou um momento que te marcou nas aulas de
Educação Física do ano passado. Pode escolher mais de um exemplo, mas
o importante é justificar o porquê da escolha. Além disso, coloque na sua
narrativa, sentimentos, emoções, e escreva de forma a narrar o momento
ou aula. Vou disponibilizar as fotos que tenho das aulas de Educação
Física do ano passado por e-mail (drive) para vocês, pois quero que vocês
olhem as fotos e escolham uma foto que represente o momento que você
escolheu para narrar. Caso não tenha uma foto registrada da aula que
você escolheu, não tem problema, não coloque foto ou veja se tem uma
imagem do jogo ou atividade na internet e coloque. Mas dá uma ida no
drive pra relembrar um pouquinho as aulas!”
Tarefa escrita no Moodle pela professora Ranucy na terceira semana de
aula em agosto de 2020 para a turma do 2º ano do EM Integrado.
desse dia. O trekking não era algo sobre qual eu tinha grandes conheci-
mentos ou ansiava muito experimentar, mas como em muitos outros casos
ao longo do ano passado, me surpreendi e levei uma nova experiência
comigo graças as aulas de Educação Física. Lembro-me que neste dia o
tempo não estava exatamente bom e que receosos com o estado que encon-
traríamos o parque, não ficamos animados antes da aula começar (aliás,
nunca me permita reclamar de sair ao ar livre outra vez em minha vida).
Realizar uma nova descoberta por conta própria pode ser uma experiência
eletrizante e estimuladora, mas ao meu ver, quando se tem a participação
de pessoas que preza ao seu lado todo o brilho desse momento é ampliado
Poema da quarentena
O dia e a noite não têm hora de começo nem fim
Sinto a angústia crescendo em mim
Incontáveis vezes nos últimos meses
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rotina de vocês alguma nova experiência que pudesse fazer bem para vocês.
É claro que vocês vão pensar que ainda estamos vivendo uma pandemia
(apesar de boa parte achar que não). Então a proposta é que vocês pensem
nessa semana uma prática ou mais de uma que vocês irão fazer e registrar
para mandar para mim. Pode ser uma caminhada escutando música na rua
(com máscara), pode ser passear com seu cachorro que você não passeia
há séculos, pode ser alongar em casa, assistir uma aula de dança, de yoga,
de exercícios físicos. O mais importante é que seja uma prática nova, que
não estava inserida na sua rotina, e que você avalia que pode te fazer bem.
Gostaria que vocês dessem preferência para atividades corporais. Façam
Os/as jovens, em especial os/as dos setores populares, não são benefi-
ciados por políticas públicas suficientes que lhes garantam o acesso a
bens materiais e culturais, além de espaços e tempos onde possam viven-
ciar plenamente essa fase tão importante da vida. Ao mesmo tempo, as
representações que circulam pelas diferentes mídias interferem na nossa
maneira de compreender os/as jovens. É muito comum que se produza uma
imagem da juventude como uma transição, passagem; o/a jovem como
um “vir a ser” adulto. A tendência, sob essa perspectiva, é a de enxergar
a juventude pelo lado negativo. O/A jovem é o/ a que ainda não chegou a
ser. Nega-se, assim, o presente vivido. Dessa forma, é preciso dizer que o/a
jovem não é um pré-adulto. Pensar assim é destituí-lo/a de sua identidade
no presente em função da imagem que projetamos para ele/a no futuro
(DAYRELL, 2016, p. 26).
Conclusões
Neste relato de experiência foi possível perceber como nossa atuação nas
instituições de ensino são atravessadas por diversos papéis que assumimos no
39 Além deste projeto também coordenei o projeto “Tradições, Memórias, Cultura e Identidade Negra”, que
tratava da temática das relações étnico-raciais, mas como o objetivo deste relato era o diálogo maior presente
da educação física, esporte e lazer, optei por apenas mencioná-lo.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 153
REFERÊNCIAS
ALMEIDA JUNIOR, A. S. de. et al. Foto e Grafias: narrativas e saberes de
professores/as de educação física. São Paulo: Unicamp, 2011.
Introdução
40 Mestre em Educação Física UFV, Professora EBTT do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais Campus Avançado Ponte Nova, adriana.reis@ifmg.edu.br
41 https://www.ifmg.edu.br/pontenova/noticias/ifmg-inaugura-sede-em-ponte-nova
156
42 https://www.ifmg.edu.br/pontenova/noticias/comunicado-oficial-continuidade-do-calendario-academico-com-
aulas-nao-presenciais
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 157
passou a ser de 1 hora e 40 minutos bem como houve alteração dos prazos
de envio de atividades.
É importante salientar que devido ao curto período de suspensão do calen-
dário acadêmico em 2020 e a sua manutenção ao longo do ano, foi possível
concluir o ano letivo em 2020 e iniciar o ano letivo de 2021 semelhante aos
anos anteriores a pandemia. Assim, as aulas no ano letivo de 2021, iniciam
em fevereiro de 2021 para os 2º e 3º do Ensino Médio Integrado; e devido ao
processo seletivo que foi finalizado em fevereiro 2021, as aulas iniciaram em
março para as turmas do 1º ano dessa mesma modalidade de ensino.
Relato de experiência
“Eu geralmente não consigo assistir as aulas síncronas, por isso ter um
material e uma explicação depois me ajuda bastante” – 1º Ano 2020.
Vale destacar que no início das aulas síncronas em junho de 2020, a plata-
forma utilizada era o Google Meet, mas com o anúncio da Google informando
que a partir de final de setembro não seria mais possível gravar as reuniões
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 163
43 O computador emprestado não tem webcam microfone, mas é possível acompanhar as atividades on-line
e fazer toda a comunicação por escrito.
44 Em julho de 2020 foi disponibilizado o Edital de Inclusão Digital Emergencial da Assistência Estudantil do
IFMG com o intuito de contornar as dificuldades ocasionadas pela pandemia, em que está sendo concedido
auxílio para serviço de internet e/ou de computador. Disponível em: https://www.ifmg.edu.br/portal/noticias/
estudantes-do-ifmg-podem-se-candidatar-ao-auxilio-de-inclusao-digital-emergencial.
45 Atualmente, somente um(a) estudante não está com o computador emprestado e está fazendo as atividades
pelo celular, pois foram emprestados 3 computadores neste ano, mas devido a localidade que ela reside
que tem uma instabilidade elétrica e estes computadores foram danificados.
46 Optou-se por não incluir todas as atividades devido a quantidade de dados, e portanto, são exibidas as
atividades que foram mais frequentes ao longo do ano.
164
Questões vídeos 41,6 - 45,9 49,4 - 45,9 7,9 - 5,4 1,1 - 2,7
Questões sobre aulas 47,7 39,4 44,4 44,3 54,5 52,8 6,8 6,1 2,8 1,1 0 0
Confecção Banners 50,6 57,6 23,5 31 30,3 58,8 17,2 10,6 17,6 1,1 1,5 0
Produção de textos - 34,8 22,9 - 42,4 45,7 - 16,7 25,7 - 6,1 5,7
“Gostaria de ver mais atividades de pesquisa, pois junto com as aulas sín-
cronas consigo compreender muito mais sobre o conteúdo” – 1º Ano 2020.
“Senti muita falta da prática da Educação Física, da realização de jogos,
brincadeiras e esportes. Por isso, as atividades que mais gostei foram
aquelas nas quais me movimentei, me diverti, interagi com familiares e
usei a criatividade” – 1º Ano 2020.
“Gostei muito das atividades que envolveram mais pessoas da casa, pois é
uma descontração nesse momento em que vivemos, e ainda, conseguimos
fazer um bom aproveitamento dos conteúdos propostos” – 1º Ano 2020.
“Vou ser sincero aqui, não gostei das atividades práticas (jogos e brin-
cadeiras, criação de jogos), pois não vi diversão nenhuma fazendo elas.
Para mim, esse tipo de atividade somente funciona na escola com a turma
toda junta” – 1º Ano 2020.
tes de se fazer, mas não sei se encaixam nesse conteúdo” – 2º Ano 2021.
“Acredito que as atividades das quais eu tiro maior proveito são as que
tem relação direta sobre o que foi falado nas aulas síncronas, pois assim
eu reviso melhor os conteúdos” – 1º Ano 2021.
“Eu gostei muito das atividades que a senhora fez, mas gostaria que
tivessem algumas como fazer mapas mentais da matéria, pois acho que é
um método muito bom para a fixação do conteúdo” – 1º Ano 2021.
Na seção sobre as Aulas síncronas, uma das questões objetivas foi sobre
o uso de apresentação Power Point. No início das aulas síncronas em 2020, foi
feito pouco uso das apresentações de slides, porém muitos estudantes pediram
para inserir este recurso nas aulas síncronas, alegando que os ajudaria a man-
ter a atenção. Desta forma, os slides Power Point passaram a ser utilizados
e como pode ser visualizado na tabela 4, parece que os estudantes avaliam a
sua utilização como um recurso que deixa a aula mais atrativa.
Tabela 4 – As aulas seriam mais atrativas sem o uso da apresentação Power Point?
1º ANO 2º ANO 3º ANO
2020 2021 2020 2021 2020 2021
% % % % % %
Sim 7,9 4,4 13,6 7 89,2 78
Não 92,1 95,6 86,4 93 10,8 21,1
“Eu acho que os slides, mas eu pequei em não ter sugerido antes. Agora
acho que está melhor” – 1º Ano 2020.
“Acho que manter o uso dos slides como auxílio, porque, pelo menos para
mim, quando as aulas eram feitas somente com a fala, sem apresentações,
ficava algo mais “vago”, coisa que, com o power point, já era solucio-
nada” – 3º Ano 2020.
“Senti falta da interação que tinha nas aulas presenciais, eu tenho muita
dificuldade em concentra em aula on-line” – 1º Ano 2020.
“Mais possibilidade de participação por parte dos alunos, como por exem-
plo, o uso de ferramentas e quizes que simulem o que teríamos em aula
práticas. Seria muito bom se pudessem ser aproveitadas ideias como as
do quiz que tivemos durante a SNCT47 para as aulas” – 1º Ano 2020.
47 Na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) – foi desenvolvida pela professora de Educação
Física e 3 estudantes do Ensino Médio Integrado a atividade: “Quiz – A inteligência artificial na cultura pop”,
que consistiu em um jogo de perguntas e respostas com o objetivo de testar os conhecimentos acerca da
Inteligência Artificial na Cultura Pop (filmes, séries, livros e afins) de forma recreativa.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 167
“Em geral as aulas são boas para aprender, tudo o que é dado é cobrado
isso é muito bom, mas a forma que é dado os conteúdos as vezes desanima
por ser desgastante as aulas com tanto slide e conteúdo, algo mais prático
e dinâmico seria mais agradável” – 2º Ano 2020.
“O uso da plataforma Quizlet seria uma boa ideia, pois apresenta várias
formas de aprender o conteúdo de uma forma bem descontraída” – 2º
Ano 2020.
“Tem uma ferramenta chamada Padlet que permite anexar várias ano-
tações, fotos, arquivos, vídeos num quadro e disponibilizá-lo para ser
alterado e visto por qualquer um. Um site de infográficos chamado Easelly
também é legal” – 3º Ano 2021.
Mesmo que estes esforços pareçam indicar mudanças positivas nas aulas
“Mais uma vez digo, não aguento mais ficar em casa, preciso voltar minha
rotina de ir para aula. Minha relação c minha família só piora, preciso
fazer exercício 7 horas da manhã com você Adriana, PRECISO” – 1º
Ano 2021.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 169
“Eu sinto bastante falta das atividades em grupo, é triste, pois antes
estávamos sempre juntos na quadra, agora o máximo que eu tenho é
conversar pelo chat” – 3º Ano 2021.
“Fico feliz de ter uma matéria de educação física onde os alunos tiveram
a oportunidade de aprender mais a fim de diversos esportes e danças em
vez da matéria ser apenas aquele bate-bola típico no fundamental” – 3º
Ano 2020.
“Queria agradecer muito por esses três anos de uma experiência que eu
jamais havia pensado em ter, no começo foi “chato” por ter vindo de um
lugar que a única coisa que eu fazia na educação física era jogar bola
rsrs, mas com o tempo tudo se ajeitou e ficou em perfeita harmonia. Te
desejo tudo que possa existir de bom e melhor no mundo, principalmente
sucesso e felicidade na carreira pois ser professor não é para qualquer
um tem que ter o dom e o gosto pela coisa, e você tem de sobra. Você e
todos os outros são responsáveis por cada profissão existente. Vou sentir
muita saudades de tudo, e espero que nos reencontremos em breve com
boas novas. Sucesso, um grande abraço!” – 3º Ano 2020.
170
“Espero que 2021 seja melhor, ou que a Instituição tome mais cuidado
com a saúde mental dos próprios alunos e como funciona a vida dos mes-
mos em uma situação pandêmica (obs.: importar-se com a saúde mental
dos alunos não é adicionar palestras de “saúde mental na pandemia”
no cronograma dos mesmos, apenas colocar-se no lugar). Pedrão pelo
desabafo, a culpa não é sua, obviamente, mas é apenas um comentário.
Abraços, novamente, desculpe-me pela falta de comprometimento” – 2º
Ano 2020.
Conclusões
REFERÊNCIAS
BETTI, MAURO. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Editora Movi-
mento, 1991.
BETTI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto. Educação física escolar: uma pro-
posta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e
Esporte, ano 1, n. 1, p. 73-81, 2002.
O OLHAR EXPERIENCIAL DE
UMA DOCENTE DE EDUCAÇÃO
FÍSICA SOBRE O ENSINO
REMOTO EMERGENCIAL49
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Introdução
A pandemia de covid-19 vem impactando a vida humana em todos os
seus aspectos e contextos, dentre eles, abordarei nesta oportunidade, alguns
dos desafios do trabalho docente, das práticas pedagógicas, da construção de
conhecimentos, vivências socioculturais, e dos espaços de formação no âmbito
da disciplina Educação Física em tempos de pandemia.
Logo que o isolamento social foi adotado como a principal estratégia de
prevenção e retenção da doença, o trabalho remoto foi a saída para a continui-
dade de nossas atividades docentes, favorecendo especificamente home office
(trabalho em casa). Diante da implantação no IFMG do ensino remoto emer-
gencial (ERE) surgiram, impasses e desafios como a necessidade do rápido
aprendizado de novas tecnologias; o estabelecimento de formas alternativas
de interação/comunicação com os e as estudantes, com nossos pares, equipes
de trabalho, comunidade acadêmica; e, entre outros aspectos, nossas famílias
passaram a dividir em um mesmo ambiente as práticas docentes, domésti-
cas, de estudos e de lazer. Ou seja, determinando barreiras complexas para o
desenvolvimento de uma prática docente consciente, crítica e com potencial
de transformar a realidade.
A docência na carreira na Educação Básica Técnica e Tecnológica
(EBTT), mais especificamente no âmbito do Ensino Médio Integrado à
49 O presente relato de experiência é um texto adaptado para compor esse e-book, considerando que
originalmente, foi objeto de publicação da obra “Ensino Remoto Emergencial (ERE): múltiplas visões e
vivências no ensino técnico e tecnológico em tempos de pandemia” – Como um trecho do Cap. 4 –Docência
no contexto da educação técnica e tecnológica por meio do ERE, p. 64 – [recurso eletrônico] / Ludmila
Nogueira Murta (Org.) – Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2021.
50 Doutora em Estudos do Lazer; Professora EBTT do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Minas Gerais – Campus Sabará, maria.venancio@ifmg.edu.br
174
Relato de experiência
Quando da suspensão do calendário acadêmico em março de 2020, eu
estava em processo de afastamento para estudos, e meu retorno coincidiu
com a retomada do ano letivo no sistema ERE, já em agosto de 2020. O
meu primeiro desafio foi compreender o contexto de retomada das atividades
docentes, os processos e procedimentos acadêmicos e administrativos do
IFMG campus Sabará, adaptados ao isolamento social, e principalmente me
apropriar do manual ERE, ou seja, aprender uma nova forma do fazer docente.
A próxima e não menos desafiadora tarefa foi planejar o fazer docente
naquele contexto, a partir da organização modular das disciplinas dos cursos
técnicos integrados, divididos em semanas alternadas (5 semanas o 1º trimestre
e 6 semanas o 2º e 3º trimestre respectivamente). A educação física entrou no
módulo II, o que me rendeu pelo menos 30 dias de estudos e preparação do
material, mas, o planejamento foi uma demanda imediata, considerando que
todos os componentes curriculares precisavam estar planejados, aprovados e
divulgados independente da data de oferta.
Em tempos de aulas on-line e de ensino remoto, precisei adotar estraté-
gias de engajamento diferentes das que estava acostumada a utilizar em sala de
aula presencial, pois, estudar remotamente exige muita disciplina e uma dose
extra de motivação. Considero que esse desafio é ainda maior na educação
física, que envolve em sua essência práticas corporais sistematizadas em nossa
cultura e muito movimento de interação social, sensibilidades e representação
Com essa premissa, o plano ERE da educação física foi organizado a
partir dos temas estruturadores: atividades/exercícios físicos, esportes, ginás-
ticas, danças, lutas , lazer e jogos, distribuídos ao longo dos três trimestres.
176
51 Suporte aqui entendido como os apoios recebidos para que os sujeitos pudessem estar onde estão hoje.
Uma forma de auxílio legítimo na trajetória de vida, estudos, formação de um indivíduo ou grupo, conforme
cunhado por Martuccelli (2007).
178
continua...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS:
experiências docentes em tempos de pandemia 179
continuação
Trimestre Temáticas Atividades Materiais Produtos /avaliações
2º 1 - Dança: Estilos, pos- - Abordagem teórica e - Caderno Didático - Formulário e Quiz de
Trimestre sibilidades e ritmos. dialogada sobre os te- “ Quem dança seus perguntas sobre as lu-
2 - Dança: diversidade mas - debates nas aulas males espanta” tas e danças interativos
(6 semanas) preconceitos (gênero e síncronas - Texto acadêmico: a google.
étnicos raciais) - Pesquisa orientada dança digital. - Compar tilhamento
3 - Dança Esporte, lazer, - Leituras e sínteses - Caderno Didático pesquisa e trabalho em
saúde e estilo de vida - Práticas de dança “ As lutas pelo Brasil e grupo (prática de uma
4 - Lutas: Origem, - Práticas de lutas (ca- pelo mundo” luta ou de uma dança).
história. poeira e taekwondo) - Documentário: as - Revisão do plano de ati-
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
5 - Lutas: Contextos e com professores/mestres lutas pelo Brasil. vidades físicas esportivas
diversidade cultural convidados. e de lazer para fazer em
6 - Lutas e Saúde: práti-
casa. (Inserção de dança
cas como possibilidade
e ou lutas no plano).
de melhoria da quali-
dade de vida.
3º - Ginásticas: Tipos, - Abordagem teórica - Caderno Didático “ - Formulário e Quis de
Trimestre contextos de práticas, e dialogada sobre os Ginásticas para geral” perguntas sobre as Gi-
praticantes/benefícios temas - debates nas - Filme: “Vitórias de násticas e Jogos intera-
(6 semanas) e saúde. aulas síncronas uma vida”. tivos google.
- Tai Chi Chuan práticas - Pesquisa orientada - Caderno Didático - Compartilhamento tra-
e ginásticas de outras Leituras e sínteses “Jogos e brincadeiras” balho em duplas (cons-
culturas. Estilo de viver. - Práticas de ginásticas - Documentário: trução de um jogo).
- Ginástica e Gênero: (geral, localizada, tai chi, “Jogos digitais e - Revisão do plano de
corpos e estereótipos. ioga, alongamentos) Juventude” atividades físicas es-
- Jogos: Lazer - Oficina de Xadrez portivas e de lazer para
transformações culturais. para iniciantes (Projeto fazer em casa. (Inserção
- Jogos: Matriz africana XIF) - Festival de jogos de ginásticas e jogos).
e indígena. eletrônicos.
- Jogos eletrônicos: tipos
e eventos.
Conclusões
suas realidades. Com essa lente, vejo que o ERE é um caminho possível de
continuidade da minha prática docente no trato da educação física, precisando
ser constantemente reinventado e avaliado
Além disso o ERE tem reforçado a necessidade de refletir sobre as prá-
ticas corporais, no sentido de buscar a superação de uma visão que vinculou,
por muito tempo, o ensino da Educação Física a uma perspectiva tecnicista
voltada para o desenvolvimento de aptidões físicas, o que priorizou, histori-
camente, especialmente na escola, a simples execução de exercícios físicos,
destituídos de uma reflexão sobre o fazer corporal. Com o ERE sinto que
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
REFERÊNCIAS
BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência.
Revista Brasileira de Educação, [S. l.], n. 19, p. 20-28, jan./abr. 2002.
Introdução
Este artigo é um relato de experiência sobre o trabalho remoto desenvol-
vido com os estudantes das segundas séries dos Cursos Técnicos Integrados
em Nutrição e Dietética, Informática e Agropecuária do IFMG – Campus São
João Evangelista. O objetivo do trabalho foi trazer a experiência vivenciada
no componente curricular Educação Física ministrado remotamente de forma
virtual para os estudantes daquele Campus. Participaram das aulas remostas
uma média de 210 estudantes de ambos os gêneros com idades entre 16 e 17
anos. A experiência surgiu da necessidade de isolamento social imposta pela
pandemia da covid-19. Com o distanciamento, as atividades acadêmicas foram
adaptadas para serem realizadas de maneira remonta. Esse novo formato de
ensino trouxe muitos desafios, desde a adequação da modalidade de ensino
até novas metodologias que pudessem minimizar os impactos da pandemia
no processo de ensino aprendizagem.
A experiência permitiu conhecer novas metodologias de ensino da Edu-
cação física e planejar atividades acadêmicas adequadas a nova realidade tanto
para docentes quanto para estudantes.
Relato de experiência
A pandemia da covid-19 iniciada na cidade chinesa de Wuhan, impôs
ao mundo desafios que foram desde questões sanitárias à questões sociais. O
novo coronavírus, além de desafiar a ciência, exigiu que muitas adaptações
fossem feitas para barrar o processo de contaminação em massa (OMS, 2021).
Uma das principais consequências foi a necessidade do isolamento social e
do distanciamento físico entre as pessoas. No Brasil, essa situação não foi
diferente. A hashtag (#) “Fica em Casa” foi o lema do momento a fim de pre-
servar vidas (MS, 2020). Decretado em março de 2020, o isolamento social
52 Doutora em Biologia Celular e Estrutural, UFV, Professora EBTT do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia
de Minas Gerais Campus São João Evangelista, marcia.ferreira@ifmg.edu.br
184
Conclusões
REFERÊNCIAS
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física.
2. ed. rev. São Paulo: Cortez, 2012.
A
Atividade física 34, 35, 36, 57, 61, 63, 65, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99,
100, 104, 105, 126, 146, 159, 178, 189
Atividades físicas esportivas 178, 179
Aulas de Educação Física 13, 14, 15, 26, 27, 43, 51, 94, 104, 146, 147, 148,
158, 180
C
Cultura corporal 15, 32, 34, 37, 38, 43, 47, 49, 51, 64, 67, 88, 158, 159, 172,
176, 177, 178, 180, 181, 185
E
Ensino Médio Integrado 43, 57, 104, 139, 142, 155, 158, 160, 163, 166, 174,
175, 176, 178, 182
Ensino remoto emergencial 13, 43, 48, 56, 77, 78, 139, 141, 155, 156,
173, 184
Estilo de vida 36, 93, 94, 96, 101, 104, 178, 179
G
Gênero e sexualidade 57
J
Jogos 19, 37, 43, 47, 48, 49, 50, 51, 54, 57, 67, 72, 92, 95, 140, 147, 152,
158, 159, 164, 165, 168, 175, 177, 179, 180, 188, 189
M
Mostra de dança 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129, 130, 131, 132, 133, 134,
135, 136
P
Pandemia 3, 13, 14, 19, 20, 26, 27, 28, 31, 32, 33, 34, 35, 41, 42, 48, 50, 55,
56, 57, 61, 62, 63, 69, 72, 78, 79, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 105, 106, 123,
125, 126, 127, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 139, 140, 141, 142, 144, 145,
194
146, 150, 151, 152, 153, 154, 156, 158, 159, 163, 169, 170, 171, 173, 174,
175, 183, 184, 185, 186, 187, 188, 189, 190
Plano de ensino 34, 68, 76, 160, 176, 178
Planos de ensino 43, 44, 48, 57, 68
Povos indígenas 50, 51, 52, 54
Processo de ensino 21, 34, 35, 38, 41, 48, 69, 75, 123, 125, 134, 160, 183,
185
Projetos de extensão 60, 61, 63, 124, 125, 133, 135, 152
R
Relações de gênero 15, 21, 23
Relações étnico-raciais 43, 44, 45, 46, 47, 52, 140, 152
Relato de experiência 14, 31, 32, 48, 57, 69, 78, 89, 94, 123, 124, 127, 136,
139, 140, 141, 143, 151, 152, 158, 173, 175, 178, 183
SOBRE OS AUTORES
Katia Regina de Sá
Professora do Instituto Federal Minas Gerais –
Campus Betim. Graduada em Educação Física
pela Universidade Federal de Minas Gerais
(1994), mestre em Ciências do Esporte pela Uni-
versidade Federal de Minas Gerais (2004) e dou-
tora em Educação pela Universidade de São Paulo
(2019). Atualmente é membro do Grupo de pes-
quisas em Educação Física escolar da Faculdade
de Educação da Universidade de São Paulo (GPEF); do Grupo Interdisciplinar
de Pesquisa em Educação e Tecnologias (GIPET) e do Grupo de Estudos e
Pesquisa em Educação: conhecimento, práticas/discursos escolares e formação
(GEDUC), ambos do IFMG. Desenvolve pesquisas sobre currículo, Ensino
Médio e educação profissional.
SOBRE O LIVRO
Tiragem não comercializada
Formato: 16 x 23 cm
Mancha: 12,3 x 19,3 cm
Tipologia: Times New Roman 10,5/11,5/13/16/18
Arial 8/8,5
Papel: Pólen 80 g (miolo)
Royal Supremo 250 g (capa)