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Olá, meu amigo (a)

A peça prática é muito importante para a aprovação, colocando


candidatos muito à frente dos demais, se realizada de forma adequada.
É possível, a depender do concurso, subir dezenas e até centenas de
posições.

Sou Lúcio Valente, Delegado de Polícia da PCDF, palestrante, especialista


em concurso para Delegado de Polícia, professor de Direito Penal,
Criminologia, Processo Penal e peças práticas.

 
 
 
   

APRESENTAÇÃO DE UM MODELO CORINGA

É natural que haja uma certa preocupação do concurseiro quando há, na


segunda fase do concurso de Delegado de Polícia, a produção de uma peça
prática. Isso ocorre em razão de alguns motivos:

1)   porque as práticas policiais cartorárias são muito pouco (ou não são)
abordadas nos bancos das faculdades;
2)   porque poucas Unidades da Federação permitem a realização de
estágios um Delegacias de Polícia (se houvesse estágios, certamente
seria mais fácil conseguir tal prática);
3)   porque não há no mercado tanto material que trata do tema;
4)   porque, em razão do sigilo, é bastante difícil conseguir junto a quem já
exerce o cargo algumas peças práticas, pois, boa parte das vezes,
revelam técnicas de investigação.

Por outro lado, a peça prática é muito importante para a aprovação,


colocando candidatos muito à frente dos demais, se realizada de forma
adequada. É possível, a depender do concurso, subir dezenas e até centenas
de posições.

Sabendo a importância dessa peça prático-profissional, mas enfrentando as


dificuldades que listei anteriormente, o concurseiro se depara com uma dura
jornada, que pode trazer certa insegurança. Esse curso surge neste contexto...
você não está mais sozinho! Valeu?

 
 
 
   

Don’t  Worry!
Para todo tipo de estudo é necessária uma estratégia de preparação... Aliás...

O conceito de estratégia... em
grego, estrategia... em latim,
estrategie... em francês, stratégie...
Os senhores estão anotando?

Falando sério...

Para a produção da peça prática para o cargo de Delegado de Polícia, há a


necessidade de criação de um método. O método auxilia o candidato a
manter o foco, sem perder maior tempo na hora da elaboração da peça. É
exatamente por onde vamos começar. Brasil!?

O método desenvolvido por nós do programa VouSerDelegado basicamente


consiste na execução dos seguintes pontos:

 
 
 
   

1º 2ª 3º

• Memorize  o   • Leia   • Use  o  


quadro   atentamente   modelo  de  
sinóptico   a  questão  da   peça  coringa
das   prova  e  
principais   decida  qual  
cautelares peça  é  
cabível

1º MEMORIZE O QUADRO SINÓPTICO DAS PRINCIPAIS CAUTELARES

Assim como para a preparação para um exame da Ordem dos Advogados do


Brasil é necessário que se conheça as possíveis peças práticas que podem ser
cobradas, na prova prática para Delegado de Polícia isto também ocorre.

Em outras palavras, dentro da gama de possibilidades na investigação criminal


o ideal seria que o candidato memorizasse todas as cautelares que podem ser
exigidas, com ênfase às mais comumente utilizadas. Ocorre que, diante do
número de informações, é importante, para uma prova de concurso, focar nas
principais que podem ser cobradas.

Diante deste pressuposto, é imprescindível conhecer e memorizar as principais


cautelares, com as respectivas correspondências legais (o que pode ser um
diferencial para sua prova ser paradigma). Precisamos lembrar que quem
corrige a prova do candidato terá certamente uma boa impressão ao perceber
que este foi além e se preocupou com os detalhes. Lembrando que no dia da
prova, você não poderá fazer consultas à legislação.

 
 
 
   

2º LEIA ATENTAMENTE A QUESTÃO DA PROVA E DECIDA QUAL A MELHOR


CAUTELAR

Sem dúvida é a parte mais difícil da prova. Esta parte geralmente – mas nem
sempre – é a responsável pela eliminação quase que imediata do candidato,
uma vez que, se equivocando em relação à peça, há erro em quase todos os
pontos do espelho de correção.

Como se percebe, esta dica reforça a anterior, pois, sabendo a peculiaridade


de cada cautelar, a probabilidade de acerto se torna exponencial.

É normal que haja certa insegurança do candidato em relação a que peça é


cabível, porque, a depender da situação, pode não ficar claro o que deseja o
examinador. Embora haja esse receio, nas palavras de Chapolim Colorado:
“não priemos cânico”, pois, com a prática das peças tudo vai se tornando mais
simples e nítido.

Além disso, ao longo do curso iremos trabalhar alguns conceitos básicos de


teoria da investigação, assunto que possui total relevância na hora de
selecionar a cautelar adequada. Em outras palavras, vamos perceber que às
vezes, por estratégia de investigação, uma cautelar tem prevalência sobre
outra.

Sendo assim, um dos objetivos deste curso é que, ao final, não reste qualquer
dúvida quanto à eleição da peça adequada.

3º USE O MODELO CORINGA PARA ELABORAR A PEÇA

TENHA NA CABEÇA A ESTRUTURA BÁSICA DA PEÇA

Embora a peça a ser elaborada pela Autoridade Policial não possua um


modelo estanque, há pontos essenciais, que serão vistos adiante. Ter em mente
uma estrutura simples e objetiva da peça auxilia no ganho de tempo e
organização. O ideal é aprender um modelo que possa ser utilizado de forma
padronizada para peças simples e mais complexas.

 
 
 
   

QUADRO SINÓPTICO DAS CAUTELARES NO PROCESSO PENAL


 

Embora o objetivo deste curso não seja a conceituação de institutos ou


instrumentos como investigação, inquérito policial, prova, ação penal e
cautelares, muito menos de discorrer acerca do processo penal, é necessário
tecer algumas linhas acerca do assunto, apenas para fins de contextualização.
Desta forma, sem qualquer objetivo de tratar de forma verticalizada acerca de
temas tão robustos, vamos a algumas considerações.

Como sabemos, quando ocorre a comunicação de um fato aparentemente


criminoso à Autoridade Policial1, esta necessita realizar a Verificação de
Procedência das Informações (VPI), nos termos do artigo 5º, §  3o do CPP. Vamos
ao texto:

Código de Processo Penal

Art. 5º

(...)

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver


conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação pública
poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta,
verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito.

                                                                                                                         
1
 Estamos  excluindo  propositalmente  da  análise  a  cognição  coercitiva  realizada  por  meio  da  prisão  em  
flagrante.  

 
 
 
   

Como o próprio dispositivo legal afirma, verificada a procedência das


informações, o Delegado de Polícia determinará a instauração de Inquérito
Policial (ou outro procedimento de investigação, como Procedimento de
Apuração de Ato Infracional, por exemplo).

•Notícia  de  fato  aparentemente  criminoso


•Verificação  de  Procedência  das  Informações  -­‐ VPI


•Instauração  de  I.P.  ou  outro  procedimento  


3º investigatório.

No bojo deste procedimento investigatório, em se tratando de Inquérito Policial,


o Delegado de Polícia elaborará a portaria inaugural2, determinando todas3 as
diligências necessárias para o alcance do objetivo da investigação, que,
basicamente é se apontar autoria, materialidade e circunstânciasdo delito.

Materialidade

Objetivos  da  
Apontar Autoria
Investigação

Circunstâncias

                                                                                                                         
2
Mutatis  mutandis,  quando  se  tratar  de  outro  procedimento  de  cunho  apuratório.  Por  exemplo,  quando  
se  tratar  de  Procedimento  de  Apuração  de  Ato  Infracional,  será  um  despacho.  
3
Ou  algumas  a  depender  da  estratégia  de  investigação.  

 
 
 
   

Existe uma infinidade de providências que podem e devem ser tomadas pelo
Delegado de Polícia quando realiza seu plano de investigação e o materializa
na portaria inaugural e despachos posteriores. Cada investigação terá suas
peculiaridades a depender de circunstâncias diversas como, por exemplo,
natureza do crime, local em que ocorreu, se lá havia circuito interno de TV,
quem presenciou, se há vestígios no local, se a vítima foi examinada, se houve
eventual atendimento hospitalar, se houve conversas telefônicas prévias, que
eventuais objetos foram utilizados para a prática do crime etc etc...

O importante na investigação de um fato é se revelar de forma clara o


Heptâmetro de Quintiliano. Apesar de o nome ser estranho, nada mais é que se
responder as seguintes perguntas: O quê? Quem? Quando? Por quê? Como?
Onde? Com que auxílio?

O  QUÊ?

QUEM?

QUANDO?
Heptâmetro  
de   Perguntas  a  serem  
respondidas
POR  QUÊ?

Quintiliano COMO?

ONDE?

COM  QUE  
AUXÍLIO?

 
 
 
   

Conforme dito, diante dos inimagináveis fatores que podem influenciar no plano
investigativo, o Delegado de Polícia determinará diligências, como, por
exemplo, inquirir testemunhas, determinar a realização de perícias, apreender
imagens de circuito interno de TV de algum estabelecimento comercial,
determinar a expedição de uma ordem de missão aos agentes a fim de que
realizem uma vigilância ou uma campana etc.

Ocorre que, por determinação constitucional e/ou legal, visando fornecer


importantes garantias aos investigados, algumas dessas técnicas investigativas
necessitam de autorização judicial, sendo, pois chamadas de técnicas de
investigação judicialmente condicionadas. Nesta situação reside parte das
peças deste curso, a exemplo das representações por prisão temporária, por
busca e apreensão, por quebra de sigilo telefônico, por interceptação
telefônica, quebra de sigilo fiscal, quebra de estação de rádio base - ERB,
dentre outras. Nestas ocasiões a cautelar funciona como preservação de
prova, sendo chamada na nossa classificação4 de cautelar para preservação
de provas ou, ainda, cautelar para a investigação.

                                                                                                                         
4
Não  se  preocupe  com  esta  classificação,  ela  é  assim  realizada  meramente  para  efeitos  didáticos!  

 
 
 
   

Diligências   Comuns Apreensão  de  imagens  de  cirtuito  


interno  de  TV
Oitiva  de  testemunhas
Investigativas
Requisição  de  perícias

Campanas

Vigilância

Dentre  outras

Busca  e  Apreensão  Domiciliar


Judicialmente  
condicionadas Prisão  temporária

Interceptação  telefônica

Quebra  de  sigilo  de  dados  


telefônicos
Quebra  de  sigilo  fiscal

Quebra  de  Estação  de  Rádio  Base  -­‐


ERB
Dentre  outras

Há ainda outras representações que são úteis a finalidades distintas da


investigação em si, funcionando a cautelar como verdadeiro instrumento pré-
processual de preservação de direitos5. Exemplo disso são as representações
por prisão preventiva, medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. art.
282, § 2º do CPP, Pedido de Exame de médico-legal de insanidade mental com
pedido de internação provisória;

Ademais, pode-se apontar uma terceira espécie contendo as cautelares reais,


sendo estas aquelas que recaem sobre o patrimônio do investigado, quando
adquirido através de recursos ilícitos. São elas o sequestro de bens móveis:
quando não cabível a busca e apreensão e sequestro de imóveis;

                                                                                                                         
5
O  direito  pode  ser  inclusive  o  jus  puniendi.  

 
 
 
   

A última espécie seria a de cautelares especiais, realizadas com base na Lei de


Organização Criminosa.

Vejamos então, no quadro abaixo, as principais medidas que podem ser


representadas pelo Delegado de Polícia, com os respectivos fundamentos
legais. Como dito anteriormente, decore todos os fundamentos legais para
colocar no preâmbulo, certamente este fator o diferenciará dos demais
candidatos em um concurso tão concorrido e difícil como este.

Após ler a questão, consulte mentalmente as possibilidades para ter uma noção
do que pedir. Este guia, se memorizado, é garantia de acertar a peça no dia da
prova.

SE LIGA NA SAGACIDADE: Imprima este quadro e cole na sua mesa de


estudo ou em alguma parede que você sempre visualize. Cada dia repita
duas cautelares e respectiva fundamentação em sua cabeça durante os
intervalos de estudo... sem pressão. Logo você terá tudo na mente.
Depois que for nomeado, cole essa tabela na parede do seu gabinete!!
Oss!!

 
 
 
   

Cautelares

Cautelares  de   Cautelares  de  


Cautelares  
preservação  da   preservação  de   Cautelares  reais
especiais
prova direitos

Busca  e   Interceptação   Prisão  


Apreensão Telefônica Preventiva

CF  -­‐ Art.  5º,  XI.


CPP  -­‐ Art.  240,  
§1º

1.   Cautelares de preservação de provas (Cautelares Investigativas)


a.   Busca e Apreensão Domiciliar (fundamento: CPP, art.240, § 1° e CF, Art. 5º
XI);
b.   Interceptação de comunicações telefônicas (fundamento: Lei 9.296/96,
art. 3º, I);
a.   Interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e
telemática (fundamento: Lei 9.296/96, art. 3º,
b.   Prisão Temporária (fundamento: Lei 7.960/89);
c.   Identificação Criminal (Fundamento: Lei 12.037/09, art. 3º, IV)
d.   Sigilos financeiro, bancário e fiscal (Fundamento: LC n°105/2001, art. 1º, §
4º)

2.   Cautelares de Preservação de Direitos


e.   Prisão Preventiva (fundamento: CPP, arts 311, 312 e 313);
f.   Medidas Cautelares da Lei 12.403/2011 (fundamento: CPP, art. 282, § 2º).
Pedido de Exame de médico-legal de insanidade mental com pedido de
internação provisória (CPP, art. 149, § 1º e art. 150, § 2º).
a.   Suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo
automotor, ou a proibição de sua obtenção do Código de Trânsito (fundamento
legal: Lei 9.503/97, art. 294).
b.   Busca e Apreensão de Adolescente Infrator (Art. 106 do ECA, além dos
fundamentos para prisão preventiva).

3.   Cautelares Reais

 
 
 
   
a.   Sequestro de móveis: quando não cabível a busca e apreensão
(fundamento: CPP, art. 132);
b.   Sequestro de imóveis (fundamento: CPP, art. 127).
Obs.: o Arresto não pode ser deferido por representação do delegado, pois
ocorre com o processo já em andamento.

4.   Cautelares Especiais
a.   Medidas da Lei de Organizações Criminosas (Fundamento: Lei 12.850/13)
-Colaboração Premiada (art. 4º, § 2º);
-Infiltração de agentes (art. 10);
-Captação Ambiental (Art. 3°, II).
b.Da  Infiltração  de  Agentes  de  Polícia  para  a  Investigação  de  Crimes  contra  a  Dignidade  
Sexual  de  Criança  e  de  Adolescente  (art.  190-­A,  I,  ECA)

 
 
 
   

O QUE É REPRESENTAÇÃO?

Representação Requerimento

Inicialmente é necessário ser destacado que o Delegado de Polícia, ao


contrário do membro do Ministério Público, “representa” e não “requer” o
deferimento de determinada cautelar. Isso ocorre em razão de imparcialidade
da Autoridade Policial, que possui o objetivo de apurar a melhor verdade
possível acerca dos fatos, notadamente autoria, materialidade e circunstâncias
do delito.

Por não ser o Delegado de Polícia parte no processo, não tem interesse legítimo
de requerer – no sentido de pedir ao juízo – mas sim de representar, expondo as
razões de fato e de direitos pelas quais entende que determinada medida
cautelar deve ser garantida pelo juízo, seja para a preservação de direitos,
sucesso da investigação, invasão do patrimônio do investigado ou questões
afetas à lei de organizações criminosas (conforme dispusemos no quadro
sinóptico acima). Pelas razões expostas, colocar no preâmbulo da peça que o
delegado “requer” se configura um erro crasso.

 
 
 
   

Então, REPRESENTAR é demonstrar a necessidade; REQUERER é pedir legalmente.


No primeiro, não cabe recurso em caso de negativa; no segundo, caberá
recurso em caso de negativa.

SE LIGA NA SAGACIDADE: embora não caiba recurso, na prática é possível


formular ao juízo representação por reconsideração, expondo novas
conexões e argumentos, sobretudo se houver modificação do cenário.

Concluindo em simples linhas, a representaçãoé o instrumento jurídicoque tem


por finalidade levar ao conhecimento do Poder Judiciário fundamentos que
justifiquem a decretação de determinada medida cautelar.

ELEMENTOS DE QUALQUER MEDIDA CAUTELAR E QUE


PRECISAM ESTAR INSERIDAS NA REPRESENTAÇÃO

Como sabemos, o objetivo deste curso é trazer a maior praticidade possível,


entretanto, há determinadas informações preliminares que devem ser do
conhecimento do candidato antes do exercício da parte prática.

Destarte, seguindo este argumento pragmático, não vamos verticalizar o estudo


de teorias, focando apenas nos elementos essenciais que o candidato precisa
saber para elaborar a peça.

Informação imprescindível é que TODA medida cautelar – seja civil, trabalhista,


tributária ou penal - possui alguns elementos essenciais e que devem estar
presentes para que sua peça seja tecnicamente aceitável. São eles:

 
 
 
   

Fumus  boni  iuris   periculum  in  mora  


proporcionalidade  
(ou  fumus  comissi   (ou  periculum  in  
do  pedido.
delicti)   libertatis)

Esses elementos devem estar presentes em sua peça. Sabendo que passou por
esses fundamentos, sua peça está no caminho certo.

SE LIGA NA SAGACIDADE: Embora não seja comum cobrar que esses


elementos sejam destacados de forma explícita na peça, é importante
que constem pelos mesmos fundamentos de se conhecer o fundamento
legal das peças, qual seja, diferencial na análise pelo examinador.

Calma que vamos exemplificar no momento correto, Autoridade.

 
 
 
   

FUMUS COMISSI DELICTI (FUMUS BONI IURIS)

“Onde  há  fumaça,  há  fogo!”

Quando se fala de uma cautelar em caráter geral, fala-se em fumus boni iuris,
o que, numa tradução literal seria “fumaça do bom direito”. Em uma visão
pueril, se o direito flama, há fumaça saindo dele. É o popular: “onde há fumaça,
há fogo”.

Em processo penal, esta expressão latina ganha uma nova roupagem, sendo
chamada de “fumus comissi delicti”, o que seria, no mesmo raciocínio anterior,
a fumaça da prática de um fato punível, a fumaça do crime6.

Em uma representação por cautelar, o fumus comissi delicti deve ser


demonstrado pela conjunção de dois elemento: PROVA DE EXISTÊNCIA DO
CRIME + INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA.

                                                                                                                         
6
Ou  contravenção.  

 
 
 
   

PROVA  DA  
EXISTÊNCIA  DO  
FUMUS  COMISSI   CRIME
DELICTI
INDÍCIOS  
SUFICIENTES  DE  
AUTORIA

Preste atenção nessa diferente:

1º A existência do crime deve estar PROVADA;

Basicamente, neste ponto temos que mostrar:

a)   Que o fato indiscutivelmente ocorreu;


b)   Diante do princípio da reserva legal, que o fato é definido como
crime;

Em um homicídio, por exemplo, deve ser demonstrado que alguém foi morto
(com laudos, provas testemunhas etc.). Esse fato tem que estar provado, ainda
que indiretamente. E que o homicídio tem tipificação legal (embora em casos
muito evidentes como este, não haja necessidade de menção expressa).

 
 
 
   

2º A autoria pode ser indicada por INDÍCIOS.

Além disso, tem que haver algum indício de que determinada pessoa possui
relação com o crime, recaindo sobre ela suspeita justificada.

PEC Prova    da


Existência  
do
Crime

ISA Indícios
Suficientes  
de
Autoria

Mnemônico PEC.ISA

•   Prova da Existência do Crime


o   FATOS
§   O QUE OCORREU?
•   Indícios Suficientes de Autoria
o   É EVIDENTE O DIREITO?
§   HÁ ELEMENTOS DE CRIME NOS FATOS?
§   QUAIS SÃO?

PERGUNTA MALDITA ☠: há a necessidade de o representado estar


formalmente indiciado? A resposta é negativa, uma vez que o
indiciamento é ato privativo do Delegado de Polícia que, dentro de seu
projeto de investigação, deve escolher o momento mais adequado para
tal.

 
 
 
   

PERICULUM IN MORA (varia conforme a medida)

“Se  demorar,  já  era!”  


“Bobeou,  dançou”  
“Camarão  que  dorme  a  onda  leva!”

As três frases acima representam bem o pensamento do periculum in mora, o


que em tradução livre seria “o perigo da demora”. Nesse ponto, o Delegado de
Polícia deve demonstrar ao Juiz que sua medida é necessária e urgente, pois há
algum risco PROVÁVEL + GRAVE + IRREPARÁVEL.

 
 
 
   

PROVÁVEL

RISCO GRAVE

IRREPARÁVEL

Em outras palavras, se aquela medida não for tomada naquele momento, o


risco provável e grave poderá se transformar num dano irreparável.

Na prisão preventiva, por exemplo, poderia ser algo que indique a intenção de
o investigado destruir provas, o que, se ocorrer, será grave para a investigação
e futuro processo, bem como irreparável; na quebra de dados, a perda da
informação, já que as operadoras de telefonia, o argumento de que não
mantém os dados por muito tempo.

SE LIGA NA SAGACIDADE: nas prisões em processo penal, fala-­‐se em


periculum libertatis, o que seria o demonstrativo do perigo do suspeito,
caso se mantenha em liberdade.

Em determinadas medidas, como nas prisões, devemos enfatizar bem esse


ponto, ou seja, demonstrar ao juiz a necessidade imprescindível de uma ação
rápida para o sucesso da investigação ou preservação de direitos. Sendo assim,
obviamente, o candidato bem preparado deve demonstrar isso na elaboração
de sua peça.

 
 
 
   

O  PERIGO  DEVE  SER  GRAVE  


Exemplos:
-­‐fuga
-­‐destruição  de  provas
-­‐inutilidade  da  prova
-­‐impossibilidade  de  adiar  pela  natureza  da  medida
-­‐ cometimento  de  novos  crimes

O  PERIGO  DEVER  SER  PROVÁVEL


-­‐ extraia  essa  possibilidade  do  texto  da  prova  e  nunca  invente  
situações  novas.
O  DANO  é  INEVITÁVEL  SEM  A  MEDIDA  CAUTELAR

 
 
 
   

PROPORCIONALIDADE

“NÃO MATE UMA MOSTA COM UMA BAZUCA.”

Quando o Delegado de Polícia representa por uma medida, ele deve ter em
mente que está usando a munição adequada, isto é, que aquela medida é
imperativa para a investigação e que é a mais adequada àquele caso
concreto.

Como exemplo do exposto acima, não é necessário o cumprimento de uma


busca e apreensão domiciliar se os objetos do crime já foram apreendidos,
justificando o Delegado a medida, por exemplo, na possibilidade de se
encontrar mais alguma coisa ilícita na casa do investigado.

Sendo assim, a proporcionalidade pode ser dividida no binômio descrito abaixo:

 
 
 
   

Imperatividade  da  
NECESSIDADE medida  para  a  
investigação
PROPORCIONALIDADE
A  medida  é  a  mais  
ADEQUAÇÃO adequada  para  o  caso  
concreto

Em termos mais técnicos, quando há afastamentos judiciais de garantias


constitucionais, o Delegado deve relatar com detalhes a NECESSIDADE e
ADEQUAÇÃO da medida – e obviamente o candidato deverá demonstrar isso
em sua peça no concurso.

Esses dados devem estar presentes na representação para que o Juiz se


convença de que aquele afastamento constitucional ou legal de garantia é
necessário e adequado à situação concreta.

A adequação guarda relação com o afastamento de outras medidas


(geralmente menos gravosas) em detrimento daquela solicitada. Como
exemplo, ao representar por uma prisão preventiva, é importante que se ressalte
– mesmo que de forma bem simples – que a prisão não poderia ser substituída
no caso concreto por uma medida cautelar diversa da prisão introduzidas pela
Lei 12.403/2011.

As medidas determinadas judicialmente são de extrema “violência” na vida


privada do indivíduo e pode afetar todo o resto de sua vida. O Delegado deve
estar muito seguro de que está usando proporcionalmente a força necessária.

Vamos aprender isso na prática, rapaziada!

 
 
 
   

ESTRUTURA DA PEÇA

ESTRUTURA  DA  
PEÇA

DA  SÍNTESE  DOS   DOS  


ENDEREÇAMENTO PREÂMBULO DO(S)  PEDIDO(S)
FATOS   FUNDAMENTOS

ENDEREÇAMENTO

Como qualquer peça processual, a representação direcionada ao juiz começa


com o endereçamento.Em alguns casos, alguns Delegados de Polícia não
fazem endereçamento, pois, como a representação é feita, em algumas
ocasiões, no bojo do inquérito, o juiz já está prevento com as solicitações de
prazo. Entretanto, tecnicamente é mais adequado fazer o endereçamento ao
juiz competente. Em se tratando de sua prova de concurso, é imprescindível
que se faça!

Importante neste ponto ter conhecimento da estrutura do Poder Judiciário de


onde estiver fazendo a prova. As nomenclaturas variam um pouco. No Distrito
Federal, por exemplo, temos Varas do Tribunal do Júri, Circunscrições Judiciárias
de Brasília e das Regiões Administrativas. Nos Estados, geralmente se direciona
a peça ao Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da xxxxxxxx Vara Criminal da
Comarca de xxxxxx.

No Estado da PARÁ, segundo a Lei Estadual nº 5.008 de 10.12.1981, temos a


seguinte organização Judiciária:

 
 
 
   

Art. 16. São Órgãos do Poder Judiciário do Estado:


-Tribunal de Justiça;
-Juízes de Direito; -Pretores;
-Juízes de Paz;
-Tribunais do Júri;
-Justiça Militar.

Em Belém, existe o Foro Criminal, com Varas Criminais e Varas do Tribunal do Júri,
entre outras.

Não se preocupe excessivamente com a nomenclatura, uma vez que, quase


sempre, vem escrita na prova.

SE LIGA NA SAGACIDADE: Em relação ao pronome de tratamento, não


use abreviações e não use muitos tratamentos (Ex.: Excelentíssimo
Senhor Doutor). Use apenas “Excelentíssimo Senhor” e está de bom
tamanho.

PREÂMBULO

Preâmbulo nada mais é que a parte introdutória que apresenta um assunto


principal.

No contexto do nosso estudo, é a parte introdutória da peça prático-


profissional, no qual o Delegado de Polícia justifica sua legitimidade para fins de
representar ao juízo.

No preâmbulo você deve fazer a introdução padrão mostrada na peça


coringa. Cuidado para não identificar sua peça com dados pessoais! Existem
diversas formas de fazer o preâmbulo, mas a ideia vai ser sempre a mesma.

Três coisas são importantes no preâmbulo: apresentar-se como Autoridade


Legitimada a representar, colocar a fundamentação legal e o nome da
representação. Veja o exemplo abaixo:

 
 
 
   

APRESENTAR  A  
AUTORIDADE  LEGITIMADA

OBJETIVOS  DO  PREÂMBULO NOME  DA  PEÇA

FUNDAMENTAÇÃO  LEGAL

SE LIGA NA SAGACIDADE: na parte da legitimação da Autoridade


representante, cite a Lei nº 12.830/2013, considerado o estatuto do
Delegado de Polícia.

Vamos a um exemplo:

“O Delegado de Polícia ao final assinado, no uso de suas atribuições legais,


sobretudo no art. 2º, §1º da Lei 12.830/2013, com fulcro na Lei 7.960/89, vem à
presença de Vossa Excelência oferecer representação pela PRISÃO
TEMPORÁRIA PELO PRAZO DE 5 (CINCO DIAS)de FULANO, pelos fundamentos de
fato e de direito a seguir expostos”.

Outra forma:

O Delegado de Polícia in fine assinado, no uso de suas atribuições legais,


sobretudo no art. 2º, §1º da Lei 12.830/2013, com fundamento na Lei nº 9.296/96,
que regulamentou o inciso XII, parte final, do artigo 5º, da Constituição Federal,
vem perante Vossa Excelência representar pela INTERCEPTAÇÃO DE
COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS e QUEBRA DE SIGILO DE DADOS CADASTRAIS E DE
EXTRATOS dos terminais vinculados a FULANO.

 
 
 
   

SE LIGA NA SAGACIDADE: Embora na prática o nome da representação


seja escrito com bastante destaque, você deve tomar cuidado para não
identificar sua peça tentando destacar demais.

DA SÍNTESE DOS FATOS

Nesse ponto, você, futura Autoridade Policial, deve exercitar seu poder de
síntese, ressaltando os pontos que vão servir de base para a ligação com sua
fundamentação jurídica, deixando de lado dados periféricos que em nada
influenciarão para a decretação da medida.

Explico melhor... e com sagacidade:

SE LIGA NA SAGACIDADE: é bastante comum nas questões prático-­‐


profissionais textos enormes e cheios de detalhes. A pergunta é: de
acordo com seu conhecimento teórico do instituto que representa ao
magistrado, aquele detalhe é importante? Se a resposta for sim, então
coloque o dado. Se for não, relaxa, magrão.

Exemplificando, podemos ter uma questão enorme que além de outros dados,
narra a compra de um veículo pelo investigado. Você, diante da utilização do
nosso método identificou sem sombra de dúvidas que a peça adequada é uma
representação por prisão preventiva, diante do receio de fuga do investigado
(garantia da aplicação da lei penal). Voltando ao diacho da compra do
carro... Sim... o investigado vai utilizar esse veículo para a fuga? Não... então
qual a razão de mencionar essa compra.

Não deixe o examinador confundir sua cabeça,

Não tem erro se você seguir os seguintes passos:

 
 
 
   
1ª Leia o texto da questão e responda organizadamente e com
suas palavras todos os dados do Heptâmetro de Quintiliano que, naquele
momento, estão disponíveis.

Esqueceu o que é Heptâmetro de Quintiliano?

Ok...

Olha ele aí de novo:

O  QUE?

QUEM?

QUANDO?
Heptâmetro  
de   Perguntas  a  serem  
respondidas
POR  QUE?

Quintiliano COMO?

ONDE?

COM  QUE  
AUXÍLIO?

Ressalte no seu texto a razão de fato que vai “casar” com a sua
fundamentação do tópico adiante.

DOS FUNDAMENTOS

Sem dúvida, além da escolha correta da peça - que já pode ser avaliada no
preâmbulo - esse é o ponto mais importante da prova. Muita atenção, portanto!

Esse é o momento de, caso haja deseje, de se realizar um breve apanhado


teórico acerca da medida que se está pleiteando.

A fórmula mais completa para realizar esse esboço é pensar nos elementos
seguintes e ver se, diante da medida representada, há necessidade de abordá-

 
 
 
   
los: 1) fundamentação legal e constitucional (se houver), já dita no preâmbulo,
2) doutrina; 3) relacionar princípio(s); 4) jurisprudência atualizada sobre a
situação, sobretudo (em caso de estar a situação em voga nos tribunais); 5)
expressão jurídica, sobretudo se refira-se à origem do instituto.

Fundamentação  legal    
e  constitucional

Doutrina

PONTOS  A  SEREM  
CONSIREDADOS  PARA   Avaliar  a  necessidade  
Princípio(s)
SE  DISCORRER  SOBRE   de  citar
O  INSTITUTO

Jurisprudência  ,  se  a  
situação  estiver  em  
voga  nos  Tribunais.  

Expressão  jurídica

É importante, com a prática, ter em mente um texto previamente montado


acerca das principais cautelares, a fim de não perder tempo na hora da
realização da prova.

O apanhado teórico acima deve ser breve e o candidato deve exercer seu
poder de síntese para não se perder no número de linhas. Não se preocupem...
vamos treinar bastante ainda, champs!

Nesse tópico também é o momento de se ressaltar o fumus comissi delicti e o


periculum in mora, que vai variar conforme a medida, obviamente. Sendo
assim:

1º indique os indícios suficientes de autoria: quais os fatos que


indicam que aquele suspeito pode ter cometido o delito. De forma mais técnica,
qual a justa causa para o indivíduo estar sendo investigado e como as
investigações apontam para a autoria dele.

 
 
 
   
2º Indique que a materialidade do delito. Lembrando que aqui
esses elementos devem estar provados. Ressalte na peça a existência de
eventuais laudos periciais.

PROVA  DA  
EXISTÊNCIA  DO  
CRIME
FUMUS  COMISSI  
DELICTI
iNDÍCIOS  
SUFICIENTES  DE  
AUTORIA

SE LIGA NA SAGACIDADE: Jamais invente elementos que não foram


citados no corpo do caso prático!

Lembre-se, ainda que você deve demonstrar ao juiz que a medida é adequada
e proporcional. Em outras palavras a medida é necessária e adequada e, se
não for implementada, gerará risco provável grave e irreparável.

Lembra desse quadrinho?

PROVÁVEL

RISCO GRAVE

IRREPARÁVEL

Basicamente, neste tópico, devem ser feitas as correlações entre o resumo


descrito no tópico DOS FATOS com o direito e porque a medida é adequada
ao caso concreto e imprescindível.

 
 
 
   

DO(S) PEDIDO(S)

Como vimos anteriormente, em termos técnicos, a representação não se trata


de um requerimento, muito menos de um pedido. Entretanto, na prática
cartorária policial se consagrou o uso não técnico desta palavra, razão pela
qual, em que pese a crítica, iremos mantê-la.

Vamos utilizar um “pedido”7 padrão. Você deve repetir o fundamento legal


memorizado no quadro sinóptico.

Ao final, pode ser ressaltada alguma frase que demonstre o conhecimento de


que aquela representação terá manifestação do membro do Ministério Público.

O uso da expressão “nestes termos, pede deferimento” é facultativo e questão


de estilística, em que pese novamente a crítica acima. Eu não a utilizo em
minhas representações, mas a frase dá uma idéia de encerramento da peça.

Ficaria assim:

Por todo o exposto e com arrimo no art. 2º, da Lei nº 7960/89, representa esta
Autoridade Policial pela decretação da PRISÃO TEMPORÁRIA POR 05 (CINCO)
DIAS de FULANO, após a manifestação do ilustre representante do Ministério
Público.

                                                                                                                         
7
Só  vou  utilizar  aspas  essa  vez,  eu  juro.  

 
 
 
   

MODELO CORINGA

O curso, eu disse e repito, é extremamente prático. Se você seguir o esquema


que estou propondo, suas chances de se dar muito bem serão quase absolutas.
Vamos repisar os passos necessários:

Memorize  o  

1º 2ª 3º
Leia  
quadro   Use  o  modelo  
atentamente  
sinóptico  das   de  peça  
a  questão  da  
principais   coringa
prova
cautelares

Existem diversos modelos disponíveis na internet e em livros que poderiam ser


usados. Mas, para fins didáticos, e considerando a pesquisa de avaliação de
espelho das provas anteriores, adotei um modelo extremamente simples, que
pode ser adaptada para qualquer peça.

Com a prática, você vai acabar memorizando sua estrutura e vai se sentir à
vontade até para fazer pequenas adaptações para torná-la mais
personalizada, se quiser.

Não existe um padrão. Em provas, é interessante obedecer alguns elementos


de uma peça processual comum (utilizada por advogados).

Vamos à peça. BRASIL!?

 
 
 
   

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____


VARA (...) DA COMARCA DE (...)
Não use abreviações no endereçamento.

(pule de duas a quatro linhas). Apesar de usarmos caixa alta no texto digitado, prefira usar todas as
iniciais maiúsculas no texto manuscrito (Excelentíssimo Senhor Juiz ...)

O Delegado de Polícia ao final assinado, no uso de suas atribuições legais,


com fulcro (coloque aqui os fundamentos legais, memorizados conforme o QUADRO
SINÓPTICO DAS CAUTELARES), vem à presença de Vossa Excelência oferecer
representação por (coloque aqui o tipo de representação) em relação a FULANO,
pelos fundamentos de fato e de direito que pormenorizadamente se seguem
:

DA SINÓPSE DOS FATOS(aqui colocaremos um breve resumo dos fatos)

1ª Unicamente com base na questão apresentada, utilizando-se do poder de síntese, deve


ser ressaltado tudo que houver sobre as seguintes perguntas: O Quê? Quem? Quando?
Onde? Por quê? Como? Com quem?

2ª Só devem ser ressaltados fatos relevantes que terão correlação com a parte da
fundamentação.

DOS FUNDAMENTOS (aqui colocaremos um breve apanhado sobre o instituto pleiteado,


além do fumus comissidelict e do periculum in mora, que vai variar conforme a medida).

1º Indique os indícios suficientes de autoria: quais os fatos que indicam que


aquele suspeito pode ter cometido o delito. De forma mais técnica, qual a justa
causa para o indivíduo estar sendo investigado e como as investigações
apontam para a autoria dele.

2º Indique que a materialidade do delito. Lembrando que aqui esses elementos


devem estar provados. Ressalte na peça a existência de eventuais laudos
periciais.

 
 
 
   
3º Demonstre ao juiz que a medida é adequada e proporcional e, se não for
implementada de forma célere, gerará risco provável grave e irreparável.

DO(S) PEDIDO(S) (aqui será apenas o fechamento da peça, indicando ao magistrado a


razão da representação).

Por todo o exposto e com fulcro nos dispositivos legais acima referidos, representa

esta Autoridade Policial pela expedição do competente mandado de (...).

Nestes termos, pede deferimento.(como já dito, opcional).

(PELO AMOR DE DEUS, NÃO IDENTIFIQUE SUA PROVA)

Espero que todos tenham aproveitado bastante esta primeira aula, pois ela será
a base para as demais. A próxima aula trata acerca da primeira cautelar, a
Busca e Apreensão. Bons estudos!!!

VAMOS EXERCITAR

ATIVIDADE 01: LEITURA EXPLORATÓRIA

INSTRUÇÕES: fazer a leitura exploratória do texto, devendo descrever:

a)  Quais são os fatos;


b)  Quais são os elementos de materialidade
c)  Quais são os elementos de autoria
d)  Qual o fundamento para a medida cautelar

 
 
 
   

A Delegacia de Homicídios da Capital iniciou investigação criminal sobre a


morte de JOSÉ CARLOS APARECIDO, 25 anos. Segundo consta, a vítima estava
desaparecida desde o dia 20/09/2020, tendo sido encontrada sem vida por
populares em um lixão no dia 25/09/2020.

Equipe de policiais civis compareceu ao local e qualificou o Sr. GURMENCINDO


SOUSA, catador de lixo que achou o corpo. Segundo ele, o corpo apareceu no
local pela manhã, já que no dia anterior havia ali trabalhado e não viu nada
de diferente. Afirma que deixou o local por volta da 17h e retornou no dia dos
fatos, por volta das 8h, quando viu o corpo.

A vítima estava em decúbito dorsal, com livores fixos na parte inferior e rigidez
cadavérica instalada, segundo Laudo de Local de Morte Violenta.

Laudo Cadavérico descreve lesões antigas e recentes, compatíveis com


instrumento contundente. A causa da morte foi descrita como traumatismo
craniano na parte anterior da cabeça.

Questionado os peritos se o traumatismo pode ter sido causado pela queda de


própria altura, a resposta foi “inconclusiva”.

Segundo relato dos parentes, no dia 25 JOSÉ saiu sozinho, por volta das 9h, em
direção a uma obra que trabalhava no mesmo bairro. Foi ao local de bicicleta.

Os policiais entrevistaram o responsável pela obra, que afirmou que a vítima


deixou o local por volta de 17h do dia 25, tendo recebido 200 reais em dinheiro
pela diária de trabalho.

As investigações avançaram e identificaram que JOSÉ passou na casa de ANA,


localizada na Rua das Dores, Bairro Afastado, Casa 121, desta capital, que fica
a cerca de 500 metros onde foi encontrado. Lá manteve relações sexuais com
ela. ANA afirmou que recebeu 50 reais de JOSÉ, tendo ele saído por volta das
18h30 com sua bicicleta.

 
 
 
   
Na casa de ANA reside também seu filho PEDRO, de 19 anos. PEDRO e JOSÉ já
tinham se desentendido em outras ocasiões, uma vez que aquele não gostava
de sua presença na casa.

Notícia anônima noticia que PEDRO teria tido uma briga com JOSÉ perto do
lixão. Em seguida, com uma chave de roda, o teria acertado na cabeça e
depois escondido o instrumento na parte interna do lote onde reside.

PEDRO não foi encontrado para ser ouvido. Foi intimado através de sua
genitora, mas não compareceu no dia marcado.

A vítima foi encontrada com todos os seus pertences, quais sejam, carteira com
documentos pessoais, bem como o restante do dinheiro recebido.

PEDRO não possui antecedentes criminais.

Laudo toxicológico cadavérico identificou cloridrato de cocaína no sangue de


JOSÉ.

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