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Introdução..........................................................................................................................4
2. Notitia Criminis..............................................................................................................5
3. Natureza Jurídica..........................................................................................................8
3.1 Finalidade..................................................................................................................8
4.1 Administrativo............................................................................................................12
4.2 Dispensável...............................................................................................................12
4.3 Informativo................................................................................................................12
4.4 Sigiloso......................................................................................................................13
4.6 Autoritariedade..........................................................................................................16
4.7 Oficiosidade..............................................................................................................16
4.8 Oficialidade...............................................................................................................16
4.9 Indisponibilidade.......................................................................................................16
4.10 Inquisitivo................................................................................................................17
4.11 Escrito......................................................................................................................17
4.12 Esquematizando.....................................................................................................17
5. Instauração do Inquérito...............................................................................................18
6. Indiciamento..................................................................................................................20
12. Revisão.........................................................................................................................25
GABARITO.........................................................................................................................38
INQUÉRITO POLICIAL ESQUEMATIZADO
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Introdução
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2. Notitia Criminis
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Em outras palavras: quando você ouve termos como “disque-denúncia” ou pessoas afir-
mando que vão “prestar queixa na delegacia”, na verdade não estamos tratando de denún-
cia ou queixa no sentido jurídico, mas sim, da chamada notícia do crime!
Nesse caso, estamos diante de mais uma espécie de notitia criminis, na qual há a
comunicação da infração penal por qualquer pessoa do povo, e não pela vítima ou seu
representante legal.
A delatio criminis pode se desdobrar nos conceitos de notitia criminis de cognição ime-
diata e de notitia criminis de cognição mediata:
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3. Natureza Jurídica
3.1 Finalidade
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Entretanto, o surgimento do art. 3º-C, § 3º, no CPP possui impacto sobre a referida
interpretação. Vamos relembrar a redação do novo artigo:
1
LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Direito Processual Penal. Volume Único. Salvador: Juspodvm, 2020. p. 162-165.
2
Idem, p. 164.
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Note-se que há ainda um possível conflito com o art. 155 do CPP, a saber:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamen-
te nos elementos informativos colhidos da investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas (grifos nossos).
Esse dispositivo afasta a aplicabilidade do art. 155 do CPP: [...] Terminou essa
fase. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão nos elementos infor-
mativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetí-
veis e antecipadas. Os autos da investigação, para essa finalidade, desaparecem.
Ficam arquivados em cartório.4
Veja como o assunto é confuso. Nucci (2020) entende ser melhor afastar a aplicabili-
dade do art. 155. Entretanto, esse é o posicionamento dele, não há ainda um entendimento
pacificado sobre o tema.
Temos ainda o problema das provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Algumas vezes, durante o curso da investigação, existem elementos de informação,
que podem vir a ter valor probatório, e que não podem ser repetidos em juízo. Ou eu colho
esses elementos AGORA, ou perco aquela futura prova.
Assim, o CPP nos apresenta a exceção em questão, deixando entrever ser possível que
o Juiz forme sua convicção, de forma excepcional, com base em provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas, produzidas durante a fase investigatória.
Entretanto, é preciso perceber que, como o contraditório é peça essencial para a pro-
dução de provas, essa possibilidade de produção cautelar gera um problema ao devido pro-
cesso legal, o qual é resolvido pelo chamado contraditório diferido ou postergado.
Em outras palavras, a regra é a produção de prova em juízo, onde existe o que cha-
mamos de contraditório REAL, ou contraditório PARA A PROVA, o qual demanda que as
partes atuem na própria formação do elemento de prova.
No caso das provas cautelares e não repetíveis, no entanto, isso se torna impossível
de realizar na prática. Logo, resta o que a doutrina chama de contraditório diferido, ou con-
traditório SOBRE A PROVA, no qual se reconhece a atuação do contraditório após a prova
já formada.
3
NUCCI, Guilherme. Pacote Anticrime Comentado: Lei 13.964, de 24.12.2019. Rio de Janeiro: Forense, 2020. p. 48-49.
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Imagine que um indivíduo foi submetido a lesões corporais de natureza LEVE. Foi
encaminhado ao IML, onde o perito atestou para a existência das lesões.
Ao tempo da audiência de instrução, as lesões já se curaram, restando apenas o
laudo emitido pelo Instituto Médico-Legal.
No caso em tela, veja que é impossível repetir a prova em juízo (trata-se de prova não
repetível). Assim, utiliza-se o contraditório diferido sobre a referida prova. O laudo será ava-
liado em juízo, onde será discutida sua admissibilidade, regularidade e idoneidade, para que
possa ser aceito e ser utilizado no curso do processo.
Mas note como não houve contraditório REAL, haja vista que a prova foi produzida sem
a presença das partes e a supervisão do Magistrado!
Felizmente, quanto às referidas provas, sabemos que a própria inovação do art. 3º-C
(§ 3º) fez ressalva, ao permitir que o Juiz da instrução tome conhecimento dos referidos
meios de prova.
Resumindo a polêmica
Caro aluno: você sabe que eu prezo sempre por apresentar uma linguagem simples e
um posicionamento definitivo para provas de concursos. Siga por esse ou por aquele cami-
nho. Infelizmente, no cenário atual do Pacote Anticrime, isso ainda não é possível.
O Juiz das garantias, bem como todos os artigos inerentes à sua implantação (3º-A a
3º-F) estão suspensos em decisão liminar do Ministro Luiz Fux, do STF (20/02/2020). Assim
sendo, todas as dúvidas levantadas pela doutrina ainda não podem ser dirimidas.
Assim, não há como apresentar, nesse momento, se haverá prevalência da interpreta-
ção sistêmica ou restritiva dos artigos 3º-C e 12 do CPP. Não há como “bater o martelo” sobre
a aplicabilidade do art. 155 após o Pacote Anticrime.
Nesse momento, é importante você saber que ocorreram mudanças estruturais no pro-
cesso penal e que essas mudanças vão necessitar de ampla discussão quando o instituto do
Juiz das garantias começar a ser implantado na prática.
Assim, a jurisprudência começará a responder às dúvidas levantadas pela doutrina,
e como é natural, a nos fornecer o posicionamento majoritário e mais seguro para fins de
prova. Até lá, cabe a nós manter nossos estudos alinhados à bibliografia existente (a qual
vem sendo apresentada no decorrer da presente aula).
Vamos em frente!
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4.1 Administrativo
4.2 Dispensável
Segundo a doutrina majoritária, a justa causa, na esfera penal, é configurada pela mate-
rialidade do delito e indícios de autoria.
Estando presentes os elementos que compõem a justa causa, a denúncia possuirá
o chamado suporte probatório mínimo para seguir em frente, possibilitando a proposi-
tura da ação.
É entendimento do STF atualmente que o MP, por ser titular da ação penal (e possuir
o direito maior, que é o de acusar), pode o menos (que é investigar). Oras, se o próprio MP
pode investigar por conta própria, por que é que tal órgão iria depender da existência de
um inquérito para oferecer uma ação penal?
Resumindo: não caia em pegadinhas em que o examinador alega que uma ação penal
não pode ser proposta se um inquérito estiver em andamento. Se, por algum motivo, o MP
conseguir a justa causa da ação penal antes que a polícia conclua o inquérito, poderá propor
a ação normalmente. O inquérito é, portanto, dispensável.
4.3 Informativo
O inquérito policial é uma peça informativa. Nesse sentido, seus vícios, via de regra,
não têm o poder de causar a nulidade da ação penal. Esse é o posicionamento do STF, publi-
cado em seu Informativo 824. Para conhecimento:
Informativo 824/STF
Vício em inquérito policial e nulidade de ação penal
É incabível a anulação de processo penal em razão de suposta irregularidade
verificada em inquérito policial. Esse o entendimento da Segunda Turma, que, ao
reafirmar a jurisprudência assentada na matéria, negou provimento a recurso or-
dinário em habeas corpus em que se pleiteava a anulação de atos praticados em
inquérito policial presidido por delegado alegadamente suspeito) (grifos nossos).
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4.4 Sigiloso
O primeiro indivíduo que possui acesso aos autos do inquérito é, obviamente, o advo-
gado, por força do Estatuto da OAB.
Ainda que o Estatuto da OAB não integre expressamente determinado conteúdo pro-
gramático, algumas informações ali contidas estão diretamente relacionadas ao assunto
inquérito policial, de forma que anexaremos aqui os trechos mais relevantes nesse sentido.
Nesse sentido, são prerrogativas do advogado (Estatuto da OAB (Lei n. 8.906/1994):
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A leitura rápida do § 10 nos faz crer que o advogado sempre deverá apresentar procura-
ção para ter acesso aos autos de qualquer inquérito (haja vista que, conforme acabamos de
estudar, trata-se de procedimento sigiloso por natureza). No entanto, não é essa a interpreta-
ção que prevalece na doutrina. Para compreender, de fato, como funciona o sigilo no âmbito
do IP, é necessário diferenciar os institutos do SIGILO INTERNO e do SIGILO EXTERNO.
Inicialmente, a doutrina nos ensina que o inquérito policial se submete ao chamado sigilo
externo, nos termos do art. 20 do Código de Processo Penal: “Art. 20. A autoridade assegurará
no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”.
É esse o sigilo regular do inquérito policial, tutelado por tipos penais como o delito de
violação de sigilo funcional (art. 325 do Código Penal).
Inicialmente, note que o sigilo do IP não atinge o MP nem a autoridade judiciária. No
mesmo sentido, o sigilo externo não afeta a possibilidade de acesso do advogado, mesmo
sem procuração, em decorrência do Estatuto da OAB. Essa é a regra geral.
Dito isso, pode acontecer que um determinado inquérito conte com informações sigi-
losas em seus autos, tais como uma quebra de sigilo telefônico ou uma quebra de sigilo
bancário. Assim, não estamos diante do mero sigilo regular do IP, mas de sigilo dos próprios
documentos que integram os autos.
Nesse caso, a doutrina nos orienta que apenas o advogado que detém procuração
poderá examinar o referido inquérito, em razão do sigilo dos referidos documentos, e não
do procedimento em si.
Por fim, é preciso observar uma exceção: no caso de diligências não documentadas,
ainda em andamento ou que ainda não foram realizadas, limita-se o acesso do advogado,
para resguardar a eficácia da medida investigatória. Nesse sentido, Renato Brasileiro (2020):
Note, portanto, que a autoridade competente tem o poder de delimitar esse acesso
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade
das diligências.
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Observe, no entanto, que as perguntas formuladas pelo defensor podem ser inde-
feridas pela autoridade policial.
Além do advogado, existem outros sujeitos processuais que possuem acesso ao inqué-
rito policial para que possam exercer suas atribuições no processo penal. São eles:
• Ministério Público;
• Juiz.
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4.6 Autoritariedade
4.7 Oficiosidade
Ao estudar ação penal, você aprende que, em regra, os delitos são de ação penal
pública incondicionada. Ou seja: o titular da ação penal é o Estado, e não a vítima, e nem
mesmo ela tem o poder de impedir que o Estado dê início à persecução penal.
Nesse sentido, o inquérito também é regido, via de regra, pela oficiosidade (pelo dever
da autoridade pública de agir de ofício).
Assim, nesses crimes de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial
terá o dever de agir de ofício (sem ser provocada) e investigar os crimes dessa natureza de
que tiver notícia.
Em alguns casos – como na ação penal privada –, existirá uma exceção ao princípio
da oficiosidade (pois a autoridade pública necessitará de uma autorização para proceder à
instauração do inquérito e para realizar as apurações necessárias).
4.8 Oficialidade
4.9 Indisponibilidade
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4.10 Inquisitivo
4.11 Escrito
O inquérito policial é um procedimento formal, e por isso, tem como característica básica
ser escrito.
Em outras palavras, isso significa que todo tipo de ato que for realizado oralmente
em um inquérito policial deve ser reduzido a termo!
Assim, se a autoridade policial ouve uma testemunha, deverá reduzir a oitiva a termo (com
o auxílio do Escrivão de Polícia), de modo a respeitar a característica escrita do inquérito policial.
4.12 Esquematizando
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5. Instauração do Inquérito
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Denúncia anônima não é meio idôneo para justificar a instauração de inquérito policial.
Segundo o STF, a mera existência das chamadas peças apócrifas (ou seja, anônimas)
não é suficiente para embasar a instauração de um inquérito policial.
Entretanto, ainda segundo o STF, embora a denúncia anônima não sirva como embasa-
mento para a instauração de inquérito policial, ela é justificativa válida para que a autoridade
policial apure os fatos contidos na denúncia e recolha mais informações.
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6. Indiciamento
Regra geral, qualquer pessoa pode ser indiciada. Na maioria dos casos, portanto, a
autoridade policial possui prerrogativa para instaurar o IP e, ao final, indiciar ou não o inves-
tigado. Entretanto, existem algumas exceções a essa regra.
A primeira delas está prevista no art. 41 da Lei n. 8.625/1993, a famosa Lei Orgânica
do Ministério Público:
Assim sendo, caso a autoridade policial descubra, no curso de uma investigação, indí-
cio de envolvimento de membro do MP, deverá imediatamente remeter os autos ao PGJ,
o qual terá atribuição para prosseguir na apuração dos fatos.
Tal entendimento se aplica também no caso de descoberta de indício de envolvi-
mento de Magistrado, ato em que a autoridade policial deverá remeter os autos do IP
ao Tribunal ou órgão competente para atuar na referida investigação.
Tal obrigação decorre da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LC n. 35/1979).
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O próximo ponto (talvez o mais polêmico da mudança trazida pela Lei n. 13.964/2019,
juntamente com a criação da figura do Juiz das garantias) está na mudança na redação do
art. 28 do CPP.
Redação anterior à Lei n. 13.964/2019:
A redação do art. 28 talvez consista no ponto mais confuso da nova Lei. Se analisarmos
os comentários realizados pela CCJ no âmbito do PL n. 6.341/2019 (o qual deu origem à
legislação em estudo), verificaremos que o legislador pugnou pela supressão da possibili-
dade de que o Magistrado venha a discordar do pedido de arquivamento, com a poste-
rior remessa ao Procurador Geral.
Nesse sentido, parece que a mudança na legislação busca alterar o fluxo procedimental
do arquivamento do IP, no qual o MP comunica à vítima, ao investigado e à autoridade
policial sobre sua decisão, encaminhando os autos para instância de revisão ministe-
rial e homologação.
Outra novidade bastante relevante foi trazida pela inserção dos parágrafos a seguir:
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Segundo Nucci5 (2020), a mudança proposta pela nova legislação valoriza a vítima
quanto ao arquivamento, permitindo-lhe impetrar recurso a órgão superior do MP,
e retira o Juiz do referido cenário, garantindo o controle do inquérito arquivado ao
próprio MP.
Veja que a previsão do art. 29 do CPP é distinta e trata do caso de ação penal
privada subsidiária (quando o MP perde o prazo), e não do caso em que a vítima não
concorda com o arquivamento.
De certa forma, a redação do art. 28 e de seu § 1º acaba se tornando bastante confusa
(o art. 28 trata da remessa para homologação, e o §1º cria a possibilidade de revisão em
razão do pedido da vítima). Eis outro ponto que necessitará de manifestação doutrinária para
maiores esclarecimentos.
No mais, estamos de ponto ainda mais delicado, haja vista a suspensão, pelo STF, da
nova redação do art. 28 do CPP.
8. Incomunicabilidade durante o IP
ATENÇÃO
A incomunicabilidade prevista no art. 21 do CPP não existe mais. Esse artigo não foi recep-
cionado pela CF/1988!
Indo ainda mais longe, é correto afirmar que não existe mais nenhuma hipótese legal
em que um preso, sob a vigência da CF atual, possa ficar incomunicável. Portanto, descon-
sidere o art. 21 do CPP ao estudar!
5
NUCCI, Guilherme de Souza. Pacote Anticrime Comentado: Lei 13.964, de 24.12.2019. Rio de Janeiro: Forense, 2020. p. 48-49
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Os prazos listados nessa tabela como prorrogáveis podem ser ampliados mais de uma
vez (indefinidamente), de acordo com a necessidade.
Já os prazos fixos de prorrogação (como o prazo do inquérito com investigado preso na
justiça federal, 15 + 15) só podem ocorrer uma única vez!
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O inquérito instaurado no âmbito do STF para apurar as chamadas fake news tem cha-
mado a atenção dos estudantes de Direito e da disciplina processual penal em geral.
Nesse sentido, cabe apontar para o entendimento do STF sobre o referido inquérito,
sumarizado no âmbito do Informativo 982, entendendo que o referido inquérito é constitu-
cional, bem como a previsão do art. 43 do RISTF:
Sugestão para fins de prova: não busque analisar esse tema do ponto de vista doutri-
nário ou adentrar o mérito da decisão da Suprema Corte. Apenas leve o entendimento para
a prova, na literalidade do Informativo 982, caso o item remeta ao referido caso concreto.
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12. Revisão
Inquérito Policial
Conceito:
• É um procedimento administrativo conduzido pela polícia judiciária para apurar uma infra-
ção penal e sua autoria, com o objetivo principal de formar a opinião do membro do MP.
Características:
Instauração:
• De ofício;
• Por requisição de autoridades públicas;
• Por requerimento do ofendido;
• Por denúncia de terceiros;
• Com a lavratura do auto de prisão em flagrante;
• Não pode ser instaurado com base unicamente em denúncia anônima.
8
(Info 652- STJ – 04/06/2019).
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Arquivamento:
Desarquivamento:
Incomunicabilidade do indiciado:
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TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
(Redação dada pela Lei n. 9.043, de 9.5.1995)
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requeri-
mento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o n. II conterá sempre que possível:
a. a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b. a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de con-
vicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade
de o fazer;
c. a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso
para o chefe de Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal
em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade
policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade poli-
cial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
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III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas cir-
cunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo
III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas
que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu tem-
peramento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos,
indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que
esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título
IX deste Livro.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso
em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir
do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto,
mediante fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao
juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiri-
das, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade
poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realiza-
das no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,
acompanharão os autos do inquérito.
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Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de
base a uma ou outra.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julga-
mento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV – representar acerca da prisão preventiva.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art.
159 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder
público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de
suspeitos. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
conterá: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico
de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar,
mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/
ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados como sinais,
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em
curso. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura,
setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá
de autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não
superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresen-
tação de ordem judicial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
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Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade
policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencio-
nando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à
pessoa do indiciado.
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Certo.
Exatamente isso. O MP tem o poder de requerer o juiz a devolução de inquérito se enten-
der que existem diligências imprescindíveis para o oferecimento da denúncia.
Certo.
Isso mesmo! O Juiz pode sim requisitar a instauração de inquérito policial ao Delegado de
Polícia, porém o indiciamento é ato privativo da autoridade policial e só ela pode fazê-lo.
Errado.
Repetimos esse ponto várias vezes, pois o examinador simplesmente adora bater nessa
tecla: Delegado de Polícia não pode determinar arquivamento de inquérito policial! Não
importa se existiam excludentes de ilicitude. Essa regra não comporta exceção!
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Certo.
Exatamente. O IP é um procedimento inquisitivo, e não observa o contraditório e a ampla
defesa. Entretanto, isso não é uma nulidade – é da própria natureza do procedimento, a
qual visa privilegiar a busca da verdade real.
Errado.
De novo essa história de Delegado arquivar inquérito policial. Não pode, em hipótese algu-
ma. Não tem conversa. Assertiva errada!
Certo.
O IP é sim um procedimento DISPENSÁVEL. Se a justa causa da ação penal puder ser
obtida de outras formas, a ação poderá ser intentada sem que se instaure um inquérito
policial, sem problema algum!
Certo.
Certinho. É exatamente o que diz a norma do art. 5º, § 2º, do CPP. Letra da lei, pura
e simples!
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Errado.
Até em prova para o cargo de Procurador caem questões sobre o arquivamento por parte
do Delegado de Polícia. Lembre-se sempre: nem mesmo se o MP concordar o inquérito
poderá ser arquivado pela autoridade policial.
Certo.
Um dos indivíduos ao qual em regra não se aplica o sigilo do inquérito policial é justamente
o defensor (advogado). Por força do estatuto da OAB, conforme estudamos, ele terá sim
acesso aos autos do inquérito.
Errado.
Não existe mais incomunicabilidade do indiciado, em nenhuma hipótese! Conforme estu-
damos, a norma do art. 21 do CPP não foi recepcionada pela CF/1988.
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Errado.
Não se assuste com essas questões com enunciados gigantes. O examinador só quer te
distrair. A obrigatoriedade de instauração do inquérito não existe em todos os casos, como
afirmou o examinador. Via de regra, a ação penal será pública incondicionada, e a autori-
dade estará obrigada a proceder à abertura do inquérito policial.
No entanto, em delitos nos quais há necessidade de representação ou queixa, a autoridade
policial não poderá instaurar o IP sem a manifestação do ofendido, motivo pelo qual o item
está incorreto.
Errado.
Prazos, como sempre, basta decorar. Não tem muito segredo! Na questão acima, os pra-
zos são, na verdade, 15 + 15 para investigado preso, e trinta dias prorrogáveis, em caso
de investigado solto. Assertiva incorreta!
Errado.
Negativo! O prazo de conclusão do inquérito de atribuição da justiça estadual, com inves-
tigado preso, é de dez dias, e não quinze, como afirma a questão!
Errado.
Na nova sistemática processual, não cabe mais ao Juiz se manifestar sobre o arquivamen-
to do IP. Assim sendo, o item está incorreto, nos termos da nova legislação sobre o tema.
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Errado.
Questões de prazo são tristes, mas não tem o que fazer. Ler, reler e praticar! No caso
apresentado, temos um inquérito instaurado na justiça estadual, no qual o investigado está
preso. Investigado preso + justiça estadual, fica fácil: dez dias!
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GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. C
5. E
6. C
7. C
8. E
9. C
10. E
11. E
12. E
13. E
14. E
15. E
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REFERÊNCIAS
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 25 ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
_______. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 8.906, de 04 de julho de 1994. Dis-
põe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm. Acesso em: 16 ago. 2022.
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_______. Supremo Tribunal Federal. Regimento Interno – Atualizado até a Emenda Regi-
mental n. 57/2020. Disponível em: https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/legislacaoRegimen-
toInterno/anexo/RISTF.pdf. Acesso em: 16 ago. 2022.
LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Direito Processual Penal. Volume Único. Salvador:
Juspodivm, 2020.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 5 ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. p. 143.
NUCCI, Guilherme. Pacote Anticrime Comentado: Lei 13.964, de 24.12.2019. 1 ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2020.
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. Sal-
vador: Juspodivm, 2022.
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