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A abertura da instrução preparatória é obrigatória para o MP.º sempre que tiver notícia
de um crime, porque, a sua actuação encontra-se vinculada a critérios de legalidade. Só deixará
de faze-lo quando, verificados os pressupostos legais, «optar pela submissão do indiciado a
julgamento em processo sumário.
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1.1 Instrução Preparatória
Para além dos casos em que a “ notitia criminis” é oficiosa, a instrução abre-se a partir
de fora, mediante participação ou denúncia de particulares ou de autoridades, agentes de
autoridade ou funcionários públicos no exercício das suas funções ( auto de notícia). A
denúncia, o conhecimento de um crime, pode ser verbal ou escrita e deve conter os elementos
indicados( exposição dos factos; a indicação do autor, sendo conhecido; a identidade do
ofendido, se também for conhecida; e os nomes e residências das testemunhas).
A denúncia verbal é reduzida a escrito pelo funcionário que a recolhe a assinada por
ele e pelo denunciante, se souber escrever, nº 2 do art. 307.º do CPPA. Os particulares não têm
o dever de denunciar, Para eles a denúncia é facultativa. Têm o direito, ou melhor, a
faculdade de o fazerem, mas não a obrigação.1
O auto de notícia está previsto e regulado no art. 304.º do CPPA, e nele devem
mencionar-se os factos que constituem a infracção, as circunstâncias em que foram
cometidas, os elementos apurados quanto à identidade do seu autor, além da indicação das
testemunhas (duas, pelo menos) que os presenciaram.
Só os autos de notícia que obedecerem às condições tem valor como tal. Se as entidades
que os levantaram não presenciaram as infracções, a forma de as dar a conhecer pode ser
essa, mas os efeitos não os mesmos. E que efeitos produz então o auto de notícia? A este
respeito, há que destingir:
a) Se forem levantados pelo juiz por infracções criminais que que tenham sido praticadas
perante ele em actos judicias ou que a eles digam respeito, farão fé em juízo, até prova
em contrário.
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RAMOS, Grandão. V; Noções Fundamentais de Direito processual penal, pág. 276.
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b) Se forem levantados por qualquer entidade, agente de autoridade ou funcionário, só
farão fé em prejuízo se disserem respeito a infracção a que corresponda processo de
polícia correcional, trangressões ou sumário.
Neste sentido, poder-se-á dizer que a instrução preparatória é uma instrução prévia que
tem como fim carrear elementos que permitem o exercício da acção penal pelo ministério
público art..., na instrução preparatória reúnem-se os elementos de indicação necessários para
fundamentar a acusação. Esta é constituída por factos e os não se presumem nem se imaginam
É o que se processa com o processo sumário. Sempre que os infractores sejam presos
em flagrante delito Por infracção a que for aplicável pena de prisão até dois anos serão
julgado sumariamente al. a) do art. 300.º do CPPA. Substituem a instrução preparatória os
autos de notícia a que se refere o art . 304.º do CPPA.
A instrução preparatória está sujeita a prazos e tem de ser concluída dentro dos
prazos fixados na lei. Em princípio a instrução preparatória deverá ultimar-se, havendo
arguidos presos, em prazos de 6 messes. Não havendo arguidos presos, o prazo da instrução
é de 24 meses, N. º1 do art. 321.º do CPPA. O prazo de 6 meses, a que se refere o número
anterior é elevado para 10 meses nos casos a que se refere o nº 2 do art. 283.º do CPPA, em
processo penal os prazos, de instrução preparatória, ela só deverá continuar como
contraditória competindo, então, ao Ministério público acusar provisoriamente e requerer a
abertura da instrução contraditória.2
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RAMOS, Grandão. V; Noções Fundamentais de Direito processual penal, pág. 279
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1.5 Conclusão da instrução preparatória
A instrução preparatória considera-se finda quando tenha sido obtido prova bastante
para fundamentar a acusação ou deva ter lugar a abstenção da acusação ou quando tenha
corrido o prazo legal art art. 321.º do CPPA, finda a instrução preparatória, o Ministério
Público ou deduz acusação no prazo de 10 dias art. 328.º do CPPA, , ou manda proceder a
diligências complementares de provas art. 322.º do CPPA ou se abstém de acusar.
a) Se da instrução resultar que os factos apurados não constituem infracção penal ou que
a acção penal se extinguiu em relação a todos os agentes;
b) Se da instrução resultar que o arguido não é agente da infracção ou que não é
responsável por ela art. 322.º CPPA
1.6 A acusação
Terminado o prazo de instrução preparatória sem haver indícios suficientes para acusar
os arguidos, mas for de presumir que a prova indiciaria possa completar-se, o Ministério
Público deverá ( e o assistente, se houver, poderá). Acusar provisoriamente e requerer a
instrução contraditória art. 333.º do CPPA.
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RAMOS, Grandão. V; Noções Fundamentais de Direito processual penal, pág. 280
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CONCLUSÃO
O processo penal inicia-se sempre pela fase processual de instrução preparatória, a sua
omissão torna nulo o procedimento. A instrução contraditória como ressaltam MANUEL
SIMAS SANTOS, “constitui, assim, verdadeiramente o único instrumento de investigação
criminal, absolutamente indispensável para se poder responsabilizar alguém pela prática de um
crime”, na medida em que, no âmbito do processo comum, somente através dele é possível
efectuar diligências que se destinam averiguar a existência de um crime, no sentido de se
determinar e responsabilizar os seus agentes.
A abertura da instrução preparatória é obrigatória para o MP.º sempre que tiver notícia
de um crime, porque, a sua actuação encontra-se vinculada a critérios de legalidade. Art. 48.º
e 49.º do CPPA, Só deixará de faze-lo quando, verificados os pressupostos legais, «optar pela
submissão do indiciado a julgamento em processo sumário.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA