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INTRODUÇÃO

No processo penal angolano, à instrução preparatória. A fase preparatória do processo


é dedicada à investigação e recolha de provas. “É instrução preparatória, pois, porque
preparatória da acusação.” Esta fase processual é caracterizada pela sua secretude e, tem de
ser necessariamente escrita, depois dos actos subsequente da instrução preparatória da lugar à
acusação. O fim último da acusação, é chamar à responsabilidade perante um tribunal, em nome
da comunidade, uma pessoa determinada sobre à qual recai a suspeita de ter cometido um
crime. E a competência para seu o exercício está arrogada ao Ministério Público.

A abertura da instrução preparatória é obrigatória para o MP.º sempre que tiver notícia
de um crime, porque, a sua actuação encontra-se vinculada a critérios de legalidade. Só deixará
de faze-lo quando, verificados os pressupostos legais, «optar pela submissão do indiciado a
julgamento em processo sumário.

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1.1 Instrução Preparatória

A instrução preparatória é a fase de investigação e recolhas de provas ou de formação


do corpo de delito. Ela abre-se com a notícia ou conhecimento de que foi cometido uma
infracção, conhecimento que pode ser directo (oficioso) ou obtido através da informação de
terceiras pessoas. Para que haja esse conhecimento necessário à abertura da instrução
preparatória, basta a simples suspeita da existência de um crime. Suspeita, entretanto, que é
preciso ser fundamentada e assentar em elementos objectivos dotados de um mínimo de
verosimilhança.

Uma convicção meramente subjectiva, um boato insusceptível de confirmação, absurdo


ou irreal, não são suficientes para abrirem a instrução preparatória. A suspeita deve incidir,
em primeiro lugar, sobre um facto criminoso, um crime que alguém praticou; não é preciso
todavia, que, desde logo, as suspeitas recaiam num sujeito determinado. O processo pode ser
instruído sem o conhecimento de quem foi o autor do crime.

Para além dos casos em que a “ notitia criminis” é oficiosa, a instrução abre-se a partir
de fora, mediante participação ou denúncia de particulares ou de autoridades, agentes de
autoridade ou funcionários públicos no exercício das suas funções ( auto de notícia). A
denúncia, o conhecimento de um crime, pode ser verbal ou escrita e deve conter os elementos
indicados( exposição dos factos; a indicação do autor, sendo conhecido; a identidade do
ofendido, se também for conhecida; e os nomes e residências das testemunhas).

A denúncia verbal é reduzida a escrito pelo funcionário que a recolhe a assinada por
ele e pelo denunciante, se souber escrever, nº 2 do art. 307.º do CPPA. Os particulares não têm
o dever de denunciar, Para eles a denúncia é facultativa. Têm o direito, ou melhor, a
faculdade de o fazerem, mas não a obrigação.1

A denúncia, todavia, é obrigação para as autoridades policiais, quanto a todas as


infracções de que tenham conhecimento; e para a a funcionários públicos, quanto às infracções
de que tomem conhecimento no exercício ou por causa do exercício das suas funções art.
305.º do CPPA Se as infracções forem presenciadas por essas entidades, a denúncia tomará
então a forma de auto de notícia art. 304.º do CPPA.

O auto de notícia está previsto e regulado no art. 304.º do CPPA, e nele devem
mencionar-se os factos que constituem a infracção, as circunstâncias em que foram
cometidas, os elementos apurados quanto à identidade do seu autor, além da indicação das
testemunhas (duas, pelo menos) que os presenciaram.

Só os autos de notícia que obedecerem às condições tem valor como tal. Se as entidades
que os levantaram não presenciaram as infracções, a forma de as dar a conhecer pode ser
essa, mas os efeitos não os mesmos. E que efeitos produz então o auto de notícia? A este
respeito, há que destingir:

a) Se forem levantados pelo juiz por infracções criminais que que tenham sido praticadas
perante ele em actos judicias ou que a eles digam respeito, farão fé em juízo, até prova
em contrário.

1
RAMOS, Grandão. V; Noções Fundamentais de Direito processual penal, pág. 276.

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b) Se forem levantados por qualquer entidade, agente de autoridade ou funcionário, só
farão fé em prejuízo se disserem respeito a infracção a que corresponda processo de
polícia correcional, trangressões ou sumário.

1.2 Fins. Características e direcção da instrução preparatória

Do ponto de vista material, instrução é toda a actividade processual dirigida, além do


mais, à recolha de provas dos factos cometidos, de quem os cometeu, da personalidade do
agente, com vista à realização do fim do processo, isto é, à aplicação do direito penal
substantivo aos factos delituoso apurados pelo tribunal.

Deste ponto de vista a instrução decorre desde o início ao fim do processo, da


instauração até à audiência de discussão e julgamento. Mas não há que confundir essa
actividade global com a fase de instrução preparatória ou corpo de delito. A instrução
preparatória, em sentido formal, é a fase do processo que tem por por fim investigar o crime
e reunir o conjunto de provas que formam o corpo de delito, isto é, as provas capazes de
transformar o juízo inicial de suspeita num juízo de probabilidade sobre a existência do crime
e da pessoa que o cometeu. Art. 302.º do CPPA.

Neste sentido, poder-se-á dizer que a instrução preparatória é uma instrução prévia que
tem como fim carrear elementos que permitem o exercício da acção penal pelo ministério
público art..., na instrução preparatória reúnem-se os elementos de indicação necessários para
fundamentar a acusação. Esta é constituída por factos e os não se presumem nem se imaginam

1.3 Desnecessidade da instrução preparatória

Há situações excepcionais em que que a instrução preparatória não é necessária.

É o que se processa com o processo sumário. Sempre que os infractores sejam presos
em flagrante delito Por infracção a que for aplicável pena de prisão até dois anos serão
julgado sumariamente al. a) do art. 300.º do CPPA. Substituem a instrução preparatória os
autos de notícia a que se refere o art . 304.º do CPPA.

1.4 Duração da instrução preparatória

A instrução preparatória está sujeita a prazos e tem de ser concluída dentro dos
prazos fixados na lei. Em princípio a instrução preparatória deverá ultimar-se, havendo
arguidos presos, em prazos de 6 messes. Não havendo arguidos presos, o prazo da instrução
é de 24 meses, N. º1 do art. 321.º do CPPA. O prazo de 6 meses, a que se refere o número
anterior é elevado para 10 meses nos casos a que se refere o nº 2 do art. 283.º do CPPA, em
processo penal os prazos, de instrução preparatória, ela só deverá continuar como
contraditória competindo, então, ao Ministério público acusar provisoriamente e requerer a
abertura da instrução contraditória.2

2
RAMOS, Grandão. V; Noções Fundamentais de Direito processual penal, pág. 279

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1.5 Conclusão da instrução preparatória

A instrução preparatória considera-se finda quando tenha sido obtido prova bastante
para fundamentar a acusação ou deva ter lugar a abstenção da acusação ou quando tenha
corrido o prazo legal art art. 321.º do CPPA, finda a instrução preparatória, o Ministério
Público ou deduz acusação no prazo de 10 dias art. 328.º do CPPA, , ou manda proceder a
diligências complementares de provas art. 322.º do CPPA ou se abstém de acusar.

Abstendo-se de acusar, poderá ordenar ou que o processo se arquive ou que fique a


aguardar produção de melhor provas. O processo deve arquivar-se: 3

a) Se da instrução resultar que os factos apurados não constituem infracção penal ou que
a acção penal se extinguiu em relação a todos os agentes;
b) Se da instrução resultar que o arguido não é agente da infracção ou que não é
responsável por ela art. 322.º CPPA

1.6 A acusação

Se da instrução preparatória efectuada resultar prova bastante da existência do facto


punível, de quem foram os seus agentes e da respectiva responsabilidade, o Ministério público
fórmula a acusação, acto processual que exprime, como sabemos, o exercício da acusação
penal.

Se esta, entretanto depender de acusação de parte é, para esse efeito, notificado em


primeiro lugar o acusador particular art. 331.º do CPPA Só depois deduzira acusação do
assistente, irá o processo concluso ao Ministério Público para, querendo, acusar pelos mesmos
factos, limitar a acusação a certos factos ou abster-se de acusar.

Terminado o prazo de instrução preparatória sem haver indícios suficientes para acusar
os arguidos, mas for de presumir que a prova indiciaria possa completar-se, o Ministério
Público deverá ( e o assistente, se houver, poderá). Acusar provisoriamente e requerer a
instrução contraditória art. 333.º do CPPA.

3
RAMOS, Grandão. V; Noções Fundamentais de Direito processual penal, pág. 280

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CONCLUSÃO

O processo penal inicia-se sempre pela fase processual de instrução preparatória, a sua
omissão torna nulo o procedimento. A instrução contraditória como ressaltam MANUEL
SIMAS SANTOS, “constitui, assim, verdadeiramente o único instrumento de investigação
criminal, absolutamente indispensável para se poder responsabilizar alguém pela prática de um
crime”, na medida em que, no âmbito do processo comum, somente através dele é possível
efectuar diligências que se destinam averiguar a existência de um crime, no sentido de se
determinar e responsabilizar os seus agentes.

A abertura da instrução preparatória é obrigatória para o MP.º sempre que tiver notícia
de um crime, porque, a sua actuação encontra-se vinculada a critérios de legalidade. Art. 48.º
e 49.º do CPPA, Só deixará de faze-lo quando, verificados os pressupostos legais, «optar pela
submissão do indiciado a julgamento em processo sumário.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

RAMOS, Grandão. V; Noções Fundamentais de Direito processual penal,

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