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Acadêmicas: Ana Carolina Carnette Maurissens, Laiz Stuani e Letícia Pessetto

1) Quais infrações penais estão abrangidas pela Lei n. 9.099/1995? R: Art. 3º O Juizado
Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis
de menor complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I
deste artigo.

2) Qual o procedimento investigativo de tais infrações penais? R: Art. 69. A autoridade


policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se
as requisições dos exames periciais necessários.

3) É possível que autor do fato e vítima formulem acordo? Se sim, qual o


procedimento e a consequência jurídica? R: Sim, é possível que seja feito um acordo
entre as partes. Se for ação penal privada, o acordo homologado resulta na renúncia ao
direito de queixa e extinção da punibilidade, conforme o art. 107, V do CP, esta
composição estende-se a coautores e partícipes do fato delituoso, ainda que não estejam
presentes na audiência preliminar. Se for ação penal pública condicionada à representação:
o acordo homologado resulta na renúncia ao direito de representação (art. 74, parágrafo
único), aplicando-se por interpretação extensiva o art. 107, V, do CP. Se for Ação pública
incondicionada: a composição de danos não extingue a punibilidade, servindo apenas para
antecipar a certeza acerca do valor da indenização, o que permite em tese a execução no
juízo civil. Portanto, nestes tipos de crime, será caso cabível, oferecida a transação penal,
ou ainda, denúncia e suspensão condicional do processo. A composição civil feita de
maneira voluntária pelo acusado, ou no caso de reparação do dano antes do recebimento da
denúncia, pode ser considerado arrependimento posterior, conforme, art. 16, do CP, nos
crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa.
Não sendo possível a composição dos danos civis, será ofertada a transação penal, se
preenchido os requisitos do art. 76, não aceita ou não sendo cabível será aberta vista para
apresentação da queixa-crime ou denúncia de modo verbal ou escrito, conforme art. 75 e
parágrafo único da Lei 9.099/95.

Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no
juízo competente, independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo
judicial. Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas partes,
por instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Ministério Público.

4) Mantendo-se a representação da vítima, qual o próximo passo e os seus respectivos


requisitos? R: Mantida a representação, é realizada uma audiência de conciliação entre as
partes, se houver acordo, cumpre-se o acordo, se não houver acordo, é feita a aplicação dos
institutos despenalizadores, transação penal suspensão condicional do processo ou acordo
de não persecução penal, não sendo possível a aplicação destes, será oferecida denúncia
pelo Ministério Público.

5) Infrutífera as negociações preliminares, como deverá proceder o Ministério


Público ou o querelante? R: Será oferecida denúncia, elaborada com base no termo de
ocorrência, sendo dispensável o inquérito policial, sendo necessário o exame de corpo de
delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.

6) Havendo processo, quais são as suas etapas? R: Como dito, não se chegando a acordo
na audiência de conciliação, o juiz passará a tomar os depoimentos das partes e
testemunhas. A instrução do processo é a coleta de outras provas, geralmente orais
(depoimentos) ou periciais (exames por profissional habilitado), feita após a realização da
audiência de conciliação. Uma vez estando nos autos todas as provas indispensáveis ao
julgamento da causa, o juiz estará apto a decidir o caso, isto é, proferir o julgamento. O
julgamento será feito na própria audiência de instrução e julgamento, verbalmente ou por
escrito, mas também poderá ocorrer em data posterior a ela, caso prefira o juiz apreciar
com mais vagar as alegações feitas pelas partes e as provas colhidas.

7) A legislação processual prevê alguma possibilidade de suspensão do processo? Se


sim, quais são os seus requisitos? R: Sim, a possibilidade está prevista no Art. 89 da Lei
9.099/95. Requisitos: não responder a outro processo ou não ter sido condenado, e
preencher os requisitos da suspensão condicional da pena (artigo 77 do CP - não ser
reincidente em crime doloso, bons antecedentes e conduta social e não caber a substituição
por pena alternativa).

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