O documento descreve o funcionamento dos Juizados Especiais Criminais no Brasil, definindo sua competência para julgar crimes de menor potencial ofensivo de forma oral e sumária. Apresenta os procedimentos da audiência preliminar, onde ocorre a tentativa de conciliação entre as partes e a proposta de aplicação de pena alternativa, e o rito sumaríssimo caso não haja acordo.
O documento descreve o funcionamento dos Juizados Especiais Criminais no Brasil, definindo sua competência para julgar crimes de menor potencial ofensivo de forma oral e sumária. Apresenta os procedimentos da audiência preliminar, onde ocorre a tentativa de conciliação entre as partes e a proposta de aplicação de pena alternativa, e o rito sumaríssimo caso não haja acordo.
O documento descreve o funcionamento dos Juizados Especiais Criminais no Brasil, definindo sua competência para julgar crimes de menor potencial ofensivo de forma oral e sumária. Apresenta os procedimentos da audiência preliminar, onde ocorre a tentativa de conciliação entre as partes e a proposta de aplicação de pena alternativa, e o rito sumaríssimo caso não haja acordo.
criação pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, do Juizado Especial Criminal, que será competente para conciliação, processo, julgamento e execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo. São crimes de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes com pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa (art. 61 da Lei nº 9.099/95 ), seja o crime de competência estadual ou federal, independentemente do procedimento.
Porém, aos crimes praticados com violência
doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº. 9.099/95, conforme o art. 41 da Lei Maria da Penha. Competência
Estabelece o art. 63 da Lei dos Juizados Especiais
que "A competência do juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal".
Acerca do tema em questão, Guilherme de Souza
Nucci ensina que "A infração penal deve ser apurada no lugar onde se deu a ação ou omissão, bem como no local onde ocorreu - ou deveria ocorrer o resultado".
(Leis penais e processuais penais comentadas, 4ª ed., Editora
RT, 2009, página 782) Citação De acordo com o art. 66 da Lei dos Juizados Especiais, a citação sempre será pessoal e, sempre que possível, feita no próprio juizado, ou por mandado.
Não acontecendo qualquer dessas modalidades de citação,
os autos serão remetidos ao juízo comum. (rito sumario)
Caso o acusado não seja encontrado para ser citado, será
citado por edital (art. 366 do CPP) ou, caso haja suspeita de que o acusado se oculta para não ser citado, será admitida a citação com hora certa (art. 362 do CPP), sendo que se o acusado não comparecer nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e a prescrição (art. 366, "caput", do CPP). Termo circunstanciado Após o conhecimento da ocorrência do delito, a autoridade policial deverá lavrar o termo circunstanciado, substituindo o Inquérito Policial, que será sucinto e objetivo, porém deverá conter todos os dados detalhados da infração, tais como:
data e hora do fato e da comunicação, local e natureza da ocorrência,
nome e qualificação do condutor, indicação dos eventuais exames periciais requisitados, entre outros elementos indispensáveis para embasar a formação da convicção da acusação.
Um vez concluído o referido termo, os autos serão encaminhados ao
Juizado Especial, com a consequente notificação das partes para comparecerem à audiência preliminar. Audiência preliminar
A audiência preliminar está prevista no art. 72 da Lei nº
9.099/95 e tem por finalidade a composição de danos e a aceitação da proposta de aplicação imediata da pena não privativa de liberdade.
Nesta audiência, devem estar presentes o juiz ou conciliador, o
representante do Ministério Público, o autor da infração e seu defensor (advogado), e a vítima.
Se não for possível que a audiência seja realizada de imediato,
ou se ausente algum dos envolvidos, esta será redesignada para data próxima, saindo intimados os presentes.
Instalada a audiência, o procedimento seguirá de acordo com a
ação: Instalada a audiência, o procedimento seguirá de acordo com a ação:
a)Ação pública incondicionada: o juiz esclarecerá sobre a possibilidade de
composição dos danos civis e a proposta de transação (aplicação de pena alternativa, não privativa de liberdade).
Dará início à tentativa de conciliação, que sendo efetivada a composição civil e
homologada pelo magistrado, será reduzida a termo e valerá como título executivo judicial.
O Ministério Público terá oportunidade de se manifestar, podendo requerer o
arquivamento ou propor a imediata aplicação da pena de multa ou restritiva de direitos, caso presentes os seguintes requisitos: I – Não ter o agente sido condenado em definitivo pela prática de crime a pena privativa de liberdade;
II – Não ter o agente sido contemplado com outra
transação penal no prazo de 05 anos, contado até a data da audiência preliminar;
III – Terem a personalidade, conduta social do agente,
os seus antecedentes, os motivos e as circunstâncias do delito indicado que a medida é suficiente para a repressão e prevenção do delito.
Se o Ministério Público não fizer a proposta, o juiz não
poderá fazê-la, uma vez que a titularidade da ação é exclusiva do Ministério Público (art. 129, I, da CF). - Da aceitação da Proposta do Ministério Público pelo Autor da infração Se o autor aceitar a proposta do Ministério Público, será ela submetida à homologação do juiz, que não poderá alterar o acordo das partes, exceto se for pena de multa (art. 76, §1º, da Lei nº 9.099/95).
Caso não homologue o acordo, por entender que não
cabe transação, o juiz deverá encaminhar os autos ao procurador-geral, podendo este concordar com o juiz e determinar o oferecimento da denúncia ou insistir na proposta, sendo, neste caso, o juiz obrigado a homologá-la (art. 28 do Código de Processo Penal – por analogia). - Da recusa da Proposta do Ministério Público pelo Autor da infração
Caberá ao Ministério Público oferecer a
denúnica na forma oral, que prosseguirá de acordo com o rito sumaríssimo (arts. 77 e ss. da Lei 9.099/95), nas seguintes hipóteses:
caso o autor do fato não compareça à
audiência preliminar, não estiverem presentes os requisitos para transação, e se o autor do fato recusar a proposta. b) Ação pública condicionada à representação: Haverá a tentativa de composição civil que, se obtida, será homologada pelo juiz e, automaticamente acarretará a renúncia ao direito de representação, com extinção da punibilidade do agente (art. 74, parágrafo único, da lei em questão).
É a homologação do acordo que extingue a
punibilidade, assim, se o autor não honrar o acordo, nada poderá mais ser feito na esfera criminal, restando à vítima executá-lo no Juízo cível competente (art. 74, "caput", da Lei). Dispõe o art. 75, da Lei em comento, que "Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzido a termo". Porém, mesmo que não exercida nesta ocasião, poderá o ofendido fazê-la posteriormente dentro do prazo decadencial. Oferecida a representação, o Ministério Público deverá analisar o termo circunstanciado, sendo que não havendo indícios suficientes sobre a autoria, deverá requerer o arquivamento do termo, ao passo que havendo indícios, o Ministério Público, antes de oferecer a denúncia, deverá analisar a possibilidade de oferecer proposta de imediata aplicação de pena de multa ou restritiva de direitos (transação).
Quando feita a proposta, aceita pelo autor e homologada pelo
juiz, extingue-se a punibilidade.
Caso o autor dos fatos não preencha os requisitos para a
proposta da transação, ou se não comparecer à audiência preliminar, ou, ainda, se não aceitar a transação, o Ministério Público oferecerá denúncia oral, prosseguindo-se com o rito sumaríssimo. c) Ação penal privada: Haverá tentativa de composição civil, que se alcançada será homologada pelo juiz, acarretando consequentemente a renúncia ao direito de queixa, com extinção da punibilidade do agente (art. 74, parágrafo único, da Lei).
Caso não seja feita a composição dos danos
civis, a queixa poderá ser oferecida, oralmente, na própria audiência ou, por escrito, no prazo decadencial de seis meses, prosseguindo-se com o procedimento sumaríssimo.
Procedimento sumaríssimo (previsto nos artigos 77
a 81 da Lei n.º 9.099/95) Procedimento sumaríssimo (previsto nos artigos 77 a 81 da Lei n.º 9.099/95) 1. Oferecimento da Denúncia ou Queixa
O Ministério Público oferecerá denúncia oral de imediato, na
ação penal de iniciativa pública, quando não houver transação, seja em razão da ausência do autor do fato à audiência preliminar, seja porque não foi aceita pelas partes, exceto se houver novas diligências a serem realizadas.
Se a complexidade ou circunstância do caso não permitirem a
formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao juiz que os autos sejam remetidos ao juízo comum.
Se a ação for privada, a vítima poderá optar pela queixa oral
ou escrita (art. 77, §3º, da Lei em tela). 2. Citação
Oferecida a denúncia ou queixa, que serão
reduzidas a termo na própria audiência preliminar, o autor da infração receberá uma cópia da mesma e estará citado.
Também sairão cientes da data da audiência
de instrução e julgamento o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados (art. 78 da Lei) 3. Audiência de Instrução e Julgamento
Primeiramente, o juiz deverá tentar conciliar as
partes, caso não tenha tentado anteriormente.
Caso não haja a transação penal, estabelece o art.
81, da Lei, que será dada a palavra ao defensor para responder à acusação e, em seguida, o juiz irá receber ou rejeitar a denúncia ou queixa.
Da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa caberá
apelação. - Debates Orais e Sentença
Após a inquirição acima descrita, serão realizados
debates orais de 20 minutos (para acusação e para defesa), prorrogáveis por mais 10, para cada parte.
Em seguida, o juiz prolatará a sentença, contra a qual
caberá apelação, que deverá ser interposta no prazo de dez dias contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor. - Recebimento da Denúncia ou Queixa
Recebida a denúncia ou queixa, o juiz, caso o MP
tenha feito na denúncia a proposta de suspensão condicional do processo, fará esta proposta ao réu.
Não sendo oferecida a proposta de suspensão
condicional do processo pelo MP ou caso o réu não a aceite, o juiz ouvirá primeiro a vítima e depois as testemunhas de acusação e de defesa, nesta ordem, interrogando o réu em seguida, se presente. Referência Bibliográfica
SANTOS, Marisa Ferreira e CHIMENTI, Ricardo
Cunha. Juizados Especiais Cíveis e Criminais Federais e Estaduais - Sinopses Jurídicas. 4ª ed. Editora Saraiva, 2006.
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e
processuais penais comentadas. 4ª ed. Editora Revista dos Tribunais, 2009.