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SEGUNDA-FEIRA

6
JUL
Resumo Esquematizado de Processo Penal – Sistemas Processuais Penais.
Equipe Jornalismo / Direito Processual Penal, Sem categoria /
Sistema processual é um conjunto de normas e princípios que regem o Direito
Processual Penal numa determinada região e num dado período histórico. Pela
doutrina, são três os Sistemas Processuais:

1. Sistema inquisitorial ou inquisitivo – É caracterizado pela concentração das


funções de acusar, julgar e defender em uma única pessoa: o juiz inquisidor. O juiz
inquisidor, que era representante do Rei, concentrava poderes em um reflexo do
Regime Absolutista. Inicia a persecução penal de ofício, colhe provas e decide –
fato que compromete a sua imparcialidade para o julgamento. Além disso, não existe
contraditório. A ausência de partes inviabiliza tal princípio.

Nesse sistema o réu não é visto como sujeito de direitos, mas como objeto do
processo. Adotava-se para a valoração da prova (o sistema da prova legal ou
Tarifada, com hierarquia pré-determinada entre as provas). O processo era sigiloso
e nem mesmo o acusado tinha acesso as provas contra ele produzidas. Todavia, a
execução da pena era pública para que servisse de exemplo aos demais membros da
comunidade.

O sistema inquisitorial foi adotado pelo Direito canônico entre os séculos XIII e
XVIII e admite o princípio da verdade real (busca da verdade absoluta – que aceita,
inclusive, métodos como a tortura para a obtenção da confissão. Perdeu força com a
Revolução Francesa quando os ideais liberais consagram o sistema acusatório.

2. Sistema acusatório – Há a separação entre as funções de acusar, defender e


julgar. Por haver partes distintas exercendo cada uma das funções, garante-se a
equidistância do juiz. Caracteriza-se pela imparcialidade do magistrado, o efetivo
exercício do contraditório e da ampla defesa e pela publicidade. Rege-se pelo
princípio da busca da verdade.

No sistema acusatório vige o princípio do livre convencimento motivado ou persuasão


racional, pelo qual não há hierarquia pré determinada entre provas, podendo o juiz
utilizar qualquer delas para a formação da convicção desde que fundamente sua
decisão.

É o sistema adotado no Brasil. O artigo 129, I da Constituição Federal é a


expressão do sistema acusatório no Brasil. Com o advento do Pacote Anticrime, surge
a figura do Juiz das garantias: o processo penal terá estrutura acusatória, vedadas
a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória
do órgão de acusação, como podemos analisar os seguintes artigos:

Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz
na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de
acusação.

Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da


investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia
tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe
especialmente:

I – receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do


art. 5º da Constituição federal.

II – receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão,


observado o disposto no art. 310 deste Código;

III – zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este
seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo;

IV – ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;

V – decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar,


observado o disposto no § 1º deste artigo;

VI – prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las


ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em
audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação
especial pertinente;

VII – decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas


urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em
audiência pública e oral;

VIII – prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em


vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no §
2º deste artigo;

IX – determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento


razoável para sua instauração ou prosseguimento;

X – requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o


andamento da investigação;

XI – decidir sobre os requerimentos de:

a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e


telemática ou de outras formas de comunicação;

b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico;

c) busca e apreensão domiciliar;

d) acesso a informações sigilosas;

e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do


investigado;

XII – julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia;

XIII – determinar a instauração de incidente de insanidade mental;

XIV – decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399
deste Código;

XV – assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao


investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas
produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente,
às diligências em andamento;

XVI – deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção


da perícia;

XVII – decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de


colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação;

XVIII – outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo.

(…)

§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante


representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma
única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda
assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.

Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais,
exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou
queixa na forma do art. 399 deste Código.

§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz


da instrução e julgamento.

§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da


instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá
reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10
(dez) dias.

(…)

A figura do juiz das garantias não se confunde coma figura do Juiz instrutor do
Código Penal Português de 1987. O juiz de garantias exerce o controle de legalidade
das investigações, o juiz instrutor do direito europeu efetivamente conduz a
investigação, e exerce todas as funções jurisdicionais até a remessa do processo a
julgamento ao juízo da causa.

MENDES, Paulo de Sousa. Lições de Direito Processual Penal. Coimbra: Almedina. p.


113.
a) Nos casos de investigados presos, houve a unificação dos prazos de prorrogação
dos Inquéritos policiais que tramitam na justiça federal e estadual em 15 dias,
ressalvadas as normas especificas da legislação especial

b) Homologação dos acordos de não persecução penal e os acordos de colaboração


premiada firmados durante a fase de investigação criminal.

c) O juiz de garantias NÃO atuará nos casos de infrações penais de menor potencial
ofensivo e só funcionará até o eventual recebimento da denúncia e da queixa. Uma
vez recebida a ação penal, o juiz de garantias remeterá os autos ao juiz de
instrução e julgamento.

d) Não sendo constituído advogado para defesa de profissional de segurança pública


vinculados às instituições: polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia
ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros
militares, polícias penais federal, estaduais e distrital, como investigados em
inquéritos policiais

Art. 14 A:

(…)
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de
defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá
intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência
dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor
para a representação do investigado.

Ainda, a nova redação do artigo 28 do CPP prevê que a sistemática de arquivamento


da investigação criminal será realizada inteiramente no âmbito interno do
Ministério Público, se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o
arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 dias do recebimento da
comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão
ministerial. Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União,
Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser
provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.

3. Sistema misto, francês ou acusatório formal – Mistura características do Sistema


Inquisitivo e do Acusatório. O processo se desdobra em duas fases. A primeira fase
é essencialmente inquisitiva, caracterizada por uma instrução preliminar a cargo do
juiz, sigilosa, escrita, sem contraditório, cujo objetivo é apurar a materialidade
e autoria do crime.

A segunda fase, de natureza acusatória, admite o exercício do contraditório e da


ampla defesa. Esse modelo surge na França, no século XVIII. Sob o enfoque
Constitucional não há dúvida de que o sistema acusatório é o que foi consagrado,
porém sob o enfoque do CPP e de acordo com a realidade da Jurisprudência, têm-se no
Brasil um sistema acusatório misto em razão da influência de algumas normas de
caráter inquisitivo que dão poderes instrutórios ao juiz, a exemplo os artigos 5º,
II e 13, II, ambos do Código de Processo Penal.

PALAVRAS-CHAVE:
pacote anticrime sistemas do processo penal
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