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APRESENTAÇÃO
É com muita alegria que apresentamos o módulo de Processo Penal do preparatório para 37º exame
da Ordem dos Advogados do Brasil. Sejam todos muito bem-vindos!
Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua prova,
então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas!
Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos
dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase
da OAB e Concursos) e vamos juntos!
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Processo Penal
3 Ivan Jezler
INQUÉRITO POLICIAL
1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
▪ Artigo 4º ao 23, do CPP: Trata da investigação criminal e polícia judicial.
o O STF suspendeu a eficácia dos artigos 3-A ao 3-F, introduzidos pelo Pacote Anticrime,
que tratam do Juiz de Garantias.
▪ Artigo 144, da CRFB/88: Trata da segurança pública.
▪ A Lei 12.830/2013 trata das atribuições da autoridade policial.
3) A POLÍCIA JUDICIÁRIA:
▪ A polícia judiciária é uma função, exercida no Brasil pela Polícia Federal ou pela Polícia Civil.
o No plano nacional, exercido pela Polícia Federal.
o Nos Estados, exercido pela Polícia Civil.
▪ A polícia judiciaria atua após a prática de um fato, de forma repressiva, cooperando com o
Ministério Público e o Poder Judiciário. Não há hierarquia, há cooperação (art. 144, CRFB/88).
o De forma excepcional, poderão exercer atividades preventivas.
▪ O fato de um crime dever ser investigado pela Polícia Federal, não quer dizer que será, de fato,
investigado pela respectiva justiça, podendo ser julgado por outra.
4) INQUÉRITO POLICIAL:
▪ O Inquérito Policial é a modalidade de investigação brasileira, por excelência.
o A natureza jurídica do inquérito é de um procedimento administrativo, não é processo.
o O IP é presidido por um delegado de polícia (civil ou federal). Lembre-se que, juiz e
promotor não podem presidir o inquérito.
o O IP tem finalidade de apurar a suposta prática de um crime e sua respectiva
autoria, para formar o convencimento do titular da ação penal (titular do direito
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4 Ivan Jezler
Ministério
Crime Publico
Procedimento Delegado
Administrativo de Ou
Polícia
Autoria Ofendido
Ação
Arquivamento
▪ O inquérito policial também serve de abrigo para imposição de medidas cautelares, reais ou
pessoais, que exigem ordem judicial fundamentada, nos moldes do art. 13 do CPP.
o Ex.: Prisão preventiva (pode ser decretada no inquérito ou na fase judicial), sequestro
de bens (decretado na fase de inquérito), prisão temporária (só cabe na fase
investigatória, e não cabe na fase judicial), busca e apreensão de coisas (cabe na fase
de inquérito), etc. → Por isso, o Juiz de Garantias é importante.
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5 Ivan Jezler
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6 Ivan Jezler
Observação: O art. 14-A do CPP dispõe que nos casos em que servidores
vinculados às instituições dispostas no art. 144 da CF/88 figurarem como
investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos
relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma
consumada ou tentada, o indiciado poderá constituir defensor.
a) Dispensável:
• O inquérito é um procedimento facultativo ou dispensável.
• Não é um procedimento indispensável, o que é indispensável são os indícios
suficientes de autoria, isto porque, existem outras formas de investigação além
desse procedimento administrativo.
- A Súmula 234, do STF, permite a investigação direta por parte do
Ministério Público. Não trata-se de inquérito, mas sim, de investigação
direta pelo MP (promotoria).
• Nas infrações de menor potencial ofensivo, o inquérito policial será substituído
por um termo circunstanciado e o auto de prisão em flagrante será substituído
por um termo de compromisso, salvo na Lei Maria da Penha.
• O que é indispensável no processo penal não é o inquérito, é a justa causa para
ação penal.
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7 Ivan Jezler
b) Inquisitivo:
• O IP é um procedimento inquisitorial / inquisitivo.
• Na fase judiciária, o processo penal brasileiro é acusatório. Tem inúmeras
violações, mas na essência, o sistema é acusatório.
Lembre-se: O inquérito não é um processo, mas um
procedimento!
c) Indisponibilidade:
• O art. 17, do CPP, trata da indisponibilidade do IP.
• O delegado não pode abandonar ou desistir das investigações, não podendo
mandar arquivar os autos do IP de ofício.
• Em alguns casos, o delegado poderá optar por não instaurar o IP, mas se
instaurar, terá que levá-lo até o final.
• O delegado não pode arquivar o IP de ofício.
o O arquivamento do IP se dá com o parecer do MP e ordem judicial, com
pedido do promotor e determinação do juiz.
- O juiz poderá discordar do arquivamento e enviar o caso para
o PGJ (art. 28, CPP).
o A decisão de arquivamento do IP é formal, só fazendo coisa julgada
formal (art. 18, CPP + súmula 524/STF).
- Admite-se o desarquivamento do IP em caso de novas provas.
- Enquanto o crime não prescrever, o IP poderá ser
desarquivado.
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9 Ivan Jezler
d) Sigiloso:
• O inquérito é um procedimento sigiloso, principalmente, para assegurar o
sucesso das investigações e proteger a figura do investigado.
• Art. 20, CPP. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
o Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade
policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a
instauração de inquérito contra os requerentes.
• Súmula Vinculante 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa.
o Mediante procuração, é direito do advogado do investigado, o acesso
aos atos de investigação já documentados e que digam respeito ao seu
cliente (nexo situacional).
e) Oficiosidade:
• Art. 5º, do CPP. *
o O art. 5º, caput, do CPP, indica as formas de instauração do inquérito
policial, fazendo menção aos crimes de ação pública.
• A oficiosidade significa que há obrigatoriedade da autoridade policial de
instauração do inquérito “ex officio”, em regra, independente de provocação,
nos casos de crime de ação penal pública incondicionada ou condicionada a
representação.
• Instauração não se confunde com Indiciamento.
o O inquérito pode iniciar e terminar sem um suspeito formal, já que,
objetivamente, visa apurar um fato (unidirecional).
o O art. 2, da Lei 12.830/13, conceitua o Indiciamento como uma
manifestação técnica e fundamentada do delegado, que torna alguém o
destinatário/suspeito formal das investigações.
• Nos crimes mais graves (ação penal pública incondicionada) o IP será
instaurado de ofício pela autoridade policial (delegado), tendo a Portaria como
primeira peça.
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10 Ivan Jezler
Como o inquérito começa nos crimes Como o inquérito começa nos Como o inquérito
de ação penal pública incondicionada? crimes de ação penal pública começa nos crimes
condicionada? de ação penal
privada?
I. O IP poderá começar DE OFÍCIO > O MP I. O IP será instaurado por - Quem promove a
é titular da provocação do estado juiz, de REPRESENTAÇÃO DO ação é a própria
forma incondicionada, ou seja, o MP não OFENDIDO/ VÍTIMA > art. 39, vítima, através do
precisa de autorização de terceiro. CPP. advogado, por meio
II. O IP poderá ser instaurado POR - Embora deva ser ajuizada pelo da QUEIXA-CRIME.
REQUISIÇÃO do juiz ou do MP > ou seja, MP, depende da representação - A vítima tem prazo
ordem legal, que não pode ser indeferida. da vítima, ou seja, a vítima tem decadencial de 6
III. O IP poderá ser instaurado por que querer que o autor do crime meses para ingressar
REQUERIMENTO DO seja denunciado > está com a queixa, a partir
OFENDIDO/VÍTIMA > o requerimento condicionado a autorização do do conhecimento da
poderá ser indeferido pela autoridade ofendido, excluindo a autoria do fato.
policial > do indeferimento, cabe recurso oficiosidade! - Poderá ter Inquérito
para o delegado chefe. - A vítima tem prazo decadencial Policial > art. 5, CPP.
IV. O IP também poderá ser instaurado de 6 meses para representar, a - Exceção a
mediante NOTÍCIA CRIME, de qualquer partir do conhecimento da oficiosidade.
pessoa do povo. autoria do fato.
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f) Oficial:
• Procedimento presidido por um delegado de polícia, que é uma autoridade
oficial do Estado.
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AÇÃO PENAL
1) INTRODUÇÃO:
➢ Do art. 100 ao 106 do CP + art. 24 ao 62 do CPP.
➢ Do art. 63 ao 68 do CPP, temos a ação civil ex delito (em decorrência de um crime).
➢ Ação e Processo são coisas distintas > é possível ter ação sem ter processo.
o Ação é um direito constitucional de provocar o juiz, buscando aplicação da lei penal no
caso concreto.
- Não se admite ação penal de ofício (art. 129, I, CF/88)!
2) CLASSIFICAÇÃO SUBJETIVA:
▪ O Ministério Público, em regra, é o legitimado para promover a Ação Penal.
▪ A ação penal poderá ser:
a) Pública: O MP é titular. A ação poderá ser pública Incondicionada (plena) ou Condicionada
(semiplena). A denúncia é a petição inicial/peça inaugural endereçada ao judiciário (art. 41
do CPP). Enquanto o crime não prescrever, o MP poderá oferecer a denúncia, tendo em vista
que o prazo é prescricional (art. 109, CPP).
o A ação penal pública incondicionada é titularizada pelo Ministério Público e prescinde
de manifestação de vontade da vítima ou de terceiros para ser exercida.
o A ação penal pública semiplena está condicionada à Representação da
vítima/ofendido, seu representante legal ou sucessor, ou condicionada à Requisição
do Ministro da Justiça.
i. A representação é uma manifestação de vontade da vítima > autorização do
ofendido para o MP agir (art. 39 do CPP). Peça informal, com prazo de 6 meses.
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1) INTRODUÇÃO:
→ A Lei 12.403/11 mudou de forma significativa o tema Prisão.
→ A Lei 13.954/19 (pacote anticrime) trouxe ainda mais modificações.
→ O tema Prisão está localizado do art. 282 ao 350, do CPP.
→ A Prisão Cautelar é a privação de liberdade, a segregação anterior ao trânsito em julgado de
uma sentença condenatória.
o Possibilidade de executar pena somente após o trânsito em julgado da condenação, ou
seja, quando não couber mais recursos, vez que fez coisa julgada material.
o Esse conceito é decorrente do princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5,
LVII, da CRFB/88, onde ninguém pode ser considerado culpado antes do trânsito em
julgado de uma sentença condenatória.
- A Súmula Vinculante 11, do STF, veda o uso de algemas de maneira desnecessária
no processo penal > regra de tratamento, fruto da presunção de inocência.
- A presunção de inocência possui dois efeitos importantes:
i) Com base na CF/88 e no CPP, o ônus da prova é de quem alega. Com base
no princípio da presunção de inocência, o ônus da prova é da acusação.
ii) O efeito sobre a prisão cautelar, vedando a execução antecipada da pena.
→ No Brasil, a regra é não admitir a execução antecipada da pena.
o A prisão cautelar não é um instituto penal de sanção.
o O art. 492 do CPP, que trata de condenação no tribunal do júri (15 anos ou mais), é
hipótese em que se admite a execução provisória da pena, sendo uma exceção a
impossibilidade de execução antecipada da pena.
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Observação:
→ A Prisão Domiciliar é tratada do art. 317 ao 318-
A do CPP.
1) Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prática de um crime de lesão corporal culposa
praticada na direção de veículo automotor (Art. 303 da Lei nº 9.503/97 – pena: detenção de seis meses
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Processo Penal
23 Ivan Jezler
a dois anos), foi identificado que o autor dos fatos seria Carlos, que, em
sua Folha de Antecedentes Criminais, possuía três anotações referentes a condenações, com trânsito
em julgado, pela prática da mesma infração penal, todas aptas a configurar reincidência quando da
prática do delito ora investigado. Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi oferecida denúncia
em face de Carlos pelo crime antes investigado; diante da reincidência específica do denunciado
civilmente identificado, foi requerida a decretação da prisão preventiva. Recebidos os autos, o juiz
competente decretou a prisão preventiva, reiterando a reincidência de Carlos e destacando que essa
circunstância faria com que todos os requisitos legais estivessem preenchidos. Ao ser intimado da
decisão, o(a) advogado(a) de Carlos deverá requerer
A) a liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas cautelares alternativas.
B) o relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, em que pese ser legal, é
desnecessária.
C) a revogação da prisão dele, tendo em vista que, em que pese ser legal, é desnecessária.
D) o relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal.
2) Durante as investigações de um crime de associação criminosa (Art. 288 do CP), a autoridade policial
representa pela decretação da prisão temporária do indiciado Jorge, tendo em vista que a medida seria
imprescindível para a continuidade das investigações. Os autos são encaminhados ao Ministério
Público, que se manifesta favoravelmente à representação da autoridade policial, mas deixa de requerer
expressamente, por conta própria, a decretação da prisão temporária. Por sua vez, o magistrado, ao
receber o procedimento decretou a prisão temporária pelo prazo de 10 dias, ressaltando que a lei
admite a prorrogação do prazo de 05 dias por igual período. Fez o magistrado constar, ainda, que Jorge
não poderia permanecer acautelado junto com outros detentos que estavam presos em razão de
preventivas decretadas. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Jorge, ao ser
constituído, deverá alegar que
A) o prazo fixado para a prisão temporária de Jorge é ilegal.
B) a decisão do magistrado de determinar que Jorge ficasse separado dos demais detentos é
ilegal.
C) a prisão temporária decretada é ilegal, tendo em vista que a associação criminosa não está
prevista no rol dos crimes hediondos e nem naquele que admite a decretação dessa espécie de
prisão.
D) a decretação da prisão foi ilegal, pelo fato de ter sido decretada de ofício, já que não houve
requerimento do Ministério Público.
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4) Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção, sendo encaminhado para a
Delegacia. Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Paulo entra, de imediato, em contato com o
advogado, solicitando esclarecimentos e pedindo auxílio para seu filho. De acordo com a situação
apresentada, com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores, deverá o advogado esclarecer que
A) diante do caráter inquisivo do inquérito policial, Paulo não poderá ser assistido pelo advogado
na delegacia.
B) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, é sempre
imprescindível, de modo que, caso não esteja presente, todo o procedimento será considerado
nulo.
C) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter acesso aos elementos
informativos nele constantes, ainda que já documentados no procedimento.
D) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de assistência de advogado, de modo
que existe uma faculdade na contratação de seus serviços para acompanhamento do
procedimento em sede policial.
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GABARITO
1) D 2) A 3) B 4) D 5) C
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1) INTRODUÇÃO:
▪ Do art. 69 ao 91, do CPP.
o Os artigos 84, 86 e 87, do CPP, não são mais válidos.
▪ Jurisdição é o poder estatal de dizer o direito no caso concreto, aplicando a da lei penal num
determinado caso concreto.
o Em regra, esse poder demanda investidura (concurso público).
o Una e indivisível.
▪ Competência é uma fração da jurisdição. Instrumento que operacionaliza a jurisdição, visando
conferir eficácia a atividade jurisdicional.
2) PRINCÍPIOS:
2.1. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
• Existência de juízo adequado para o julgamento de determinada demanda, conforme as
regras de fixação de competência, e à proibição de juízos extraordinários ou tribunais de
exceção constituídos após os fatos.
• Não admite-se juiz ou tribunal de exceção > aquele escolhido para um caso penal.
• Funciona como uma garantia de imparcialidade.
• O juiz natural é aquele que tem a sua parcela de jurisdição previamente definida em lei, antes
da prática do crime.
o No incidente de deslocamento de competência (IDC), a PGR solicita ao STJ o deslocamento
para o juízo federal, se houver grave violação de direitos humanos e uma ineficácia dos
órgãos estaduais, com risco de sanções internacionais ao Brasil pelos pactos dos quais é
signatário.
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1) INTRODUÇÃO:
▪ A Lei 11.690/2008 alterou substancialmente o CPP em matéria de prova > do art. 155 ao 250
do CPP.
▪ Do art. 155 ao 250 do CPP temos as provas em espécie, no âmbito criminal.
2) PROVAS:
▪ As provas são os faróis que iluminam o caminho do juiz até a verdade.
▪ As provas penais são dados e elementos, produzidos pelas partes ou de oficio pelo juiz, em
contraditório judicial, e que tem por destinatário o magistrado/julgador/juiz.
• São elementos na busca da verdade processual, que muitos entendem como a verdade
real.
▪ O que é produzido no Inquérito Policial são atos de investigação que devem ser renovados na
presença do juiz, em regra, não possuindo natureza de prova (art. 155, CPP).
• Exceto:
i. Provas cautelares: Essas provas não podem esperar ou não podem ser repetidas
em Juízo. Por conta disso, são produzidas na fase do IP, mas com natureza de
prova, e não mero ato de investigação.
Em regra, é possível condenar com base nessas provas.
Ex.: Busca e apreensão, interceptação telefônica, etc.
ii. Provas antecipadas: O objetivo antecipar determinados meios de provas diante
da impossibilidade de a parte aguardar o momento oportuno para sua produção.
Ex.: Risco de pessoa internada, que é testemunha, vir a óbito.
iii. Provas não-repetíveis: Aquelas que, uma vez realizadas, não podem ser refeitas.
Ex.: Perícia de local, perícia de roupa, exame de corpo delito, etc.
▪ O juiz, eventualmente, poderá produzir provas de ofício, em nome do princípio da verdade real
> ouvir testemunhas além das arroladas pelas partes, determinar interceptação sem pedido das
partes, etc.
3.3. Sistema da Persuasão Racional ou do Livre Convencimento Motivado (art. 155, CPP)
• O juiz deverá julgar a prova constante nos autos em concomitância com a lei e de acordo
com sua convicção, ou seja, o juiz irá indicar as razões de suas convicções diante da prova
demonstrada nos autos.
o O juiz é livre para decidir, contudo, precisa ser de forma fundamentada.
• O magistrado tem liberdade quando da avaliação das provas produzidas no processo
desde que fundamente o porquê chegou àquele resultado.
• O juiz poderá contrariar o laudo pericial, tamanha sua liberdade > art. 182 do CPP.
4) PRINCÍPIOS:
4.1. Vedação aos meios ilícitos de prova (art. 157, CPP + art. 5, LVI, CF/88)
• No processo são inadmissíveis as provas obtidas por meios ilegais.
• As Provas Ilegais possuem os meios de provas:
I. Provas ilícitas: Prova colhida violando direito material e fundamental,
previsto no art. 5, da CF/88 > dano maior. Geralmente, quando se produz
prova ilícita, também incide em crime.
II. Provas ilegítimas: Prova obtida com desrespeito ao direito processual (CPP,
leis infraconstitucionais) > dano menor.
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32 Ivan Jezler
5) PROVAS EM ESPÉCIE:
5.1. Declarações do Ofendido (art. 201, CPP)
• Não se pode condenar só com base na palavra da vítima. Porém, em alguns crimes, a
palavra da vítima tem força probatória maior, como nos casos da Lei Maria da Penha
e nos crimes contra dignidade sexual.
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36 Ivan Jezler
I. Denúncia ou queixa;
II. Recebimento ou rejeição (art. 395, CPP);
III. Citação (art. 351 e ss. + 372, CPP);
IV. Resposta à acusação (art. 396 c/c 396-A, CPP);
V. Absolvição sumária (art. 397, CPP);
VI. Audiência.
▪ Aplicado aos crimes que tenham pena máxima de quatro ou mais anos.
o Rito mais comum.
▪ Caso tenha lacuna em determinado rito, esse procedimento é aplicado subsidiariamente
em todos os processos do primeiro grau.
▪ Em qualquer crime, em qualquer procedimento/rito, o interrogatório do réu deve ser o
último ato probatório da audiência.
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39 Ivan Jezler
4) PROCEDIMENTOS ESPECIAIS:
▪ Os procedimentos ou ritos especiais são previstos em legislação especial (Lei de Drogas, por
exemplo) ou em regras específicas no próprio Código de Processo Penal, como nos crimes
falimentares ou de responsabilidade de funcionários públicos
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42 Ivan Jezler
TRIBUNAL DO JURI
1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
▪ Disposto no art. 5, XXXVIII, CF/88.
▪ O júri julga os crimes dolosos contra a vida e os conexos (art. 74, §1, 78, CPP).
2) ESTRUTURA DO RITO:
1) Sumário (art. 406 ao 421, do CPP): Juízo de admissibilidade da acusação dolosa contra a
vida.
2) Mérito (judicium causae): Juiz e Jurados.
3) DECISÕES DO JÚRI:
a) Pronuncia (art. 413 do CPP): Decisão interlocutória
O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato
e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.
§ 1. A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato
e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz
declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as
circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
§ 2. Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou
manutenção da liberdade provisória.
§ 3. O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou
substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e,
tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou
imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.
b) Impronuncia (art. 414, do CPP): Ausência de provas só faz coisa julgada formal.
Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de
autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser
formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.
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43 Ivan Jezler
d) Desclassificação (art. 418 e 419, CPP): Emendatio Libelli > pode ser feito de oficio.
O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o
acusado fique sujeito a pena mais grave.
Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso
dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento,
remeterá os autos ao juiz que o seja.
1) Maicon, na condução de veículo automotor, causou lesão corporal de natureza leve em Marta,
desconhecida que dirigia outro automóvel, que inicialmente disse ter interesse em representar em face
do autor dos fatos, diante da prática do crime do Art. 303, caput, do Código de Trânsito Brasileiro. Em
audiência preliminar, com a presença de Maicon e Marta acompanhados por seus advogados e pelo
Ministério Público, houve composição dos danos civis, reduzida a termo e homologada pelo juiz em
sentença. No dia seguinte, Marta se arrepende, procura seu advogado e afirma não ter interesse na
execução do acordo celebrado.
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Marta deverá:
A) interpor recurso de apelação da sentença que homologou a composição dos danos civis.
B) esclarecer que o acordo homologado acarretou renúncia ao direito de representação.
C) interpor recurso em sentido estrito da sentença que homologou composição dos danos civis.
D) esclarecer que, sendo crime de ação penal de natureza pública, não caberia composição dos
danos civis, mas sim transação penal, de modo que a sentença é nula.
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44 Ivan Jezler
GABARITO
1) B 2) B 3) B
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45 Ivan Jezler
FASE RECURSAL
1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
▪ Prolongamento do processo originário.
▪ O HC e a revisão criminal não são recursos e sim ações autônomas de impugnação.
2) PRINCÍPIOS:
2.1. Proibição da Reformatio in Pejus (Art. 617 CPP)
i. Direta incide para os tribunais
ii. Indireta incide para juiz originário
• O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e
387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o
réu houver apelado da sentença.
• Essa proibição não se aplica para o júri.
• Em novo júri pelo mesmo processo o conselho de sentença deve ser totalmente renovado.
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46 Ivan Jezler
3) MODALIDADES:
A) RECURSO EM SENTINDO ESTRITO - RESE (ART. 581 CPP): Em regra vai atacar decisões
interlocutórias.
• Sentença que julga o HC vai ser impugnada por recurso em sentido estrito.
• O RESE o ataca decisões de primeiro grau.
B) RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL – ROC: Contra sentença que extingue ou que não
extingue a punibilidade.
C) AGRAVO EM EXECUÇÃO (ART. 197 LEP): Qualquer decisão da VEC admite agravo da LEP,
sem efeito suspensivo, o único que tem efeito suspensivo desinternação do inimputável (art.
179 LEP).
D) EXECUÇÃO PENAL – Sumula 192, 439, 441, 471, 493, 520, 526 do STJ.
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REVISÃO CRIMINAL
➢ Cabe revisão criminal também para buscar uma reparação de danos por parte do estado
➢ Só cabe em favor do réu.
2) HABEAS CORPUS:
1) Art. 647 e 648 CPP e Art. 5, LXVIII, CRFB/88
• Art. 647, CPP. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência
de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição
disciplinar.
• Art. 648, CPP. A coação considerar-se-á ilegal:
I. quando não houver justa causa;
II. quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III. quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV. quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V. quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a
autoriza;
VI. quando o processo for manifestamente nulo;
VII. quando extinta a punibilidade.
• Art. 5º, CRFB/88. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder.
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48 Ivan Jezler
1) Vitor foi denunciado pela prática de um crime de peculato. O magistrado, quando da análise da inicial
acusatória, decide rejeitar a denúncia em razão de ausência de justa causa. O Ministério Público
apresentou recurso em sentido estrito, sendo os autos encaminhados ao Tribunal, de imediato, para
decisão. Todavia, Vitor, em consulta ao sítio eletrônico do Tribunal de Justiça, toma conhecimento da
existência do recurso ministerial, razão pela qual procura seu advogado e demonstra preocupação com
a revisão da decisão do juiz de primeira instância. Considerando as informações narradas, de acordo
com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o advogado de Vitor deverá esclarecer que
A) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, tendo em vista que a decisão de
rejeição da denúncia é irrecorrível.
B) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, pois caberia recurso de apelação, e
não recurso em sentido estrito.
C) ele deveria ter sido intimado para apresentar contrarrazões, apesar de ainda não figurar como
réu, mas tão só como denunciado.
D) caso o Tribunal dê provimento ao recurso, os autos serão encaminhados para o juízo de
primeira instância para nova decisão sobre recebimento ou não da denúncia.
2) Vanessa foi condenada pela prática de um crime de furto qualificado pela 1ª Vara Criminal de
Curitiba, em razão de suposto abuso de confiança que decorreria da relação entre a vítima e Vanessa.
Como as partes não interpuseram recurso, a sentença de primeiro grau transitou em julgado. Apesar de
existirem provas da subtração de coisa alheia móvel, a vítima não foi ouvida por ocasião da instrução
por não ter sido localizada. Durante a execução da pena por Vanessa, a vítima é localizada, confirma a
subtração por Vanessa, mas diz que sequer conhecia a autora dos fatos antes da prática delitiva. Vanessa
procura seu advogado para esclarecimento sobre eventual medida cabível. Considerando apenas as
informações narradas, o advogado de Vanessa deve esclarecer que:
A) não poderá apresentar revisão criminal, tendo em vista que a pena já está sendo executada,
mas poderá ser buscada reparação civil.
B) caberá apresentação de revisão criminal, sendo imprescindível a representação de Vanessa
por advogado, devendo a medida ser iniciada perante o próprio juízo da condenação.
C) não poderá apresentar revisão criminal em favor da cliente, tendo em vista que a nova prova
não é apta a justificar a absolvição de Vanessa, mas tão só a redução da pena.
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49 Ivan Jezler
3) Miguel foi denunciado pela prática de um crime de extorsão majorada pelo emprego de arma e
concurso de agentes, sendo a pretensão punitiva do Estado julgada inteiramente procedente e aplicada
sanção penal, em primeira instância, de 05 anos e 06 meses de reclusão e 14 dias multa. A defesa técnica
de Miguel apresentou recurso alegando:
(i) preliminar de nulidade e m razão de violação ao princípio da correlação entre acusação e sentença;
(ii) insuficiência probatória, já que as declarações da vítima, que não presta compromisso legal de dizer
a verdade, não poderiam ser consideradas;
(iii) que deveria ser afastada a causa de aumento do emprego de arma,uma vez que o instrumento
utilizado era um simular ao de arma de fogo, conforme laudo acostado aos autos.
A sentença foi integralmente mantida. Todos os desembargadores que participaram do julgamento
votaram pelo não acolhimento da preliminar e pela manutenção da condenação. Houve voto vencido de
um desembargador, que afastava apenas a causa de aumento do emprego de arma. Intimado do teor do
acórdão, o(a) advogado(a) de Miguel deverá interpor:
A) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, sua absolvição
e o afastamento da causa de aumento de pena reconhecida.
B) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar e o afastamento
da causa de aumento do emprego de arma, apenas.
C) embargos de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, apenas.
D) embargos infringentes, buscando o afastamento da causa de aumento do emprego de arma,
apenas.
4) Marcus, advogado, atua em duas causas distintas que correm perante a Vara Criminal da Comarca de
Fortaleza. Na primeira ação penal, Renato figura como denunciado em ação penal por crime de natureza
tributária, enquanto, na segunda ação, Hélio consta como denunciado por crime de peculato.
Entendendo pela atipicidade da conduta de Renato, Marcus impetra habeas corpus, perante o Tribunal
de Justiça, e m busca do “trancamento” da ação penal. Já em favor de Hélio, impetra mandado de
segurança, também perante o Tribunal de Justiça, sob o fundamento de que o magistrado de primeira
instância, de maneira recorrente, não estava permitindo o acesso aos autos do processo. Na mesma data
são julgados o habeas corpus e o mandado de segurança por Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do
Ceará, sendo que a ordem de habeas corpus não foi concedida por maioria de votos, enquanto o
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50 Ivan Jezler
5) No âmbito de ação penal, foi proferida sentença condenatória e m desfavor de Bernardo pela suposta
prática de crime de uso de documento público falso, sendo aplicada pena privativa de liberdade de cinco
anos. Durante toda a instrução, o réu foi assistido pela Defensoria Pública e respondeu ao processo em
liberdade. Ocorre que Bernardo não foi localizado para ser intimado da sentença, tendo o oficial de
justiça certificado que compareceu em todos os endereços identificados. Diante disso, foi publicado
edital de intimação da sentença, com prazo de 90 dias. Bernardo, ao tomar conhecimento da intimação
por edital 89 dias após sua publicação, descobre que a Defensoria se manteve inerte, razão pela qual
procura, de imediato, um advogado para defender seus interesses, assegurando ser inocente.
Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) deverá esclarecer que:
A) houve preclusão do direito de recurso, tendo em vista que a Defensoria Pública se manteve
inerte.
B) foi ultrapassado o prazo recursal de cinco dias, mas poderá ser apresentada revisão criminal.
C) é possível a apresentação de recurso de apelação, pois o prazo de cinco dias para interposição
de apelação pelo acusado ainda não transcorreu.
D) é possível apresentar medida para desconstituir a sentença publicada, tendo em vista não ser
possível a intimação do réu sobre o teor de sentença condenatória por meio de edital.
GABARITO
1) C 2) D 3) D 4) A 5) C
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51 Ivan Jezler
➢ A Lei 13.964/19 acrescentou o inciso V ao artigo 564 do CPP, que, agora, expressamente prevê
que é nula toda decisão carente de fundamentação.
➢ Tratando do artigo 282 do CPP, foi acrescentado, no parágrafo 6º que o não cabimento de aplicação
da medida cautelar em substituição à decretação da prisão preventiva deve ser justificado de forma
fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. Essa
determinação vai de encontro à nossa CRFB/88 (artigo 93, IX). A prisão, como é cediço, é
excepcional, ultima ratio, e, agora, como prevê expressamente o parágrafo 6º do artigo 282 do CPP,
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52 Ivan Jezler
➢ A Lei 13.964/19 revogou o parágrafo único do artigo 312 do CPP, que trata da decretação da
prisão preventiva e, acrescentou dois parágrafos. O parágrafo 2, que dispõe da obrigatoriedade da
motivação e do fundamento da decisão que decretar a prisão preventiva em decorrência de receio
de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada.
➢ Antes da sanção do Pacote Anticrime, não havia em nosso ordenamento jurídico um prazo máximo
de prisão cautelar. Assim, não era fácil demonstrar, por exemplo, um excesso de prazo da prisão
para se requerer um relaxamento da cautelar. Agora, com a sanção da Lei 13.964/19, foi introduzido
o parágrafo 6º ao artigo 316 do CPP, que determina ao órgão emissor da decisão que decretou a
prisão preventiva revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias, mediante decisão
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. Vale lembrar que a necessidade em que
trata o legislador deve ser atual, na forma do artigo 312, parágrafo 2º, do CPP aqui já vislumbrado.
Imperioso ressaltar ainda que essa decisão deve ser proferida de ofício pelo juiz, sob pena de
ilegalidade, e, logo, relaxamento da prisão, quer seja se não for proferida dentro do prazo, quer seja
por ausência da devida fundamentação. Por fim, por se tratar de norma processual, a sua aplicação
é imediata e, dessa forma, o prazo em questão conta-se desde a decretação da prisão preventiva.
➢ Entre as inovações trazidas pela Lei 13.964/19, está o acordo de não persecução penal, incluído
no CPP, notadamente na alínea "a" do artigo 28, além de retificar o conteúdo contido no caput do
referido dispositivo.
➢ Por derradeiro, é importante trazer à baila as hipóteses de não cabimento do acordo de não
persecução penal (artigo 28-A, §2º, incisos I a IV CPP).
➢ Antes da vigência da lei anticrime, o estelionato era ação penal pública incondicionada. Ou seja,
não havia dependência de representação do ofendido, bastando que o Ministério Público tomasse
ciência do delito para oferecer denúncia. A única exceção a esta antiga regra era a chamada
"imunidade relativa", prevista no artigo 183 do CP. Agora, o delito de estelionato passou a ser ação
penal pública condicionada à representação do ofendido (§5º). Isto é, para instaurar-se a persecução
penal, faz-se necessário que a vítima represente em face do suposto autor dos fatos. Vale registrar
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53 Ivan Jezler
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NÓS ACREDITAMOS
EM VOCÊ!!
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