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APRESENTAÇÃO
É com muita alegria que apresentamos o módulo de Direito Ambiental do preparatório para o 37º
exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Sejam todos muito bem-vindos!
Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua prova,
então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas!
Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos
dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase
da OAB e Concursos) e vamos juntos!
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Direito Ambiental
3 Rubens Vaz Júnior
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
▪ 1605 – Surge a primeira lei de cunho ambiental no País: o Regimento do Pau-Brasil, voltado à
proteção das florestas.
▪ 1797 – Carta régia afirma a necessidade de proteção a rios, nascentes e encostas, que passam a ser
declarados propriedades da Coroa.
▪ 1799 – É criado o Regimento de Cortes de Madeiras, cujo teor estabelece rigorosas regras para a
derrubada de árvores.
▪ 1850 – É promulgada a Lei nº 601/1850, primeira Lei de Terras do Brasil. Ela disciplina a ocupação
do solo e estabelece sanções para atividades predatórias.
▪ 1911 – É expedido o Decreto nº 8.843, que cria a primeira reserva florestal do Brasil, no antigo
Território do Acre.
▪ 1916 – Surge o Código Civil Brasileiro, que elenca várias disposições de natureza ecológica. A
maioria, no entanto, reflete uma visão patrimonial, de cunho individualista.
▪ 1934 – São sancionados o Código Florestal, que impõe limites ao exercício do direito de
propriedade, e o Código de Águas. Eles contêm o embrião do que viria a constituir, décadas depois,
a atual legislação ambiental brasileira.
▪ 1964 – É promulgada a Lei 4.504, que trata do Estatuto da Terra. A lei surge como resposta a
reivindicações de movimentos sociais, que exigiam mudanças estruturais na propriedade e no uso
da terra no Brasil.
▪ 1965 – Passa a vigorar uma nova versão do Código Florestal, ampliando políticas de proteção e
conservação da flora. Inovador, estabelece a proteção das áreas de preservação permanente.
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▪ 1967 – São editados os Códigos de Caça, de Pesca e de Mineração, bem como a Lei de Proteção a
Fauna. Uma nova Constituição atribui à União competência para legislar sobre jazidas, florestas,
caça, pesca e águas, cabendo aos Estados tratar de matéria florestal.
▪ 1975 – Inicia-se o controle da poluição provocada por atividades industriais. Por meio do Decreto-
Lei 1.413, empresas poluidoras ficam obrigadas a prevenir e corrigir os prejuízos da contaminação
do meio ambiente.
▪ 1977 – É promulgada a Lei 6.453, que estabelece a responsabilidade civil em casos de danos
provenientes de atividades nucleares.
▪ 1981 – É editada a Lei 6.938, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente. A lei inova ao
apresentar o meio ambiente como objeto específico de proteção.
▪ 1985 – É editada a Lei 7.347, que disciplina a ação civil pública como instrumento processual
específico para a defesa do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
▪ 1991 – O Brasil passa a dispor da Lei de Política Agrícola (Lei 8.171). Com um capítulo
especialmente dedicado à proteção ambiental, o texto obriga o proprietário rural a recompor sua
propriedade com reserva florestal obrigatória.
▪ 1998 – É publicada a Lei 9.605, que dispõe sobre crimes ambientais. A lei prevê sanções penais e
administrativas para condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
▪ 2000 – Surge a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei nº 9.985/00), que prevê
mecanismos para a defesa dos ecossistemas naturais e de preservação dos recursos naturais neles
contidos.
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▪ 2001 – É sancionado o Estatuto das Cidades (Lei 10.257), que dota o ente municipal de mecanismos
visando permitir que seu desenvolvimento não ocorra em detrimento do meio ambiente.
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GENERALIDADES
Natureza Jurídica de Direito Ambiental – Divergência teórica sobre o tema, tornando-se claro, não
obstante, que sua natureza jurídica é de direito difuso, haja vista ser o meio ambiente de cada indivíduo
e de todos simultaneamente.
Sujeitos do Direito Ambiental – O meio ambiente é ubíquo e, por estar em todos os lugares, acaba por
vincular-se a um número indeterminado de pessoas.
Finalidade do Direito Ambiental – Esse ramo do direito envolve um conjunto de normas jurídicas,
que tem por função, a defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado, voltado para a sadia
qualidade de vida e à preservação de todas as espécies vivas existentes no planeta > O direito ambiental
ocupa-se da tutela jurídica do meio ambiente (fauna, flora, água, subsolo, etc).
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▪ Preservação > proteção ambiental à longo prazo > visando as gerações futuras.
▪ Restauração > restituir um ecossistema ou população silvestre > se a restituição não for possível,
caberá a indenização.
▪ Manejo > gestão adequada dos ecossistemas, pelo poder público.
▪ Patrimônio genético > informação de origem genética contida em amostras > regulado pela Lei de
Biossegurança (Lei 11.105/05).
111111
A Educação Ambiental é a construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para conservação do meio ambiente. > art. 225, p. 1, inciso VI, CF/88.
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❖ Encontramos fontes criadas pelos poderes legislativos dos Estados, como fontes criadas pelos
Estados durante as conferências internacionais.
❖ A preservação do meio ambiente é princípio da atividade econômica do Estado brasileiro,
conforme disciplina o artigo 170 da Constituição Federal.
❖ As leis, como as principais fontes de Direito são elaboradas em níveis federal, estadual, distrital e
municipal, que devem ser compatíveis com os princípios constitucionais que as norteiam. A Política
Nacional de Proteção do Meio Ambiente está definida na Lei n. 6938/81, que define meio ambiente
como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”, nos termos do artigo 3º.
❖ A doutrina é também fonte do direito ambiental e contribui para a construção de conceitos, de
valores mal definidos nos diversos instrumentos jurídicos. A hermenêutica jurídica pode contribuir
para interpretar as normas internas e internacionais mais favoráveis aos interesses coletivos e não
individuais.
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II. Princípio do Direito Humano Fundamental ao Meio Ambiente Sadio (Art. 225, caput, CF) –
Busca garantir a utilização contínua e sustentável dos recursos naturais que, apesar de poderem ser
utilizados, carecem de proteção para que também estejam disponíveis às futuras gerações. Para tanto é
necessário que as atuais gerações tenham o direito de não serem postas em situações de total
desarmonia ambiental.
IV. Princípio da Prevenção – Objetiva impedir que ocorram danos ao meio ambiente, concretizando-
se, portanto, pela adoção de cautelas, antes da efetiva execução de atividades potencialmente
poluidoras e/ou utilizadoras de recursos naturais. Aplica-se o Princípio da Prevenção naquelas
hipóteses onde os riscos são conhecidos e previsíveis, de modo a se exigir do responsável pela atividade
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impactante a adoção de providências visando, senão eliminar, minimizar os danos causados ao meio
ambiente. Os riscos são conhecidos e previsíveis.
V. Princípio da Precaução – Possui âmbito de aplicação diverso, embora o objetivo seja idêntico ao do
Princípio da Prevenção, qual seja, antecipar-se à ocorrência das agressões ambientais. Hipóteses em
que os riscos são desconhecidos e imprevisíveis, impondo à Administração Pública um comportamento
muito mais restritivo quanto às atribuições de fiscalização e de licenciamento das atividades
potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.
VI. Princípio do Poluidor Pagador – instrumento econômico e também ambiental, que exige do
poluidor, uma vez identificado, suportar os custos das medidas preventivas e/ou das medidas cabíveis
para, senão a eliminação pelo menos a neutralização dos danos ambientais. É oportuno detalhar que
este princípio não permite a poluição e nem pagar para poluir, pelo contrário, procura assegurar a
reparação econômica de um dano ambiental quando não for possível evitar o dano ao meio ambiente,
através das medidas de precaução.
o O custo resultante da poluição deve ser assumido pelos empreendedores de atividades
potencialmente poluidoras, nos custos da produção.
IX. Princípio da Responsabilidade Comum, mas Diferenciada – Os estados são responsáveis pela
conservação, proteção e recuperação do ecossistema, mas analisando individualmente qual a
contribuição e grau de cada um dos envolvidos para o dano.
XII. Princípio da Natureza Pública da Proteção Ambiental – O Estado tem atuação obrigatória para
proteger o meio ambiente, os espaços públicos e os materiais genéticos. O Estado é agente normativo
regulador (art. 174, CRFB/88), que fiscaliza, incentiva e planeja, atuando para:
a) Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
b) Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país;
c) Definir espaços que devem ser protegidos, em todas as unidades da federação;
d) Exigir o estudo prévio sobre impacto ambiental.
XIII. Princípio da Função Socioambiental da Propriedade Rural – Essa função tem o dever de
aproveitar o uso racional e adequado da propriedade, utilizar adequadamente os recursos naturais
disponíveis, preservar o meio ambiente, observar as disposições que regulam as relações de trabalho e
a exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores.
o Art. 186, CRFB/88.
XV. Princípio da Vedação do Retrocesso Ecológico (efeito cliquet ambiental) – Tem por escopo
obstar medidas legislativas e executivas que implementem um efeito cliquet (termo francês, com
acepção de não retrocesso), ou um efeito catraca, em relação ao direito ambiental.
o As garantias de proteção ambiental, uma vez conquistadas, não podem retroagir.
o Matriz de fundamentação do Código Florestal.
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COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL EM
MATÉRIA AMBIENTAL
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COMPETÊNCIA MATERIAL
→ O artigo 21, em seus incisos IX, XVIII, XIX, XX e XXIII determinou exclusivamente à União elaborar
e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social; planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações; instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; instituir diretrizes para o
desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; e
explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer o monopólio estatal
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio
de minérios nucleares e seus derivados. São matérias eminentemente de caráter federal.
→ Por outro lado, o artigo 23 da Constituição Federal, estabeleceu competência material comum
aos entes federados para proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, etc.
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Art. 225, CRFB/88. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
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§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão ser instaladas.
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§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais,
conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza
imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei
específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
o Incluído pela emenda constitucional nº 96/2017.
o Práticas de manifestações culturais não são passiveis de alegação de crueldade.
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Gestão feita com a participação das três esferas do poder público (federal, estadual e
municipal). As competências dos órgãos para a gestão do sistema vão desde a coordenação e
acompanhamento do sistema, até a sua implementação propriamente dita.
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O plano de manejo é o documento técnico que tem por finalidade traçar os objetivos gerais da
Unidade de Conservação.
o Em regra, o plano de manejo deve abranger não apenas a área da Unidade de
Conservação, mas também a Zona de Amortecimento e os Corredores Ecológicos.
- Zona de amortecimento: O entorno de uma unidade de conservação, onde as
atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o
propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.
- Corredor ecológico: Porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando
unidades de conservação – possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento
da biota.
o O uso do fogo é autorizado quando for, expressamente, previsto no plano de manejo.
- A queimada controlada pode existir, desde que se tenha autorização no plano de
manejo e no órgão ambiental.
o Manejo conservacionista – cerrrado – o fogo contribui na germinação das sementes.
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Regulado pelo art. 225, p. 1, inciso IV, da CRFB/88 + Resolução n° 001 de 23/01/1986 do
CONAMA.
O EIA/RIMA é uma sigla para Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental,
respectivamente > ambos são documentos direcionados à sustentabilidade, visando avaliar e
precisar a intensidade e dimensão do impacto no meio ambiente.
O Estudo apresenta detalhes minuciosos de levantamentos técnicos que se trata de um conjunto de
estudos realizados por especialistas em áreas correspondentes ao projeto e ao meio ambiente.
O Relatório de Impacto Ambiental – RIMA é, basicamente, o relatório desse estudo, e é visto como
a apresentação da conclusão do estudo referido em uma linguagem mais acessível.
Documentos distintos que possuem o mesmo grau de importância, e são fundamentais no
processo de licenciamento ambiental.
A ideia inicial da implementação da lei que obriga esses documentos era de controlar e medir o
impacto ambiental. Porém, com o passar dos anos, a premissa principal se tornou minimizar ao
máximo esse impacto.
O EIA/RIMA pode ser traduzido como documento que viabiliza ou não a implantação de um
empreendimento próximo de áreas naturais com paisagens ainda conservadas como rios, lagos, mar
e unidades de conservação. No entanto, o mesmo ainda pode ser solicitado em grandes
empreendimentos urbanos, que emitam um grande volume de gás ou que seja necessária a
escavação.
Observação:
→ O EIA/RIMA e o licenciamento ambiental são institutos
distintos!
→ O licenciamento ambiental é exigido em qualquer obra, já o
EIA/RIMA só é exigível para aquelas obras ou
empreendimento de maior nocividade ao meio ambiente.
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LICENCIAMENTO AMBIENTAL
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Quais os casos que exigem licenciamento ambiental? – Segundo o artigo 1º da Resolução n° 187 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, qualquer atividade considerada potencialmente
poluidora ou que cause degradação ambiental de qualquer forma, exige licenciamento ambiental.
o A licença deve indicar quem poderá usar o recurso natural e as medidas mitigatórias
implementadas, visando eliminar ou reduzir os impactos ambientais.
o Ainda que seja no mesmo ramo, a licença não pode ser aproveitada para outra situação ou
ramo. Cada licença é única!
o Os padrões de qualidade devem ser informados antes da licença.
TIPOS DE LICENÇA AMBIENTAL – As licenças ambientais são concedidas com base na atividade
pretendida e na fase em que o empreendimento se encontra. Os diferentes tipos de licença ambiental
previstos na Resolução n° 187 do CONAMA são:
I. Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou
atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos e condições a serem atendidas nas próximas fases da
implementação.
o Não podendo ser superior a 5 anos.
II. Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo
com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as
medidas de controle ambiental e demais condições.
o Não podendo ser superior a 6 anos.
III. Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a
verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condições determinadas para a operação.
o Prazo mínimo de 4 anos, e máximo de 10 anos.
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34 Rubens Vaz Júnior
Conforme as necessidades específicas dos casos, outros órgãos podem intervir no licenciamento para
estabelecer condições ou emitir pareceres. Alguns exemplos desses órgãos são:
FUNAI – Fundação Nacional do Índio
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
ICMBio - Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade
DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
MS – Ministério da Saúde
Fiscalização X Licenciamento – A competência para o exercício do Poder de Polícia – ente que fez o
licenciamento ambiental.
o Não impede o exercício de outro ente federal na fiscalização – competência comum
material (qualquer órgão poderá fiscalizar).
o Tese STJ.Resp.1.479.316/SE.
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37 Rubens Vaz Júnior
A COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL É:
→ A competência material (administrativa) é comum (art. 23, VII, CRFB/88), com finalidade de
preservar a floresta, a fauna e a flora.
→ A norma geral (Lei 12.651/12) deve ser respeitada por todos os entes da Federação.
→ O Estado e o Município poderão suplementar, naquilo que não for contrário à norma geral
(competência legislativa concorrente – art. 24, CRFB/88).
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Observação:
A RL registrada via CAR –
➢ Art. 18, § 4º. O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no
Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da
publicação desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural
que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato.
➢ Art. 30. Nos casos em que a Reserva Legal já tenha sido averbada na
matrícula do imóvel e em que essa averbação identifique o perímetro e a
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41 Rubens Vaz Júnior
Sabe-se que grande parte dos danos ambientais causados não é passível de recuperação, tendo em
vista a improbabilidade de se restabelecer, na natureza, o status quo anterior. Contudo, os danos,
sejam diretos ou indiretos, são passíveis de mitigação e de compensação, in natura ou em pecúnia.
A responsabilidade ambiental (art. 225, p. 3, CRFB/88) pode ser penal, civil e administrativa,
sem “bis in idem”. A responsabilidade penal e administrativa é subjetiva, com prazo de prescrição
de 5 anos. Enquanto que, a responsabilidade civil é objetiva, de forma imprescritível.
AÇÃO CIVIL
A responsabilidade civil por lesões ambientais é objetiva, dispensando a demonstração de dolo
ou culpa, conforme restou consagrado no art. 14 da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei
n. 6.938/81). O que importa, para fins de responsabilização civil, é a demonstração da autoria, do
dano e do nexo de causalidade. Assim, resulta cristalino que o IBAMA e o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade, como entidades ambientais da administração pública federal
indireta, possuem legitimação ativa para ingressar com ação civil pública com vistas a exigir do
poluidor a reparação do dano ou o pagamento de indenização. O ajuizamento da ação civil pública
figura como poder-dever da Administração que deverá manejar a ação caso presentes os seus
pressupostos.
AÇÃO PENAL
O art. 26 da Lei n. 9.605/98 preceitua que nos crimes ambientais, a ação penal é pública
incondicionada. Desta feita, cabe aos órgãos e entidades administrativos que detém o exercício do
poder de polícia ambiental, proceder à notificação de crime ambiental quando este seja constatado
em concomitância com infração administrativa ambiental. Importa esclarecer que os tipos penais
encontram correspondente nas infrações administrativas, ao menos no âmbito federal. No entanto,
em vista do princípio da intervenção mínima, nem sempre os tipos infracionais administrativos
encontram similar tipificação penal.
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RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
A responsabilidade administrativa ambiental apresenta caráter subjetivo, exigindo dolo ou
culpa para sua configuração. Assim, adota-se a sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, deverá
ser comprovado o elemento subjetivo do agressor, além da demonstração do nexo causal entre a
conduta e o dano.
CONCLUSÃO
À Administração Pública e demais atores envolvidos compete a adoção de medidas visando à
identificação do responsável pelo dano ambiental e ao manejo das ações pertinentes a
materializar a reparação, seja in natura ou em pecúnia. A dificuldade de restituição ao status quo
ante aponta para a necessidade de fortalecer os mecanismos de prevenção do dano, através de ações
educativas e de conscientização, de fiscalização e do amadurecimento dos procedimentos de
autorizações ambientais.
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43 Rubens Vaz Júnior
CRIMES AMBIENTAIS
Lei 9.605/98 – Lei de Crimes
Ambientais
A previsão legal trata de crimes de forma abstrata, como simples constatação de perigo (princípio
da prevenção).
Art. 2º. Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas
penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o
membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa
jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando
podia agir para evitá-la.
Aplicação da pena base (art. 59, CP): O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
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44 Rubens Vaz Júnior
A ação penal é pública incondicionada, com propositura cabível pelo Ministério Público.
o O art. 27, da Lei 9.605/98, trata da transação penal (prévia composição do dano ambiental).
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46 Rubens Vaz Júnior
O Brasil utiliza a teoria dualista moderada, superando as teorias dualista e monista radicais,
segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal.
Vislumbra-se, então, que os princípios gerais de direito devem ser entendidos como princípios
gerais do direito internacional, sendo aplicáveis ao direito ambiental, demonstrando a existência
de sua própria principiologia, consolidando-se como ramo autônomo, o Direito Ambiental
Internacional.
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47 Rubens Vaz Júnior
A “ECO 92”, “RIO 92” ou “Cúpula da Terra” dizem respeito ao mesmo movimento.
o Estabelecer aliança mundial, com a participação de 179 países (nem todos assinaram).
o Princípio da cooperação e da democracia.
o Diálogo entre os Estados e os setores chaves (ex.: instagram da prefeitura).
o Objetiva maximizar o conceito de desenvolvimento sustentável, harmonia com a
preservação ambiental, e o crescimento econômico, preservação ambiental e equidade
social.
o A ECO 92 gerou diversos resultados, como a Agenda 21, Convenção sobre Biodiversidade,
Declaração de Florestas, etc.
▪ A ECO 92 criou o instrumento de planejamento chamado de “Agenda 21”.
• Construção de sociedades sustentáveis, conforme suas bases geográficas.
▪ A Agenda 21 concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência
econômica.
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49 Rubens Vaz Júnior
4) Tendo em vista a elevação da temperatura do meio ambiente urbano, bem como a elevação do nível
dos oceanos, a União deverá implementar e estruturar um mercado de carbono, em que serão
negociados títulos mobiliários representativos de emissões de gases de efeito estufa evitadas. Sobre o
caso, assinale a afirmativa correta
A) É possível a criação de mercado de carbono, tendo como atores, exclusivamente, a União, os
Estados, os Municípios e o Distrito Federal.
B) Não é constitucional a criação de mercado de carbono no Brasil, tendo em vista a natureza
indisponível e inalienável de bens ambientais.
C) A criação de mercado de carbono é válida, inclusive sendo operacionalizado em bolsa de
valores aberta a atores privados.
D) A implementação de mercado de carbono pela União é cogente, tendo o Brasil a obrigação de
reduzir a emissão de gases de efeito estufa, estabelecida em compromissos internacionais.
C) Parque Nacional.
D) Área de Proteção Ambiental.
GABARITO
1. B 2. C 3. A 4. C 5. D
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51 Rubens Vaz Júnior
Visa amparar o § 1º, inciso II, do art. 225, da CRFB/88, com finalidade de proteger o patrimônio
genético.
o Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;
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53 Rubens Vaz Júnior
Art. 27, da Lei 11.101/2005. Liberar ou descartar OGM no meio ambiente, em desacordo com as
normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização.
o Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
o O STJ já decidiu que cabe a Justiça Federal julgar os crimes de liberação ilegal de organismos
geneticamente modificados.
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Direito Ambiental
55 Rubens Vaz Júnior
Art. 1º, da Lei 9.433/1997. A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes
fundamentos:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a
dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder
Público, dos usuários e das comunidades.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é uma autarquia sob o regime especial,
com autonomia financeira e administrativa, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com
finalidade de:
a) implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
b) regular o uso de recursos hídricos;
c) prestação dos serviços públicos de irrigação;
d) adução de água bruta;
e) segurança de barragens; e
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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
§ 3º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
A responsabilidade civil por dano ambiental está disposta no art. 4º, inciso VII, da Lei 6.938/81.
o Temos a chamada imprescritibilidade.
o A política nacional do meio ambiente visará à imposição, ao poluidor e ao predador, da
obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela
utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
o Responsabilidade civil objetiva (art. 14, § 1º): Sem obstar a aplicação das penalidades
previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a
indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de
responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
A responsabilidade administrativa por dano ambiental está disposta no art. 70, da Lei
9.605/1998.
o Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
o A infração administrativa ambiental tem prazo prescritivo de 5 anos, contados a partir da
prática do ato infracional (Súmula 467, STJ).
- Há possibilidade da prescrição intercorrente.
o A responsabilidade administrativa é subjetiva, por conta do julgado no Resp 1.401.500/PR –
13.9.16, mas não há pacificidade da doutrina neste tema.
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DIREITO URBANÍSTICO
Art. 182, da CRFB/88. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.
Art. 2º, da Lei 10.257/2001. A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços
públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
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60 Rubens Vaz Júnior
Art. 4º, da Lei 10.257/2001. Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
I – planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social;
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