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TURMA CA22. Prof.: Caroline Freitas Disciplina: Legislação Ambiental


CONTEÚDO: HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA e Atividade (Dinâmica da
Árvore).
Aluno (a): Data: 15/03/2023
BREVE RELATO SOBRE HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA
Através destas breves noções, sobre o a história do Direito Ambiental no Brasil e de seus avanços durantes os
anos, conseguimos ter a consciência da grande importância do meio ambiente em nossas vidas.
O Direito brasileiro tem início com a colonização dos Portugueses em nossas terras, que "supostamente" teriam
descoberto o Brasil em 1500. Supostamente, pois, o Brasil já existia e era colonizado pelos índios. Encantados
com as riquezas do nosso território dentre eles, o ouro, café, açúcar e o famoso pau-brasil, os portugueses não
hesitaram em explorar a colônia. Com o intuito de controlar e melhor administrar essas riquezas, criaram-se as
leis. O primeiro código legal europeu, conhecido como Ordenações Afonsinas ou Código Afonsino, nome dado
em homenagem ao rei que ocupava o trono português D. Afonso V, vigorou na primeira década do descobrimento,
que tiveram como base o direito canônico e romano. Visando o crescimento territorial, utilizaram a madeira como
instrumento fundamental. Assim, preocupados com a proteção e preservação destas riquezas florestais, o corte de
árvores frutíferas foi considerado como de crime de injuria ao rei, e era proibido pela ordenação do rei D. Afonso
IV, em 12/3/1393. Devido a constantes ataques franceses e ingleses interessados em contrabandear as madeiras, D.
João III implantou um novo sistema denominado governo geral, de maneira a evitar os frequentes ataques, além de
ter como propósito centralizar o poder em nome da Coroa Portuguesa, ou seja, formando-se uma justiça
estruturada sem qualquer tipo de interferência externa, impondo assim total controle social. Em suma, os interesses
da coroa portuguesa, na realidade, não eram proteger e preservar a flora e fauna do Brasil, mas sim, monopolizar a
explorar seus recursos. Em 1605 foi criada a primeira lei protecionista florestal brasileira, o regimento sobre o
pau-brasil. Este regimento proibia o corte da madeira sem expressa autorização real e caso alguém descumprisse
haveriam penas rígidas. Em março de 1609 esse regimento foi inserido no Regimento da Relação e Casa do Brazil
- primeiro Tribunal brasileiro situado na cidade de Salvador, com jurisdição em toda a colônia. A época teve seu
marco com a instalação do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, por meio de decreto de D. João VI, em 13/6/1808.
Durante o período imperial foi determinada a elaboração de um Código Civil e outro Criminal. Assim, em 1830
foi promulgado o primeiro Código Penal Brasileiro, que previa penas de prisão e multa para aqueles que fizessem
corte ilegal de madeira. Nesse período, foi criado também a teoria de reparação dos danos ecológicos e em 1850
foi promulgada chamada "Lei das Terras", com previsão de que era necessário ter o registro de todas as terras
ocupadas, além de impedir a posse das terras devolutas de maneira gratuita. Em 1891 com promulgação da
primeira Constituição Republicana Brasileira, a questão ambiental foi tratada de em apenas um artigo, o 34, inciso
XXIX, que descrevia a competência a atribuída à União para legislar sobre as suas minas e terras. As décadas
subsequentes tiveram grande importância para a crescente do tema com a criação de diversas obras e a realização
de conferências, consolidando as preocupações ambientalistas. Com a Constituição de 1934, editado através do
decreto federal 23.793 no governo de Getúlio Vargas, foi estabelecida a competência concorrente da União e dos
Estados para proteger as belezas naturais e os monumentos de valor histórico e artístico. Também foi a primeira
Constituição Brasileira a realçar a proteção do meio ambiente como de responsabilidade do poder público.
Segundo Ahrens (2003), o governo preocupou-se em estabelecer normas relativas à preservação da flora pelos
desmatamentos que aconteciam continuamente, ocasionados pela produção de café, bem como, pela criação de
gado no Vale do Paraíba e em outras regiões, que vinham promovendo os desmatamentos de florestas e a escassez
dos recursos naturais. A consolidação dos movimentos ambientalistas surgiu na década de 60, que trazia a ideia de
melhorias e benefícios para a vida do homem, fortalecendo ainda mais os movimentos ambientais. Em 1965, foi
editada a lei federal 4.771, denominado de Código Florestal Brasileiro, passando a legislar as normas relativas à
preservação do meio ambiente em propriedades privadas, onde o proprietário rural deveria conservar parte de sua
terra, com a finalidade de preservação da vegetação natural através de dois estatutos: Áreas de Preservação
Permanente (APP’s) e Reserva Legal (RL). Os proprietários que não cumprissem as normas de APP`s e RL,
teriam que recompor as áreas desmatadas. Seguindo a ordem cronológica, os Códigos de Caça, de Pesca e de
Mineração, bem como a Lei de Proteção à Fauna surgem no ano de 1967. Tem-se no mesmo período a
promulgação de nova Constituição que atribuiu à União competência para legislar sobre jazidas, florestas, caça,
pesca e águas, cabendo aos Estados tratar de matéria florestal. Após, mais precisamente no ano de 1975 inicia-se o
controle da poluição provocada por atividades industriais. Isso se dá por meio do Decreto-Lei 1.413, em que
empresas poluidoras ficam obrigadas a prevenir e corrigir os prejuízos da contaminação do meio ambiente. Em 17
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de outubro de 1977 promulga-se a Lei 6.453, que dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a
responsabilidade criminal por atos relacionados com atividades nucleares dando, também, outras providências.
No inicio dos anos 80 é editada a Lei 6.938/81, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente - PNAMA.
Ela inova ao prever textualmente o licenciamento ambiental em seu art. 9º, inc. IV. Este instituto é consagrado
como um dos mais importantes instrumentos para o alcance dos objetivos nela preconizados, os quais
necessariamente passam pela preservação ambiental. Não bastando, inova ao apresentar o meio ambiente com o
objeto específico de proteção. Em meados de 1985 tem-se a Lei 7.347, que disciplina a Ação Civil Pública como
instrumento processual específico para a defesa do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
No final da década de 80 é promulgada a Constituição de 1988, a primeira a dedicar um capítulo específico ao
meio ambiente. Vista como norma avançada, impõe ao Poder Público e à coletividade, em seu art. 225, o dever de
defender e preservar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. Nessa perspectiva o art. 225 da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, representa o marco jurídico da democracia e da
institucionalização do meio ambiente como um direito para as presentes e futuras gerações. Tal formulação trouxe
grande evolução no campo da participação, bem como, no da proteção ambiental reconhecendo sua importância
para a vida digna do ser humano. A constituição atual adotou a tendência contemporânea de preocupação especial
com o meio ambiente tratada na Declaração sobre o Ambiente Humano, realizada na Conferência das Nações
Unidas em Estocolmo no ano de 1972.
Igualmente importante foi a Lei de crimes ambientais (9.605), publicada em 1998 com a previsão de sanções
penais e administrativas para condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
A lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (Lei nº 9.985/00), que prevê mecanismos para
a defesa dos ecossistemas naturais e de preservação dos recursos naturais neles contidos, surge no ano 2000. É um
dos modelos de conservação mais sofisticado porque sua concepção vai além da manutenção da biodiversidade, ao
possibilitar vários usos do solo e dos recursos naturais. É considerada uma ferramenta potencializadora das
atividades que contribuem para a geração de emprego e renda, para o aumento da qualidade de vida das pessoas e
o desenvolvimento do Brasil, sem prejuízo para a conservação ambiental. Tem como desafio despertar o interesse
da sociedade pelo patrimônio natural e cultural protegido pela referida norma, aproximando as unidades de
conservação das pessoas, de maneira que o investimento em unidades de conservação também signifique retorno
na forma de benefícios para todos os brasileiros.
Em 2001 é sancionado o Estatuto das Cidades, que dota o ente municipal de mecanismos visando permitir que
seu desenvolvimento não ocorra em detrimento do meio ambiente.
O novo/atual Código Florestal Brasileiro começou a viger em 2012. Uma das principais mudanças foi a criação
do CAR (Cadastro Ambiental Rural) que é um registro nacional obrigatório das propriedades rurais, no qual o
poder público controla e gere a utilização do uso e ocupação do solo. Esta mudança fez-se necessária para moldar-
se a atual conjuntura do Brasil, pois, o antigo Código Florestal (lei 4.771/65), que visava minimizar a degradação
ao meio ambiente, indicava falhas e dificuldades de fiscalização para controlar áreas designada à preservação ou
de reserva legal. No que se refere às Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL), foi
necessário fazer uma série de adequações dos imóveis rurais que, em 22 de julho de 2008, não estavam coerentes
com as novas exigências legais. No Código Florestal Brasileiro de 1965, os limites previstos de Reserva Legal
para as florestas da Amazônia eram de 50%, e 20% nas demais regiões do país. Hoje, vigente o atual Código
Florestal Brasileiro de 2012, os limites podem chegar a 80% de reserva legal para áreas da Amazônia legal, 35%
para o Cerrado e 20% para as demais regiões do país. Através destas breves noções, sobre o a história da
legislação Ambiental no Brasil e de seus avanços durantes os anos, conseguimos ter a consciência da grande
importância do meio ambiente em nossas vidas. Sendo assim, a conclusão lógica é de que o Direito Ambiental
surge como um sistematizador, que assegura e protege o nosso bem maior, através das leis e dando suporte formal,
permitindo o balanceamento de valores e interesses coletivos.

Atividade: Descreva/Desenhe de forma legível e sucinta (resumida) como transcorreu a História da


Legislação Ambiental através de uma árvore desde a raiz aos frutos.

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