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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA


CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

Clara Carolina Souza Santos


Matheus de Andrade Santos
Vitória Prado Saraiva

PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL

Texto apresentado como pré-requisito


parcial para obtenção de nota na disciplina
Legislação Rural.
Docente: Edgard Larry

Vitória da Conquista
Outubro de 2022
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Sumário
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................... 1
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS AMBIENTAIS ........................................................................... 3
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA.................................................................................................... 4
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE ............................................................................................................. 5
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA RESERVA LEGAL ......................................................................... 6
PRINCÍPIO DO DIREITO DE PROPRIEDADE. ARTIGO 5º., XII, CF/88 ............................................... 8
LIVRE INICIATIVA ....................................................................................................................................... 9
DEVIDO PROCESSO LEGAL, AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO .................................................. 9
PRINCÍPIOS AMBIENTAIS ............................................................................................................. 10
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 10
PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO ..................................................................................................................... 11
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO .................................................................................................................... 11
PRINCIPIO DA PREVENÇÃO ................................................................................................................... 12
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO .................................................................................................................... 12
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE DE SUPORTE ......................................................................................... 13
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE..................................................................................................... 13
PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR .................................................................................................. 13
PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR...................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 15
ANEXOS ............................................................................................................................................... 16
MENÇÕES DIRETAS DA CONSTITUIÇÃO AO MEIO AMBIENTE ........................................... 16
MENÇÕES INDIRETAS DA CONSTITUIÇÃO AO MEIO AMBIENTE ...................................... 19
NORMAS REGULAMENTADORAS DO ARTIGO 225, CF/1988 ................................................. 21
SISTEMA JURÍDICO AMBIENTAL BRASILEIRO .................................................................. 23
CARTILHA ....................................................................................................................................... 23
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INTRODUÇÃO

A ideia deste texto é estudar os princípios do direito ambiental tal qual eles estejam
expressos ou implícitos na legislação brasileira vigente. Por objetivo específico, produzimos
uma cartilha em linguagem simples para a explicação dos princípios para um leitor leigo.
Essa cartilha segue anexa ao final do texto, após as referências.
Este texto é um estudo dos livros encontrados na Biblioteca Central da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. Selecionamos os cursos, manuais e livros de Direito
Ambiental por meio do acesso virtual. Lemos os capítulos pertinentes ao tópico Princípios
do Direito Ambiental e articulamos o assunto ao que foi mencionado em aula. Com a
finalidade de estudar e aprofundar os conceitos, não há a intenção em produzir um artigo
com a realização deste texto. Entretanto, procuramos seguir a disposição proposta pelas
normas técnicas para a produção de textos acadêmicos, mais conhecidas como normas da
Abnt.
Para aprender mais a respeito dos princípios do direito ambiental, partimos da
Constituição Federal, de 1988. O trabalho mostrou-se gigantesco e, por esse motivo,
buscamos alguma sistematização da Carta Magna brasileira para orientar melhor o estudo. O
livro Curso de Direito Ambiental (MORAES, 2004) sistematiza as menções
constitucionais diretas e indiretas a respeito do meio ambiente em quadros. Reproduzimos
os quadros e anexamos ao trabalho, pois facilitou o estudo dos princípios constitucionais
ambientais empreendido nas páginas seguintes.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS AMBIENTAIS

Iniciamos o estudo por meio da leitura da Constituição Federal de 19881, Capítulo


VI, Do Meio Ambiente, artigo 225:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial À sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas;

1BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de


outubro de 188, com as alterações adotadas pelas emendas constitucionais nos. 1/1992 a 99/2017, pelo
Decreto Legislativo no. 186/2008 e pelas emendas constitucionais de revisão nos. 1 a 6 de 1994. – 53
ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2018.
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II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e


fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem a sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam
os animais à crueldade.
§ 2º. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degredado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
§ 3º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-
se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º. São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§6º. As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º. Para fins do disposto na parte final do inciso VII do §1º. deste artigo, não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais, conforme o §1º. do art. 215 deste Constituição Federal,
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar
dos animais envolvidos (Parágrafo acrescido pela EC no. 96, de 2017) (BRASIL,
2017, p. 92)
.
Paulo de Bessa Antunes (2019, p. 60) explica que o caput do artigo 225 “instituiu um
Direito de ampla abrangência econômica e social”. Pela leitura dos artigos e incisos,
observamos que alguns demandam um regramento posterior “em nível infraconstitucional,
enquanto outros necessitam de adensamento em Lei específica, sendo de eficácia contida”.

PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA

O centro do Direito Ambiental é o ser humano (ANTUNES, 2019, p. 17). O Direito


Ambiental existe “em função do ser humano e para que ele possa viver melhor na Terra”.
Antunes (2019, p. 17), em livro a respeito do Direito Ambienta, assevera a convivência
harmônica e tolerante dos seres humanos com os demais animais, “sem que se admitam a
crueldade, o sofrimento desnecessário e a exploração interesseira” da fauna e da flora.
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PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE

Luís Carlos Silva de Moraes, no livro Curso de Direito Ambiental (2004)2, explica
que o artigo 225 da Constituição Federal de 1988 atribui ao meio ambiente a noção de bem
jurídico, não exclusivo e nem superior aos demais (vida, propriedade, saúde, livre iniciativa,
educação, etc) (MORAES, 2004, p. 14-15). O autor explica a evolução histórica do Direito
Ambiental, apartado do Direito Administrativo, reconhecido como um Direito de 3ª.
Dimensão (ou 3ª. Geração), pois que vinculado ao Título VIII da Constituição Federal de
1988, qual seja Da Ordem Social (artigos 193 até o artigo 232). Vinculado nesta seção da
Constituição Federal de 1988, o autor diz que cabe ao Estado a proteção deste bem de
interesse coletivo (MORAES, 2004, p. 15). O autor exemplifica o interesse coletivo “como
sendo aqueles que, mesmo utilizados por todos, não lhes pertence, pois nunca os terão por
completo, sendo permitido, no máximo, assumir-lhe a gestão até o limite legal” (MORAES,
2004, p.15). Exemplo disso são os rios que cortam grandes extensões de terra, beneficiando
as populações ribeirinhas, os latifundiários e os animais nativos; as grandes porções de mata,
benéficas a todos e as quais não podemos obstar o uso por outros. Moraes (2004, p. 16)
explica que, para esses bens de interesse coletivo, “alguém tem de regular e administrar essa
posse coletiva”, pois que a ação de uma pessoa na nascente de um rio pode subtrair algum
afluente, “fazendo com que todos percam” (MORAES, 2004, p. 16).
Conforme Luís de Moraes, a responsabilidade do Estado em relação à proteção do
meio ambiente foi bem delineada pelo Plenário do STF, no MS 22.164-0 (STF – Pleno, v.u.,
DJU, 17/11/19953). O relatório versa a respeito da reforma agrária e do uso de terras no
Pantanal Mato Grossense, área protegida conforme o §4º. do artigo 225 da Constituição
Federal de 1988. O relatório versa a respeito de um imóvel denominado Itiratupã, em Mato
Grosso, no município de Santo Antonio de Leverger (STF – Pleno, v.u., DJU, 17/11/1995,
p. 02).
Após uma explanação a respeito da (a) reforma agrária e o devido processo legal e da
(b) função social da propriedade e vistoria efetuada pelo INCRA; da( c) notificação prévia e
pessoal da vistoria e da (d) descrição do §4º. do artigo 225 da Constituição Federal, com a
possibilidade jurídica de expropriação de imóveis rurais nele situados, para fins de reforma
agrária, o relator ministro Celso de Mello debate a respeito da questão do direito ao meio

2MORAES, Luís Carlos Silva de. Curso de Direito Ambiental. – 2ª. Dição. São Paulo: Atlas, 2004.
3BRASIL. Mandado de Segurança número 22164-0 São Paulo. Relator Ministro Celso de Melo. Impetrante:
Antonio de Andrade Ribeiro Junqueira. Impetrado: Presidente da República. Disponível em:
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=85691 Acessado em 26 e fevereiro
de 2020
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ambiente ecologicamente equilibrado, direito de terceira geração, princípio da


solidariedade.
O relatório justifica o direito à “integridade do meio ambiente – típico direito de
terceira geração” como uma
prerrogativa jurídica de titularidade coletiva, refletindo, dentro do
processo de afirmação dos direitos humanos, a expressão
significativa de um poder atribuído, não ao indivíduo identificado
em sua singularidade, mas, num sentido verdadeiramente mais
abrangente, à própria coletividade social (STF, MS 22.164-0, p. 03).

O Ministro Celso de Mello explica quais sejam os direitos de primeira geração (os
civis e os políticos) - quais sejam “as liberdades clássicas, negativas ou formais”, cuja função
é realçar “o princípio da liberdade” - e os direitos de segunda geração (econômicos, sociais e
culturais), identificados com “as liberdades positivas, reais ou concretas”. Para o relator,
ambos “acentuam o princípio da igualdade”. Na decisão do STF, os direitos de terceira
geração “materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as
formações sociais”. Estes “consagram o princípio da solidariedade e constituem um
momento importante no processo de desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos
direitos humanos, caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota
essencial de uma inexauribilidade”.
O relator ministro Celso de Mello reitera uma decisão referida pelo Supremo Tribunal
Federal (RE 134.297 – SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO4 ao afirmar a participação do
meio ambiente como um direito de terceira dimensão que “assiste, de modo subjetivamente
indeterminado, a todo gênero humano” e, por isso, é obrigação do “Estado e à própria
coletividade” defende-lo e preservá-lo “em benefício das presentes e das futuras gerações”,
evitando que “irrompam, no seio da comunhão social, os graves conflitos intergeneracionais
marcados pelo desrespeito do dever de solidariedade na proteção da integridade desse bem
essencial de uso comum de todos quantos compõe o grupo social” (LAFER, 1988, 131-1325
apud MS n. 22.164 – 0, 17/11/1995).

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA RESERVA LEGAL

4 Não encontrei. APUD: BRASIL. Plenário do STF, Ministro Celso de Mello, relatório MS, n. 22.164 -0,
17/11/1995. Também citado em: Ag. Reg. No Recurso Extraordinário 290.950 São Paulo. Relator Min. Dias
Toffoli. 04/11/2014. Disponível em:
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7629984 Acessado em 27/02/2020
5 LAFER, Celso. A reconstrução dos Direitos Humanos, Companhia das Letras: São Paulo, 1988.
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Além do princípio da solidariedade, exemplificado pelas decisões acima, os cursos


de direito ambiental indicam alguns princípios constitucionais ambientais, a exemplo do
princípio da legalidade e do princípio da reserva legal. Fiorillo (2019, p.78) explica que
o princípio da legalidade está expresso no artigo 5º., II, da Carta Magna e destaca este
artigo “como ponto de partida fundamental no sentido de interpretar de forma adequada a
efetividade do direito ambiental constitucional”.
Luís Carlos Silva de Moraes (2004, p.22) explica que podemos observar esses
princípios por meio do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, nos incisos III, IV e VII
do § 1º., § 2º., §4º. e §6º.
No inciso III do artigo 225, a lei diz quais espaços territoriais e seus componentes
serão “especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei”. No inciso IV do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, há a exigência “na forma
da lei” para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente”. No inciso VII, §1º., do artigo 225 da Constituição Federal
de 1988, a proteção da fauna e da flora é garantida, sendo vedadas “na forma da lei” “as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais a crueldade”. “A forma da lei” também é evocada para especificar a
recuperação do meio ambiente por aqueles que explorem os recursos minerais; a utilização
da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica, da Serra do Mar, do Pantanal Mato-Grossense e
da Zona Costeira (§ 4º., inciso VII, art. 225, CF/1988) e a localização de usinas que operem
com reatores nucleares.
Luís Carlos Silva de Moraes (2004, p. 22) explica que “não havendo previsão
constitucional específica para a regulamentação da matéria (...), o Poder Legislativo poderá
delegar pequena parcela de sua competência ao Poder Executivo, cuja tarefa será ligada a
adaptar a legislação genérica às circunstâncias do momento, mais que propriamente inovar
originariamente a matéria”. O autor explica que, para obedecer esse princípio, deve-se
observar as matérias elencadas nos artigos 22 e 24 da Constituição e verificar se há a
necessidade de edição de uma lei ordinária ou complementar. Caso a matéria já tenha sido
apreciada no ordenamento jurídico, a regra obedecerá o princípio da reserva legal. “As
demais, com previsão genérica”, obedecerão ao princípio da legalidade (MORAES, 2004,
p.23).
Para Luís Carlos Silva de Moraes (2004, p. 23) esses dois princípios merecem alguma
atenção, pois que
a matéria meio ambiente é permeada com a aplicação de amos os princípios, pois
existem disposições constitucionais que exigem lei específica, demandando
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atenção à reserva legal e aos demais dispositivos, onde a falta de exigência


específica faz com que a matéria fique vinculada à legalidade, ou seja, aplicável à
regra genérica (MORAES, 2004, p. 23).

O autor segue explicando que o artigo 8º., incisos VI e VII da Lei no. 9.638/81, que
regula a atividade normativa do Conselho Nacional de Meio Ambiente, “não possuem
validade no que ultrapassarem os princípios constitucionais da legalidade e reserva legal, nas
matérias em que são aplicáveis” (MORAES, 2004, p.26). Salvo isso, as atividades de
licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, o estabelecimento de
normas e padrões nacionais de controle da poluição, o estabelecimento de normas, critérios
e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente foram
recepcionados pela Constituição de 1998, sem maiores problemas.
O autor ainda relata a absorção de várias resoluções em que “a publicação indica que
se julgou por atacado vários recursos administrativos, inclusive de diferentes Estados”
(MORAES, 2004, p. 26) e a manutenção dos artigos 8º. e 10º. da lei no. 6938/81, com as
competências do CONAMA, atendendo ao disposto no artigo 225, inciso VI da Constituição
Federal de 1988, com a ressalva da não recepção do inciso I do artigo 8º. da lei no. 6.938/81.
Esse problema foi resolvido com o “exercício da competência geral concorrente dos
Estados”, com edição de regras a respeito do licenciamento ambiental, a exemplo da lei no.
9.505/97 do Estado de São Paulo (MORAES, 2004, p. 30-31).
De maneira mais didática e ampla, Fiorillo (2019, p.78) explica que “o advento da
Constituição proporcionou a recepção da Lei n. 6.938/81 em quase todos os seus aspectos,
além da criação de competências legislativas concorrentes”.

PRINCÍPIO DO DIREITO DE PROPRIEDADE. ARTIGO 5º., XII, CF/88

O princípio do direito de propriedade, previsto no artigo 5º., inciso XII da


Constituição Federal de 1988 garante a “indenização justa e sem dinheiro” quando há a
manutenção do patrimônio pelo Estado. Quando há a desapropriação de uma terra pelo
Estado, entende-se que há a manutenção de um bem coletivo, colocado à disposição de todos
(MORAES, 2004, p. 36).
Moraes (2004, p.33) explica como o Direito Público autoriza ator que “criados e
exercidos por meio de coação legal, atingem o direito individual”. O artigo 5º. Assevera que
“o poder estatal, em tese ilimitado, será limitado todas as vezes que atingir direitos e garantias
individuais”. O §1º. Desse artigo define tais direitos como de “aplicação imediata, sendo
desnecessária qualquer regulamentação e, como segurança maior, transformou tais direitos e
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garantias em cláusulas pétras (art. 60, § 4º.)” (MORAES, 2004, p. 33). Quando há a supressão
do direito de propriedade por meio do Estado, ocorre uma retribuição. Moraes (2004, p.33)
explica que “não está se privando o Estado de agir, mas de assim fazê-lo sem lesar parte da
sociedade em proveito da outra”, visando a proporcionalidade das trocas (MORAES,
2004, . 34). Essa posição é comumente adotada pelo STF, a exemplo do Recurso
Extraordinário no. 134.297-8-SP, do Relator Min. Celso de Mello, citado anteriormente.
Se, no exercício da soberania, é necessário bem de particular, possível e legal obtê-
lo. Contudo, a apreciação patrimonial desse não pode ser lesada, posto que tal
apreciação constitui patrimônio, ou seja, propriedade privada. Assim, a
compensação que se entender necessária, é a troca elementar para se manter vivo
o princípio constitucional do direito de propriedade. Acrescente-se ainda que, ao
retirar o patrimônio de um, colocou-se à disposição de todos, com gestão pelo
Estado. É essa desproporção que torna legítima a necessidade da contraprestação
destinada ao equilíbrio patrimonial, o que torna inabalável o significado do
princípio de direito de propriedade (MORAES, 2004, p. 36).

LIVRE INICIATIVA

Moraes (2004, p. 37) explica o princípio da livre iniciativa partindo do artigo 170 da
Constituição Federal d 1988. Para o autor, o meio ambiente “interfere na livre iniciativa, pois
grande parcela das atividades industriais e/ou comerciais necessitam de licenciamento para
serem realizadas”. O §5º. Do artigo 173 da Constituição Federal de 1988 estipula a
desconsideração da pessoa jurídica que lesar o meio ambiente, estabelecendo
responsabilidade e punições compatíveis com sua natureza. A lei constitucional é amparada,
ainda, pelos artigos 2º. e 3º., parágrafo único, da Lei n. 9.605/98, responsabilizando diretores,
administradores, membros de conselho e de órgão técnicos que vierem a estabelecer
condutas criminosas. O artigo 3º. responsabiliza a pessoa jurídica e também a pessoa física
autoras, co-autoras ou partícipes do fato.
Fiorillo (2019, p. 83) vincula a livre iniciativa ao princípio do desenvolvimento
sustentável. Para o autor, a livre iniciativa tem de estar voltada à “disposição de um meio
ambiente ecologicamente equilibrado”.
Tanto isso é verdade que a Constituição Federal estabelece que a ordem
econômica, fundada na livre iniciativa (sistema de produção capitalista) e na
valorização do trabalho humano (limite ao capitalismo selvagem), deverá regrar-se
pelos ditames da justiça social, respeitando o princípio da defesa do meio ambiente,
contido no inciso VI do art. 170. Assim, caminham lado a lado a livre
concorrência e a defesa do meio ambiente, a fim de que a ordem econômica esteja
voltada à justiça social (FIORILLO, 2019, p.83).

DEVIDO PROCESSO LEGAL, AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO


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Constantes nas cláusulas pétras na Constituição Federal de 1988 (artigo 5º., incisos
LIV e LV) participam do Direito Ambiental por meio dos artigos 19, parágrafo único, e 70,
§ 4º. A Lei n. 9.605/98, que versa a respeito da perícia produzida no inquérito civil ou no
juízo cível e, ainda, no arito 70, §4º., quando define que as infrações ambientais são apuradas
em processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório.

PRINCÍPIOS AMBIENTAIS
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO

Conforme Antunes (2019, p.17), “o grau maior de proteção ambiental é uma razão
direta do maior nível de bem-estar social e renda da população”. O autor assevera, em
conformidade com as declarações internacionais a respeito do meio ambiente, a necessidade
de um desenvolvimento sustentável e econômico, ao mesmo tempo.
O entendimento a respeito do desenvolvimento sustentável surgiu, “inicialmente, na
Conferência Mundial de Meio Ambiente, realizada, em 1972, em Estocolmo e repetida nas
demais conferências sobre o meio ambiente, em especial na ECO-92, a qual empregou o
termo em onze de seus vinte e sete princípios (FIORILLO, 2019, p. 79).
Esse princípio decorre de uma percepção a respeito do desenvolvimento sustentável,
disseminada com mais força, principalmente, a partir do Relatório Brundtland, também
conhecido como Nosso Futuro Comum (1991). O relatório indica como desenvolvimento
sustentável “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade
de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades” (COMISSÃO MUNDIAL
SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991, p.46).

Dessa forma, o princípio do desenvolvimento sustentável tem por conteúdo a


manutenção das bases vitais da produção e reprodução do homem e de suas
atividades, garantindo igualmente uma relação satisfatória entre os homens e
destes com o seu ambiente, para que as futuras gerações também tenham
oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos hoje à nossa disposição
(FIORILLO, 2019, p.81).

Para o caso brasileiro, Antunes (2019, p. 17) sugere a interpretação do Relatório Nosso
Futuro Comum em consonância do a Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento, em seu § 1º.,
do artigo 1º, cujo teor sugere dirimir as disparidades sociais, ampliando o direito ao
desenvolvimento para todos os seres humanos, tornando todos os povos habilitados para
“participar do desenvolvimento econômico, social, cultural e político, a ele contribuir e dele
desfrutar, no qual todos os direitos humanos e liberdades fundamentais possam ser
plenamente realizados”.
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PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO

Antunes (2019, p. 19) explica como o Direito Ambiental nasce nos movimentos
populares e sociais. Essa origem torna a base dos direitos ambientais mais democrática. Essa
base democrática encontra “sua expressão normativa especialmente nos direitos à
informação e à participação”.
Beltrão (2014, p.20) vincula o direito à informação como um princípio ambiental,
pois que intimamente ligado ao princípio da participação. O acesso à informação, em sentido
amplo, “consiste em um dos direitos e garantias fundamentais previstos pela Constituição
Federal (Art. 5º., XIV)” (BELTRÃO, 2014, p.24).
O princípio democrático assegura aos cidadãos a participação em discussões “para a
elaboração das políticas públicas ambientais” e a obtenção de informações “dos órgãos
públicos sobre matéria referente à defesa do meio ambiente e de empreendimentos
utilizadores de recursos ambientais e que tenham significativas repercussões sobre o
ambiente, resguardado o sigilo ambiental” (ANTUNES, 2019, p. 19).
Beltrão (2014, p.27) estabelece como princípio autônomo o princípio da
oportunidade para participação pública.

PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO

Antunes (2019, p 21) explica que o Princípio da Precaução é aquele que avalia as
“consequências sobre o meio ambiente dos diferentes projetos e empreendimentos que se
encontravam em curso ou em vias de implantação”. Este princípio foi redigido como o
princípio número 15 da Declaração do Rio – 92. Diz assim:

De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução


deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas
capacidades. Quando houver ameaças de danos sérios ou
irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser
utilizada como razão para postergar medidas eficazes e
economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.

A ideia era reduzir as cargas ambientais para quaisquer empreendimentos. O autor


alerta para o fato desse princípio não ser uma “cláusula geral, aberta e indeterminada”. Para
a implementação de alguma atividade, é necessário dizer o que se pretende prevenir e qual o
risco a ser evitado. Ao prevenir riscos e danos, Antunes (2019, p.22) alerta para o fato de
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nem sempre estarmos preparados para quais os riscos e danos preferimos correr, por isso é
necessário a escolha ser realizada racionalmente. Beltrão (2014, p. 17) alerta para a incerteza
científica, pois que “a maioria dos processos da natureza e elementos é complexa,
desconhecida em sua inteireza pela comunidade científica”. O princípio da precauções
pressupõe, portanto, uma “razoável imprevisibilidade dos danos que poderão ocorrer dada
a incerteza científica dos processos ecológicos envolvidos” (BELTRÃO, 2014, p. 18).
Para Antunes (2019, p. 24) a exegese do princípio permite duas interpretações: (a)
cabe a cada Estado definir como o princípio da precaução estará presente na ordem interna,
“na exata medida das capacidades dos diferentes estados” e (b) deve-se sempre ponderar a
respeito dos danos e dos riscos envolvidos, mesmo quando haja a aparente impressão de que
os riscos são mínimos ou inexistentes.

PRINCIPIO DA PREVENÇÃO

Antunes (2019, p. 26) explica que o princípio da prevenção aplica-se a impactos


ambientais já conhecidos “e dos quais se possa, com segurança, estabelecer um conjunto de
nexos de causalidade que seja suficiente para a identificação dos impactos futuros mais
prováveis”. A prevenção nem sempre diminui os danos, por isso é necessário avaliar a
proporção entre os danos e os benefícios gerados pelos empreendimentos a serem
licenciados.
Beltrão (2014, p.15) assevera que o princípio da prevenção está “amplamente
incorporado à ordem jurídica” brasileira, pois que a Constituição o prevê expressamente no
artigo 225, §1º., IV, com a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental prévio à ação
proposta; com a Lei Federal 6.938, de 31 de agosto de 1981 e alterações subsequentes e com
a Lei Federal 11.428 de 22.12.2006, cujo teor dispõe a respeito da utilização e proteção da
vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica.

PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO

O princípio do equilíbrio pondera a respeito das “consequências previsíveis da


adoção de uma determinada medida, de forma que esta possa ser útil à comunidade e não
importar gravames excessivos aos ecossistemas e à vida humana” (ANTUNES, 2019, p.27).
Esse princípio gera como resultado balanços a respeito das diferentes repercussões dos
projetos a serem implantados, suas consequências ambientais, econômicas, sociais, etc.
13

PRINCÍPIO DA CAPACIDADE DE SUPORTE

O princípio da capacidade de suporte, também conhecido como princípio do limite,


fala a respeito dos limites aceitáveis pelo meio ambiente e fixados pelo Poder Público para
usufruto de determinado bem. Os padrões definidos pelo Poder Público levam em
consideração a capacidade de suporte do ambiente (ANTUNES, 2019, . 28), sem que este
altere suas características básicas essenciais.

PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE

Antunes (2019, p. 30) explica que “qualquer violação do Direito implica a sanção do
responsável pela quebra da ordem jurídica”. A responsabilidade ambiental divide-se em (a)
civil; (b) administrativa e (c) penal.

PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR

As políticas públicas asseguram que os preços dos produtos reflitam os custos


ambientais. O princípio o poluidor pagador busca “afastar o ônus do custo econômico das
costas da coletividade e dirigi-o diretamente ao utilizador dos recursos ambientais. Ele não
pretende recuperar um bem ambiental que tenha sido lesado mas estabelecer um mecanismo
econômico que impeça o desperdício de recursos ambientais, impondo-lhes preços
compatíveis com a realidade” (ANTUNES, 2019, p. 31).
Fiorillo (2019, p.84-85) explica que esse princípio “não traz como indicativo ‘pagar
para poder poluir’, ‘poluir mediante pagamento’ ou ‘pagar para evitar a contaminação’”. O
princípio do poluidor pagador visa (a) evitar a ocorrência de danos ambientais (caráter
preventivo) e (b) ocorrido o dano, visa a sua reparação (caráter repressivo) (FIORILLO,
2019, p. 85). Cabe ao poluidor o ônus de arcar com a prevenção dos danos ao meio ambiente.
“Num segundo alcance, esclarece esse princípio que, ocorrendo danos ao meio ambiente em
razão da atividade desenvolvida, o poluidor será responsável por sua reparação”.

PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR


Beltrão (2014, p.33) diz que, diferente do princípio do poluidor pagador, o princípio
do usuário pagador consiste “na cobrança de um valor econômico pela utilização de um bem
ambiental”. Esse princípio não possui uma natureza reparatória e punitiva e, sim, uma
14

“natureza meramente remuneratória pela outorga do direito de uso de um recurso natural.


Não há ilicitude, infração”.
15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. – 20ª. Edição – São Paulo: Atlas, 2019.

BELTRÃO, Antônio F. G. Curso de Direito Ambiental. – Rio de Janeiro: Forense: São Paulo:
Método, 2014.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado


em 5 de outubro de 188, com as alterações adotadas pelas emendas constitucionais nos.
1/1992 a 99/2017, pelo Decreto Legislativo no. 186/2008 e pelas emendas constitucionais de
revisão nos. 1 a 6 de 1994. – 53 ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2018.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Mandado de Segurança número 22164-0 São


Paulo. Relator Ministro Celso de Melo. Impetrante: Antonio de Andrade Ribeiro Junqueira.
Impetrado: Presidente da República. Disponível em:
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=85691 Acessado em 26 e
fevereiro de 2020.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Plenário do STF, Ministro Celso de Mello, relatório
MS, n. 22.164 -0, 17/11/1995. Também citado em: Ag. Reg. No Recurso Extraordinário 290.950 São
Paulo. Relator Min. Dias Toffoli. 04/11/2014. Disponível em:
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7629984 Acessado em
27/02/2020

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso


Futuro Comum. 2ª. Edição. Editora da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1991.

FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. – 19ª. Edição. – São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.

LAFER, Celso. A reconstrução dos Direitos Humanos, Companhia das Letras: São Paulo, 1988.

MORAES, Luís Carlos Silva de. Curso de Direito Ambiental. – 2ª. Dição. São Paulo: Atlas, 2004.
16

ANEXOS

MENÇÕES DIRETAS DA CONSTITUIÇÃO AO MEIO AMBIENTE

Menções Diretas da Constituição ao Meio Ambiente


ARTIGO TEOR
5º., LXXIII qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
20 São bens da União:
II – as terras devolutas indispensáveis... à preservação ambiental,
definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de
seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites
com outros países, ou se estendam a Território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,
excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II;
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona
economia exclusiva;
VI – o mar territorial;
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e
pré-históricos
23 É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios:
III – proteger ... as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;
17

VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer


de suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;
24 Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
I – direito ... urbanístico;
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa
do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio ... paisagístico
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente...;
26 Incluem-se entre os bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de
obras da União
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União
91, § 1º. , III § 1º. Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
III – propor os critérios e condições de utilização de áreas
indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu
efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer
tipo
129, III São funções institucionais do Ministério Público:
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos;
170, VI A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano
e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência digna
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
VI – defesa do meio ambiente;
18

173, § 5º. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração


direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei
§ 5º. A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos
dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta,
sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos
praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a
economia popular
174, § 3º. §3º. O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em
cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a
promoção econômico-social dos garimpeiros
186, II A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, os seguintes requisitos:
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente
200, VIII Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições,
nos termos da lei:
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho
216, V Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
material e imateriais, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico
220, § 3º. § 3º. Compete à lei federal:
II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a
possibilidade de se defenderem de programas ou programações de
rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como
da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser
nocivos à saúde e ao meio ambiente
19

225 VER ABAIXO


231, §1º. § 1º. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles
habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades
produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos
ambientais necessários a seu bem estar e as necessárias a sua
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e
tradições.
(QUADRO 01 – MORAES, 2004, p. 47-48)

MENÇÕES INDIRETAS DA CONSTITUIÇÃO AO MEIO AMBIENTE

Menções indiretas da constituição ao meio ambiente


ARTIGO TEOR
21, XIX Compete à União:
XIX – instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos e definir critérios de outorga de direitos d seu uso;
(Regulamentado pela ei no. 9.433, d 08/01/1997)
21, XX Compete à União:
XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive
habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
21, XXIII Compete à União:
XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer
natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os
seguintes princípios e condições:
a) Toda atividade nuclear em território nacional somente
será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
Congresso Nacional;
b) Sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a
utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos
medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas
c) A responsabilidade civil por danos nucleares independe
da existência de culta
20

21, XXIV Compete à União:


XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do trabalho
21, XXV Compete à União
XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da
atividade de garimpagem, em forma associativa;
22, IV Compete privativamente à União legislar sobre:
IV – águas, energia...;
22, XII Compete privativamente à União legislar sobre:
XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
22, XXVI Compete privativamente à União legislar sobre:
XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza
23, III É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
naturais notáveis e os sítios arqueológicos
23, IV É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras
de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural
24, II Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
II – orçamento;
24, VII Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,
turístico e paisagístico
30, IX Compete aos Municípios:
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural loca,
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
182 A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder
Público municipal, conforme as diretrizes gerais fixadas em lei,
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes.
21

196 A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
(MORAES, 2004, p. 48-49)

NORMAS REGULAMENTADORAS DO ARTIGO 225, CF/1988

Normas regulamentadoras do artigo 225, CF/1988


Artigo 225, CF Legislação Regulamentadora
Artigo 225, caput
Art. 225. Todos têm direito ao meio
ambiente, ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum e essencial à sadia Decretos no. 4.339/02 e 4.703/03
qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de
defende-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
§ 1º., inciso II:
II – preservar a diversidade e a Lei no. 8.974/95
integridade do patrimônio genético do Lei no. 9.985/00
país e fiscalizar as entidades dedicadas MP no. 2.186-16/01 (EC 32/01)
à pesquisa e manipulação de material
genético;
§ 1º., inciso III
III – definir, em todas as unidades da Lei no. 6.902/81
federação, espaços territoriais e seus Lei no. 6.938/81 – art. 9º.
componentes a serem especialmente Lei no. 9.985/00
protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente por meio
de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção.
§ 1º., inciso IV:
IV – exigir, na forma da lei, para Lei no. 6.938/81 – art. 10
instalação de obra ou atividade Resolução CONAMA no. 1/86
potencialmente causadora de
significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade
§ 1º., inciso VII
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, Lei no. 4.771/65
na forma da lei, as práticas que Lei no. 6.766/79
coloquem em risco sua função Li no. 5.197/67
ecológica, provoquem a extinção de Lei no. 9.605/98
espécies ou submetam os animais a Decreto-lei no. 221/67
crueldade
22

§ 2º.
§ 2º. Aquele que explorar recursos Decreto-lei no. 227/67
minerais fica obrigado a recuperar o Lei no. 6.567/78
meio ambiente degradado, de acordo Lei no. 7.805/89
com solução técnica exigida pelo órgão Lei no. 8.723/93 (Ar)
público competente, na forma da lei Lei no. 9.433/96 (água)
§ 3º.
§ 3º. As condutas e atividades Lei no. 9.605/98
consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas
ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados
§4º.
§ 4º. A Floresta Amazônica brasileira, a Lei no. 4.771/65
Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Decreto no. 1.282/94
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Lei no. 6.938/81
Costeira são patomônio nacional e sua Decreto no. 750/93
utilização far-se-á, na forma da lei, Lei no. 7.661/88
dentro de condições que assegurem a Lei no. 9.636/98
preservação do meio ambiente,
inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
§ 5º.
§ 5º. São indisponíveis as terras Decreto-ei no. 9.760/46
devolutas ou arrecadadas pelos Estados, Decreto no. 966/93
por ações discriminatórias, necessárias
à proteção dos ecossistemas naturais
§ 6º.
§ 6º. As usinas que operem com reator Lei n. 4.118/62
nuclear deverão ter sua localização Lei no. 6.189/74
definida em lei federal, sem o que não Lei no. 6.453/77
poderão ser instaladas Decreto-lei no. 1.982/82
Decreto-lei no. 2.464/88
Lei no. 7.862/89
Lei no 7.195/89
(MORAES, 2004, p. 52-53)
23

SISTEMA JURÍDICO AMBIENTAL BRASILEIRO

CF/88 - arts. 182,


186 e 225

Regras de procedimento
Lei no. 6.938/81: zoneamento e licenciamento de atividades
Lei no. 9.605/98: punição às infrações da regra material

Regras materiais

Fauna Flora e Solo Ar Minerais Subsolo Águas

Decreto lei n. 227/67


Emissão de Lei n. 6.567/67 Dec. n. 24.643;34
Lei n. 5.197/67 poluentes na
Urbano Rural Lei n. 7.805/78 Lei no. 9.433;96
Dereto-Lei n. atmosfera
221/67 Lei no. 9.055/95 Lei n. 9.984/00
Lei n. 8.723/93
Lei n. 9.314;96
Lei n. 9.827/99
Lei n. 9.966/00
Lei n. 4.771/65
Lei n. 6.766/79
Lei n. 6.902/81 Lei Estadual
Lei n. 10.257/01
Lei n. 9.985/00

Residencial Industrial

Lei Municipal de
Zoneamento

(MORAES, 2004, p.54)

CARTILHA

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