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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DE UMA DAS


VARAS CIVEIS DA COMARCA DE PESQUEIRA/PE

GENIVALDO LEITE FERREIRA, brasileiro,


viúvo, agricultor, filho de Valdeci José Ferreira e de Francisca Maria Leite
Ferreira, portador da cédula de Identidade sob nº 4.478.339 SDS-PE e do CPF/MF
sob nº 862.901.934-49, residente e domiciliado na Sitio Varzinha, s/n,zonal rural
de Pesqueira/PE, CEP:55200-000, por seu advogado in fine assinado, com
escritório profissional o do timbre desta peça, que indica para fins do Art. 39,
inciso I do Código de Processo Civil, vem, mui respeitosamente, perante Vossa
Excelência para propor a presente

AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL POST MORTEM

em face dos herdeiros de CLAUDIANA OLIVEIRA DOS SANTOS,


agricultora, brasileira, inscrita no CPF 061.987.494-52 e RG 7.346.965 SDS/PE,
falecida em 08 de outubro de 2022, conforme certidão de óbito anexa.

Filhos: MARCOS ANDRE DOS SANTOS


FERREIRA, brasileiro, menor púbere, nascido em 18/09/2005, filho de
GENIVALDO LEITE FERREIRA e de CLAUDIANA OLIVEIRA DOS
SANTOS, portador da cédula de identidade sob nº 11.590.886 e do CPF nº
176.885.864-02, residente e domiciliado na Aldeia Varzinha, s/n, zona rural,
Pesqueira/PE;

MARCONE DOS SANTOS FERREIRA, brasileiro,


menor púbere, nascido em 10/10/2006, filho de GENIVALDO LEITE

FERREIRA e de CLAUDIANA OLIVEIRA DOS SANTOS, portador da


cédula de identidade sob nº11.590.900 e do CPF nº 176.886.014-95, residente e
domiciliado na Aldeia Varzinha, s/n, zona rural, Pesqueira/PE;

PRELIMINARMENTE

BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUÍTA


Cumpre inicialmente destacar que o Autor não
possui condições de arcar com os custos do processo sem prejuízo do seu sustento
e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência (doc.), razão pela qual
requer os benefícios da justiça gratuita, na forma do art. 98 e seguintes do Código
de Processo Civil (CPC) e do inciso LXXIV do artigo 5º da Constituição Federal (
CRFB/88).

DOS FATOS
O Requerente e a falecida Sra CLAUDIANA
OLIVEIRA DOS SANTOS, conviveram em união estável por mais 20 anos,
sendo referida a convivência pública e contínua, com o objetivo de constituir
família, fruto dessa relação nasceu os dois filhos MARCOS ANDRE DOS
SANTOS FERREIRA e MARCONE DOS SANTOS FERREIRA.
O casal não formalizou a união antes do falecimento
do de cujos, entretanto, não era questão relevante para ambos, pois tinham
comprometimento, companheirismo, deveres e obrigações que todo casal possui.

Ao longo do relacionamento, não construíram bens


comuns, ambos tinham seu trabalho, o que somava para o sustento do casal, sendo
o de cujos com renda maior e fixa.

Contudo, viviam nos moldes da família tradicional,


apenas subtraída das prévias formalidades de uma união, por este fato, requer o
reconhecimento.

DO DIREITO
III.I. DO RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL

O Código Civil dispõe claramente os requisitos para


o reconhecimento da União Estável:

Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a


união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e
estabelecida com o objetivo de constituição de família.

Conforme relatado, O Autor e a falecida conviveram públicamente e socialmente


como se marido e mulher fossem, desde 2002, e juntos, constituíram família,
empenharam-se na administração do lar conjugal, enquadrando-se nos termos do
Código Civil em seu art. 1.723 caput, e art. 1º da Lei Federal 9.278/96.

A jurisprudência há muito já reconhece a figura da


união estável a casos similares ao tecido nesta ação:

#4652543 RECURSO INOMINADO. TERCEIRA TURMA


RECURSAL DA FAZENDA PÚBLICA. PREVIMPA.
PENSÃO POR MORTE. LEI COMPLEMENTAR Nº
478/2002. UNIÃO ESTÁVEL COMPROVADA. DIREITO
EVIDENCIADO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA
MANTIDA. 1. No âmbito do Município de Porto Alegre, a Lei
Complementar nº 478/02 inclui a companheira como

dependente de segurado do RPPS, nos termos do art. 25.2. No


caso concreto, a união estável restou devidamente demonstrada,
sendo direito da companheira a percepção da pensão por
morte.3. Sentença de procedência mantida pelos próprios
fundamentos. RECURSO INOMINADO DESPROVIDO.
UNÂNIME.

(TJ-RS - Recurso Cível: XXXXX RS, Relator: Alan


Tadeu Soares Delabary Junior, Data de Julgamento:
22/03/2021, Terceira Turma Recursal da Fazenda Pública,
Data de Publicação: 25/03/2021)

Portanto, passa a demonstrar o pleno atendimento


aos requisitos previstos no Código Civil, quais sejam:

Publicidade e notoriedade da relação: A publicidade


da relação fica perfeitamente demonstrada pelas fotos, bem como de testemunhas
caso nossa excelência deseje, bem como da oitiva dos filhos do casal.
O casal possuía um relacionamento duradouro de
mais de 20 anos, conforme provas em fotos e reconhecimento da Requerente
perante os filhos do autor e da falecida.
Caráter familiar - affectio materialis: O objetivo de
constituição de família fica perfeitamente demonstrada com a comunhão de vida e
interesses entre o casal, afinal, o casal constituiu planos em comum, conforme
fotos em anexo.
Ou seja, trata-se de motivos suficientes a demonstrar
a existência de União Estável, conforme precedentes sobre o tema:
Por esses motivos, e por estarem presentes os
requisitos legais, há que ser reconhecida a UNIÃO ESTÁVEL, para que, em

decorrência desta, surtam os efeitos legais pertinentes diante da dissolução aqui


pleiteada.
Assim, comprovada a união estável, requer de Vossa
Excelência o RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL desde 2002, para
que surtam os efeitos legais.

DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, REQUER:


A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do
art. 98 do Código de Processo Civil;
O DEFERIMENTO da ação para Reconhecimento
da União Estável para que produza seus efeitos jurídicos e legais;
A citação dos réus para responder a presente ação,
querendo;
A produção de todas as provas admitidas em direito,
em especial a testemunhal mediante designação de audiência;
Seja designada audiência de conciliação, e não
havendo êxito, seja designada audiência de Instrução e Julgamento para a oitiva
das partes e testemunhas;
A intimação do Ministério Público para intervir no
feito, nos moldes do artigo 698, do CPC;
A condenação do réu ao pagamento de honorários
advocatícios nos parâmetros previstos no art. 85, § 2º do CPC.
Dá-se à causa o valor R$ 1.320,00 (hum mil
trezentos e vinte reais).
Nestes Termos, Pede Deferimento.

Pesqueira/PE, 09 de março de 2023.


__________________________________
José Edson Vasconcelos Júnior
OAB/PE Nº 58.657-A

TESTEMUNHAS:

1-
CPF:
RG:
ENDEREÇO:

2-
CPF:
RG:
ENDEREÇO:

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