Você está na página 1de 5

Exmo. Sr.

Juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Guaratinguetá/SP

Processo n°

CONDOMÍNIO THE CROWN, inscrito no CNPJ, com sede


(endereço completo com CEP), no município de Guaratinguetá, representado
por seu síndico, o Sr. Augusto Cabral, nacionalidade, estado civil, profissão,
portador da cédula de identidade RG n° XX, devidamente inscrito no CPF sob
n° XX, endereço eletrônico, residente e domiciliado na (endereço completo com
CEP), no município de Guaratinguetá, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência por intermédio de seu advogado(a) Dr.(a) XX, conforme procuração
anexa, apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no art. 336, do Código de
Processo Civil, à ação de indenização, movida perante esse Juízo por
ROBERTO (nome completo), nacionalidade, estado civil, profissão, portador
da cédula de identidade RG n° XX, devidamente inscrito no CPF sob n° XX,
endereço eletrônico, residente e domiciliado na (endereço completo com CEP),
no município de Guaratinguetá, pelos motivos de fato e de direito abaixo
descritos.

DOS FATOS

No dia XX o autor sofreu um acidente, no qual foi atingido na cabeça


por uma chaleira lançada pela janela do apartamento 74, cujo proprietário é o
Sr. Charles, localizada no edifício The Crown. Devido ao impacto o autor
desmaiou, sendo socorrido pelo Corpo de Bombeiros que o transferiu, através
de uma ambulância, para o Hospital Santa Marcelina, onde foi internado
durante 30 dias e passou por uma cirurgia para estagnar a hemorragia interna
sofrida.

No entanto, 20 (vinte) dias depois de sua alta, o autor sentiu-se mal


e retornou ao Hospital Santa Marcelina, quando foi constatado a necessidade
de realização de uma nova cirurgia, em decorrência de uma infecção no crânio,
causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo em sua primeira cirurgia,
ficando, dessa forma, internado por mais 30 (trinta) dias.

Em seguida, o autor ingressou neste juízo com uma ação


indenizatória contra o réu, alegando que a integralidade dos danos sofridos é
consequência da queda da chaleira no condomínio, requerendo, assim, a
compensação dos danos sofridos, no valor total de R$ 40.000,00 (quarenta mil
reais), a título de lucros cessantes, e 30 salários mínimos a título de danos
morais, pela violação de sua integridade física.

PRELIMINARMENTE
De plano requeremos que o processo seja julgado extinto sem
resolução de mérito, pelo acolhimento de ausência de legitimidade passiva, nos
termos do art. 485, inciso VI, do Código de Processo Civil, pelas razões a
serem expostas.

Outrossim, cumpre destacar, que o art. 938, do Código Civil, dispõe:

“Art. 938 Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde


pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem
lançadas em lugar indevido.”

Desta forma, fica evidente que, uma vez que a chaleira foi lançada,
especificamente, pela janela do apartamento 71, a parte a ser acionada seria o
Sr. Charles, proprietário do referido apartamento, verificando, portanto, a
ilegitimidade do condomínio no pólo passivo desta ação.

MÉRITO

Caso este não seja o entendimento de Vossa Excelência, cumpre


assinalarmos a improcedência do pedido, em razão da inexistência de
obrigação por parte do réu de indenizar os danos decorrentes da segunda
cirurgia sofrida pelo autor. Haja vista, que este dano decorreu de um erro
médico cometido pela equipe cirúrgica do Hospital Santa Marcelina e não da
queda da chaleira.

Ademais, segundo a teoria do dano direto e imediato, disposta no


art. 403, do Código Civil, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e
os lucros cessantes que resultam direta e imediatamente do dolo do autor.
Logo, dado que a queda da chaleira apenas resultou nas consequências
danosas da primeira internação, somente o valor referente aos lucros
cessantes, que totalizam R$ 30.000,00 (trinta mil reais), deveriam ser
indenizados pelo réu.

Por derradeiro, é evidente que o valor de dano moral requerido pelo


autor é exorbitante, em consideração ao princípio da razoabilidade e
proporcionalidade, por isso solicitamos a revisão deste valor para R$ 25.000,00
(vinte cinco mil reais).
A respeito:

Responsabilidade civil. Danos morais, Queda de objeto de


edifício em construção. Responsabilidade objetiva da
construtora. Nexo de causalidade estabelecido. Conjunto
probatório que enseja a conclusão de que o objeto que atingiu a
cabeça do autor adveio do empreendimento. Danos morais.
Ferimento na cabeça. Prejuízos que se configuram ir re ipsa.
Arbitramento em R$ 25.000,00 que está em consonância com o
binômio reparação para o ofendido reprimenda para o ofensor.
Recurso desprovido. (TJ-SP - AC: 00402572120108260001 SP
0040257-21.2010.8.26.0001, Relator: Araldo Telles, Data de
Julgamento: 05/11/2013, 10ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 06/11/2013) (grifo nosso)

DO PEDIDO

Diante do exposto, a autora requer de V. Excelência.:

a) A extinção do processo com resolução do mérito, pelo


acolhimento da preliminar de ilegitimidade (art. 485, inciso VI, do Código de
Processo Civil);
b) A improcedência dos pedidos formulados na inicial, nos termos do
art. 487, I, CPC e, subsidiariamente, a redução do valor de danos morais para
a quantia relativa a R$ 25.000,00 (vinte cinco mil reais);
c) Condenação em custas processuais e honorários advocatícios;
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos;
e) Pedir deferimento:

Termos em que pede,

P. deferimento.
Guaratinguetá e data

Nome e assinatura do advogado

N° da OAB/ Conselho Seccional

Você também pode gostar