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AO JUÍZO DA 18º VARA DE CIVEL DO TERMO JUDICIARIO DE SÃO LUÍS,

COMARCA DA ILHA DE SÃO LUÍS.

Processo nº: 123456-78.2030.8.10.0001


Requerente: INCONFORMADO DA SILVA
Requerido: ATRAPALHADA DE SOUZA
Requerido: SEGURADORA ENROLADA

INCONFORMADO DA SILVA, já qualificado nos autos da ação, processo em


epigrafe, vem por intermédio do seu advogado, já constituído e infra-assinado,
inconformado com o conteúdo da sentença proferida nº id, interpor tempestivamente
o presente RECURSO DE APELAÇÃO, com fundamento nos artigos 1009 e
seguintes do Novo Código de Processo Civil, em razão e guia comprobatório do
preparo.

Dessa forma, requer que seja o presente recurso recebido, com as razões já
inclusas, ainda se requer, na oportunidade, que as partes Apeladas sejam intimadas
para, querendo, apresentem as contrarrazões, no prazo processual de 15 (quinze)
dias após tal providência, e posteriormente, remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado do Maranhão.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

RUI BARBOSA OAB/MA: 15.503


RAZÕES DO RECURSO

Processo nº: 123456-78.2030.8.10.0001

Apelante: INCONFORMADO DA SILVA


Apelado: ATRAPALHADA DE SOUZA
Apelado: SEGURADORA ENROLADA

AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO

COLENDA CAMARA,
NOBRES JULGADORES

I – DA SINTESE PROCESSUAL
O apelante ingressou com ação de reparação de danos materiais e
morais c/c lucros cessantes, em razão de ter sofrido danos materiais e morais por
acidente automobilístico provocado pela parte Requerida, ora parte Apelada.
Restando o reconhecimento de culpa da mesma, comprometendo-se a arcar com o
reparo dos danos causados ao automóvel da parte Apelante, por meio do seguro
automotivo do qual era beneficiária, firmando a promessa do conserto de forma
integral do automovél do Autor, restando a Requerida a afirmativa que arcaria com
encargos, desse modo, foi acionado o seguro-réu e noticiada a responsabilização da
condutora pelo ocorrido, ocasião em que remetido guincho que transportou o veículo
do autor para oficina autorizada da SEGURADORA ENROLADA, ora segunda
apelada, aparentemente ciente da autorização do conserto. No entanto, o automovél
ficou aparado por 15 (quinze) dias, sem receber quaisquer reparos, não notificando
o Autor também a respeito da situação de seu automovél, em face dessa situação,
houveram prejuízos laborais, em razão, do autor ser autônomo, e labora no âmbito
de transporte de mercadorias (frete), e dada a possibilidade de perda dos contratos
de prestação de serviços, na tentativa de obter notícias do seu automovél,
descobrira que a seguradora optou por não realizar os serviços, pois, não teria
restado efetivamente a culpa da segurada no sinistro.
No entanto, o douto magistrado da 18º Vara Cível do Termo Judiciário de
São Luís, após apresentação da contestação do apelado, e realizada a audiência de
instrução, apreciou o mérito da lide, então proferiu a sentença que julgou
parcialmente procedente o pedido de indenização por danos materiais (perdas e
danos) para condenar as requeridas ao pagamento de R$6.310.32 (seis mil
trezentos e dez reais e trinta e dois centavos), e julgou improcedente o pedido a
título de danos morais, e por fim, sentenciou o Apelante ao pagamento de 2/3 (dois
terços) das custas processuais enquanto as partes Requeridas 1/3 (um terço) da
referida taxa. É em face da sentença que insurge o Apelante, pelas razões a seguir
aludidas.

II. CABIMENTO DO RECURSO


Primeiramente, é de suma importância ressaltar que é cabível no
presente caso o recurso de apelação, conforme prevê o art. 1009 do NCPC, em face
da sentença ser proferida com resolução de mérito, nos termos do art. 487, I do
NCPC, findando-se, portanto, a fase cognitiva do procedimento comum civil.
Além de que, as partes apeladas são partes legítimas, pois é a parte
vencida, conforme preleciona a disposição do art. 996 do NCPC, bem como o
presente recurso foi tempestivamente interposto no prazo legal, disposto no art.
1003, § 5º do NCPC.
Portanto, o preparo foi devidamente recolhido e a guia comprobatória
segue acostada nos autos. Dessa forma, o recurso que foi interposto de acordo com
os moldes do art. 1010 do NCPC. Merece ser conhecido por preencher devidamente
os pressupostos recursais.

III. DO MÉRITO
A respeito do mérito da lide, conforme se verifica nos autos, a sentença
proferida pelo douto magistrado, entendendo que não há cabimento para danos
morais indenizáveis, em razão da situação exposta e posto que a colisão entre
veículos – como assim, relatada na exordial – é negativa de cobertura pelo seguro
de terceiro não acarreta em lesão extrapatrimonial suficiente a macular o âmago
daquele que se sentiu injuriado.
Entretanto, o referido entendimento proferido não merece prosseguir, em
razão da situação fática real, que se evidenciou desde a narrativa fática até o
momento da apreciação do mérito. Desse modo, o dano moral deve ser deferido,
pelo fato ocorrido, em decorrência do sinistro, atingir o seu patrimônio, meio de
sustento do Apelante, ficando impossibilitado de trabalhar por um prazo superior a
15 (quinze dias), pois é de notório saber que a parte Apelante, só obteve, única e
exclusivamente notícias do seu automovél, posterior aos 15 (quinzes) dias do seu
veículo parado, acreditando fielmente que o bem estaria recebendo os devidos
reparos, o que não ocorreu, faltando, portanto, no mínimo, a boa-fé´. Colocando
dessa forma, o Apelante, não só em situação frustrante, mas também meio pelo
qual, vislumbrou seu patrimônio afetado, seu meio de sustento afetado, não
podendo, assim, honrar com seus credores, de modo que certamente atinge ao seu
nome no mercado de tralho, podendo ter seu nome vinculado a profissionais que
conseguem cumprir os prazos contratuais, sendo prejudicial ao seu desenvolvimento
laboral.
A indenização por danos morais está prevista na Constituição Federal, em
seu artigo 5º, incisos V e X e no Código Civil, no artigo 186 diz que: “Art. 186. Aquele
que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Diz o
artigo 927 do Código Civil que “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 1.870, e
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
O Professor Dr. João Roberto Parizatto, em sua obra Dano Moral, 3ª
Edição, Editora Edipa, Ouro Fino, da mesma maneira que toda a doutrina pátria,
também admite a reparabilidade do Dano Moral. Como é possível observar a seguir:

“O Direito Positivo Brasileiro admite a reparabilidade do dano moral (RT


633/116, 641/182 e 642/130), eis que todos e qualquer dano causado a
alguém deve ser indenizado, de tal obrigação não se excluindo o mais
importante deles, que é o dano moral, que deve autonomamente levando
em conta. O dinheiro possui valor permutativo, podendo-se de alguma
forma, lenir a dor.”

Havendo o seguinte entendimento Jurisprudencial:

“AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.


Responsabilidade civil extracontratual. Motorista demandante que reclama a
condenação da Fazenda Estadual no pagamento de indenização material e
moral, sob a alegação de que sofreu acidente de trânsito causado por culpa
de agente público, que conduzia viatura policial. SENTENÇA de
improcedência. APELAÇÃO do autor, que insiste no acolhimento do pedido
inicial. EXAME: Ocorrência do acidente de trânsito em causa por
imprudência do motorista condutor do veículo oficial que restou
incontroversa nos autos, além da configuração do dever de indenizar da
Fazenda Estadual. Aplicação da “Teoria do Risco Administrativo”. Embora
rejeitado na sentença o pedido inicial envolvendo indenização material sob o
fundamento de que “não há como quantificar o valor dos danos ocasionados
no veículo”, o fato é que a responsabilidade civil da ré no tocante ficou bem
evidenciada. Apuração do “quantum” indenizatório envolvendo os danos
emergentes sofridos pela vítima, que deve se dar mediante cálculo a ser
elaborado na fase de liquidação de sentença pelo procedimento comum.
Aplicação dos artigos 491, inciso I, e §1º, e 509, inciso II, ambos do Código
de Processo Civil. Dano moral que, no caso, se configura “in re ipsa”, tendo
em vista a violação à integridade física do autor. Indenização
correspondente que comporta arbitramento na quantia de R$ 10.000,00,
ante as circunstâncias específicas do caso concreto e os parâmetros da
razoabilidade e da proporcionalidade. Fazenda Pública demandada que
deve arcar sozinha com os ônus sucumbenciais, em razão da sucumbência
mínima do autor a teor da Súmula 326 do C. Superior Tribunal de Justiça.
Verba honorária devida ao Patrono do autor que comporta fixação em doze
por cento (12%) do valor da condenação, “ex vi” dos artigos 85, §2º, e 86,
parágrafo único, ambos do Código de Processo Civil. (Voto nº 20.094,
APELAÇÃO n º 1002322-93.2019.8.26.0168, Comarca Dracena 1º Vara,
Juíza Aline Tabuchi Da Silva).”
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE
TRÂNSITO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS. ATROPELAMENTO DE PEDESTRE POR VEÍCULO. Os
elementos de prova constantes nos autos confortam a versão dos fatos
sustentada pelo autor, qual seja, de responsabilidade exclusiva da parte
contrária pelo sinistro. A tese apresentada pelos réus na contestação - de
que o atropelamento teria ocorrido por culpa do autor, que corria de uma
briga - não restou minimamente comprovada, ônus que cabia aos
demandados. Caso em que as partes foram reiteradamente intimadas para
a produção de provas, tendo a julgadora a quo, inclusive, determinado a
produção de perícia ortodôntica, de ofício. A fratura de mandíbula suportada
pelo autor, justifica, na falta de prova em contrário, o tratamento dentário
que lhe foi indicado. As lesões à integridade física do demandante,
decorrentes do acidente (traumatismo craniano e fratura de mandíbula), são
suficientes para ensejar o direito à indenização por danos morais
perseguida. Ausência de insurgência específica contra o quantum fixado a
título de danos morais. Manutenção integral da sentença. MULTA POR
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. A conduta processual do autor não colore o agir
temerário a justificar a penalização postulada. APELO DESPROVIDO.
(APELAÇÃO CÍVEL Nº 70059061812, DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA
CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS, RELATOR: ANA LÚCIA
CARVALHO PINTO VIEIRA REBOUT, JULGADO EM 21/05/2015).

Além do mais, o douto magistrado julgou parcialmente procedente o


pedido de indenização por danos materiais (perdas e danos) para condenar as
requeridas ao pagamento de R$6.310,32 (seis mil trezentos e dez reais e trinta e
dois centavos), no entanto, de forma respeitosa, a decisão proferida, demonstrasse
não abranger todo o mérito da lide, tendo em vista que dever de reparar os danos,
que recai sobre as demandadas, ora parte apelada não pode ser afastado pela
alegação da condutora de que não foi ela a causadora da colisão, uma vez ter sido
provado que assumiu a culpa logo após o acidente.
Ademais, ficou comprovado que o Apelante tem direito ao que foi
pleiteado na exordial, pois fatos anexados, declarante de culpabilidade reconhecida
do momento do fato pela parte demandada, pede-se que a decisão seja reformada,
pedindo-se a totalidade do procedente pedido de indenização por danos materiais.

III - DO PEDIDO

Ante o exposto, requer que Vossa Excelência se digne:

A) O recebimento do recurso de apelação nos seus efeitos legais, nos


termos do art. 1012 do NCPC;

B) O devido conhecimento do presente recurso de apelação, em razão da


sua tempestividade e pertinência, fundamentado no art. 1009 do NCPC;

C) Seja julgado o provimento do recurso em face de acolher as alegações


com a consequente anulação da sentença e devolução dos autos ao juízo de
primeiro grau para o prosseguimento do feito;

D) Julgar procedente o pedido de indenização a título de danos morais


em valor não inferior a R$ 20.000.00 (vinte mil reais), como pedido na exordial;
E) Julgar em sua totalidade o pedido de indenização de a título de danos
materiais (perdas e danos)

Diante do exposto, requerer-se que o presente recurso seja conhecido e


provido, e que, consequentemente, seja integralmente reformada a sentença
atacada para: repetir os pedidos de mérito.
Termos em que pede e espera DEFERIMENTO

local, data
advogado/oab

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