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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE .

NOME COMPLETO, inscrito no CPF, , residente e domiciliado na , nº , na cidade de , , vem à


presença de Vossa Excelência, por seu procurador, propor
AÇÃO INDENIZATÓRIA, em face de
RAZÃO SOCIAL DA CIA ÁEREA, inscrito no , com endereço na , nº , na cidade de , , pelas
razõ es de fato e de direito que passa a expor:
PRELIMINAR DE COMPETÊNCIA
O juízo da presente Comarca revela-se competente para a propositura da presente açã o,
nos termos do artigo 101, I, do Có digo de Defesa do Consumidor.
DOS FATOS - DO ATRASO
Apó s horas de viagem por meio da companhia aérea , em à s , o Autor desembarcou em .
Ocorre que deveria ser apenas mais uma conexã o da rotina de viagens do Autor.
No entanto, sem qualquer comunicaçã o sobre a situaçã o do vô o, o Autor se deparou com
atraso de mais de horas de sua partida.
• Por se tratar de uma viagem a trabalho, o Autor tinha uma agenda cheia de reuniõ es e
tarefas para sua chegada.
• Mas diante deste fato, foi obrigado a desmarcar seus compromissos e adiar o retorno
de sua viagem, o que lhe causou grandes transtornos, afinal, teve que remarcar seu
retorno, perdeu algumas algumas reuniõ es e compromissos, amargando ainda o
prejuízo da remarcaçã o da passagem de volta.
• Por se tratar de uma viagem a lazer, o Autor tinha uma agenda cheia de passeios, com
reservas em hotéis já programadas para sua chegada.
• Mas diante deste fato, foi obrigado a cancelar reservas, o que lhe causou grandes
transtornos, afinal, além dos valores financeiros perdidos, o Autor perdeu algumas
horas de seu lazer, amargando ainda o stress pelo ocorrido.
Inconformado, o Autor buscou um ressarcimento aos transtornos infundados sofridos sem
que houvesse qualquer composiçã o amigá vel, obrigando-o a buscar apelo ao Judiciá rio.
DO ENQUADRAMENTO NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
A norma que rege a proteçã o dos direitos do consumidor, define, de forma cristalina, que o
consumidor de produtos e serviços deve ser abrigado das condutas abusivas de todo e
qualquer fornecedor, nos termos do art 3º do referido Có digo.
Com esse postulado, o Réu nã o pode eximir-se das responsabilidades inerentes à sua
atividade, dentre as quais prestar esclarecimentos e retificar sua conduta, visto que se trata
de um fornecedor de produtos que, independentemente de culpa, causou danos efetivos a
um de seus consumidores.
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Demonstrada a relaçã o de consumo, resta consubstanciada a configuraçã o da necessá ria
inversã o do ô nus da prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Có digo de Defesa do
Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos
anexos, que demonstram a verossimilhança do pedido, conforme disposiçã o legal:
Art. 6º. Sã o direitos bá sicos do consumidor: (...) VIII - a facilitaçã o da defesa de seus
direitos, inclusive com a inversã o do ô nus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegaçã o ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordiná rias de experiências
Trata-se da materializaçã o exata do Princípio da Isonomia, segundo o qual, todos devem
ser tratados de forma igual perante a lei, observados os limites de sua desigualdade.
Assim, diante da inequívoca e presumida hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com
uma empresa de grande porte, indisponível concessã o do direito à inversã o do ô nus da
prova, que desde já requer.
DOS DANOS MATERIAIS
Conforme relatado, o Autor teve que , o que gerou novos custos com passagens e
hospedagens.
Trata-se de dano inequívoco causado pela empresa Ré, gerando o dever de indenizar.
Afinal, todo planejamento do Autor foi rompido por uma falta de cautela da Ré, gerando o
dever de indenizar.
Tratando-se portanto, de bens necessá rios à pró pria finalidade da viagem, tem-se como
agravada a perda dos materiais. Passível da devida indenizaçã o.
DOS DANOS PELA PERDA DO TEMPO ÚTIL
Conforme disposto nos fatos iniciais, o Autor foi submetido a uma série de contratempos
gerados pela Ré que lhe obrigou a refazer todo seu planejamento, que gerou um transtorno
em toda sua agenda posterior, afinal, o adiamento de um compromisso gerou uma reaçã o
em cadeia, gerando uma perda imensurá vel de seu tempo. É o que podemos denominar de
dano pela perda do tempo ú til.
Afinal, o Autor teve que desperdiçar seu tempo para solucionar problemas que foram
causados por terceiros, devendo ser indenizado.
Vitor Guglinski ao discertar sobre o tema em sua obra "Danos morais pela perda do tempo
útil": uma nova modalidade. Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3237, 12 maio 2012, destaca:
"A ocorrência sucessiva e acintosa de mau atendimento ao consumidor, gerando a perda de
tempo ú til, tem levado a jurisprudência a dar seus primeiros passos para solucionar os
dissabores experimentados por milhares de consumidores, passando a admitir a reparaçã o
civil pela perda do tempo livre. (…).”
A jurisprudência, no mesmo sentido, ancora o posicionamento de que a perda do tempo
ocasionada pela desídia de uma empresa deve ser indenizada.
APELAÇÃ O CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AGRAVO RETIDO. O erro na informaçã o do
sistema informatizado nã o pode prejudicar a parte. Acolhimento da contestaçã o como
tempestiva. PACOTE TURÍSTICO. CVC. ATRASO NO VÔ O. INDENIZAÇÃ O POR DANOS
MORAIS. CABIMENTO. Trabalhando a demandada em parceria com a companhia aérea e
funcionando como intermediadora da venda dos serviços de prestaçã o de transporte aéreo
aos consumidores, tem-se que é também responsá vel pela eventual falha no serviço,
conforme estabelece o art. 14 do CDC. Reconhece-se o dano moral na espécie, uma vez que
os demandantes tiveram frustrado seu direito de transporte nos moldes e horários
eleitos, com atraso que gerou perda de tempo útil, que ultrapassou o mero incô modo.
Demonstraçã o, de forma suficiente, de ocorrência de um ilícito - e nã o mero dissabor - pela
demandada, capaz de tornar evidente o prejuízo causado à parte autora, sendo necessá ria a
reparaçã o do dano, nos termos do art. 927 do Có digo Civil. Tem-se como suficiente,
portanto, o arbitramento de danos morais, na hipó tese, em montante equivalente a R$
1.500,00, para cada um dos autores, analisadas as condiçõ es fá ticas e jurídicas da lide em
discussã o. AGRAVO RETIDO DESPROVIDO E RECURSO DE APELAÇÃ O PROVIDO. VENCIDO
O DES. JORGE LUIZ LOPES DO CANTO NO TOCANTE AO QUANTUM INDENIZATÓ RIO.
(Apelaçã o Cível Nº 70059514406, Quinta Câ mara Cível - Serviço de Apoio Jurisdiçã o,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Claudia Cachapuz, Julgado em 08/04/2015)
Trata-se de notó rio desvio produtivo caracterizado pela perda do tempo que lhe seria ú til
ao descanso, lazer ou de forma produtiva, acaba sendo destinado na soluçã o de problemas
de causas alheias à sua responsabilidade e vontade.
A perda de tempo de vida ú til do consumidor, em razã o da falha da prestaçã o do serviço
nã o constitui mero aborrecimento do cotidiano, mas verdadeiro impacto negativo em sua
vida
DO DANO MORAL
Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova que junta no presente processo, a
empresa ré ao falhar na sua prestaçã o de serviços, deixou de cumprir com sua obrigaçã o
primá ria de zelo e cuidado com os clientes, expondo o Autor a um constrangimento
ilegítimo, gerando o dever de indenizar.
Segundo a jurisprudência, Dano moral é:
"Liçã o de Aguiar Dias: o dano moral é o efeito nã o patrimonial da lesã o de direito e nã o a
pró pria lesã o abstratamente considerada. Liçã o de Savatier: dano moral é todo sofrimento
humano que nã o é causado por uma perda pecuniá ria. Liçã o de Pontes de Miranda: nos
danos morais, a esfera ética da pessoa é que é ofendida; o dano nã o patrimonial é o que, só
atingindo o devedor como ser humano, nã o lhe atinge o patrimô nio."(TJRJ. 1a c. - Ap . - Rel.
Carlos Alberto Menezes - Direito , j. 19/11/91-RDP 185/198).
A Sú mula 37 do Superior Tribunal de Justiça elucida o tema:
" O dano moral alcança prevalentemente valores ideais, nã o goza apenas a dor física que
geralmente o acompanha, nem se descaracteriza quando simultaneamente ocorrem danos
patrimoniais, que podem até consistir numa decorrência de sorte que as duas modalidades
se acumulam e tem incidências autô nomas. "
Trata-se de dano que independe de provas, conforme entendimento jurisprudencial:
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉ REO. AÇÃ O INDENIZATÓ RIA POR
DANOS MORAIS. ATRASO DE VOO DOMÉ STICO POR 15 HORAS QUE OCASIONOU A PERDA
DA CONEXÂ O PARA MIAMI. ALEGAÇÃ O DA RÉ NO SENTIDO DE QUE O ATRASO SE DEU EM
RAZÃ O DAS MÁ S CONDIÇÕ ES CLIMÁ TICAS. FORÇA MAIOR NÃ O COMPROVADA.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FALHA NA PRESTAÇÃ O DO SERVIÇO. DESCASO PARA
COM O CONSUMIDOR, DIANTE DA FALTA DE INFORMAÇÃ O ADEQUADA. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓ RIO REDUZIDO. Alegou a autora que o vô o
contratado com a demandante, com a rota de Caxias do Sul a Cancun, México, teve seu
destino alterado pela empresa ré. O vô o previsto para sair de Caxias do Sul nã o decolou no
horá rio marcado, sendo a autora encaminhada, por via terrestre, para Porto Alegre, a fim
de lá seguir viagem até Florianó polis, Sã o Paulo e, apó s, Miami. Ocorre já em Florianó polis,
foi informada de que haviam sido cancelados os vô os para Sã o Paulo e Miami. As alegaçõ es
da ré de que o cancelamento do vô o teve origem nas má s condiçõ es climá ticas nã o
restaram comprovadas pela demandada, ô nus que lhe incumbia, a teor do que dispõ e o art.
373, inciso II, do NCPC, e art. 6º, inciso VIII, do CDC. Caso em que a ré, que se utiliza de
malha aérea enxuta, visando a uma maior rentabilidade, devendo também suportar os ô nus
dessa opçã o lucrativa. O fato é que a autora permaneceu por 15 horas no interior do
aeroporto, sem assistência adequada e sem receber informaçõ es acerca de sua situaçã o,
restando evidenciada a conduta desidiosa da ré para com os seus consumidores (fls.
18/23). Danos morais caracterizados, tendo em vista o período de atraso ter
extrapolado o limite de 15 horas, bem como em razão da falta de assistência e
informações adequada a passageira. (...). RECURSO PROVIDO, EM PARTE. (Recurso Cível
Nº 71005961933, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Roberto
Behrensdorf Gomes da Silva, Julgado em 20/04/2016)
E nesse sentido, a indenizaçã o por dano moral deve representar para a vítima uma
satisfaçã o capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador
sançã o e alerta para que nã o volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo
descaso aos transtornos causados.
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
1. A citaçã o do réu, na pessoa de seu representante legal, para, querendo responder a
presente demanda;
2. Seja o requerido condenada a pagar ao requerente um quantum a título de danos
patrimoniais, conforme relaçã o de despesas em anexo;
3. Seja o requerido condenada a pagar ao requerente um quantum a título de danos
morais a ser arbitrado por este juízo, considerando as condiçõ es das partes,
principalmente o potencial econô mico-social da lesante, a gravidade da lesã o, sua
repercussã o e as circunstâ ncias fá ticas;
4. A condenaçã o do requerido em custas judiciais e honorá rios advocatícios,
5. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas e cabíveis
à espécie, especialmente pelos documentos acostados. Dá -se à presente o valor de R$ .
Termos em que, pede deferimento.
Data:
Advogado
OAB
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