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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____VARA

ESTADUAL DE...

HOUSSEIN MOHAMAD, cidadão libanês, nacionalidade, estado civil,


profissão, portador do RG nº ... e CPF nº ..., residente e domiciliado na Rua ...,
nº ..., bairro ..., na cidade ..., estado do Líbano, com endereço eletrônico ..., por
meio de seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa), vem
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a REVOGAÇÃO
DA PRISÃO PREVENTIVA, com fundamentos no art. 5º, inciso LXVI e LVII DA
Constituição Federal, e art. 316 do Código do Processo Penal, pelas razões de
fato e de direito a seguir expostas:

I - DOS FATOS
O indiciado foi preso em uma blitz de rotina por suposta prática do
crime previsto no art. 33 da Lei 11.343/2006, com 1kg (um quilograma) de
cocaína prensada e 50 (cinquenta) comprimidos de ecstasy. Após ser
conduzido e autuado em flagrante na central de polícia, de onde se originou o
procedimento convertido em prisão preventiva pela autoridade judicial sob
alegação ser crime de intensa nocividade social e a alta probabilidade de fuga
do acusado, por ele ser estrangeiro.

II- DO DIREITO
Preceitua a Lei Processual Penal a respeito da Prisão Preventiva e das
Medidas Cautelares:
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser
aplicadas observando-se a:
(...)
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar (art. 319).
Ora, da simples leitura do comando legal supracitado verificamos que a
prisão preventiva não deve subsistir uma vez havendo a possibilidade de sua
substituição por medida cautelar. Desta feita, observamos que tal preceito
busca se harmonizar com o princípio constitucional da presunção de inocência,
consagrado no art. 5º, LVII, princípio este evidentemente ofendido, uma vez
que o requerente encontra-se privado de sua liberdade desde o momento em
que foi preso na blitz policial.
Ademais, convém analisar o art. 312 do Código de Processo Penal
vigente:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Neste caso o réu não se enquadra em nenhuma dessas


especificações, pois o réu não prejudicará a ordem pública ou econômica, não
irá atrapalhar a instrução criminal. Podendo assim o juiz, com base no artigo
316 do Código do Processo Penal. O juiz poderá revogar a prisão preventiva
se, no correr do processo, verificar a falta d e motivo para que subsista, bem
como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que as justifiquem.
Ora, estando provados portanto que não tem indícios suficientes para o
acusado ficar preso preventivamente e pelo fato dele ser estrangeiro,
entregaremos o passaporte para provar que ele não irá fugir ou se ausentar
das audiências designadas pelo juiz.
Quer-se, desta forma, demonstrar que o requerente não representa
ofensa à ordem pública e/ou econômica. E para assegurar a aplicação da lei
penal, o requerente assume o compromisso de entregar espontaneamente seu
passaporte, bem como de comparecer sempre que solicitado perante este
juízo.

III-DO PEDIDO
Diante do exposto, não subsistem os pressupostos para que o
requerente continue preso, devendo ser posto em liberdade por ser medida de
inteira justiça. Assim, requer de V. EXª a conversão da restrição da liberdade
em medida cautelar mais adequada, prevista no art. 319 do Código de
Processo Penal, abaixo referenciado, levando-se em conta a adequação da
medida à gravidade do crime bem como as condições pessoais do requerente.
Art. 319.  São medidas cautelares diversas da prisão:
  
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar
atividades;  
II - proibição deacesso ou frequência a determinados lugares
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para
evitar o risco de novas infrações;
  
III - proibição de manter contato com pessoa determinada
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado dela permanecer distante;
  
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
permanência seja conveniente ou necessária para a
investigação ou instrução; 
 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de
folga quando o investigado ou acusado tenha residência e
trabalho fixos; 
 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade
de natureza econômica ou financeira quando houver justo
receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos
concluírem ser inimputável ou semi-imputável  e houver risco
de reiteração;
  
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem
judicial;  

IX - monitoração eletrônica.

Nesses termos,
pede deferimento.

Local, Data.

Advogado
OAB nº

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