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ESTADUAL DE...
I - DOS FATOS
O indiciado foi preso em uma blitz de rotina por suposta prática do
crime previsto no art. 33 da Lei 11.343/2006, com 1kg (um quilograma) de
cocaína prensada e 50 (cinquenta) comprimidos de ecstasy. Após ser
conduzido e autuado em flagrante na central de polícia, de onde se originou o
procedimento convertido em prisão preventiva pela autoridade judicial sob
alegação ser crime de intensa nocividade social e a alta probabilidade de fuga
do acusado, por ele ser estrangeiro.
II- DO DIREITO
Preceitua a Lei Processual Penal a respeito da Prisão Preventiva e das
Medidas Cautelares:
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser
aplicadas observando-se a:
(...)
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar (art. 319).
Ora, da simples leitura do comando legal supracitado verificamos que a
prisão preventiva não deve subsistir uma vez havendo a possibilidade de sua
substituição por medida cautelar. Desta feita, observamos que tal preceito
busca se harmonizar com o princípio constitucional da presunção de inocência,
consagrado no art. 5º, LVII, princípio este evidentemente ofendido, uma vez
que o requerente encontra-se privado de sua liberdade desde o momento em
que foi preso na blitz policial.
Ademais, convém analisar o art. 312 do Código de Processo Penal
vigente:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
III-DO PEDIDO
Diante do exposto, não subsistem os pressupostos para que o
requerente continue preso, devendo ser posto em liberdade por ser medida de
inteira justiça. Assim, requer de V. EXª a conversão da restrição da liberdade
em medida cautelar mais adequada, prevista no art. 319 do Código de
Processo Penal, abaixo referenciado, levando-se em conta a adequação da
medida à gravidade do crime bem como as condições pessoais do requerente.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar
atividades;
II - proibição deacesso ou frequência a determinados lugares
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para
evitar o risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
permanência seja conveniente ou necessária para a
investigação ou instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de
folga quando o investigado ou acusado tenha residência e
trabalho fixos;
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade
de natureza econômica ou financeira quando houver justo
receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos
concluírem ser inimputável ou semi-imputável e houver risco
de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem
judicial;
IX - monitoração eletrônica.
Nesses termos,
pede deferimento.
Local, Data.
Advogado
OAB nº