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ALUNO: LIERBETH SANTOS PEREIRA PENHA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL


DA CIDADE DE COQUEIRO- MA.

Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais C/C A Perda de uma Chance

Proc. nº.

Autora: Cristina Árvore

Réu: Empresa Aérea VAMOS S/A

Cristina Árvore, brasileira, solteira, palestrante, e-mail:


cristina.arvore@gmail.com, cpf: 123.456.789-00, residente e domiciliada em Rua dos
ramos, casa 71, Bairro: Babaçual, Cidade: Coqueiro-MA, CEP: 65000-000, comparece,
com o devido respeito a Vossa Excelência, não se conformando, venia permissa maxima,
com a sentença meritória exarada às fls., para interpor, tempestivamente (CPC, art. 1.003,
§ 5º), com suporte no art. 1.009 e segs. c/c art. 932, inc. II, um e outro do Código de
Processo Civil, recurso de

APELAÇÃO CÍVEL

tendo como parte recorrida o EMPRESA AÉREA VAMOS S/A (“Apelada”), sociedade
empresária de direito privado, estabelecida na Rua, nº. 000, nesta cidade, inscrita no CNPJ
(MF) sob o nº, endereço eletrônico desconhecido, em virtude dos argumentos fáticos e de
direito expostos nas RAZÕES acostadas.

Lado outro, solicita que sejam declarados os efeitos com


que se recebe este recurso, determinando, de logo, que a Apelada se manifeste acerca do
presente (CPC, art. 1.010, § 1º). Depois de cumpridas as formalidades legais, seja
ordenada a remessa destes autos, com as Razões de Apelação, ao Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado.

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, data.

Advogado – OAB
RAZÕES DE APELAÇÃO

Proc. nº.

Originário da __ª Vara Cível da Cidade

Autora: Cristina Árvore

Réu: Empresa Aérea VAMOS S/A

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

COLÊNDA CÂMERA CÍVEL

EMINENTE RELATOR

1 - Da tempestividade (CPC, art. 1.003, § 5º)

O presente recurso há de ser considerado tempestivo, vez que a sentença


em questão fora publicada no Diário da Justiça nº. 0000, em sua edição do dia xx/xx/xxxx,
o qual circulou em xx/xx/xxxx.

Nesse ínterim, à luz da regência da Legislação Adjetiva Civil (art. 1.003,


§ 5º), este é interposto dentro do lapso de tempo fixado em lei.

2 - Do preparo (CPC, art. 1.007, caput)

A recorrente acosta o comprovante de recolhimento do preparo (CPC,


art. 1.007, caput), cuja guia, correspondente ao valor de R$ 00,00 ( .x.x.x. ), atende à
tabela de custas deste Tribunal.

3 - Síntese do processado (CPC, art. 1.010, inc. II)

A recorrente contratou a Recorrida para transporte aéreo, o motivo da


viagem seria lançar seu livro em sua cidade natal (Araucária-PR), na inauguração da única
livraria da cidade, mediante um contrato remunerado, e visitar seu tio que estava muito
debilitado devido à um problema de saúde.
Ademais a Recorrente comprou a bagagem extra para levar seus livros, no
valor de R$ 500 (quinhentos) reais e o pagamento da sua palestra estava associado ao
percentual de venda de seus livros no dia do seu lançamento.
Contudo, ao chegar no aeroporto, mesmo comprovando que havia
comprado a passagem aérea e a bagagem, a Autora não conseguiu viajar, pois a operadora
de aviação VAMOS alegou que haviam vendido mais passagens do que a capacidade que
o avião comportaria, o denominado “overbooking”.
Diante disto modo que, a empresa não restituiu Cristina, e a deixou
completamente vulnerável, sem aloca-la no próximo voo. Assim, ela não pode
comparecer ao lançamento de seu livro e o seu tio veio a óbito naquela mesma data e
Cristina sequer pode se despedir, pois perdeu seu velório e seu enterro.
Diante desse quadro fático, houve clara má prestação de serviços pela
recorrida, ocasionando, sem dúvidas, danos morais àquela. Tal proceder, gerou diversos
sentimentos de desconforto, constrangimento, aborrecimento, humilhação, tudo
decorrente da perda do voo.
Contudo, não obstante a robusta prova constituída nos autos, o juiz
sentenciante não acolhera o pedido indenizatório formulado. Em síntese, alegando que a
empresa área poderia vender mais assentos que os disponíveis e que a recorrente não teria
direito a nenhuma restituição, seja material ou moral.
Nesse compasso, acreditando existir error in judicando, apresenta-se este
recurso de apelação, para reformar-se a sentença.

4- Do direito e Razões da Reforma (CPC, art. 1.010, inc II; CPC, art. 1010,
inc. III)

Diante da inexistência de dúvidas acerca da aplicabilidade do CDC ao


presente caso, convém destacar que o Código Consumerista, em seu art. 141, dispõe que
a responsabilidade do fornecedor de serviços é OBJETIVA, ou seja, independe de
existência de culpa, no que tange aos danos causados pelos defeitos na prestação de
serviço.
Assim, sequer é necessária a análise subjetiva de dolo ou culpa no que
tange aos danos gerados, sejam estes patrimoniais ou extrapatrimoniais, sendo suficiente
a existência de nexo causal, isto é, o liame entre a conduta e o dano causado.
Ademais, é possível vislumbrar os danos causados à recorrente através da
situação acima narrada. Todos os aspectos acima revelam atos ilícitos passíveis de
reparação, estando esse definido no Código Civil, na forma seguinte:

Artigo 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Artigo 187 - Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Artigo 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.

Assim, não há dúvidas de que houve uma má prestação de serviço por parte
da Recorrida, que não cumpriu com seus deveres como fornecedora de transporte aéreo,
o que acarretou danos inestimáveis à promovente, principalmente pois a mesma
considerava seu tio falecido com segundo pai o que gerou diversos abalos psíquicos a
mesma.
Vejamos entendimento jurisprudencial sobre a temática:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E MATERIAIS - RESERVA DE HOTEL -
OVERBOOKING - DANOS MORAIS CONFIGURADOS -
QUANTUM - CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO. - De acordo com a corrente
majoritária contemporânea, a quantificação do dano moral se submete a
equidade do magistrado, o qual arbitrará o valor da indenização com base
em critérios razoavelmente objetivos - Analisado caso a caso, e uma vez
considerada a conduta e o porte econômico da empresa, bem como o dano
sofrido pela parte, a majoração dos danos morais nesta instância revisora é
medida que se impõe.(TJ-MG - Apelação Cível: AC
XXXXX60025610001).

CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL. PERDA DE VOO POR


CULPA EXCLUSIVA DA COMPANHIA AÉREA PRESTADORA DO
SERVIÇO. TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE. INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS EM RAZÃO DE IMPEDIMENTO DE
REALIZAR PROVA DE CONCURSO PÚBLICO. 1) Comete ato ilícito e
responde pelo dever de reparar os prejuízos causados, a companhia aérea
que impede consumidor de embarcar em voo doméstico, sem apresentar
justo motivo. 2) Aplica-se a teoria da perda de uma chance quando
demonstrado que a conduta lesiva do prestador de serviço aéreo privar
alguém de obter uma chance séria e real de lograr situação futura mais
favorável, como no caso de passageiro que é impedido de realizar prova de
concurso público para o qual era a único inscrito. 3) Quanto ao dano moral,
não merece reparos o valor arbitrado, uma vez que atende aos critérios da
proporcionalidade e razoabilidade, bem como a finalidade pedagógica
exigida na espécie. 4) Recurso conhecido e não provido. 5) Sentença
mantida.(TJ-AP - RECURSO INOMINADO: RI XXXXX20178030001
AP)

Portanto, fica perfeitamente demonstrado o direito da recorrente, razão


pela qual merece provimento o presente recurso.

6 - Pedido de nova decisão (CPC, art. 1010, inc. IV)


Em suma, tem-se que a decisão guerreada deve ser reparada, por todas as considerações
reveladas, pede-se portanto, a reforma do ato decisório atacado, o qual atrelado ao processo nº,
acolhendo-se o pedido recursal para:
1) reformar a decisão hostilizada, para que a recorrida seja
condenada a pagar, a título de danos morais o valor de R$
xxx e a título de danos materiais a quantia de R$ 2.000,00
(dois mil reais) relativo às passagens de ida e volta e ainda
R$ 500,00 (quinhentos reais) relativo à compra de bagagem
extra, acrescida do ônus de sucumbência recursal.

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, data.

Advogado – OAB

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