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EXMO. SR. DR. JUIZ DO 22º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DA COMARCA
DE FORTALEZA-CE

FRANCISCO ARNALDO SANTOS ALMEIDA, brasileiro, aposentado, divorciado, inscrito no


CPF nº 048.942.513-53, residente e domiciliado na Rua Dragão do Mar, 372, aptº 1103, Fortaleza-
CE, CEP 60060-390, vem, por meio de seu advogado infine assinado, propor a presente AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS em face do TRANSPORTES AÉREOS
PORTUGUES S.A. (TAP), pessoa jurídica dedireito privado inscrita no CNPJ sob o nº
33.136.896/0001-90, com sede na Av.Paulista, 453, 14º andar, CEP 01311-907, São Paulo/S, pelos
seguintes motivos:

DOS FATOS E DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

No dia 27/09/2022, o autor comprou uma passagem aérea de Fortaleza-Lisboa no valor


de R$ 3.265,56, em 10 parcelas de R$ 326,55. Vide documentação anexa que comprova a compra do
voo, bem como fatura do cartão na qual consta o pagamento da parcela 10/10 em 10/08/2023.

Pois bem, o voo sairia do Brasil para Portugal em 20/10/2022. Vide anexo.

TODAVIA, em 12/10/2022, o autor, senhor idoso de mais de 70 anos de idade, foi


acometido por uma greve insuficiência renal crônica e insuficiência cardíaca coronária, sendo
internado no mesmo 12/10/2022. Vide atestado médico anexo. O autor ficou internado por vários
dias. No próprio atestado é possível ler: que o autor “não se encontra em condições de viajar no
momento”.

Com efeito, por total impossibilidade de saúde, o autor não viajou para Portugal na data
aprazada de 20/10/2022.

Em virtude disso, o autor solicitou à promovida o reembolso da quantia paga, isto é, os


R$ 3.265,56. E para a sua surpresa, a empresa promovida somente estornou a quantia relativa à taxa
de embarque no valor de R$ 78,42, ficando o promovente no prejuízo de R$ 3.187,14, o qual foi
retido indevidamente pela empresa promovida. Vide documento anexo no qual a empresa promovida
informa como “valor do cancelamento” a quantia de R$ 78,42.

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No caso em tela, resta comprovada nos autos a ocorrência de força maior, qual seja, o
acometimento de doença grave no autor que o impediu de efetuar a viagem conforme planejado,
devendo a promovida ser condenada a devolver o valor ser integralmente pago.

DO DANO MATERIAL

Estando mais que comprovado o dano causado ao requerido, incidindo os arts. 186 e
927 ambos do CC, cometendo assim ato ilícito, conforme dispõe o mesmo: "aquele que, por ação
ou omissão voluntaria, negligencia ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral comete ato ilícito.".

Conforme narrado acima, houve dano material no valor de R$ 3.187,14, visto que houve
não houve a devolução integral do valor da passagem paga pelo autor.

Diante disso, a promovida deve ser condenada, relativa aos danos materiais, no valor de
R$ 3.187,14 (três mil cento e oitenta e sete reais e quatorze centavos), acrescido de juros legais e
correção monetária.

DO DANO MORAL

A nossa Carta Magna, em seu art. 5º, inciso V, reza que: “é assegurado o direito de
resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”; já no
inciso X, informa que: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
O art. 186 do Código Civil dispõe que:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Em complemento, tem-se o art. 927, que dispõe:


“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo”

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O dano moral no caso em tela é evidente pelo que restou narrado alhures: o total descaso
da promovida em não devolver na integralidade o valo pago pelo autor na compra do voo ao qual,
por motivo de força maior, não pôde comparecer.

Diante disso, a promovido deve ser condenada ao pagamento de indenização por


danos morais padecidos pelo autor, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais).

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Não resta dúvida que há uma relação de consumo entre as partes da presente demanda,
razão pela qual deverão ser aplicados seus princípios e institutos que favorecem a parte
hipossuficiente. Destarte, é importante salientar o que está positivado no Código de Defesa do
Consumidor:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;

Nesse sentido, para que a produção de prova se proceda de forma justa (não obstante
esteja o direito do autor comprovado), levando em consideração as condições e limitações da parte
autora, bem como por precaução, requer que seja concedida a inversão do ônus da prova em favor do
promovente.

DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requerem os promoventes a Vossa Excelência:

ANTE TODO O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência que:

Requer seja deferida a inversão do ônus da prova antes da audiência de instrução.

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Além disso, seguem os pedidos abaixo:

a) Conceder a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC;

b) A citação da parte promovida conforme requerido acima para, querendo, contestar a


presente ação no prazo estabelecido em lei, sob pena de sofrer os efeitos da revelia.

c) A procedência do pedido, para que seja a promovido condenada aos danos materiais no
valor de R$ 3.187,14 (três mil cento e oitenta e sete reais e quatorze centavos).

d) A procedência do pedido, para que seja a parte promovida condenada a pagar uma
indenização pelos danos morais sofridos pelo autor, no valor de R$ 2.000,00 (dois
mil reais).

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente:;
depoimento pessoal, oitiva de testemunhas; juntada posterior de documentos; e tudo o mais
necessário ao andamento do feito, o que desde já se requer.

Dá-se à causa o valor de R$ 5.187,14 (cinco mil cento e oitenta e sete reais e quatorze
centavos).Pede deferimento.

Fortaleza, 05 de abril de 2024.

FRANCISCO VIEIRA DE ANDRADE


OAB/CE 21.585

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