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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE GUARULHOS
FORO DE GUARULHOS
10ª VARA CÍVEL
RUA DOS CRISÂNTEMOS, Nº29, Guarulhos - SP - CEP 07091-060

SENTENÇA

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1018816-20.2023.8.26.0224 e código ddnsdcFO.
Processo nº: 1018816-20.2023.8.26.0224
Classe - Assunto Procedimento Comum Cível - Espécies de Contratos
Requerente: Adalberto dos Santos Caraca
Requerido: UBER DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LINCOLN ANTONIO ANDRADE DE MOURA, liberado nos autos em 14/12/2023 às 19:16 .
Justiça Gratuita

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Lincoln Antônio Andrade de Moura

Vistos.

ADALBERTO DOS SANTOS CARACA, ingressou com esta ação em


face de UBER DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA.
Em síntese, o autor afirma que seria motorista, que prestaria serviços de
transporte público de passageiros, por meio da plataforma digital disponibilizada por
Uber.
O autor assevera que teria sido descredenciado, a pretexto do excessivo
número de cancelamentos de chamadas.
O autor afirma que a justificativa apresentada não poderia ser admitida,
tendo em vista que ele seria motorista classificado na categoria diamante.
O autor assevera que receberia que aceitaria 70% das chamadas e, dessas,
cancelaria 12%.
Por conta do exposto, os fatos narrados pela Uber não poderiam ser capazes
de ensejar a sua exclusão da plataforma digital suscitada.
Nesse contexto, o autor pretende:
a) A concessão de ordem liminar para que o autor seja imediatamente
readmitido na plataforma digital suscitada;
b) Ao final, o autor pretende a cristalização do pedido liminar, para que ele
seja definitivamente mantido como prestador de serviços por meio da
plataforma suscitada;
c) A condenação do réu ao pagamento de lucro cessantes, no importe
correspondente a R$70.839,48.
d) O autor também pretende ver o réu condenado ao pagamento de

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indenização por dano moral no importe correspondente a R$13.020,00.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1018816-20.2023.8.26.0224 e código ddnsdcFO.
Com a inicial, vieram os documentos de fls. 08/32.
Decisão de fls. 33/35, concedeu os benefícios da gratuidade de justiça ao
autor, indeferiu a liminar pretendida e determinou a citação da ré.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LINCOLN ANTONIO ANDRADE DE MOURA, liberado nos autos em 14/12/2023 às 19:16 .
A fls. 39 e seguintes, o autor informa interposição do recurso de agravo de
instrumento de n.º 2129852-43.2023.8.26.0000.
Citada, a requerida apresentou contestação discorrendo acerca de sua
plataforma e, ainda, esclarecendo que se trata de intermediadora de serviços, onde o
motorista aceita os termos para ser realizado o cadastro.
Assevera que, em razão do contrato firmado, tem direito de selecionar e
gerenciar os cadastros de seus parceiros, de acordo com seus interesses e em atenção as
políticas da empresa, possuindo autonomia privada e liberdade contratual.
A desativação da conta do autor não constitui conduta ilícita e, sim, mero
exercício regular de direito, inexistindo regulamentação que a obrigue a manter o contrato.
No mais, esclarece que a desativação da conta do autor se deu por má
utilização da plataforma consistente no cancelamento constante de viagens de forma
intencional, sendo que, tal atitude viola o Código da Comunidade Uber, no que se refere a
aceitação de viagens sem a intenção de concluí-las.
Alega que nos três meses anteriores a desativação da conta do autor, o autor
recebeu 1.513 solicitações de viagens, das quais apenas 749 foram aceitas, e somente 173
destas concluídas, tendo o autor cancelado mais de 500 viagens.
Relata que o abuso do cancelamento de viagens já aceitas prejudica
negativamente a toda a comunidade: de um lado, impede que outros motoristas gerem
renda atendendo às mesmas solicitações de viagens canceladas e, por outro, deixa usuários
esperando mais tempo ou até desistindo da solicitação, não sendo crível que o autor
cancelou mais de quinhentas viagens por segurança.
Aduz que o motorista ainda pode selecionar a região a que queria se
direcionar e, no caso de entender que alguma região oferecesse risco, bastava realizar a
alteração, não havendo justificativa para o abuso no cancelamento de viagens.
Ademais, o autor foi advertido, em mais de uma oportunidade, acerca do

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cancelamento excessivo de viagens.

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Assim, em razão da violação das regras pactuadas, o autor fora excluído da
plataforma, sendo, portanto, exercício regular de direito, inexistindo qualquer ato ilícito
capaz de ensejar a indenização pretendida.
Não se responsabiliza por lucros cessantes. Ademais, o autor esperou por

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longo período para ingressar com a presente demanda. Não houve dano moral. Assim,
pugnou pela improcedência da demanda.
Réplica a fls. 124 e seguintes.
A fls. 144/153, consta a decisão proferida nos autos do recurso de agravo de
instrumento de n.º 2129852-43.2023.8.26.0000, que negou seguimento ao recurso,
mantendo incólume a decisão proferida por este Juízo.
Instadas a especificarem provas, as partes pugnaram pelo pronto julgamento
da demanda.

É o relatório.
Decido.

JULGO ANTECIPADAMENTE o pedido, com fulcro no artigo 355,


inciso I, do Código de Processo Civil, tendo em vista que a matéria em debate é
exclusivamente de direito, despicienda dilação probatória.
Cumpre ressaltar que a relação entre as partes não se subsumi às
disposições do Código de Defesa do Consumidor, visto que os motoristas de plataforma
de transporte não figuram como destinatários finais do serviço, mas sim usam a plataforma
para exercer sua atividade profissional.
Assim, não há que se falar em aplicação do CDC ao caso em análise.
Pois bem. O autor se insurge acerca do bloqueio de sua conta, realizado
pela requerida, impedindo-o de prestar serviços, alegando, ainda que sofreu prejuízos
materiais e morais.
A requerida, em sua contestação invoca o direito de liberdade contratual e,
ainda, a existência de cláusula contratual que permite a rescisão unilateral sem aviso
prévio, bem como afirmou que a causa do desligamento do autor foi motivada em razão da

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quebra, pelo autor, de regras fixadas no contrato, no caso referente aos inúmeros

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cancelamentos de viagens sem justificativa.
No que se refere à regularidade da exclusão do autor na plataforma da
requerida, tem-se que os fatos apresentados em contestação, notadamente no que se refere
aos inúmeros cancelamentos efetuados pelo autor, após aceitação das corridas, sem

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qualquer justificativa não foram impugnados.
Muito pelo contrário, o autor confessa na exordial sua conduta de
cancelamento rotineiro de viagens aceitas (cerca de 12% das viagens), o que também
colocaria em dúvida a suposta categoria diamante que o autor afirma que teria alcançado
na plataforma.
Aliás, conforme constou na decisão proferida por ocasião do indeferimento
da liminar:
“(...)A propósito, é necessário recordar que o
documento de fls. 03 traz redação cujo teor denotaria
que o autor teria sido advertido e comunicado a
respeito dos cancelamentos efetivados. No referido
documento, existe o alerta de que a suscitada prática
prejudicaria os demais motoristas parceiros.
Também chama a atenção o fato de que o autor alega
que recusaria 70% das convocações que lhe seriam
feitas. Tal quer dizer que, de um total 100 viagens, 70
seriam aceitas pelo autor. Dessas, o autor admite que
12% seriam canceladas, após a aceitação. Isso
significa que, ao final, 62 viagens seriam efetivadas
pelo autor, num total de 100.
É um número razoavelmente baixo. O baixo índice de
realização de viagens faz até mesmo duvidoso se o
autor faria jus a alcançar o nível diamante, tal como
alardeado: a aceitação do autor seria medida num
universo de apenas 62 viagens realizadas a cada 100.
Não há dúvidas de que, ao recusar as viagens, o

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autor impede que terceiros reclamem dos serviços por

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ele prestados, o que distorce o resultado.
Nesse sentido, não há dúvidas de que não estão
presentes os elementos necessários para a concessão
da ordem liminar, eis que o argumento não se revela

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plausível."(grifei)

Também não houve a apresentação de qualquer elemento capaz de justificar


os cancelamentos apontados pela requerida.
A requerida alega que o autor apresentou reiterado comportamento de
descumprimento dos Termos e Condições do contrato existente entre as partes, inclusive
tendo realizado, antes da exclusão, a suspensão da conta do autor e, advertências acerca de
seu comportamento, sem qualquer providencia adotada pelo requerente.
Ora, o autor se restringiu a fazer alegações genéricas sobre sua exclusão,
sem impugnar os motivos alegados pela requerida.
A relação entre as partes é contratual, disciplinada pelo Código Civil e
regida pelos termos de uso e condições gerais ilustrados a fls. 95 e seguintes.
Em consulta aos referidos termos de uso e condições gerais da plataforma,
extrai-se a seguinte previsão (fls. 95 e seguintes):
“12.1 Os presentes Termos terão início na data em que
forem aceitos por Você e permanecerão em vigor até
que sejam extintos, por Você ou por nós. Você poderá
rescindir os presentes Termos a qualquer momento. A
RESCISÃO PODERÁ SER EXERCIDA POR NÓS (i)
IMEDIATAMENTE POR DESCUMPRIMENTO
DESTES TERMOS, DA POLÍTICA DE
DESATIVAÇÃO, OU DO CÓDIGO DE CONDUTA
DA UBER, COM A SUA CONSEQUENTE
DESATIVAÇÃO DA PLATAFORMA, SEM
QUALQUER ÔNUS INDENIZATÓRIO OU AVISO
PRÉVIO, E (ii) NOS DEMAIS CASOS, MEDIANTE

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ENVIO DE NOTIFICAÇÃO A VOCÊ COM 7 (SETE)

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DIAS DE ANTECEDÊNCIA”.

Portanto, observa-se que os termos aos quais o autor aderiu preveem a


possibilidade de resilição unilateral por qualquer uma das partes (artigo 473 do C.C.), bem

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como as hipóteses de configuração de rescisão por infração contratual (artigo 475 do
C.C.).
No caso em comento, verifica-se do extrato apresentado pela requerida que,
de 1.513 solicitações de viagens recebidas, apenas 749 foram aceitas pelo autor e, destas,
somente 173 foram concluídas, cancelando todas as demais, após o aceite, sem qualquer
justificativa válida (fls. 47).
Por óbvio, tal conduta afeta a plataforma requerida e desagrada seus
usuários que criam a expectativa da viagem, frustrando ao aguardar o motorista que
cancela o percurso, sem justificativa.
Logo, o descadastramento do autor como motorista parceiro da ré nada tem
de abusivo ou irregular. Isso porque, considerando a natureza de sua prática empresarial, a
ré tem o dever de zelar pela qualidade dos serviços prestados e do próprio sistema, além da
segurança e bem-estar de seus usuários, que se sobrepõem aos interesses individuais do
motorista parceiro.
O autor tinha total ciência acerca dos termos de uso e códigos de conduta da
plataforma a qual aderiu, de modo que, ao efetuar o descadastramento do autor, a ré agiu
de forma regular, amparada nos princípios da autonomia de vontade e da liberdade de
contratar.
Em casos análogos, já decidiu o E. Tribunal de Justiça de São Paulo:
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. MOTORISTA DE
APLICATIVO. Autor que pretende seu desbloqueio da
plataforma, bem como a condenação da ré ao
pagamento de indenização por danos materiais e
morais. Sentença de improcedência. Apelo do autor.
Relação jurídica que encontra melhor solução no
direito civil, com características de uma parceria

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lastreada pelo sharing economy. Princípios

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contratuais que servem como bússola norteadora para
a resolução do litígio. Prevalência do princípio da
autonomia da vontade e da liberdade de contratar.
Desligamento da plataforma de serviços digitais sem

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prévia notificação. Inexistência de
abusividade. Cancelamentos reiterados de corridas
que violam os "termos de uso" direcionados ao
motorista parceiro. Expressa previsão contratual dos
termos de uso da plataforma, inclusive das
consequências de seu descumprimento. Violação
comprovada pelo polo passivo. Plataforma que é
disponibilizada para livre ingresso de qualquer
indivíduo, tendo, porém,condições expressas e
singulares de funcionamento. Suposição de que, se
ainda após a leitura do contrato, a parte entendeu por
bem nela ingressar,vinculou-se aos termos ali
expostos, que foram pactuados de forma
livre,consensual e voluntária, aderindo também às
consequências previamente definidas. Conduta da ré
que revela regular exercício do seu direito. Dano
moral não configurado. Precedentes. Recurso
desprovido. (TJSP; ApelaçãoCível
1012471-09.2021.8.26.0224; Relator (a): Mary Grün;
Órgão Julgador:32ª Câmara de Direito Privado; Foro
de Guarulhos - 4ª Vara Cível; Data doJulgamento:
18/05/2022; Data de Registro: 18/05/2022

"AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA


COM INDENIZAÇÃO DESCREDENCIAMENTO
DE MOTORISTA APLICATIVO "UBER" AO QUE

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TUDO INDICA O AUTOR VIOLOU O CÓDIGO DE

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CONDUTA RÉ AGIU EM EXERCÍCIO REGULAR
DE DIREITO SENTENÇA MANTIDA RECURSO
NÃO PROVIDO " (TJSP; Apelação Cível
1018693-63.2020.8.26.0309; Relator (a): Luiz Eurico;

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Órgão Julgador: 33ª Câmara de Direito Privado;
Foro de Jundiaí - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento:
18/07/2022; Data de Registro: 18/07/2022)

"CONTRATO Transporte terrestre particular


UBER Motorista descredenciado Ação de
Obrigação de Fazer c.c. indenização Pretensão ao
restabelecimento do contrato com recredenciamento
no sistema Uber Impossibilidade Motorista que
após notificado continuou abaixo da média de
avaliação pelos usuários Motorista rejeitava
corridas Descumprimento contratual por parte do
autor Clausula contratual que prevê que se houver
descumprimento contratual por qualquer das partes,
a rescisão contratual pode ser imediata, sem aviso
prévio Recurso da ré acolhido para afastar a
indenização fixada em sentença Danos materiais
indevidos, tendo em vista que foi o autor quem deu
causa ao descumprimento contratual Recurso da ré
provido Recurso do autor não provido, na parte
conhecida Disciplina da sucumbência modificada."
(TJSP; Apelação 1001987-31.2017.8.26.0011;
Relator (a): Achile Alesina; Órgão Julgador: 38ª
Câmara de Direito Privado; Foro Regional XI -
Pinheiros - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento:
05/12/2017; Data de Registro: 05/12/2017)

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Cumpre ressaltar, ainda, que a atividade da requerida depende da adesão do
público em geral, podendo, inclusive ser processada por conduta irregular de seus
motoristas, bem como ter a fidelidade ao serviço abalada, de tal forma que não se pode
negar o direito dela de suspender ou excluir motoristas parceiros, quando estes adotam

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condutas contrárias aos regulamentos do sistema.
Isto posto, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos iniciais.
Vencido, suporta o autor o pagamento das custas e despesas processuais,
bem como verba honorária advocatícia que fixo em 10% do valor dado a causa, suspensa a
exigibilidade em razão da gratuidade de justiça concedida.
P.I.C.

Guarulhos, 14 de dezembro de 2023.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME


IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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