Sentença

fls.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

COMARCA de Jaboticabal
FORO DE JABOTICABAL
VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL
Av. Bento Vieira, 12, . - Aparecida
CEP: 14870-115 - Jaboticabal - SP
Telefone: (16) 2141-9201 - E-mail: jaboticjec@tjsp.jus.br
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000469-80.2022.8.26.0291 e código 56553DC.
SENTENÇA
Processo nº: 0000469-80.2022.8.26.0291

Classe - Assunto Procedimento do Juizado Especial Cível - Telefonia
Requerente: MARIA CRISTINA RAMOS DA SILVA
Requerido: RP COMERCIO E REPRESENTAÇÃO EM TELECOM. EIRELI
EPP e outro
Juiz(a) de Direito: Dr(a). JORGE LUIS GALVAO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JORGE LUIS GALVAO, liberado nos autos em 26/04/2023 às 11:36 .
VISTOS.
MARIA CRISTINA RAMOS DA SILVA ajuizou AÇÃO DE

DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS em face da RP COMÉRCIO E
REPRESENTAÇÃO EM TELECOM, EIRELI EPP e CLARO S/A, ambos qualificados na
inicial.
Alegou a parte autora, em síntese, que em 05/10/2021 compareceu na

loja RP Comércio e Representações para troca de seu celular da operadora Claro, porém em
momento algum foi comunicada de que deveria pagar a multa pela troca do aparelho, uma vez que
manteve o serviço e possui o numero há tempos. Trocou apenas o aparelho usado por um novo,
mas recebeu constantes ligações da operadora Claro, cobrando a multa no valor de R$938,08. A
autora pleiteou a concessão da tutela de urgência para determinar que a requerida se abstenha de
negativar o nome da demandante e de suspender a prestação do serviço da linha. Ao final,
requereu a procedência da ação para que seja declarado inexistente o débito no valor de R$938,08.
Acompanham a inicial os documentos de fls. 03/07.
A decisão de fls. 08/09 deferiu o pedido de tutela de urgência pleiteado

na inicial.
A parte requerida RP COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO EM

TELECOMUNICAÇÕES LTDA. ofereceu resposta ao pedido inicial, na forma de contestação
(fls. 14/18), alegando, preliminarmente, ilegitimidade passiva. No mérito alegou, em síntese, que
realiza apenas a venda e planos ofertados pela segunda requerida, como revendedora autorizada,
que a autora compareceu no estabelecimento em outubro de 2021 e adquiriu um novo aparelho
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celular, ciente de eventual multa em caso de troca. O celular antigo foi adquirido pela autora em
07/05/2021 e efetuou a troca em menos de 01 ano, o que gerou a multa cobrada. A assinatura da
autora consta no contrato, o que prova a ciência acerca da cobrança da multa. Ao final, requereu o
acolhimento da preliminar e, subsidiariamente, a improcedência da ação. Acompanham a
contestação os documentos de fls. 19/58.
A parte requerida CLARO NXT TELECOMUNICACOES LTDA

ofereceu resposta ao pedido inicial, na forma de contestação (fls. 65/73), alegando,
preliminarmente, carência da ação. No mérito alegou, em síntese, que a autora contratou o plano
com benefícios em 07/05/2021, por 12 meses, e solicitou a troca do aparelho dentro do prazo de
fidelização, o que ensejou a cobrança da multa de fidelização por rescisão do contrato. No contrato
consta a previsão de cobrança e foi assinado pela autora. Ao final, requereu a improcedência da
ação. Acompanham a contestação os documentos de fls. 74/94.
Designada audiência de instrução e julgamento para o dia 21/03/2023, na

ocasião foram dispensados os depoimentos pessoais e inquirida uma testemunha.
É o relatório.
Fundamento e Decido.
No mérito, o pedido inicial improcede.
O presente litígio versa sobre relação de consumo envolvendo, de um

lado, a autora, na qualidade de consumidora e, de outro, a ré, na qualidade de fornecedora, nos
termos dos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor.
Por ser a relação entre as partes consumerista, implica aplicação das

normas do Código de Defesa do Consumidor, em especial as protetivas em benefício do
consumidor, dentre as quais, destacam-se aquela que diz respeito ao ônus da prova (artigo 6, VIII,
CDC) e que estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos oriundos da má
prestação do serviço (artigo 14, CDC).
A parte autora pretende a declaração de inexigibilidade do valor da multa

contratual. As requeridas sustentam a legalidade da cobrança, que decorreu da troca do aparelho
antes do prazo de 12 meses, conforme previsão contratual.
O documento de fls. 50/51 comprova a aquisição do aparelho Samsung
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Galaxy A215 em 07/05/2021, posteriormente trocado pelo aparelho Samsung Galaxy A32 em
05/10/2021 (fls. 03 e fls. 52/53).
A parte requerida afirma que o valor da multa se refere à troca do

aparelho antes do prazo legal. Portanto, a informação sobre quebra de fidelidade deve constar no
contrato de aquisição do aparelho Samsung Galaxy A215.
Analisando o contrato (fls. 50/51), consta expressamente o prazo de

permanência de 365 dias e o valor da multa. Considerando a data do contrato (07/05/2021) e o
prazo de permanência de 365 dias, tem-se que a troca do aparelho (05/10/2021) ocorreu antes do
prazo de fidelidade constante do contrato.
Além da prova documental, foi obtido nos autos o depoimento da

testemunha Maria Amélia, gerente da loja que acompanhou a vendedora na ocasião.
A testemunha Maria Amélia afirmou que informaram a autora que teria a

multa porque não foi cumprido o prazo de 12 meses do contato. Acredita que tenha passado o
valor. No contrato consta a carência que começam a valer naquele momento. A multa é
proporcional ao término do contrato. A multa é devida porque a autora adquiriu o celular em
menos de um ano.
Dispõe o artigo 31 do Código de Defesa do Consumidor que “A oferta e

apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas,
ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidade, quantidade, composição,
preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que
apresentam à saúde e segurança dos consumidores”.
Ainda, o disposto no artigo 46 do CDC prevê:
"Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não

obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de
seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a
compreensão de seu sentido e alcance."
No caso, competia à requerida comprovar que a autora estava

plenamente ciente de que, em caso de troca antecipada, deveria pagar a multa e seu valor, o que
ocorreu através da juntada do contrato assinado de fls. 50/51 e o depoimento da testemunha, que
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afirma que a requerente foi informada na ocasião.
Dessa forma, diante da previsão contratual e informação a requerente,

entendo devida a multa, razão pela qual improcede o pedido inicial.
Ante todo o exposto, julgo IMPROCEDENTE a presente ação movida

por MARIA CRISTINA RAMOS DA SILVA em face da RP COMÉRCIO E
REPRESENTAÇÃO EM TELECOM, EIRELI EPP e CLARO S/A. Em consequência, revogo
a tutela de fls. 08/09.
Nos procedimentos do Juizado Especial Cível de primeiro grau de
jurisdição não são devidas custas judiciais ou honorários de sucumbência.
P.I.C.
Jaboticabal, 05 de abril de 2023.
JORGE LUÍS GALVÃO
Juiz de Direito
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME
IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
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MARIA CRISTINA RAMOS DA SILVA ajuizou AÇÃO DE

Alegou a parte autora, em síntese, que em 05/10/2021 compareceu na

Acompanham a inicial os documentos de fls. 03/07.

A decisão de fls. 08/09 deferiu o pedido de tutela de urgência pleiteado

A parte requerida RP COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO EM

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

A parte requerida CLARO NXT TELECOMUNICACOES LTDA

Designada audiência de instrução e julgamento para o dia 21/03/2023, na

No mérito, o pedido inicial improcede.

O presente litígio versa sobre relação de consumo envolvendo, de um

Por ser a relação entre as partes consumerista, implica aplicação das

A parte autora pretende a declaração de inexigibilidade do valor da multa

O documento de fls. 50/51 comprova a aquisição do aparelho Samsung

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A parte requerida afirma que o valor da multa se refere à troca do

Analisando o contrato (fls. 50/51), consta expressamente o prazo de

Além da prova documental, foi obtido nos autos o depoimento da

A testemunha Maria Amélia afirmou que informaram a autora que teria a

Dispõe o artigo 31 do Código de Defesa do Consumidor que “A oferta e

Ainda, o disposto no artigo 46 do CDC prevê:

"Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não

No caso, competia à requerida comprovar que a autora estava

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Dessa forma, diante da previsão contratual e informação a requerente,

Ante todo o exposto, julgo IMPROCEDENTE a presente ação movida

Nos procedimentos do Juizado Especial Cível de primeiro grau de

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JORGE LUÍS GALVÃO

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