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PROJUDI - Processo: 0002938-91.2023.8.16.0146 - Ref. mov. 1.

1 - Assinado digitalmente por Marcelo Paulo Wacheleski


10/08/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
EXMO. SR. JUIZ SUPERVISOR DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E ANEXOS DA
COMARCA DE RIO NEGRO, ESTADO DO PARANÁ.

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ5YV ECP42 QLB2P 64HJA


MARCELO PAULO WACHELESKI, brasileiro, solteiro, advogado, R.G. n.
7.929.987.1, C.P.F. 031.836.259-70, com endereço na Avenida Francisco Xavier da Silva, 285,
Centro, Rio Negro, PR, vem, respeitosamente à presença de V. Exa, por seu procurador, que esta
subscreve, propor

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS e MORAIS

Em face de
HURB TECHNOLOGIES S.A. (“Hurb”), com CNPJ/ME sob o nº 12.954.744/0001-
24 e sede na Avenida João Cabral de Melo Neto, 400, 7º andar, Barra da Tijuca, CEP: 22.775-057,
cidade e Estado do Rio de Janeiro, o que faz nos termos abaixo:

1. DOS FATOS
O autor firmou contrato de pacote de viagem com a empresa ré com as seguintes datas e
valores:

Pedido n. Data pagamento Destino Valor


84855945 07/01/2022 Cuba R$ 7.656,59

Em todas as oportunidades que agendou a viagem a ré deixou de cumprir com sua


obrigação contratual não emitindo as passagens aéreas e os vouchers de hospedagem. Em tentativas
de solucionar o problema diretamente com a empresa ré nenhuma resposta foi obtida, sendo que o
autor não conseguiu usufruir do pacote de viagem contratado.
Sem outra opção, o autor buscou o cancelamento da compra, em razão da quebra
contratual da ré, o que resultaria na devolução do valor pago. Segundo a ré, o valor seria devolvido
no prazo máximo de 60 (sessenta) dias úteis, o que já se expirou no mês de julho de 2023, sem que
tenha ocorrido qualquer pagamento.
Desde o cancelamento das datas de viagens pela ré, o autor buscou diversos contatos
pelos canais disponibilizados no “app” e site, sem qualquer resposta satisfatória, seja em relação a
remarcação das datas ou devolução dos valores pagos. Disso, o autor registrou ocorrência junto ao
PROCON, em que a ré reconhece o atraso no pagamento dos valores devidos, porém, encerra o
atendimento de negociação e não realiza o pagamento. Nesse período, o autor registrou as seguintes
reclamações:

Avenida Francisco Xavier da Silva, nº 285, Centro, Rio Negro – Paraná – CEP 83.880-000
(47) 3642-2212 (47) 3642-7885 (47) 98844-4431 – e-mail: contato@marcelow.adv.br
PROJUDI - Processo: 0002938-91.2023.8.16.0146 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marcelo Paulo Wacheleski
10/08/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
a) 10/05/2023 – reclamação n. 2023.05/00007594200
b) 17/07/2023 – reclamação n. 2023.07/00007858429

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ5YV ECP42 QLB2P 64HJA


c) 08/08/2023 – reclamação n. 2023.08/00007970233

Como se pode verificar dos registros junto ao PROCON-PR, a ré reconhece a quebra


contratual e a não devolução dos valores, porém sem solucionar o problema encerra o atendimento.
Diante dessas circunstâncias, é que se propõe a presente com a finalidade de ser a ré
condenada ao pagamento dos danos materiais e morais sofridos pelo autor.

2. DO DANO MORAL
A ré vendeu pacotes de viagens obteve os recursos financeiros do autor com quase um
ano de antecedência e não cumpriu com a venda realizada. Pior do que isso, quando instada
administrativamente e no PROCON para que solucionasse a quebra contratual com a devolução dos
valores ignorou o pedido, ainda que reconhecendo ser devedora do crédito. Conforme se verifica, a
ausência de adimplemento dos valores impôs ao autor a necessidade de buscar reiteradamente os
meios de defesa do consumidor, com gasto de tempo e insatisfação que superam o mero
aborrecimento.
Não se trata, como dito, de mera quebra contratual, mas da postura de má fé da ré que
fez a venda de pacotes de viagem premeditamente sabendo que não os cumpriria. Nos termos dos
artigos 14 e 30 do CDC, a responsabilidade do réu é objetiva e o dano moral in re ipsa. Tomadas
essas premissas tem-se que o dano sofrido pelo autor prescinde de prova, pois decorre da própria
ocorrência do fato narrado. Da mesma forma, a norma consumerista impõe a necessidade de que a
publicidade seja coerente com o produto ou serviço fornecido, e assim, exige-se que haja completa
correspondência com a contratação, o que não ocorreu na espécie. Veja-se o disposto na norma:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a
fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

Consideradas as circunstâncias do caso concreto é de se deferir indenização no importe


de R$ 10.000,00 (dez mil reais), o que se justifica nos seguintes elementos: a) o autor realizou a
contratação e o pagamento dos pacotes de viagem com antecedência, sem que pudesse usufruir do
serviço por falha da prestação de serviço da ré; b) a capacidade econômica da ré aponta para
necessidade de que a indenização seja pedagógica, o que é alcançado com o valor indicado.

3. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Considerando o disposto no artigo 6º, VIII do Código de Defesa do Consumidor, é
evidente hipossuficiência do autor seja pela capacidade técnica da ré, seja pela capacidade
econômica, é de se deferir, já em sede inicial, a inversão do ônus da prova para que apresente todos

Avenida Francisco Xavier da Silva, nº 285, Centro, Rio Negro – Paraná – CEP 83.880-000
(47) 3642-2212 (47) 3642-7885 (47) 98844-4431 – e-mail: contato@marcelow.adv.br
PROJUDI - Processo: 0002938-91.2023.8.16.0146 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marcelo Paulo Wacheleski
10/08/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
os documentos que disponham sobre a lide, especialmente o contrato de aquisição do pacote em
nome do autor.

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ5YV ECP42 QLB2P 64HJA


4. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$
R$ 7.656,59 (sete mil seiscentos e cinquenta e seis reais e cinquenta e nove centavos), atualizados
desde cada desembolso e com juros de 1% (um por cento) desde a citação.
b) a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$
10.000,00 (dez mil reais), devidamente corrigido pelo INCP-IGP-M desde decisão, acrescido de
juros moratórios de 1% ao mês, a contar da citação, por se tratar de responsabilidade contratual.
c) a citação da ré nos endereço indicado para que, querendo, apresente defesa dentro do
prazo legal, sob pena de revelia.
d) seja determinada a inversão do ônus da prova já na decisão inicial, nos termos do
artigo 6º, VIII do Código de Defesa do Consumidor para que a ré apresente o contrato de
prestação de serviço de pacote de viagem em nome do autor.
e) sejam deferidas todas as provas em direito admitidas, especialmente documental e
testemunhal.

Dá-se a causa o valor de 17.656,59 (dezessete mil seiscentos e cinquenta e seis reais e
cinquenta e nove centavos).

Nestes termos
Pede Deferimento.

Rio Negro (PR), 10 de agosto de 2023.

Marcelo Paulo Wacheleski


OAB/PR 37.370 OAB/SC 31.075

Avenida Francisco Xavier da Silva, nº 285, Centro, Rio Negro – Paraná – CEP 83.880-000
(47) 3642-2212 (47) 3642-7885 (47) 98844-4431 – e-mail: contato@marcelow.adv.br

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