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PROJUDI - Processo: 0002938-91.2023.8.16.0146 - Ref. mov. 16.

1 - Assinado digitalmente por Jose Cidade de Oliveira Filho


29/11/2023: PROFERIDA DECISÃO POR JUIZ LEIGO. Arq: Decisão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
COMARCA DE RIO NEGRO
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE RIO NEGRO

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ5TH JL4NJ NB6GJ E9MTU


Rua Lauro Porto Lopes, 35 – em frente ao Colégio Caetano Munhoz de Rocha,
- ao lado do Corpo de Bombeiros, Centro/Campo do Gabo - Rio Negro, PR –
CEP 83.880-000
Fone (47) 3642-4779
_____________________________________________________________________________________
Autos nº 0002938-91.2023.8.16.0146
Autor: Marcelo Paulo Wacheleski
Réu: HURB TECHNOLOGIES S.A.

PROJETO DE SENTENÇA

I – RELATÓRIO

Dispensado de acordo com o art. 38 da Lei 9.099/95

II – FUNDAMENTAÇÃO

II.I - Mérito

II.I.I – Revelia

O réu, regularmente citado através de carta com A.R. (mov. 13.1), não
compareceu à audiência de conciliação (mov. 14.1), pelo que decreto sua revelia,
nos termos do artigo 20 da lei 9.099/95.

II.I.II – Danos Materiais

A parte autora comprovou a compra do pacote de viagens no valor de


R$ 7.656,59 (sete mil seiscentos e cinquenta e seis reais e cinquenta e nove
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centavos), parcelado em 10 (dez) vezes de R$ 765,66 (setecentos e sessenta e cinco
reais e sessenta e seis centavos), na data de 07 de janeiro de 2022 (mov. 1.5).

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Uma vez que a ré não cumpriu a oferta contratada, requereu a devolução
do valor pago, tendo a ré se comprometido em efetuar o estorno (mov. 1.4), mas
não cumprindo o prometido.

Pois bem.

O caso é de extrema simplicidade, já que a ré, embora instada ao


cumprimento da oferta, não prestou os serviços contratados muito embora tenha
recebido os valores para tal.

Assim o autor exerceu o direito previsto no art. 35, III, do CDC, o que
impõe à ré a obrigação de restituir a quantia paga devidamente atualizada.

Condeno a ré a restituir ao autor os valores pagos, devidamente


atualizados desde o desembolso de cada parcela pelo demandante.

II.II.III – Danos morais

A parte autora requereu a condenação da ré em danos morais.

Embora, via de regra, o inadimplemento contratual só enseje condenação


por danos morais em situações excepcionais, a situação sob exame está muito
além do mero descumprimento.

A ré demonstra total desprezo pelos direitos do consumidor, não só


frustrando os planos de viagem do mesmo, mas também, apesar de todos os
esforços amigáveis para solucionar a lide, mostra total desídia e relapsia em
cumprir com a devolução de valores conforme prometido documentalmente.

Além de locupletar-se indevidamente às custas do consumidor, a ré age


de má-fé, uma vez que continua a operar normalmente, recebendo valores de
outros contratantes, mas não cumpre a obrigação assumida formalmente com o
autor em devolver o que lhe é devido.
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Não houve qualquer justificativa ou impedimento declarado para que a
devolução não fosse efetuada. Ou seja, a ré não fez porque não se importa, a ré
não fez porque não respeita os direitos consumeristas, a ré não fez porque decidiu

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não fazer.

Ações (ou omissões) desta natureza não podem ser toleradas e nem
incentivadas, uma vez que violam o sistema consumerista e vulneram ainda mais
o consumidor, ferindo sua autoestima, sua cidadania e sua dignidade, pois lesam
o consumidor e continuam empreendendo normalmente como se nada tivesse
acontecido, oferecendo serviços e produtos para terceiros sem que tenham sequer
adimplido suas obrigações pretéritas.

A exasperante sensação de impotência, de ser menosprezado em seus


legítimos anseios, de ver negados os seus direitos mais elementares não pode ser
considerada como mero dissabor, problemas corriqueiros da vida em sociedade
ou mera frustração, sob pena de desconsiderarmos todo um sistema protetivo
consumerista e incentivar fornecedores a lesar os consumidores utilizando o
argumento de que tudo se trata de dissabores e aborrecimentos.

No meu sentir os fatos narrados e comprovados caracterizam o dano


extrapatrimonial, atingindo a esfera da personalidade do autor, além de
manifesta má-fé ao se comprometer em efetuar a devolução e quedar-se inerte.

Condeno o réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor


de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

III – DISPOSITIVO

Ante o exposto, extingo o feito com resolução do mérito, nos termos do


artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, para JULGAR PROCEDENTES
os pedidos do autor na presente demanda, e:

CONDENAR o réu a ressarcir o autor, na quantia de R$ 7.656,59 (sete


mil seiscentos e cinquenta e seis reais e cinquenta e nove centavos) referente
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aos danos materiais, cujo valor deverá ser atualizado incidindo correção
monetária pela média do INPC e IGP-DI, cujo termo inicial é a data de pagamento
de cada parcela, até efetivo adimplemento, devidamente acrescidos de juros

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moratórios de 1% ao mês a partir da citação (Art. 405 do CC);

CONDENAR o réu ao pagamento, em favor da parte autora, da quantia


de R$ 8.000,00 (oito mil reais), a título de danos morais. Quantia sobre a qual
deverá incidir correção monetária pela média do INPC e IGP-DI, com termo
inicial a partir desta decisão até efetivo adimplemento e com juros legais de 1%
ao mês a partir da citação até o efetivo adimplemento, nos termos do Enunciado
nº 12.13, letra “a” das Turmas Recursais do TJPR;

Ante o contido no artigo 55 da Lei Nº 9.099/95, sem condenação em custas


e honorários advocatícios.

Em cumprimento ao disposto no artigo 40 da Lei nº 9.099/95 submeto o


presente projeto de sentença ao MM. Juiz de Direito Supervisor deste Juizado
Especial Cível para apreciação.

Rio Negro/PR, data da assinatura eletrônica.

JOSÉ CIDADE DE OLIVEIRA FILHO


JUIZ LEIGO

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