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PROJUDI - Processo: 0004632-16.2018.8.16.0035 - Ref. mov. 1.

1 - Assinado digitalmente por Paulo Andre Alves de Resende


15/03/2018: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA

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ENTRÂNCIA DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS/PR, DA COMARCA DA REGIÃO
METROPOLITANA DE CURITIBA/PR

CAROLINA DE FÁTIMA NOGOSECKI, brasileira, empresária, devidamente inscrita no


CPF nº 057.202.629-38, residente e domiciliada à rua Estrela Mari Rezende, 11287,
Borda do Campo, na cidade de São José dos Pinhais/PR 83075-452, por seu procurador
que abaixo subscreve, segundo procuração anexa, com escritório profissional à Avenida
João Gualberto, 1673, sala 24, Juvevê, na cidade de Curitiba/PR, onde recebe avisos e
intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente;

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS C/C LUCROS


CESSANTES E DANOS MORAIS, em face de

VALDEMAR VALDECI FRANCISCO, brasileiro, empresário, inscrito no CPF


041.879.339-56, portador do RG 4.987.744-5 residente e domiciliado à rua Guilherme
Pscheidt, 26, Ed. Maria Eduarda - 3.º andar, apto 301, Centro - CEP 88.390-000, Fone
(047), Barra Velha-SC., bem como HELTON GIOVANI MELLIES, brasileiro, motorista,
inscrito no CPF 091.410.489-62, residente e domiciliado à rua Rosa Matia Tomaz, 431,
Itajuba, na cidade de Barra Velha/ SC, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a
expor.
PROJUDI - Processo: 0004632-16.2018.8.16.0035 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Paulo Andre Alves de Resende
15/03/2018: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PRELIMINARMENTE
DA INTENÇÃO DE TRANSIGIR EM JUIZO

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A reclamante vem desde já informar a intenção de transigir em juízo, conquanto aguarda
e requer desde já o agendamento de audiência de conciliação.

I – DOS FATOS

Conforme bem relata registro de ocorrência anexo, em data de 23 de novembro de 2017,


por volta das 00:30 horas, estava o condutor do veículo de propriedade desta Autora,
trafegando normalmente com o caminhão SCANIA placas ACP-2275, de propriedade da
associada CAROLINA DE FATIMA NOGOSECKI, conforme documento anexo, seguindo no
sentindo sul crescente – na pista marginal da Rodovia Federal BR 116, KM 533, no
município de Barra do Turvo/SP, em mais uma das viagens que realizava semanalmente,
quando de forma abrupta o veículo de propriedade do Réu, conduzido pelo seu motorista,
segundo Réu, lhe atingiu abruptamente a traseira, sem qualquer justificativa, apenas por
imprudência e negligência do próprio motorista. Denota-se que varias foram as avarias
causadas no caminhão de propriedade da Autora, quando parte delas foram arcas pela
associação de ajuda mútua à qual é vinculada esta Autora, EXCETO o valor da franquia,
os lucros cessantes bem como os danos morais, ao que se demanda na presente.

Dos danos materiais causados ao veículo da Autora, abatida a monta a monta arcada
pela associação, restou ainda a monta relativa à franquia que totaliza-se em R$ 3060,00
(três mil e sessenta reais), os quais atualizados totalizam o montante de R$ 4171,54
(quatro mil cento e setenta e um reais e cinquenta e quatro centavos).

Ocorre que a os representantes da empresa Autora estão desde a data dos fatos negociar
e cobrar os débitos junto a Ré, não obtendo êxito no entanto, por isso, não encontram
alternativa além da propositura da presente demanda, com o único intuito de ver seu
dano reparado e seu direito sanado.
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III – DO DIREITO E DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
III.I – Da Culpa Presumida do Proprietário do Veículo Causador do Dano

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Diz o artigo 186, "caput", do Novo Código Civil:

" Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito."

Por sua vez, o artigo 402, do mesmo Código, estabelece:

"Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas


e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar".

O artigo 932, mais na frente, determina:

" São também responsáveis pela reparação civil.


(...)
II - o empregador ou comitente, por seus empregados,
serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes
competir, ou em razão dele;"

A SÚMULA 341 do STF. é determinante:

" É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo


do empregado ou preposto ".

Se este juízo não entender aplicável a sumula alhures, pauta-se em pacifico


posicionamento do tribunal:

TJ-RS - Apelação Cível AC 70058691858 RS (TJ-RS). Data de


publicação: 16/07/2014. Ementa: APELAÇÕES CÍVEIS.
RECURSOS ADESIVOS. RESPONSABILIDADE CIVIL EM
ACIDENTE DE TRÂNSITO. AGRAVO RETIDO.
ATROPELAMENTO. CULPA EXCLUSIVA DO MOTOCICLISTA
CODEMANDADO. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR E
DA EMPRESA CONTRATANTE DE SERVIÇOS DE ENTREGA.
DANOS MORAIS. MAJORAÇÃO. TERMO INICIAL DE
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INCIDÊNCIA DOS JUROS MORATÓRIOS E DA CORREÇÃO
MONETÁRIA. ÔNUS SUCUMBENCIAIS.
TJ-SP - Apelação APL 29685320028260383 SP 0002968-

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53.2002.8.26.0383 (TJ-SP). Data de publicação: 05/12/2012.
Ementa: ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. LEGITIMIDADE DA CO-
RÉ EMPREGADORA DO MOTORISTA, CONDUTOR DO
VEÍCULO NO MOMENTO DO ACIDENTE. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DE QUE NÃO ESTAVA ELE A SEU SERVIÇO.
SOMENTE SE HÁ DE ATRIBUIR A RESPONSABILIDADE DE
INDENIZAR ÀQUELE QUE ESTIVER EFETIVAMENTE
ENVOLVIDO NO ACIDENTE E TENHA AGIDO COM CULPA
PARA A SUA OCORRÊNCIA. PENSÃO MENSAL FIXADA ATÉ
QUE A VÍTIMA FALECIDA COMPLETASSE 65 (SESSENTA E
CINCO) ANOS DE IDADE. SUCUMBÊNCIA DA AUTORA EM
RELAÇÃO AOS RÉUS CUJA IMPROCEDÊNCIA DA PRETENSÃO
FOI RECONHECIDA. O empregador responde pelos atos de
seus prepostos, exceto se comprovar que não estava ele a seu
serviço no momento do acidente, o que não foi demonstrado
no caso dos autos. Legitimidade passiva reconhecida. Não se
há como atribuir culpa ao terceiro que nem sequer se envolveu
no acidente ou àquele que, trafegando regularmente pela
rodovia, veio a ser projetado por terceiro, provocando a
colisão com o ônibus da vítima. Culpa reconhecida em relação
aos proprietários do veículo que estacionou no acostamento
invadindo a pista de rolamento e não sinalizou devidamente o
local.

Trata-se a Ré de empresa cuja atividade é o transporte de carga, discutindo-se aqui a


responsabilidade em relação a terceiros. Neste caso, a responsabilidade é extracontratual
e objetiva. Segundo bem pauta p Artigo 927, parágrafo único CC. 7. a causa direta do
acidente insere-se no conceito de fortuito interno, eis que se relaciona com os riscos do
negócio, inerente à atividade desenvolvida. Assim, a transferência da execução da sua
atividade através de um contrato de natureza civil, não afasta sua responsabilidade no
evento danoso, decorrente da culpa in eligendo.

TJ-SE - APELAÇAO CÍVEL AC 2009212925 SE (TJ-SE). Data de


publicação: 23/03/2010. Ementa: APELAÇAO CÍVEL - AÇAO
DE INDENIZAÇAO POR DANOS MATERIAIS - ACIDENTE DE
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TRÂNSITO - ALEGAÇAO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA -
REJEITADA - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO
EMPREGADOR - VEÍCULO CAUSADOR DO SINISTRO A
SERVIÇO DA EMPRESA DEMANDADA - ARTIGO 1521 DO

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CÓDIGO CIVIL DE 1916 E SÚMULA 341 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL - MANUTENÇAO DA SENTENÇA - APELO
IMPROVIDO - DECISAO UNÂNIME. -O fato da recorrente não
ser proprietária do veículo não é suficiente para afirmar que
não deva responder pelos danos decorrentes do acidente,
tendo em vista que, nos termos do artigo 1521 , III do Código
Civil aplicável ao caso em apreço, é responsável pela
reparação civil, "o patrão, amo ou comitente, por seus
empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho
que lhes competir, ou por ocasião dele"

Demonstrado o nexo causal entre a culpa e o dano, tem-se caracterizado o dever de


indenizar, sobretudo porque inexistem provas a elidir a responsabilidade do evento
danoso, sendo certo que o próprio motorista do réu não se desvinculou da
responsabilidade o fato, por ter atingido o veiculo da Autora na parte traseira sem
qualquer justificativa.

Não resta a menor dúvida, data vênia, que a culpa do acidente, como consta do Boletim
de Ocorrência, é única e exclusivamente do motorista e da empresa requerida, uma vez
que o primeiro não teve cautela na direção, conduzindo seu veiculo de forma imprudente,
negligenciando as normas mais comezinhas de direito e da legislação de trânsito sequer
mantendo a distância mínima do veículo da frente.

Não há que se falar em ausência de culpa conquanto seja "presumida a culpa do patrão
ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto" (Súmula 341/STF), em
acidentes de trânsito, é licito ao lesado propor ação indenizatória em face
do proprietário do veículo e/ou daquele que o conduzia no momento do abalroamento,
em separado ou conjuntamente Conforme preceitua o Código de Processo Civil.

Estabelecida a culpa do motorista do caminhão pelo acidente narrado nos autos,


evidencia-se a pratica de ato ilícito indenizável, conforme previsão inserta nos artigos 186
e 927 do Código Civil.
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III.II – DO DANO MORAL

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Casam-se como luvas em mãos, jurisprudências de decisões de nossos Egrégios Tribunais
de Justiça:

INDENIZAÇÃO - Dano moral e material - Dano material


consubstanciado em lucros cessantes, devidamente
comprovados (...). (TJ/SP - Apelação Cível n. 111.054-4 -
Sorocaba - 10ª Câmara de Direito Privado - Relator: Ruy
Camilo - 27.04.99 - V.U.)

O artigo 5º da Constituição Federal em seu inciso X rege:

“são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a


imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação”.

O dano moral tem sido objeto de debates intensos, em face do crescente número de
demandas surgidas nos últimos tempos, prova inconteste da melhora do nível de
conscientização da sociedade em relação aos seus direitos.

Enquanto por um lado já temos como ponto pacífico o fato de que o dano Moral puro
pode e deve ser indenizado, conforme orientação da mais moderna doutrina e do próprio
STF, a questão da fixação do quantum indenizatório permanece como ponto mais
discutível, porquanto faltam parâmetros legais para tal mister.

E, ressalve-se, a importância da indenização vai além do caso concreto, posto que a


sentença tem alcance muito elevado, na medida em que traz conseqüências ao direito e
toda sociedade. Por isso, deve haver a correspondente e necessária exacerbação do
quantum da indenização tendo em vista a gravidade da ofensa à honra do Requerente;
os efeitos sancionadores da sentença só produzirão seus efeitos e alcançarão sua
finalidade se esse quantum for suficientemente alto a ponto de apenar o réu e assim
coibir que outros casos semelhantes aconteçam.
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Outrossim, deve-se levar em conta, ainda, o poder econômico do requerido e o fato de
que a função sancionadora que a indenização por dano moral busca, só surtirá algum

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efeito se atingir sensivelmente seu patrimônio, de forma que lhe obrigue a selecionar
melhor seus prepostos e empregados, treinando-os melhor, a fim de que atos como estes
sejam minimizados ou até extintos.

Ainda, segundo conclusões acerca do dano moral, em Fórum Nacional promovido pela
OAB/ RS, em agosto de 2000, ANTÔNIO GUILHERME TAGER JARDIM, Desembargador
do TJRS, destaca:

Parâmetros - Em relação ao dano moral, o palestrante


destacou a necessidade de critérios para a sua fixação. Frisou
que nem sempre se terá em questão a dor e o sofrimento,
mas mesmo assim persistirá o dever de indenizar. Citou como
exemplo o caso de a vítima ser uma pessoa jurídica.(...)O
painelista disse que a indenização por dano moral tem dois
objetivos principais: a satisfação compensatória pelo prejuízo
causado e a imposição de uma pena civil, que tem caráter
pedagógico, no sentido de que ninguém pode lesar o outro
sem uma responsabilização.

Neste diapasão entende o requerente ser cabível indenização pelo dano moral no
montante que assim entender Vossa Excelência, sugerindo-se valor não inferior à
R$ 10000,00 (dez mil reais).

Por todo exposto, conforme ficou devidamente demonstrado, o motorista da Ré e a


própria ,demandada agiram com imprudência e negligência, violando o direito do Autor
e causando-lhe danos que devem ser reparados. Assim, amparado legalmente não restam
dúvidas que o ato praticado pela Ré configura uma ilicitude e por tal deverá ser
responsabilizado.

IV – DOS LUCROS CESSANTES


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A reparação de lucros cessantes se refere aos danos materiais efetivos sofridos por
alguém, em função de culpa, omissão, negligência, dolo, imperícia de outrem.

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Para caracterização do pleito, há necessidade de efetiva comprovação dos lucros
cessantes – não basta argumentar que existiram, deve-se prová-los, como restará
comprovado no deslinde desta exordial, com farta documentação anexa.

O Código Civil brasileiro, assim dispõe sobre a reparação de danos:

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei,


as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que
ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor,


as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros
cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do
disposto na lei processual.

Faz-se pertinente, ainda, invocar o proclamado posicionamento do Superior Tribunal de


Justiça, proferido através do voto do saudoso Ministro Sálvio de Figueiredo, quanto à
expressão “o que razoavelmente deixou de lucrar”, utilizada pelo Código Civil. Diz o
Superior Tribunal que este dispositivo deve ser interpretado no sentido de que, até prova
em contrário, admite-se que o credor haveria de lucrar aquilo que o bom senso diz que
lucraria, considerando a presunção de que os fatos se desenrolariam dentro do seu curso
normal. No voto, o Min. Sálvio Figueiredo

O simples fato de uma empresa rodoviária possuir frota de


reserva não lhe tira o direito aos lucros cessantes, quando um
dos veículos sair de circulação por culpa de outrem, pois não
se exige que os lucros cessantes sejam certos, bastando que,
nas circunstâncias, sejam razoáveis ou potenciais.

Oportuna ainda, a transcrição dos seguintes entendimentos pretorianos:

CONCRETIZAÇÃO DE NEGÓCIOS JURÍDICOS PELA VÍTIMA.


LUCROS CESSANTES. INOCORRÊNCIA.- O lucro cessante
consiste na frustração do crescimento patrimonial alheio, ou
seja, o ganho patrimonial que a vítima poderia auferir, mas
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não o fez graças à lesão sofrida. (...) (STJ – Recurso Especial
nº 979.118 - MT (2007/0195659-7), Relatora Ministra Nancy
Andrighi, julgado em 23 de setembro de 2008).

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Por sua vez, é a fustração da expectativa de ganho, ou seja, refere-se aos benefícios que
o lesado deixou de obter em conseqüência da lesão, isto é, ao acréscimo patrimonial
frustrado. Podemos dizer, portanto, que o lucro cessante pressupõe que o lesado tinha
no momento da lesão a titularidade de uma situação que, mantendo-se, lhe daria direito
a um ganho. Desta feita considera-se para fins de indenização o montante de 10.000,00.

V – DOS PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS

Por todo exposto requer:

a) A citação do Requerido para, querendo, apresentar defesa sob pena de serem


reputados como verdadeiros os fatos.

a) Seja julgada procedente a presente Ação de Reparação por danos Materiais, em


razão do prejuízo causado pelo veículo do Réu que atingiu na traseira o veículo de
propriedade da Autora, dano azo à cobrança da franquia instituída pela associação
à qual a Autora é vinculada, no montante atualizado de R$ 4171,54 (quatro mil
cento e setenta e um reais e cinquenta e quatro centavos);
b) Seja condenado a Réu ao pagamento de indenização por danos morais valorada
em montante não inferior a R$ 10000,00 (dez mil reais).
c) Seja condenado a Réu ao pagamento de indenização pelos lucros cessantes
valorados e comprovados no valor de R$ 10.000,00.
d) Seja o Requerido condenado a pagar as despesas e honorários advocatícios no
montante de 20% do valor da causa, os quais já estão somados ao montante final
conforme preceitua o novo CPC.
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e) Seja concedido a parte Ré o direito de oferecer proposta de acordo em audiência
específica.

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Pretende provar o alegado mediante prova documental, testemunhal e demais meios de
prova em Direito admitidos.

Dá-se a causa o valor de R$ 24171,54 (Vinte e quatro mil cento e setenta e um


reais e cinquenta e quatro centavos).

Termos em que
Pede e espera deferimento.

Curitiba, 14 de fevereiro de 2018.

PAULO ANDRE ALVES DE RESENDE Mayara Piovesan


OAB/PR 32.709 OAB/PR 71.671
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