Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ SUPERVISOR DO 1º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORO
Autos nº.: 0025773‐43.2015.8.16.0182
Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais
Requerente: NICOLAU KAMINENKO
Requerido: BANCO DO BRASIL S/A
BANCO DO BRASIL S/A, sociedade de economia mista, sediada no Setor
Bancário Sul, Quadra 04, Bloco C, lote 32, Ed. Sede III, em Brasília, Distrito Federal, inscrita no CNPJ/MF
sob o n.º 00.000.000/0001‐91, devidamente representada por seu procurador, com escritório
profissional à Rua Voluntários da Pátria, nº 400, cj. 901, Centro, Curitiba, Paraná, onde recebe
intimações, vem respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar com fundamento no artigo 300
do CPC,
CONTESTAÇÃO
aos termos dos pedidos formulados por NICOLAU KAMINENKO e outro, o que não deve prosperar, face
aos fundamentos jurídicos a seguir declinados:
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Cascavel/PR. (45) 3038‐8574 ‐ FILIAL SC:Rua Araújo Figueiredo, 119, Sala 701, Centro, Florianópolis/SC.(48) 3879‐7612 ‐ FILIAL RS:Travessa
Francisco Leonardo Truda, 40, Cj. 96, Centro Histórico, Porto Alegre/RS. (51) 3085‐5855 ‐ E‐MAIL: contato@natividadegoncalves.com.br
PROJUDI - Processo: 0025773-43.2015.8.16.0182 - Ref. mov. 30.1 - Assinado digitalmente por Genesio Felipe de Natividade
28/09/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CONTESTAÇÃO. Arq: Contestação
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1 – SÍNTESE DA DEMANDA
Aduz que unilateralmente o banco cancelou seus limites e bloqueou seu cartão
sem aviso prévio, bem como ficou sabendo do bloqueio ao tentar efetuar uma compra.
Afirma que várias vezes entrou em contato com o requerido argumentando
acerca da ilegalidade ora praticada, sem resultado.
Diante do exposto, solicita o ressarcimento dos prejuízos sofridos.
Deu à causa o valor de R$ 31.000,00 (trinta e um mil reais).
2 ‐ DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA “PACTA SUNT SERVANDA”
Sem qualquer violação à liberdade de contratar, formalizou‐se o contrato em
todas as suas cláusulas e condições, notadamente aquelas que dizem respeito aos prazos, formas de
reajuste, etc.
Tendo sido realizado mediante livre manifestação de vontade, opera efeitos
reconhecidos e tutelados pela ordem jurídica, conducentes a determinadas obrigações que se dirigem
inalteradas para o futuro, relativamente às relações disciplinadas e balizadas em lei.
É ponto pacífico que os contratos fazem lei entre as partes e devem ser
cumpridos. É o princípio da força obrigatória. Neste particular, são oportunos os ensinamentos do
mestre ORLANDO GOMES, verbis:
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“O princípio da força obrigatória consubstancia‐se na regra de que o contrato é
lei entre as partes como se suas cláusulas fossem preceitos imperativos. O
O artigo 5º da LINDB estabelece a obrigatoriedade de se manter os fatos que
motivaram os negócios jurídicos (contratos).
Não restou demonstrado nos autos qualquer requisito ensejador da nulidade
do contrato. O requerente é totalmente capaz. Não ocorreu nenhum vício de vontade que pudesse
macular a validade do contrato.
3‐ DA RESPONSABILIDADE CIVIL
A Responsabilidade Civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa
a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado,
por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal.
Assim, para que haja o dever de indenizar segundo nosso ordenamento
jurídico se fazem necessários a comprovação dos seguintes requisitos:
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‐ ATO ILÍCITO;
‐ NEXO DE CAUSALIDADE;
‐ CULPA.
Assim, observa‐se que inexiste o dever de indenizar por parte da instituição
financeira.
Em matéria de responsabilidade civil, para ser reconhecido o dever de
indenizar, necessária a presença dos requisitos que autorizam tal reconhecimento, quais sejam: o
dano, o nexo de causalidade e a culpa do agente.
A discussão está fundada na constatação da responsabilidade da Ré, que tem
por fundamento o comportamento supostamente culposo, evidenciado pela negligência, imprudência
ou imperícia, conforme previsto nos artigos 186 e 927 do Código Civil.
Entretanto, não está comprovado que o réu de forma ilícita e sequer existe
nexo causal entre as argumentações apostas na inical.
Portanto, as alegações da parte autora não possuem guarida em nosso
ordenamento jurídico, eis que a simples argumentação de que as rés agiram ilicitamente ser acolhida
por este juízo sem que seja comprovado o nexo causal existente entre o ato ilícito e o dano causado.
4 ‐ DA INEXISTÊNCIA DO DANO MORAL
O dano moral advém da dor e a dor não tem preço, pois é o detrimento da
personalidade de alguém, causado por ato ilícito de outrem.
Sob esse prisma, torna‐se de grande valia trazer o ensinamento de alguns
doutrinadores para um melhor entendimento sobre o assunto. Para Savatier:
Dano moral "é qualquer sofrimento humano que não é causado por uma
perda pecuniária, e abrange todo atentado à reputação da vítima, à sua
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autoridade legitima, ao seu pudor, à sua segurança e tranqüilidade, ao seu
amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, a suas afeições,
Para o Professor Yussef Said Cahali:
Dano moral "é a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor
precípuo na vida do homem e que são a paz, a tranqüilidade de espírito, a
liberdade individual, a integridade individual, a integridade física, a honra e
os demais sagrados afetos, classificando‐se desse modo, em dano que afeta
a parte social do patrimônio moral (honra, reputação, etc.) e dano que
molesta a parte afetiva do patrimônio moral (dor, tristeza, saudade, etc.),
dano moral que provoca direta ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz
deformante, etc.) e dano moral puro (dor, tristeza, etc.)" (obra citada, p. 20).
Para Maria Helena Diniz:
Dano moral “vem a ser a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa
física ou jurídica, provocada pelo fato lesivo" (Curso de Direito Civil Brasileiro,
Editora Saraiva, SP, 1998, p. 81) (GRIFAMOS)
Na verdade, o que se percebe do contido nos autos é que o autor confundiu o
instituto do dano moral com o mero aborrecimento causado pelo infortúnio sofrido.
Sob esse prisma, o mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do dano
moral, mas somente aquela agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando fundadas
aflições ou angústias no espírito de quem ela se dirige. Com tal entendimento assim tem se manifestado
a jurisprudência:
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5 ‐ DA QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL
Ainda que não haja possibilidade de procedência da demanda ora
contestada, tendo em vista inexistência de culpa do Requerido, bem como inexistência de dano,
apenas por apreço ao debate, a ré passa a impugnar os argumentos apresentados em relação à
quantificação dos danos morais.
Não há causa jurídica para a procedência da lide, bem como ao recebimento
de qualquer valor a título de indenização por danos morais.
Na verdade, uma condenação ao pagamento de qualquer valor estaria
configurando enriquecimento ilícito, uma vez que não houve qualquer dano à honra ou dignidade do
autor, bem como, em nenhum momento houve conduta ilícita por parte do Banco do Brasil.
Ainda, os Tribunais brasileiros já se posicionaram neste sentido, combatendo
o enriquecimento ilícito/sem causa, arbitrando indenizações em valores condizentes com o prejuízo
efetivamente sofrido.
“O Direito Positivo Brasileiro ainda não estabeleceu critérios objetivos para a
quantificação do dano moral, cabe ao juiz, ao fazê‐lo, prestigiar o bom senso,
a razoabilidade, de sorte que, nem haja a fixação de uma quantia
exagerada, que se converta em fonte de enriquecimento ilícito de uma
parte em detrimento da outra, nem também numa soma inexpressiva, que
não possibilite ao ofendido alguma reparação que, em certa medida,
poderia atenuar o seu sofrimento.” (TRF – 5ª Região – Apelação Cível 160223
– 3ª T – Rel. Juiz Geraldo Apoliano – Data da Decisão 23.09.99).
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"...Agora ameaça vingar a indústria do dano moral, também sem chaminé,
sem imposto, sem alvará, sem escrúpulos, e sem muita vergonha. Entretanto,
os Tribunais têm agido com vigor contra tais extravagâncias. A reparação por
dano moral é bastante séria, e não pode constituir‐se em fonte de riqueza, de
locupletamento ilícito."
E, como recorda IVES GANDRA MARTINS:
A pretensão da requerente é ilegítima, não devendo ser acolhida, por não
haver qualquer conduta ilícita por parte do Banco demandado.
6‐ REQUERIMENTOS
Diante do exposto requer:
a) sejam julgados improcedentes os pedidos em todos os seus termos;
b) a produção de todas as provas em direito admitidas.
c) a juntada de procuração e substabelecimento e que intimações no Diário
da Justiça ocorram em nome de Genésio Felipe de Natividade, OAB/PR 10.747, sob pena de nulidade.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Curitiba, 23 de setembro de 2015.
Genésio Felipe de Natividade
OAB/PR 10.747
OAB/SC 35.850‐A
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