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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA FEDERAL DA

CIRCUSNCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE PONTA GROSSA, ESTADO DO PARANÁ.

A Requerente, devidamente qualificada no cadastro eletrônico, por seus advogados e


signatários desta, conforme instrumento de mandato incluso, com endereço profissional sito
nesta cidade na Rua General Carneiro, nº 1084, 1º andar, Centro, vem, respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, propor:

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

em face da:

UNIÃO FEDERAL/FAZENDA NACIONAL, pelos seguintes fatos e fundamentos:

I - DOS FATOS E FUNDAMENTOS

A requerente mantém vínculo empregatício com o Município de Ponta Grossa, em virtude


de aprovação em concurso público, sendo aplicáveis à relação contratual todas as normas
contidas na Consolidação das Leis do Trabalho, e demais normas relativas à relação de
emprego, bem como as normas previdenciárias e constitucionais pertinentes aos servidores
públicos.

Conforme demonstram com as folhas de pagamento e planilhas individualizadas em anexo,


do valor pago nos últimos dez anos a título de terço constitucional, incidiu indevidamente,
contribuição previdenciária.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que é ilegítima a incidência de


contribuição previdenciária sobre o adicional de férias, por tratar-se de verba que não
incorpora a remuneração dos empregados para pagamento dos benefícios previdenciários.

Visando o realinhamento e adequação à posição jurisprudencial do Supremo Tribunal


Federal, o Superior Tribunal de Justiça acolheu incidente de uniformização jurisprudencial
em decisão publicada no dia 10 de novembro de 2009 e declarou que a contribuição
previdenciária não incide sobre o terço constitucional de férias:

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TRIBUTÁRIO E PREVIDENCIÁRIO - INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA DAS
TURMAS RECURSAIS DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA -
TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS - NATUREZA JURÍDICA - NÃO-INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO
- ADEQUAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ AO ENTENDIMENTO FIRMADO NO PRETÓRIO
EXCELSO.

1. A Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais firmou


entendimento, com base em precedentes do Pretório Excelso, de que não incide contribuição previdenciária
sobre o terço constitucional de férias.

2. A Primeira Seção do STJ considera legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o terço
constitucional de férias.

3. Realinhamento da jurisprudência do STJ à posição sedimentada no Pretório Excelso de que a


contribuição previdenciária não incide sobre o terço constitucional de férias, verba que detém natureza
indenizatória e que não se incorpora à remuneração do servidor para fins de aposentadoria.

4. Incidente de uniformização acolhido, para manter o entendimento da Turma Nacional de Uniformização de


Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, nos termos acima explicitados.

(STJ, Pet. nº. 7296, 1ª Seção, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 10.11.2009)

A natureza do pagamento recebido pela requerente referente o terço constitucional não


integra a remuneração que é a retribuição pelo serviço prestado. A contribuição
previdenciária somente incide sobre rendimentos ou proventos (remuneração), ou seja,
sobre a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica que não tenha natureza
indenizatória, como é caso do terço constitucional de férias.

Pelo entendimento jurisprudencial que se cristalizou, é ilegítima a incidência de contribuição


previdenciária sobre o adicional de férias, por se tratar de verba indenizatória, pela
legislação previdenciária.

Com a consolidação do entendimento firmada pelo STF e STJ ao requerente é devido o


direito à repetição das quantias correspondentes, com a devolução dos valores das
contribuições incidentes sobre o terço constitucional de férias, com retroatividade aos
últimos 10 (dez) anos, conforme planilhas em anexo.

Desta forma, a requerente propõe a presente ação de repetição de indébito, visando à


restituição das importâncias indevidamente retidas nos últimos dez anos a título de
contribuição previdenciária sobre o terço constitucional, devidamente corrigidos a partir do
pagamento indevido.

II – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja a presente AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO julgada

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PROCEDENTE, bem como, requer:

1) A citação da requerida, para o oferecimento de defesa aos termos da presente ação no


prazo legal;

2) Que seja condenada a requerida às restituições das importâncias indevidamente retidas


nos últimos dez anos a título de contribuição previdenciária sobre o terço constitucional,
devidamente corrigidas a partir do pagamento indevido e acrescidas de juros legais;

3) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, por se tratar a requerente de pessoa


carente na acepção jurídica do termo, conforme declaração anexa;

4) A condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e honorários


advocatícios.

III – DAS PROVAS

Protesta provar o alegado através de todos os meios de prova admitidos em direito, em


especial pela documentação anexa.

Nestes termos

Pede e espera deferimento.

José Adriano Malaquias

OAB/PR 20.195

Virgínia Toniolo Zander Laroca

OAB/PR 27.593

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