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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por THIAGO MANOEL DA SILVA DOURADO, protocolado em 15/10/2019 às 19:45 , sob o número WPRO19012134153.
Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2209190-08.2019.8.26.0000 e código EA9A72F.
Paulo, Doutor Sérgio Gomes.

Agravo de Instrumento nº 2209190-08.2019.8.26.0000

Call Master Litoral Ltda., por seus advogados que esta subscrevem, nos autos do
Agravo de Instrumento interposto por Embratel TVSAT Telecomunicações Ltda. e outras, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, em atenção à decisão de fls. 604, parte final, ofe-
recer sua contraminuta, o que faz com as razões de fato e de direito aduzidas em anexo, requeren-
do, ao final, que seja negado provimento ao recurso interposto pela agravante.

Termos em que pede deferimento.

Ribeirão Preto, 15 de outubro de 2019.

Thiago Manoel da Silva Dourado


OAB/SP 238.379
Rua Thereza Moreira Pastori, 126 | Jd. Roberto Benedetti | Ribeirão Preto - SP
(16) 99155-9767 (whatsapp) | e-mail: thiagodouradoadvogado@gmail.com
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RAZÕES DA CONTRAMINUTA

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Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo

Colenda Turma

Nobres Julgadores

A despeito do inconformismo da agravante, a r. decisão recorrida não merece ser


reformada, pelo contrário, deve ser mantida, em obediência ao artigo 39, da Lei 4.886/1965, e à
facilitação ao exercício do direito de ação.

I. Breve histórico processual:

Trata-se de agravo de instrumento extraído de ação de procedimento comum movi-


da pela agravada contra a agravante visando a condenação desta ao pagamento das comissões de-
correntes do contrato firmado entre as partes.

Ao ser citada da ação de cobrança, a agravante apresentou contestação e – dentre as


teses de defesa – arguiu exceção de incompetência, pleiteando a remessa dos autos à comarca do
Rio de Janeiro ou, subsidiariamente, à comarca de Santos, conforme disposição contratual.

E também se manifestou contra o deferimento da concessão da gratuidade judiciá-


ria, por entender que não foi demonstrado o preenchimento dos requisitos legais.

Apresentada resposta a tais questões, o MM. Juiz singular, acertadamente, houve


por bem não colher a dita exceção, declarando-se competente para julgar o processo, e manteve a
benesse, pois entendeu devidamente comprovada a hipossuficiência da agravada.

Inconformada, a agravante, interpôs esse recurso visando a reforma e, consequen-


temente, da decisão recorrida, visando a revogação da benesse, bem como a remessa dos autos
àquela cidade (Rio de Janeiro) ou, subsidiariamente, para Santos, onde mantém sua matriz, a des-
peito da filial que tem na cidade de Ribeirão Preto/SP, o que não lhe traria nenhum prejuízo em
acompanhar o processo. Para tanto, justificou seu pretensão no Código de Processo Civil (art. 63),
aduzindo que a competência é relativa e que tais preceitos autorizam a eleição.

Data venia, Excelências, em que pese os esforços da agravante, a r. decisão atacada


não merece nenhum reparo, eis que atende as circunstâncias de fato e de direito aplicáveis ao caso,
impondo-se o não provimento do recurso.

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II. Do não cabimento do agravo:

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A decisão recorrida cuidou de 02 (duas) matérias. A primeira relacionada à manu-
tenção ou não da benesse da justiça gratuita e, a segunda, relativa à incompetência do juízo.

Analisando o artigo 1.015 do Código de Processo Civil, as matérias tratadas nesse


recurso não são hipóteses que autorizam a interposição de recurso de agravo, confira-se:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que ver-
sarem sobre:

I - tutelas provisórias;

II - mérito do processo;

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação;

VI - exibição ou posse de documento ou coisa;

VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à


execução;

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;

XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei. (destaque não autêntico)

Como se vê, nenhuma das hipóteses eleitas pelo legislador contempla a admissibi-
lidade das matérias constantes do recurso em julgamento.

Importante destacar que, embora faça referência à temática da assistência judiciária


gratuita, a hipótese do inciso V tem sua incidência somente quando houver a rejeição ou o acolhi-
mento do pedido de revogação da benesse, circunstâncias diferentes da dos autos, onde a r. deci-
são recorrida manteve o deferimento da benesse, ou seja, a decisão recorrida não rejeitou o pedido
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nem acolheu o pedido de revogação. Logo, incabível tal matéria em sede de recurso de agravo.

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Assim, de rigor o não conhecimento do recurso aqui respondido.

III. Das razões para manutenção da r. decisão agravada:

III. 1. Da suposta incompetência do juízo:

Com o recurso aqui respondido, pretende a agravante seja reconhecida a incompe-


tência do foro de Ribeirão Preto/SP para julgar o processo movido pela agravada. Aduz que o con-
trato é claro ao estabelecer o do Rio de Janeiro/RJ para onde deve ser remetido o processo ou, sub-
sidiariamente, para Santos. Justifica que, embora se trate de contrato de adesão, é admissível elei-
ção diversa daquela imposta no artigo 39 da Lei 4.886/65.

Com o devido respeito, a pretensão da agravante não prospera, isso porque o nor-
mativo invocado no recurso (art. 63do CPC) não é aplicável ao caso, já que estampado em lei geral
(CPC), devendo prevalecer a especial (Lei 4.886/65).

Tanto a agravante quanto a agravada têm endereço na cidade de Ribeirão Preto/SP,


soma-se a isso o fato de os serviços terem sido prestados na referida cidade.

Não obstante, de forma totalmente desvantajosa e abusiva, a agravante fez cons-


tar no contrato que o foro de eleição para dirimir os eventuais conflitos fosse o do Rio de Janeiro,
onde está localizada a sua matriz.

Diga-se desvantajosa porque transfere ao representante, aqui agravado, todos os


ônus de uma eventual demanda contra ela (despesas e custos para se demandar), em benefício úni-
co da agravante e como forma de dificultar ou inviabilizar demandas contra si, e abusiva por se
tratar de condição que fere frontalmente legislação especial, a qual foi introduzida no ordenamento
jurídico exatamente para coibir/inibir a alteração do foro competente em detrimento dos represen-
tantes que são pessoas notadamente hipossuficientes, homenageando assim o princípio do acesso à
justiça e facilitando o exercício do direito de ação.

Em se tratando de norma especial, forçoso concluir, data venia, que a competência


é absoluta é não relativa conforme quer fazer crer a agravante.

Não se faz necessário grande auxílio exegético para vislumbrar que a Lei 8.420/92,
que alterou o artigo 39 na Lei 4.886/65, teve a única finalidade de facilitar o acesso à justiça aos
representantes.

É de se relembrar que era comum (como ainda é, e continua sendo) os representa-


dos elegerem o foro de sua matriz, a fim de reduzir seus custos e, de certa forma, concentrar perto

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de si suas demandas, o que - ao mesmo tempo que lhe beneficia – dificulta e até mesmo ini-

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be/desestimula ações judiciais de representantes longínquos.

Já que o contrato firmado entre as partes é regulado pela Lei 4.886/651, e ela é ex-
pressa e categórica ao eleger o foro do representante (agravado) como competente para processar e
julgar os eventuais conflitos, deve-se ser mantida a r. decisão atacada, de forma a conferir vigência
plena do seu artigo 39, segundo o qual:

“Art. 39. Para julgamento das controvérsias que surgirem entre representante
e representado é competente a Justiça Comum e o foro do domicílio do repre-
sentante, (...)” (destaque não autêntico)

Por ser matéria oriunda de norma cogente não poderia ter sido alterada por força
contratual, ainda mais em se tratando de contrato de adesão sobre o qual a agravada não teve ne-
nhuma oportunidade de alterar ou até mesmo sugerir quaisquer condições. Aliás, a agravada não
possuía do contrato!

Por outro lado, indiscutível que se provido o recurso a agravada terá prejudicado
seu direito de ação, pois não tem condições de custear as despesas para se acompanhar o processo
na cidade do Rio de Janeiro/RJ ou na de Santos/SP.

Nota-se, Excelências, que a falta de recursos é tamanha que a agravada sequer pa-
gou honorários aos seus patronos que, em solidariedade a ela, trabalham para receber ao final da
lide, não sendo demais repetir que as dificuldades enfrentadas por ela decorrem única e exclusiva-
mente da inadimplência da agravante que não honrou com sua obrigação (pagar a agravada), colo-
cando-a em situação totalmente vexatória, humilhante e constrangedora.

Além disso, o titular da agravada teve que encerrar as atividades e atualmente tem
suprido suas necessidades com a remuneração auferida como motorista de aplicativo (UBER).

Se isso não bastasse, o fato de o pagamento da comissão dessas vendas possuir um


alto risco de não ser efetuado (já que a agravante se reservou ao direito de não efetuá-lo caso não
fossem concretizadas ou que sofressem desistência posterior), transferiu para a agravada todo risco
do contrato.

Pretender alterar o foro implica, sem medo de errar, inviabilizar o exercício do di-
reito de ação, já que a agravada não terá condições financeiras para custear todas as despesas ne-
cessárias para tanto, inclusive viagens para participar de audiências, hotel e outras mais.

Por esses motivos, o esse Egrégio Tribunal tem afastada a aplicabilidade da cláusu-
la de eleição de foro, conforme se nota das várias ementas abaixo colacionadas, as quais, frisa-se,
decorrem de julgamentos relativos à representação comercial:

1 Vide último parágrafo da cláusula segunda do contrato (fls. 20).


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AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E

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DANOS E RESCISÃO CONTRATUAL - REPRESENTAÇÃO COMERCIAL -
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA FORO DE ELEIÇÃO - AFASTAMEN-
TO - PREVALÊNCIA DA COMPETÊNCIA ESTABELECIDA PELO ART.
39 DA LEI N.º 4.886/65 - Insurgência em face da decisão pela qual foi rejeitada a
exceção de incompetência arguida pela agravante para o fim de se determinar a
manutenção dos autos no foro do domicílio da autora - admissibilidade - embora
seja relativa a competência estabelecida pelo art. 39 da Lei n.º 4.886/65, é pos-
sível o afastamento do foro de eleição diante de comprovada deficiência eco-
nômica da representante - hipossuficiência comprovada na hipótese manuten-
ção no foro da Comarca de Presidente Prudente - decisão mantida agravo des-
provido. (TJSP – Agravo de Instrumento nº 2068971-52.2013.8.26.0000, Rela-
tor(a): Castro Figliolia, Comarca: Presidente Prudente, Órgão julgador: 15ª Câma-
ra de Direito Privado, Data do julgamento: 27/02/2014, Data de registro:
28/02/2014, Outros números: 20689715220138260000)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Representação comercial. Art. 39 da Lei nº


4.886/65. Regra de competência relativa. Precedentes do C. STJ e deste E.
Tribunal. Cláusula de eleição de foro. Derrogação. Possibilidade, desde que
comprovada a hipossuficiência do representante comercial ou obstáculo ao acesso
ao Judiciário. Agravante que fundamentou genericamente seu pedido, não provan-
do sua hipossuficiência ou obstáculo ao exercício do direito de defesa. Recurso
não provido. (TJSP – Agravo de Instrumento nº 0077289-58.2013.8.26.0000, Rela-
tor(a): Tasso Duarte de Melo, Comarca: São Paulo, Órgão julgador: 12ª Câmara de
Direito Privado, Data do julgamento: 18/09/2013, Data de registro: 20/09/2013,
Outros números: 772895820138260000)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - Representação comercial - Ação de indeniza-


ção movida pela representante - Exceção de Incompetência - Foro de eleição -
Contrato empresarial que pode conter cláusula abusiva - Hipossuficiência da re-
presentante que afasta a incidência do art. 111 do CPC e da Súmula 335 do STF -
Competência do foro do domicilio da autora - Abusividade e onerosidade que difi-
cultam o acesso ao Poder Judiciário Recurso improvido. (TJSP – Agravo de Ins-
trumento nº 0248175-27.2012.8.26.0000, Relator(a): Maury Bottesini, Comarca:
Catanduva, Órgão julgador: 38ª Câmara de Direito Privado, Data do julgamento:
31/07/2013, Data de registro: 06/08/2013, Outros números:
2481752720128260000)

COMPETÊNCIA. FORO DE ELEIÇÃO. CONTRATO DE REPRESENTA-


ÇÃO COMERCIAL. 1. A competência do foro do representante comercial
vem prevista pelo artigo 39 da Lei 4.886/65, com alteração dada pela Lei
8.420/92. 2. Em hipóteses como a presente, em que a adoção do foro eleito re-
presente dificultação da defesa do aderente, deve prevalecer o foro instituído
por lei, benéfico à parte hipossuficiente. 3. Exceção rejeitada. 4. Recurso provi-

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do para esse fim. (TJSP – Agravo de Instrumento nº 0047483-75.2013.8.26.0000,

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Relator(a): Melo Colombi, Comarca: Porto Ferreira, Órgão julgador: 14ª Câmara
de Direito Privado, Data do julgamento: 31/07/2013, Data de registro: 06/08/2013,
Outros números: 474837520138260000)

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. Exceção de incompetência. Declinação


para a comarca eleita na cláusula de eleição de foro. Inadmissibilidade. Com-
petência absoluta do foro de onde se encontra o representante comercial. Inte-
ligência do art. 39 da Lei nº 4.886/65, alterada pela Lei nº 8.420/92. Agravo
provido para o fim de determinar a permanência dos autos na Comarca de
Sorocaba. (TJSP – Agravo de Instrumento nº 0079235-02.2012.8.26.0000, Rela-
tor(a): Gilberto dos Santos, Comarca: Sorocaba, Órgão julgador: 11ª Câmara de
Direito Privado, Data do julgamento: 14/06/2012, Data de registro: 18/06/2012,
Outros números: 792350220128260000) (destaque não autênticos)

E mais: ainda que fosse admitida a aplicação de normativos do Código de Processo


Civil aos casos de competência em ações decorrentes de representação comercial, o foro competente
seria o de Ribeirão Preto, por ser o foro do “lugar do fato” (ou seja, da prestação dos serviços), con-
forme prescreve o artigo 53, Inciso IV, alínea “a” do NCPC (atual redação do artigo 100, V, alínea “a”
do CPC 73), de acordo com o entendimento dessa E. Corte:

“COMPETÊNCIA - Exceção de incompetência - Ação na qual se pleiteia reparação


de danos decorrente de contrato de representação comercial - Caso em que o fo-
ro competente é o do domicílio do representante ou do local do fato - Inteligência
do disposto no art. 39 da Lei nº 4.886/1965 e na alínea "a" do inciso V do art. 100 do
Cód. de Proc. Civil - Jurisprudência do STJ - Decisão que negou provimento ao
agravo de instrumento mantida - Agravo regimental improvido. (TJSP - 2061650-
29.2014.8.26.0000 Agravo Regimental / Rescisão / Resolução, Relator(a): José Tar-
ciso Beraldo, Comarca: Campinas, Órgão julgador: 37ª Câmara de Direito Privado,
Data do julgamento: 03/06/2014, Data de registro: 05/06/2014, Outros números:
2061650292014826000050000 ) (destaque não autêntico)

Por fim, no repertório de jurisprudência dessa d. Corte, encontrou-se 2 julgados profe-


ridos contra a agravante, onde se reconheceu a comarca de Ribeirão Preto/SP como foro competente
para julgar as ações decorrentes de contrato de adesão de representação comercial, confira-se:

Competência territorial - Exceção de incompetência não acolhida - Insurgência -


Contrato de representação autônoma com cláusula de eleição de foro - Previsão
expressa de solução de eventuais litígios no foro da Comarca do Rio de Janei-
ro/RJ - Foro de situação da representante agravada que se situa na Comarca de
Ribeirão Preto/SP, em dissonância com o dispositivo legal que rege a representa-
ção comercial - Não bastasse a considerável distância existente entre ambas as
Comarcas, a agravante possui escritório em Ribeirão Preto, de modo que a al-
teração pretendida apenas dificultaria a defesa dos agravados Inteligência do

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artigo 39 da Lei 4.886/65 - Recurso improvido.” (TJSP – Agravo de Instrumento

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nº 2076700-95.2014.8.26.0000, Rel. Des. Sérgio Rui, julgamento: 14/08/2014)

Agravo de instrumento. Representante comercial. Ação de ressarcimento de valo-


res. Decisão agravada que acolheu a preliminar de incompetência relativa do juízo
arguida na contestação e determinou o encaminhamento do feito à Comarca do Rio
de Janeiro/RJ. Inadmissibilidade. Expressa disposição legal para trâmite da ação
no foro do representante. Aplicação do art. 39 da Lei 4.886/65. Critério da especia-
lidade da lei e hipossuficiência da representante. Pedido de concessão dos benefí-
cios da justiça gratuita. Não conhecimento, porque não apreciado pelo juízo de
origem. Decisão reformada. Recurso conhecido em parte e, nesta parte, provido.
(TJSP - Agravo de Instrumento 2146141-27.2018.8.26.0000; Relator (a): Pedro
Kodama; Órgão Julgador: 37ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional II - Santo
Amaro - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 18/09/2018; Data de Registro:
18/09/2018) (destaque não autêntico)

Considerando, com efeito, que: (i) o foro eleito pela legislação especial é o da agrava-
da, (ii) eventual alteração deste foro implicará prejuízo de toda ordem a ela e (iii) que os serviços pres-
tados foram no domicílio do representante, forçoso concluir, no caso em tela, pelo não provimento do
recurso, a fim de possibilitar e assegurar o seu direito de ação.

De mais a mais, Excelências, manter o processamento da ação na comarca de Ribei-


rão Preto não trará nenhum prejuízo à agravante, já que o processo é digital (acessível de qualquer par-
te do mundo) e ela tem filial nesta cidade e está representada nos autos por patronos que possuem cer-
tificado digital, o que permitem a condução do processo sem qualquer transtorno, tumulto ou dificul-
dade, ao contrário do que ocorreria se no Rio de Janeiro/RJ ou em Santos.

III. 2. Da Gratuidade da Justiça:

Outra irresignação da agravante que não merece prosperar.

De acordo com o artigo ... do CPC, faz jus à benesse em voga também as pessoas
jurídicas que demonstrarem insuficiência de recursos financeiros. E, no caso dos autos, tal situação
foi devidamente comprovada.

Sem maiores delongas, ficou provado no processo: (i) que a agravada encerrou su-
as atividades sociais após a inadimplência da agravante; (ii) que há processos de cobrança contra a
agravada e seu titular, inclusive de natureza fiscal; (iii) que não houve faturamento da agravada a
partir de abril/17 (em razão do seu encerramento – antes do ajuizamento dessa ação); (iv) que o
titular da agravada está com restrições no SERASA); (v) que o titular da agravada, depois que en-
cerrou as atividades desta, passou a suprir suas necessidades como motorista de aplicativo (UBER).

Por fim, foram juntadas aos autos as declarações de renda da agravada corroboran-
do de forma segura a insuficiência de recursos!

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Como se vê, de qualquer ângulo que se analise a questão, de rigor a manutenção da

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r. decisão atacada, eis que totalmente amparada no ordenamento jurídico, devendo ser negado pro-
vimento ao recurso aqui impugnado.

IV. Do pedido:

Ante o exposto, requer seja negado conhecimento ao recurso aqui contraminutado,


ou caso esse não seja o entendimento dessa E. Corte de Justiça, que seja negado provimento a ele,
mantendo-se na íntegra a r. decisão atacada, por seus próprios argumentos e fundamentos reforça-
dos com as razões de fato e de direito levantadas nesta peça, com o que se estará praticando mais
um ato de legítima e acertada J U S T I Ç A !!!

Ribeirão Preto, 15 de outubro de 2.019.

Thiago Manoel da Silva Dourado


OAB/SP 238.379

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