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Autos do Processo nº …
CONTESTAÇÃO
em face dos fatos e fundamentos jurídicos alinhavados na inicial proposta por JOÃO, já
devidamente qualificado, através de seu advogado legalmente constituído, pelas razões de fato e de
direito a seguir expostas:
I. DOS FATOS
O Autor andava pela calçada da rua onde morava, no Rio de Janeiro, alega o Autor ter sido
atingido por um pote de vidro da janela do apartamento 601 do edifício do Condomínio Bosque das
Araras. Acontece que, com tamanho impacto, o Autor desmaiou, sendo socorrido por pessoas que
passavam perto, acionando o Corpo de Bombeiros via ambulância até o Hospital Municipal X,
tendo sido atendido e o mesmo passou por uma cirurgia.
Ocorre que, após alguns dias de seu retorno laboral, o Autor sentiu-se mal e voltou ao
Hospital X, sendo então descoberto que houve erro médico, ao qual foi constatado uma infecção no
crânio causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo por ocasião da primeira cirurgia, tendo
o Autor sido submetido novamente a realização de novo procedimento cirúrgico.
Tendo vista do fato narrado, devido aos danos sofridos pelo Autor, o mesmo requer
pagamento de lucro cessante, devido ao tempo que ficou sem trabalhar em consequência da
primeira cirurgia e também pela segunda, bem como a título de danos morais em face da suposta
violação a sua integridade física, porém não lhe sendo admissível de direito.
II. PRELIMINAR
II.1 DA ILEGITIMIDADE PASSIVA
Conforme observado na inicial, o próprio Autor afirma que foi atingido por um pote de vidro
lançado da unidade de apartamento 601, o qual se localiza no Condomínio Bosque dos Araras,
sendo assim, identificado o apartamento que lançou o objeto, não se pode o Condomínio Bosque
dos Araras ser incluída no polo passivo, como parte Ré, conforme a leitura do art. 938, do CC.
Dessa forma, tendo em vista a identificação da unidade de apartamento 601 onde foi lançado
o pote de vidro, é de responsabilidade do possuidor responder aos danos causados pelo Autor,
excluindo a responsabilidade do condomínio.
III. DO MÉRITO
III.1 DA IMPUGNAÇÃO POR DANOS MATERIAIS
Conforme observado, está evidente a inexistência de obrigação indenizatória para o Autor,
em razão de não existir nexo de causalidade com o mesmo, pois perante o fato narrado, em virtude
de um descuido, ocasionado pelo apartamento, unidade individualizada, originou-se a queda do
objeto, vindo a lesionar o Autor.
Acontece que, no primeiro dano foi ocorrido em razão da queda do objeto do apartamento
601, sendo o possuidor deste responsável, conforme já demonstrado, contudo, em relação aos danos
ocasionados na segunda cirurgia realizada no Autor, está claro que advém de um erro médico da
equipe responsável pela cirurgia do Hospital Municipal X, e não da queda do pote de vidro,
corroborando, assim, que inexiste nexo de causalidade entre o condomínio e a segunda internação,
deixando claro que é responsabilidade objetiva do hospital em relação aos danos decorrentes da
infecção hospitalar, com observância no art. 403, do CC.
Ocorre que, o fato de o Autor ter voltado para as suas atividades laborativas como
caminhoneiro e após 20 dias começar a se sentir mal e retornar para o hospital, sendo diagnosticado
com uma infecção no crânio causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo por ocasião da
primeira cirurgia, demonstra explicitamente a responsabilidade do hospital, inclusive aos danos
causados ao Autor em decorrência da falha do primeiro procedimento cirúrgico.
Sendo assim, em face da inexistência da responsabilidade objetiva, bem como do nexo de
causalidade com o condomínio, pede-se a este juízo que julgue improcedente ao pedido de
indenização material por lucro cessantes.
V. DOS REQUERIMENTOS
Para tanto, requer:
a) Pretende-se provar o alegado por todos os meios de provas em Direito admitidos, em especial
documental, pericial, testemunhal e depoimento das partes.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Local/data
Advogado
OAB