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EXCELENTÍSSIMO SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROCESSO Nº 241018.56.2022.8.0140

CONDOMÍNIO BOSQUE DAS ARARAS, neste ato, representado pelo


seu síndico, MARCELO RODRIGUES, já devidamente qualificado nos autos de
ação indenizatória, movida por JOÃO, também já devidamente qualificado na
inicial, pelo rito ordinário, vem por seu advogado legalmente constituído
(procuração em anexo), com endereço profissional (endereço completo) para
fins do artigo 39, I, do CPC, vem respeitosamente perante vossa excelência
propor em tempo hábil sua:

CONTESTAÇÃO

I- PRELIMINARMENTE

CARÊNCIA DE AÇÃO POR ILEGITIMIDADE PASSIVA

Planeja o autor obter indenização, contudo o condomínio não é parte


legitima para se encontrar no polo passivo desta demanda, uma vez que, tem-
se o conhecimento de que tal pote foi lançado do apartamento 601, logo é
parte individualizada, tratando-se, portanto, de unidade autônoma como assim
dispõe o artigo 938 do código civil:

“Art. 938. CC. Aquele eu habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.”

Visto isso, não resta dúvidas que a parte legitima para estar no polo
passivo da demanda é o dono do apartamento 601, unidade autônoma, seja
ele proprietário ou possuidor, e não o condomínio, uma vez que, só
comportaria legitimidade passiva caso fosse impossível de reconhecer de qual
apartamento o pote foi lançado.
II- DA SINTESE DOS FATOS

João andava pela calçada da rua onde morava, no RJ, alegou ele que
foi atingido por um pote de vidro lançado da janela do apartamento 601 do
condomínio bosque das araras. Foi relatado em sua petição inicial que
desmaiou com o impacto, sendo socorrido por pessoas que passavam na rua,
acionaram o corpo de bombeiros que o levou para o hospital Municipal X. João
foi atendido e passou por procedimento cirúrgico para estagnar uma
hemorragia interna sofrida.

Passados alguns dias João comenta que passou mal, e teve de retornar
ao hospital do município X, e foi descoberto que devido há um erro médico ele
deveria submeter-se a uma nova cirurgia para retirar uma gaze esquecida pelo
médico dentro do seu corpo, por ocasião da primeira cirurgia, causando-lhe ima
infecção. Dito isso, ele alega na inicial que sofreu danos, requerendo o
pagamento de lucros cessantes, tanto pelo tempo em que ficou sem trabalhar
em decorrência da primeira cirurgia quanto pelo da segunda, porém não lhe
comporta direito, além disso requer também danos morais.

III- DO MÉRITO

Vencida a preliminar anteriormente suscitada, imperioso o


conhecimento da improcedência da obrigação de indenizarão autor em relação
aos danos sofridos em decorrência da segunda cirurgia a qual João foi
submetido, ao passo que, os danos foram produzidos por essa cirurgia é
consequência de erro médico, cometido por um ato falho da equipe cirúrgica do
hospital do municio X, devendo este ser demandado, e não propriamente dito
em relação da queda do pote de vidro, uma vez que, o próprio na inicial afirma
que estava melhor até mesmo trabalhando, e que somente alguns dias, depois
da primeira cirurgia, se sentiu mal e descobriu que foi devido ao erro médico.
Nestes termos, vejamos o que dispõe a legislação civil acerca desse tipo de
situação:

“Art. 403. CC. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e
danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela
direto e imediato, sem prejuízo do prejuízo disposto na lei processual.”

Embora eu sob o ponto de vista material o evento esteja relacionado, a


queda do pote de vidro que foi lançado do apartamento 601, unidade
individualizada do condomínio bosque das araras, apenas deve ser atribuído os
resultados sofridos do primeiro evento, isto é, os lucros cessantes no valor de
R$ 20 mil. Porém, com esse valor foi atribuído pelo autor na inicial, o
procedimento correto seria nomear um perito em juízo, cabendo a este analisar
se o valor foi corretamente calculado.

IV- DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer a vossa excelência:

1) O acolhimento da preliminar de decadência de ação por ilegitimidade


passiva, com a consequente extinção do processo sem análise do mérito;

2) Julgar parcialmente os pedidos do autor, alegados na inicial;

3) A condenação do autor aos honorários advocatícios fixados em 20%;

V- DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, na amplitude do


artigo 332 do CPC, em especial a prova, Documental, Testemunhal, Perícia,
Laudo médico.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 31 de maio de 2022.

Stephanny de Sousa Gonçalves


Advogado OAB/PI nº 1234

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