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JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Processo Nº ...

CONDOMÍNIO VIVA FELIZ, neste ato representado por seu síndico, já


devidamente qualificado nos autos da ação que lhe move PEDRO LEITE, vem por seu
advogado devidamente constituído (procuração anexa), com base no artigo 335 e
seguintes do Código de Processo Civil ao juízo apresentar:

CONTESTAÇÃO

I. PRELIMINAR
Primeiramente cabe ressaltar que, o condomínio Viva Feliz não é legitimado
passivo, configurando-se conveniente sua alegação de ilegitimidade (ausência de
legitimidade) nos termos do artigo 337, XI, do CPC, em que pese, fora o pote de vidro
impulsionado e logo arremessado, porém, de uma unidade determinada dentre as demais
do condomínio.
Ante o conhecimento, de que tal objeto fora lançado de uma unidade
individualizada, a dizer, do apartamento de nº 401, é de sua inteira responsabilidade a
devida reparação pelos danos provenientes dos objetos, que dele caírem ou
forem lançados em lugar indevido, afastando a insurgência do condomínio versar no
polo passivo da demanda, conforme o disposto no artigo 938 do Código Civil transcrito
abaixo:
“Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar
indevido.”

Isto posto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, pelo


ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA, nos
termos do artigo 485, VI do Código de Processo Civil.
Enunciado 557 - Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for
lançada de condomínio edilício, não sendo possível identificar de qual
unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso.

II. MÉRITO

2.1. Da responsabilidade da unidade condominial, do hospital e dos médicos.


Conforme já alegado, tendo em vista que a unidade condominial na qual o objeto
fora lançado foi identificada pelo Autor, a dizer, do apartamento de nº 401, o
condomínio Viva Feliz não é legitimado passivo, sendo de inteira responsabilidade do
possuidor da unidade condominial a devida reparação pelos danos provenientes do
objeto.
Importante abordar sobre a imperícia - médico
Em relação à segunda internação a que deu causa o hospital, este responda pelos
seus médicos em face do erro por eles praticado, comprovada a concorrente culpa.
Nesse sentido, podemos observar os dispostos nos artigos 932, 950 e 951 do
Código Civil, transcritos abaixo:

“Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: [...]

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos,


no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;”

“Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho,
a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim
da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho
para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização


seja arbitrada e paga de uma só vez.”

“Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por
negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-
lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.”

Assim, deve o hospital responder objetivamente pelos prejuízos causados ao


paciente (autor da ação) pela segunda internação decorrente do erro daqueles
pertencentes ao seu corpo clínico. O que necessariamente, sendo incluído por
chamamento ao processo venha compor o litisconsorte passivo da lide, em litisconsórcio
necessário, juntamente com o possuidor da unidade condominial que deu causa à
primeira internação.

2.2. Da indenização pleiteada pelo autor


O alcance da indenização é determinado em conformidade com a prova do que a
vítima perdeu, objetiva e subjetivamente, e do que deixou de ganhar pela extensão do
dano.
Logo, em se tratando dos lucros cessantes pleiteados pelo autor, e que
consistem naquilo que o lesado deixou de lucrar como consequência direta do evento
danoso, em que pese exerça atividade profissional de caminhoneiro autônomo, e que
tem como principal fonte de renda a contratação de fretes, tem-se a exigibilidade por
força do art. 403, Código Civil, de se determinar, que as perdas e danos só incluam os
prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato. Para tanto
especifica-se por cota de responsabilidade a ser arbitrada por este juízo ao nexo causal a
que a parte deu causa, conforme demonstra-se:

Por conta da primeira internação R$20.000,00 (vinte mil reais), cujo valor deve
ser atribuído aquele que a ocasionou, qual seja, o possuidor da unidade condominial, da
qual foi lançado o objeto ferindo o requerente e causando-lhe a hemorragia interna, que
o deixou hospitalizado por trinta dias impossibilitando-o de honrar com os
compromissos e deixando de ganhar, no dado limite o valor acima; e

Por conta da segunda internação, impossibilitando-o de honrar com os


compromissos assumidos, deixou de ganhar R$10.000,00 (dez mil reais), esta quantia
deve ser atribuída, por responsabilidade objetiva ao hospital pelos prejuízos causados ao
paciente (autor da ação) decorrente do erro daqueles médicos pertencentes ao seu corpo
clínico.

Por fim, impugna-se o valor requerido pelo autor na inicial, de 50 salários


mínimos a título de danos morais pela violação de sua integridade física. Pois mostra-se
desproporcional à realidade dos dissabores cotidianos da vida moderna, tampouco
reflete-se razoável no caso concreto.

MUNICÍPIO – ARTIGO 37
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços


públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

III. DOS PEDIDOS


Com base no exposto, requer:
a) Acolhimento da preliminar e extinção sem resolução do mérito em face
do condomínio Viva Feliz, e a inclusão da unidade 401 do edifício do
condomínio Viva Feliz no polo passivo da presente ação;
b) A improcedência dos pedidos formulados pelo autor;
c) A intimação das testemunhas arroladas;
d) Condenação em custas e honorários.
IV. DAS PROVAS
Protesta-se pela produção de prova documental, testemunhal e pericial.
Rol de testemunhas:
1) ...
2) ...
3) ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
Advogado/OAB

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