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O reclamante declara para os devidos fins e sob pena da lei, ser hipossuficiente, encontrando-
se desempregado e não tendo como arcar com o pagamento de custas e demais despesas
processuais sem o prejuízo de seu sustento e da sua família.
Além de constitucional, tal direito é resguardado pelo artigo 790, § 3º da CLT, in verbis:
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no
Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e
emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal
Superior do Trabalho.
Requer, assim, que seja concedida a benesse de litigar utilizando-se da gratuidade de justiça, a
fim de que o autor possa promover a defesa de seus direitos.
2. DOS FATOS
O plano de saúde que era concedido pela sociedade empresária cancelado pós
incidente, tendo Amâncio que usar de seu próprio dinheiro para arcar com os custos, sendo
R$1.350,00 em medicamentos e R$2.500,00 com terapia. Além disso, Amâncio levou 50 pontos
na cabeça, testa e face, deixando cicatriz.
Haja vista que o proprietário do estabelecimento não havia habilidade alguma para tal
serviço, um dia após a instalação das prateleiras, o reclamante fora atingido fortemente por
estas, que caíram em resultado do grande peso que nela fora depositada, o que claramente
configura acidente de trabalho de acordo com a Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991), em seu art. 19, verbis:
Após evidenciado que evento em tela se caracteriza como acidente de trabalho, não há,
que negar a responsabilidade civil do empregador, conforme art. 186 e 927 do CC, vejamos:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Dito alhures, o reclamante ficou tão fragilizado e traumatizado perante tal situação que
precisou comparecer a sessões de terapia, uma vez que não se tem como medir o sofrimento
deste, não resta dúvidas de que tal evento lhe foi traumatizante, resultando no desrespeito aos
direitos garantidos pelo artigo 223-C da CLT, nota-se:
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a
autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens
juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.
Além disto, há que se ressaltar a responsabilidade do empregador, uma vez que foi
omisso aos riscos de realizar a instalação, além da própria ação de tê-la feito, assim é o que
extrai pela apreciação dos artigos 223-B e 223-G da CLT:
Assim, não restando dúvidas do dano moral sofrido, requer seja a Reclamada condenada
ao pagamento de indenização por dano moral ao Reclamante num valor de R$10.000,00 (dez
mil reais).
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
No caso do reclamante, também há que se falar em dano estético advindo das lesões,
uma vez que o Reclamante desmaiou com o impacto, foi socorrido e conduzido ao hospital
público, onde recebeu atendimento e levou 50 pontos na cabeça, testa e face, resultando em
uma grande cicatriz que passou a despertar a atenção das pessoas, que reagiam
negativamente ao vê-lo.
Não se deve, pois, ao contrário do que muitos pensam, avaliar o dano estético a partir
do conceito tradicional do belo, na medida que este é relativo, e admite divergências.
Lembrando que tal pleito também está respaldado termos do Art. 223-B, Art. 223-C ou
Art. 223- G, todos da CLT, ou Art. 186 ou Art. 927, ambos do CC, alhures citados.
Após sua alta, retornou à empresa com a capacidade laborativa preservada, mas foi
dispensado, sem justa causa, no mesmo dia. Porém, conforme extrato do FGTS, não constam
depósitos nos 3 meses de afastamento pelo INSS porque o evento foi um acidente de trabalho
Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a
importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou
devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as
parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,
e a Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962.
Com isso, requer-se que seja devidamente depositado o FGTS referente aos 3 meses de
internação hospitalar decorridos do acidente de trabalho.
Acontece que, conforme o Art. 118 da Lei no 8.213/91, não poderia ter sido dispensado,
uma vez que:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na
empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário,
independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Além desta garantia, a Súmula 378, inciso II, do TST vem trazendo o seguinte: “São
pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a
consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a
despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do
contrato de emprego”.
Ocorre que, ignorando a estabilidade assegurada pela referida legislação acima citada, a
reclamada, DISPENSOU SEM JUSTA CAUSA, NO MESMO DIA o reclamante, devendo, agora,
proceder sua imediata reintegração.
Inicia-se informando que o plano de saúde foi cancelado sem a devida comunicação para
o Reclamante, um dia após o acidente de trabalho, ainda em termos de CLT, a alteração de
condições tem que ser por mútuo consentimento, o que não houve no caso em tela, assim é o
que expressa o art. 468 da Consolidação das Leis Trabalhistas, vejamos:
Além disso, em virtude do afastamento por benefício previdenciário, não pode ser haver
do Plano de Saúde, já que esse é um direito do trabalhador que deve ser mantido enquanto o
benefício for oferecido e ao longo da duração do contrato de trabalho.
Outrossim, a Súmula 440 do TST traz que ´´assegura-se o direito à manutenção de plano
de saúde ou de assistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não obstante
suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença acidentário ou de
aposentadoria por invalidez`` razão pela qual requer o restabelecimento do plano de saúde.
4. DA TUTELA DE URGÊNCIA
Não bastasse isso, o Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela de
urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo”, ou quando as alegações de fato puderem ser provadas apenas documentalmente, é
o que consta em seus arts. 300 e 311:
Art. 300 - A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
Posto isso, em concordância com a Carta Magna, o artigo 133 ressalta que:
6. DOS PEDIDOS
Os cálculos da referida peça estão em anexo, conforme o artigo 840, § 1°, da CLT.
Dá-se a presente causa, para fins de distribuição o valor de R$ 23.850,00 (vinte e três mil
oitocentos e cinquenta reais).
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Local e data
Advogado
OAB