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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA xxxx VARA

DO TRABALHO DA COMARCA DE CUIAB

ROBERTO PASSOS, estado civil xxx, profissão xxx, CPF n° xxx, endereço eletrônico xxx,
residente na rua xxx, por intermédio de seu advogado (procuração anexa), vem à presença de
Vossa Excelência, com fundamento no art. 840, § 1° da CLT, propor:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA INDENIZATÓRIA

Em desfavor de: Máquinas Velhas LTDA, Pessoa Jurídica de Direito Privado xxx, CNPJ
xxxx, com sede no endereço xxxx, CEP xxxx, email xxxx.

I – DOS FATOS

Roberto Passos trabalhava para a empresa Máquinas Velhas Ltda, na cidade de


Cuiabá, desde 05/02/2017, como operador de máquinas. No dia 07/06/2017, ele sofreu
acidente de trabalho, o qual a serra de uma das máquinas cortou a sua perna esquerda, em
razão de não estar com a trava de proteção.

Ato contínuo ao acidente, ele foi encaminhado ao hospital, passou por cirurgia e
iniciou um processo de longa recuperação. Quando do acidente, a empresa emitiu a
Comunicação de Acidente de Trabalho e Roberto recebeu auxílio-doença acidentário até
05/10/2018. Quando de sua alta previdenciária, ele também passou a receber auxílio-acidente.

Em 04/02/2019, o seu empregador o dispensou, alegando que ele já estava


recuperado. Ocorre que, por ter perdido a sua perna esquerda, Roberto ficou completamente
incapacitado de trabalhar. Além disso, ele ainda teve despesas de R $1.500,00 com
tratamento médico e remédios, conforme fazem provas as notas fiscais e recibos de
pagamento em seu favor.

II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS
O artigo 927 do Código Civil trata da culpa objetiva, sobre a responsabilidade daquele
que por ato ilícito causar dano a outrem, ficando assim obrigado em repará-lo, o parágrafo
único é categórico em afirmar que independe de culpa, nos casos específicos em Lei, terá o
ofensor a obrigação em reparar o danos causado. E na literalidade dos artigos 186 e 187 do
CC, vemos que uma vez que o reclamado não teve a preocupação com a manutenção do
equipamento de trabalho, não regularizando a trava que impediria de tal acidente acontecer,
incorreu em erro típico de omissão, pois o deveria tê-lo realizado.

A respeito da pensão vitalícia, os artigos 949 e 950 do Código Civil detalha sobre o
ofendido ter o direito a ser ressarcido e indenizado dos valores que tivera desprendido e outro
sim do lucro cessante, tendo em vista que o reclamante fora acometido de perda de sua perna
esquerda e que com o acidente fora-lhe reduzido e quiçá retirado de si sua capacidade
laborativa e de exercer atividades que fazem parte de seu cotidiano, assim vemos diante dos
fatos e do que os referidos artigos mencionam, os valores embora pudessem ser percebido de
uma só vez, conforme aduz o parágrafo único do artigo 950 do referido Diploma Legal, o
reclamante tendo em vista o bom senso, requer seja paga mensalmente como pensão vitalícia,
para que embora tenha tido tamanha perda, possa ainda ter o direito a uma vida estável
financeiramente falando, pois recebendo mensalmente tal pensão, poderá arcar com as
despesas de sua sobrevivência.

Em nossa Magna Carta, o artigo 5º, x, já dispõe sobre a inviolabilidade da honra e a


imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação, nestes termos e diante dos fatos acima narrados, é que nos
deparamos com o prejuízo moral a que o reclamante vem recorrer, pois abalado
emocionalmente e depois de haver retornado ao trabalho, após ter o benefício de auxílio
doença cessado, fora demitido, pois não teria como exercer mais suas funções e atividades a
que outrora vinha desempenhando, coisa que o acidente e a consequente amputação de sua
perna o impedem. Para tanto o artigo 186 e o 927 do Código Civil, preveem a reparação do
dano moral mesmo que por omissão involuntária (demissão do reclamante sem justa causa),
embora sabedores que somos que o ato de sua demissão fora, por coincidência de fato ou não,
mas que tenha ferido sua moral.

A respeito do dano emergente tendo em vista que o reclamante teve despesas médicas
e com medicamentos no valor de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), conforme consta
notas e recibos em seu nome, vide anexo às folhas xx , esse valor não fora até o presente
momento restituído pelo reclamante, o que deveria ter acontecido, afinal como as despesas
recorreram em consequência do acidente de trabalho, conforme CAT em anexo às folhas xx,
os valores teriam de ser pagas pela reclamada, conforme alude os artigos 402, 403, 404 e 405
do Código Civil.

A respeito do retorno reintegração ou, subsidiariamente a indenização a Lei 8.213/91


em seus artigos 19, 20 e 21, pontua sobre os acidentes de trabalho e os enumeram conforme
cada caso e em seu artigo 118 da referida Lei, garante ao segurado a manutenção de seu
contrato de trabalho pelo prazo de 12 meses, após o cessar do auxílio-doença acidentário,
independente de percepção de auxílio-acidente e por assim dizer, a reclamada rescindiu o
contrato de trabalho com o reclamante no dia 04/02/2019, visto que por lei era-lhe garantido a
manutenção de tal contrato até o dia 05/10/2019, sendo assim restavam-lhe 08 (oito) meses
de garantia contratual, sendo assim e tendo em vista as dificuldades apensas ao reclamante.

III – DOS PEDIDOS

Diante dos fatos e fundamentos acima expostos, requer mui respeitosamente de Vossa
Excelência, que:

1 - O retorno imediato do reclamante ao vínculo empregatício com a reclamada, com


vencimentos no valor de R$ xxxxxx, valor equiparado ao salário base da categoria, mais os
benefícios a que tem direito, ou caso Vossa excelência acha por bem a não continuidade do
vínculo, que assegure ao reclamante pensão vitalícia com os mesmos valores percebidos, se
funcionário fosse, inclusive seus benefícios assegurados por sua categoria profissional;

2 - Vincule ao reclamante a culpa objetiva, tendo em vista que o mesmo deveria


realizar as manutenções e vistorias nos equipamentos fornecidos aos funcionários;

3 - Conceda o valor de R$ xxxxxx, por perdas e danos morais, uma vez que ao
reclamante tal acidente trará um prejuízo moral e emocional vitalício, pois ao mesmo nunca
mais dará ao direito de ter uma vida normal e de exercer suas atividades tanto na vida
profissional, conjugal, familiar e atividades de lazer;

4 - Conceda a título de indenização ao dano emergente, valor que fora gasto com
despesas médicas e farmacêuticas, que acrescido de juros e multas legais chega-se ao valor de
R$ xxxxxxxxxx;

5 - Que conceda a título de indenização no valor de R$ xxxxxxx, pelo tempo restante


a que o reclamante fazia jus, em se tratando de estabilidade prevista no artigo 118 e súmula
378 TST;

6 - Caso Vossa Excelência, ache por bem em não conceder a readmissão do


reclamante ao seu emprego, que julgue procedente o pedido de que a reclamada indenize o
reclamante no valor de R$ xxxxxx, pelos meses que o mesmo teria de estabilidade, no valor
de R$ xxxxxxx, pelas férias proporcionais, 13º salário e 1/3 constitucional de férias
proporcionais ao tempo restante e mais a multa contratual prevista, totalizando com juros e
multa o valor de R$ xxxxxx, pelo período de estabilidade da reclamante;

7 - A notificação da Reclamada para comparecer a audiência a ser designada, para,


querendo, apresentar defesa a presente reclamação e acompanhá-la em todos os seus termos,
sob as penas da lei;

8 - Que lhe seja concedido o benefício da Justiça Gratuita, conforme alude o inciso
LXXIV, do artigo 5º de nossa Magna Carta e artigos da Lei 1050/60 e artigo 1º da Lei
7.115/1983, em virtude do mesmo ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra;

9 - Que conceda ao advogado do reclamante o pagamento dos honorários de


sucumbência, no valor de 15% sobre o valor líquido da sentença;
10 - Que julgue procedente todos os pedidos do reclamante.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, em


especial documental e testemunhal sem prejuízo de outra que se fizer necessária durante a
instrução processual.

Dá-se a causa o valor de R$ xxxxxxxx.

Nestes termos,

pede deferimento.

Cuiabá, estado, dia/mês/ano.

xxxxx

Advogado

OAB/xxx

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