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I - DOS FATOS
II - DO ACIDENTE DE TRABALHO
O acidente de trabalho está definido nos artigos 19 e 21, da Lei 8.213/91, que dispõe:
II - (...);
IV - (...);
(...).
Assim sendo, ante os prejuízos trazidos pelo acidente de trabalho, aliado ao fato de
que trará para sua vida os dissabores materiais e emocionais as angustias e tristezas,
que por certo Vossa Excelência pelas razões expostas, condenará a empresa requerida
na reparação de todos os danos causados ao requerente.
1. ocorrência do dano;
De tal modo, é de observar de que no presente caso, tais requisitos estão presentes ,
uma vez que o dano inequívoco se originou no exercício do trabalho imposto.
Saliente-se, por oportuno, que o fato do art. 7º, inciso XXVIII, da CF, exigir a presença
de dolo ou culpa do empregador, não afasta a incidência da responsabilidade civil
objetiva, uma vez que, em decorrência do princípio constitucional da proteção do
trabalhador, a norma mais favorável deve sempre prevalecer quando em conflito com
outra, qualquer que seja sua natureza ou grau hierárquico.
No Código Civil, artigo 927, parágrafo único, está impresso de que a responsabilidade
independe de culpa e que existe a obrigação de reparar o dano quando a atividade
econômica normalmente desenvolvida implicar, por sua natureza, risco a quem está
envolvido.
Por oportuno, pode-se trazer à colação o seguinte julgado:
A Magna Carta em seu art. 5º consagra a tutela do direito à indenização por dano
material ou moral decorrente da violação de direitos fundamentais, tais como a
intimidade, a vida privada e a honra das pessoas:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.”
Os danos morais suportados pelo autor tornam-se evidentes diante dos fatos que
deram origem a presente ação. Eles decorrem da injustificada ausência de prestação
dos serviços de saúde contratados pela Reclamada a qual o Reclamante aderiu ao
plano de saúde no momento em que esta necessitou do atendimento.
Tal falha na prestação dos serviços é causa de danos morais porque abala diretamente
o estado psicológico causando grande aflição e angústia à requerente.
Dai temos que a suspensão do contrato de trabalho nos termos do art. 476 da CLT: “
Em caso de seguro-doença ou auxílio-enfermidade, o empregado é considerado em
licença não remunerada, durante o prazo desse benefício” não pode ensejar o
cancelamento do plano de saúde pelo empregador, cabendo a condenação em
indenização por danos morais pelo cometimento de tal falta grave.
V - DANO MATERIAL
O Reclamante teve prejuízos ao ter que pagar do seu bolso por consultas médicas,
exames, e está prestes a fazer uma cirurgia a qual ficou impossibilitado devido o corte
do seu plano de saúde.
Nos termos do artigo 402 do Código Civil, os danos materiais podem ser
subclassificados em danos emergentes (o que efetivamente se perdeu) ou lucros
cessantes (o que razoavelmente se deixou de lucrar).
Ressalta-se ainda que os danos suportados pelo reclamante não estão adstritos apenas
ao aspecto emocional e psíquico, mas também e principalmente ao aspecto
patrimonial.
"A responsabilidade por culpa é substituída pela do risco, não mais importando a
culpabilidade do lesante, bastando a relação causal entre o desenvolvimento da
atividade e o prejuízo por ela provocado. Com isso o lesado não terá de comprovar a
culpa do lesante". (DINIZ, 2012, p. 75)
VI - DO DANO ESTÉTICO
" Indenização - Dano estético - Fixação - Não se confunde com lucros cessantes nem
com o resultante da incapacidade laborativa ". (RJTJSP, 26:78).
Como se vê, através dos entendimentos dos doutrinadores, no presente caso o dano
estético deve indiscutivelmente ser indenizado. Diante do exposto, comprovado lesão
sofrido, é de pleno direito seu recebimento de indenização pelo dano estético, cujo
valor sugere-se a Vossa Excelência o valor de 50 vezes o salário do reclamante R$
00.000,00, ou, outro que compense as sequelas causadas.
Diante dos fatos narrados, bem caracterizada a urgência da realização do ato cirúrgico
requisitado pelo médico do Requerente, credenciado junto ao Plano de Saúde,
especialmente tendo em vista se tratar de paciente com risco em face do exame
negado. Por esse norte, não resta outra alternativa senão requerer à antecipação
provisória da tutela preconizada em lei.
“... Sob outro ponto de vista, contudo, essa probabilidade é vista como requisito, no
sentido de que a parte deve demonstrar, no mínimo, que o direito afirmado é provável
(e mais se exigirá, no sentido de se demonstrar que tal direito muito provavelmente
existe, quanto menor for o grau de periculum. “ (MEDINA, José Miguel Garcia. Novo
código de processo civilcomentado … – São Paulo: RT, 2015, p. 472).
Com esse mesmo enfoque, sustenta Nélson Nery Júnior, delimitando comparações
acerca da “probabilidade de direito” e o “fumus boni iuris”, esse professa, in verbis:
Diante disso, a Reclamante vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte contrária ( CPC,
art. 9º, parágrafo único, inc. I, art. 300, § 2º c/c CDC, art. 84, § 3º), independente de
caução ( CPC, art. 300, § 1º), tutela de urgência antecipatória no sentido de:
A) Seja deferida tutela provisória inibitória positiva de obrigação de fazer ( CPC, art.
497 c/c art. 537), no sentido de que a Reclamada, de imediato, autorize e/ou custeie a
cirurgia, sob pena de imposição de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais),
determinando-se, igualmente, que o meirinho cumpra o presente mandado em caráter
de urgência;
A Reclamada, de outro contexto, deve ser condenada a reparar os danos sofridos pelo
Reclamante. A mesma fora tomada de angustia ao saber que a sua cirurgia não seria
realizada, em face da absurda negativa cancelamento do plano de saúde. Como se
observa do laudo fornecido pelo médico, a paciente (ora Autor) se encontra com
reclamação de dores insuportáveis no ombro. Isso vem tornando a Promovente
extremamente nervosa com sua situação de grave risco de vida, tudo por conta da
absurda e negligente recusa.
Art. 187 – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
IX - DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA
O artigo 300 da Lei Adjetiva Civil, enseja os requisitos para a concessão da tutela
antecipada, a prova inequívoca e a verossimilhança das alegações.
X - DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer os benefícios da justiça gratuita, por ser pobre na forma da lei, conforme
dispositivos insertos no artigo 5º, XXXIV, LXXIV, da Constituição Federal e Lei nº
1.060/50, com alteração pela Lei nº 7.510/86, artigo 99, CPC, artigo 790,3º, CLT,
atestado pela declaração anexa, e ainda, de não ser declarante de IRRF, estar
desempregado, não possuir bens imóveis.
XI - DOS PEDIDOS
A) A parte Promovente opta pela realização de audiência conciliatória ( CPC, art. 319,
inc. VII), razão qual requer a citação da Promovida, por carta ( CPC, art. 247,) para
comparecer à audiência designada para essa finalidade ( CPC, art. 334, c/c § 5º),
antes, porém, avaliando-se o pleito de tutela de urgência almejada; caput;
B) Requer que sejam JULGADOS PROCEDENTES todos os pedidos formulados nesta
demanda, declarando nulas todas as cláusulas contratuais que tem por intermédio de
cancelar o Plano de saúde do Reclamante em caso de Recebimento de auxílio doença;
E) Requer que Vossa Excelência venha condenar a empresa Reclamada por Danos
Materiais a qual obrigaram o Reclamante a experimentar, capaz de gerar os
sentimentos de angústia, desamparo e indignação ante a dificuldade de ter acesso à
saúde pública e o alto custo de se buscar assistência em consultórios particulares
exames entre outros;
Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente com
o depoimento pessoal da Ré, na pessoa do seu representante legal, oitiva das
testemunhas, juntada e/ou requisição de novos documentos, perícias (segurança e
medicina do trabalho) que se fizerem necessárias, sem nenhuma exclusão de outras
provas, ficando tudo desde já requerido.
Pede deferimento.
Amanda Braga
OAB/MG 00.0000