A responsabilidade civil do empregador no acidente de trabalho está prevista
na Constituição Federal de 1988, no artigo 7º, inciso XXVIII, que estabelece a obrigação do empregador em garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. O acidente de trabalho é um evento indesejado que pode ocorrer em qualquer atividade laboral. No dia 12 de março de 2020, o STF definiu súmula de repercussão geral fixando ser constitucional a responsabilização objetiva (isto é, que independe de culpa ou dolo) em caso de acidente de trabalho ocorrido em atividade de trabalho com risco habitual. Abaixo, o texto da súmula: “O artigo 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com artigo 7º, inciso XXVIII da Constituição Federal, sendo constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos decorrentes de acidentes de trabalho nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida por sua natureza apresentar exposição habitual a risco especial, com potencialidade lesiva e implicar ao trabalhador ônus maior do que aos demais membros da coletividade. A responsabilidade, de acordo com Savatier, “é a obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependam.”
a) Restabelecer o equilíbrio violado pelo dano, restituindo o prejudicado o
status quo ante;
b) Servir como sanção civil compensatória, punindo o lesante e inibindo a
prática dos atos lesivos.
É importante destacar que a responsabilidade do empregador pode ser tanto
objetiva como subjetiva.
Na modalidade de responsabilidade objetiva, basta que fique
comprovado que o acidente ocorreu durante o exercício do trabalho e que o empregador não tomou as medidas necessárias para evitar a ocorrência do acidente.
Nesse caso, a empresa é responsabilizada independentemente
da existência de culpa, bastando apenas a comprovação do nexo de causalidade entre o acidente e o trabalho realizado pelo empregado.
A responsabilidade objetiva decorre da teoria do risco criado,
segundo a qual o empregador deve arcar com os riscos inerentes à atividade econômica que desenvolve, sendo responsável pelos danos causados ao trabalhador em decorrência dessa atividade, independentemente da existência de culpa.
De acordo com o ministro Lélio Bentes Corrêa, a expressão "riscos da
atividade econômica" deve ser compreendida de forma ampla. Assim, "não estão englobados apenas os riscos econômicos propriamente ditos, como o insucesso empresarial ou as dificuldades financeiras, mas também o risco que a atividade representa para a sociedade e, principalmente, para seus empregados". O ministro ressaltou que o princípio da responsabilidade objetiva, quando se trata de dano ligado à integridade física do trabalhador, "se justifica plenamente"
Assim, a responsabilidade objetiva é uma forma de garantir que
os trabalhadores estejam protegidos em situações em que não há culpa da empresa, mas que esta deve arcar com os riscos da atividade econômica que desenvolve.
O Código Civil brasileiro adotou como regra a responsabilidade subjetiva,
conforme se depreende da análise do seu art. 186, o qual estabelece: “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito“. Ou, seja, em relação ao acidente de trabalho, o artigo 186 do Código Civil se aplica quando fica comprovado que a empresa agiu com conduta em que resultou em danos ao trabalhador. Outrosim, a doutrina majoritária afirma que a responsabilidade subjetiva em regra geral possui caracterização de conduta, dano, nexo de casualidade e elemento subjetivo a qual disporá de aferição para análise da responsabilidade.
Quando um trabalhador sofre um acidente enquanto executa suas atividades
profissionais, o empregador pode ser responsabilizado pelos danos causados ao empregado, ou seja, a responsabilidade civil é a obrigação de alguém em assumir a responsabilidade de algum evento, ação ou omissão, que tenha prejudicado a outrem.
Assim, quando um acidente de trabalho ocorre, o empregador pode ser
responsabilizado civilmente pelos danos causados ao trabalhador, tais como despesas médicas, afastamento do trabalho, invalidez temporária ou permanente e até mesmo morte.
Dessa forma, as empresas devem estar sempre atentas às
normas de segurança do trabalho e garantir a adoção de medidas preventivas, a fim de minimizar os riscos aos trabalhadores e evitar acidentes de trabalho. Assim, quando uma empresa não cumpre as normas de segurança do trabalho, não oferece treinamento adequado aos funcionários, não realiza manutenção preventiva de máquinas e equipamentos, não disponibiliza equipamentos de proteção individual ou não sinaliza adequadamente áreas de risco.
Ela pode estar agindo com negligência ou imprudência, e
consequentemente violando o direito do trabalhador à segurança e à saúde no ambiente de trabalho.
Nesse contexto, se um trabalhador sofre um acidente de
trabalho em razão da conduta negligente ou imprudente da empresa, esta é responsável civilmente pelos danos, conforme previsto no artigo 186 do Código Civil.
O empregador deve adotar medidas preventivas para evitar
acidentes de trabalho, tais como o uso
de equipamentos de segurança, treinamento adequado dos
trabalhadores, manutenção dos
equipamentos e instalações, entre outras.
Além disso, o empregador deve informar aos trabalhadores
sobre os riscos da atividade laboral,
bem como as medidas de prevenção a serem adotadas.
Caso ocorra um acidente de trabalho, o empregador deve
prestar socorro imediato ao trabalhador,
bem como informar o acidente à Previdência Social.
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