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FUNÇÃO PÚBLICA E SETOR PRIVADO

Se um trabalhador do Estado sofrer um acidente de trabalho, não se aplica exatamente o


mesmo regime de uma empresa privada.

Na verdade, o regime que se aplica aos funcionários públicos segue os mesmos


princípios da lei geral aplicável às empresas privadas, no entanto adapta-os ao contexto
próprio da Administração Pública.

Enquanto as entidades privadas devem ter seguro, já as entidades públicas têm:

 responsabilidade pela reparação dos danos resultantes do acidente;


 competência exclusiva para qualificar o acidente.

Procedimento em caso de acidente com trabalhador da função pública

O superior hierárquico do trabalhador estatal deve participar, em impresso próprio


fornecido pelo serviço, ao respectivo dirigente máximo, os acidentes ocorridos com
os seus trabalhadores, no prazo máximo 24 horas a partir da data em que tomou
conhecimento dos mesmos.

Quando do acidente resulte incapacidade permanente ou morte, é à Caixa Geral de


Aposentações que compete a avaliação e a responsabilidade pela reparação dos
danos.

Direitos do trabalhador da função pública em caso de sofrer acidente de


trabalho

Quando o trabalhador da função pública falta ao trabalho devido ao acidente, o seu


salário não sofre qualquer corte, mantendo-se o subsídio de refeição bem como os
restantes suplementos sobre os quais recaem descontos para o regime de segurança
social.

SEGURO DE ACIDENTES DE TRABALHO

A legislação portuguesa prevê a subscrição de um seguro de acidentes de trabalho como


forma de proteger a segurança e saúde dos trabalhadores. Desta forma, todos os
trabalhadores portugueses estão protegidos por uma apólice que cobre a prestação de
cuidados médicos, bem como o pagamento de indemnizações por incapacidades, sejam
estas temporárias ou permanentes.
O seguro é igual em qualquer circunstância?

Sejam quais forem as circunstâncias em que os acidentes de trabalho ocorrem,


independentemente de serem causados por atuação culposa do empregador. Por
exemplo, caso o empregador não assegure condições de proteção para os trabalhadores
em contexto de trabalho exposto a riscos, ou não, o trabalhador está abrangido pelo
seguro de acidentes de trabalho contratado pela empresa, devendo esta responder
solidariamente pelo pagamento da indemnização prevista na lei.

A lei que regulamenta a reparação de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais é a


Lei n.º 98/2009 de 4 de setembro. No entanto, isto não significa que a entidade patronal
não possa vir a ser chamada à responsabilidade.

O seguro muda em função do motivo do acidente?

Dependendo dos motivos que causaram o acidente, o grau de indemnização, varia. Se se


apurar que na origem do acidente esteve uma ação culposa do empregador, a
indemnização abrange a totalidade dos prejuízos, patrimoniais e não patrimoniais,
sofridos pelo trabalhador e os seus familiares, conforme estipulado no artigo 18º nº 1 da
Lei 98/2009 de 4 de setembro.

O que é um acidente de trabalho?

De acordo com a legislação portuguesa, Lei n.º 98/2009:

é acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza


direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte
redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte.

Em que momentos se pode considerar acidente de trabalho?

Será um acidente de trabalho aquele que acontece só e unicamente no local de trabalho


do colaborador? A resposta é não.

Se o colaborador se deslocar, por exemplo, para o seu local de trabalho e sofrer um


acidente, o mesmo será considerado acidente de trabalho. Assim, caso o colaborador
esteja num lugar ou a dirigir-se para tal, em virtude do seu trabalho, sujeito ao controlo
da sua entidade patronal, e tenha um acidente, é considerado um acidente de trabalho,
previsto na legislação portuguesa.

Para sermos mais claros, e citando a legislação portuguesa, os acidentes de trabalho


ocorrem:

No trajeto de ida para o local de trabalho ou de regresso deste;


Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito
económico para o empregador;

No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou, fora


do local de trabalho, quando exista autorização expressa do empregador para tal
frequência;

No local onde o trabalhador deva receber qualquer forma de assistência ou tratamento


em virtude de anterior acidente e enquanto aí permanecer para esse efeito;

Em atividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido por


lei aos trabalhadores com processo de cessação do contrato de trabalho em curso;

No local de pagamento da retribuição, enquanto o trabalhador aí permanecer para tal


efeito;

Fora do local ou tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços


determinados pelo empregador ou por ele consentidos;

No local de trabalho e fora deste, quando no exercício do direito de reunião ou de


actividade de representante dos trabalhadores, nos termos previstos no Código do
Trabalho.

Tipos de acidentes de trabalho

Os acidentes de trabalho podem dividir-se em dois grandes tipos: acidente


típico e doença profissional. Num ou noutro, o colaborador tem direitos que deverão ser
garantidos pelas empresas.

1) Acidente típico

O acidente típico é o tipo de acidente mais comum em Portugal. Acontece quando o


colaborador está a realizar alguma tarefa inerente à sua função e se lesiona.

Por exemplo, se estiver a circular no seu local de trabalho e de repente tropeça nalgum
objeto e torce um pé, é considerado um acidente de trabalho típico.

2) Doença profissional

Em Portugal, os casos de doença profissional estão a aumentar. Talvez porque nos dias
de hoje há cada vez mais trabalhadores atentos à sua saúde, fazendo check-ups regulares
junto dos seus médicos de confiança. As doenças profissionais são nada mais nada
menos do que doenças causadas pela função de trabalho em si.

Por exemplo, no caso de tarefas rotineiras, é comum o surgimento de tendinites. Em


pessoas que exercem as suas funções sentadas numa cadeira de escritório, os problemas
osteomusculares são frequentes. Se for uma fábrica com muito fumo, a probabilidade de
surgirem problemas musculares também é elevada.

Apesar da doença profissional não ser um acidente de trabalho típico, está sujeita aos
mesmos direitos perante a lei, com algumas regras exclusivas, em prol da saúde do
colaborador.

3) Outros tipos de acidentes de trabalho

Contudo, não só de acidentes típicos e doenças profissionais vivem os colaboradores.


Também é comum ouvirmos falar em acidentes que agravam algum problema ou
doença que o colaborador já tenha. E claro, não nos podemos esquecer dos acidentes de
trajeto, já falados anteriormente.

Acidentes de trabalho: direitos do trabalhador

De acordo com o disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 59.º da Constituição da


República Portuguesa, todos os trabalhadores têm direito a assistência e justa reparação,
quando vítimas de acidentes de trabalho ou de doenças profissionais.

Se procura saber todos os direitos dos trabalhadores, nas diversas leis laborais
portuguesas, consulte o artigo abaixo:

O que deve a empresa fazer em caso de acidente de trabalho?

O primeiro dever de qualquer empresa é assegurar atendimento médico ao colaborador,


não permitindo que o mesmo faça qualquer esforço físico ou seja auxiliado por alguém
que não seja profissional de saúde.

Já o segundo passo é reportar o acidente de trabalho não só às chefias do colaborador e


recursos humanos, caso estes ainda não tenham sido informados, como também
à seguradora responsável pelo seguro de acidentes de trabalho.

Em terceiro lugar, a empresa deverá fazer umacompanhamento regular da situação do


colaborador: o profissional de saúde passou um atestado médico? É necessária a baixa
médica? Se sim, de quantos dias? Quais as consequências do acidente?

Que compensações tem o trabalhador durante o tratamento?

Todos os colaboradores de uma empresa têm um seguro de acidentes de trabalho. Desta


forma, ao sofrer um, o colaborador tem acesso aos cuidados médicos necessários e
adequados às lesões ocorridas. Além disso, asdespesas de deslocação para os
tratamentos também são asseguradas por parte das seguradoras, bem como as despesas
de farmácia.
Caso o colaborador fique com alguma incapacidade que o impeça de exercer a sua
atividade profissional, poderá receber uma compensação. Esta é definida através de uma
avaliação das condições do trabalhador.

Que compensações tem o trabalhador durante o tratamento?

Todos os colaboradores de uma empresa têm um seguro de acidentes de trabalho. Desta


forma, ao sofrer um, o colaborador tem acesso aos cuidados médicos necessários e
adequados às lesões ocorridas. Além disso, asdespesas de deslocação para os
tratamentos também são asseguradas por parte das seguradoras, bem como as despesas
de farmácia.

Caso o colaborador fique com alguma incapacidade que o impeça de exercer a sua
atividade profissional, poderá receber uma compensação. Esta é definida através de uma
avaliação das condições do trabalhador.

Baixa por acidente de trabalho

A baixa por acidentes de trabalho é assumida pela seguradora do lesionado .


Atualmente, a legislação portuguesa prevê que estas entidades, em caso de incapacidade
temporária absoluta para o trabalho, são obrigadas a pagar 70% do vencimento ilíquido
(bruto) do sinistrado, nos primeiros 12 meses de incapacidade temporária, e 75% após
esse período.

Quais são as principais causas dos acidentes de trabalho?

Em Portugal, a principal causa de acidentes de trabalho é o incumprimento das medidas


de segurança e prevenção, em especial, o não uso dos equipamentos de proteção
individual.

Por outro lado, segundo a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), a fadiga é


também uma das principais causas de acidentes de trabalho, em Portugal.

Como prevenir os acidentes de trabalho?

“Prevenir é melhor do que remediar” e o contexto laboral não é exceção. Apostar


na prevenção dos acidentes de trabalho deve ser um princípio de qualquer empresa.
Existe um conjunto de iniciativas/ações que podem ser tomadas na prevenção:

Ações de formação e sensibilização: os colaboradores devem ser sensibilizados para os


riscos das suas tarefas, como diminuir esses riscos e as consequências dos mesmos.

Fiscalização do cumprimento das normas:apesar de existirem várias normas de


segurança em todas as empresas, as mesmas nem sempre são cumpridas. Assim, é
importante que as empresas fiscalizem, regularmente, o cumprimento destas medidas,
com sanções para quem não as cumprir.
Manutenção regular de máquinas:todas as máquinas usadas em contexto laboral devem
ser alvo de revisão e manutenção regular, por forma a garantir que não têm nenhum
problema de segurança.

Substituição dos EPIS:os equipamentos de proteção individual têm validade e a mesma


deve ser respeitada, ainda que tenham sido pouco usados. Garantir sempre a segurança
dos seus trabalhadores deve ser uma prioridade!

Lembre-se que a segurança e a saúde dos seus trabalhadores é fundamental. Com a


prevenção feita e com a ausência de acidentes de trabalhos, poderá preocupar-se com
outras iniciativas. Aumentar a produtividade no trabalho dos seus colaboradores é um
efeito delas!

Quem faz a gestão dos acidentes em contexto laboral numa empresa?

Se ocorrer um acidente de trabalho, normalmente, é o departamento de Recursos


Humanos, ou profissional incumbido por fazer a gestão de pessoas da empresa, que tem
a responsabilidade de gerir estes casos.

Em empresas de maior escala, e com muitos trabalhadores, a gestão deste tipo de


ocorrências pode tornar-se mais trabalhosa e difícil.

Para isso, é fundamental aliar-se a boas ferramentas que permitam otimizar o trabalho


da equipa. Utilizar, por exemplo, uma plataforma que lhe permita fazer a gestão de
ausência, formações, centralizar documentações e informações pessoais dos
trabalhadores, pode tornar-se uma prioridade.

Uma dessas plataformas é o software da Factorial, que conta com funcionalidades


como:

Gestão da formação interna;

Organização e gestão de contratos e informações pessoais dos colaboradores;

Gestão de ausências, baixas médicas e férias.

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