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CONCEITOS E

CONSEQUÊNCIAS
DO ACIDENTE DO TRABALHO

LEI Nº 8.213 - DE 24 DE JULHO


DE 1991 - DOU DE 14/08/91 -
(Atualizada até Agosto/2006)
 Art. 19. Acidente do trabalho é o que
ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa ou pelo exercício do
trabalho dos segurados referidos no
inciso VII do Art. 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte
ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o
trabalho.
 a lei considera acidente do trabalho tanto
o ocorrido pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, como o prestado em
benefício próprio nos casos daqueles que
exercem suas atividades individualmente
ou em regime de economia familiar. Ex.
meeiro e parceiro rurais, garimpeiro etc.
(Artigo 11)
A lei também
considera como
acidente do trabalho
a doença profissional
e a doença do
trabalho
 " DOENÇAS DO TRABALHO”, também
chamadas mesopatias, são aquelas que
não têm no trabalho sua causa única
ou exclusiva

 A doença resulta de condições especiais


em que o trabalho é executado
(pneumopatias, tuberculose, bronquites,
sinusite, etc.).
 DOENÇAS PROFISSIONAIS ou
tecnopatias - Têm no trabalho a sua
causa única, eficiente por sua própria
natureza, ou seja, a insalubridade. São
doenças típicas de algumas atividades
(silicose, leucopenia, tenossinovite,perda
auditiva induzida por ruído, etc).
O ponto de distinção básico
é que na doença
profissional o fator
determinante é a atividade,
enquanto na doença do
trabalho a relevância está
nas condições em que a
atividade é exercida.
 § 1º Não são consideradas como doença do
trabalho:
 a) a doença degenerativa;
 b) a inerente a grupo etário;
 c) a que não produza incapacidade laborativa;
 d) a doença endêmica adquirida por segurado
habitante de região em que ela se desenvolva,
salvo comprovação de que é resultante de
exposição ou contato direto determinado pela
natureza do trabalho.
 § 2º Em caso excepcional, constatando-
se que a doença não incluída na relação
prevista nos incisos I e II deste artigo
resultou das condições especiais em que
o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, a Previdência
Social deve considerá-la acidente do
trabalho.
 Art. 21. Equiparam-se também ao
acidente do trabalho, para efeitos desta
Lei:

 III - a doença proveniente de


contaminação acidental do empregado
no exercício de sua atividade;
 IV - o acidente sofrido pelo segurado
ainda que fora do local e horário de
trabalho:
 a) na execução de ordem ou na realização de
serviço sob a autoridade da empresa;
 b) na prestação espontânea de qualquer serviço
à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
 c) em viagem a serviço da empresa, inclusive
para estudo quando financiada por esta dentro
de seus planos para melhor capacitação da
mão-de-obra, independentemente do meio de
locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
 d) no percurso da residência para o local de
trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado.
 § 1º Nos períodos destinados a refeição
ou descanso, ou por ocasião da
satisfação de outras necessidades
fisiológicas, no local do trabalho ou
durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.
 § 2º Não é considerada agravação ou
complicação de acidente do trabalho a
lesão que, resultante de acidente de
outra origem, se associe ou se
superponha às conseqüências do
anterior.
OS ACIDENTES
DO TRABALHO
NO BRASIL
 O trabalho mata 8 brasileiros por dia.
São mais de 3 mil mortes por ano
 15 mil trabalhadores ficam
permanentemente inválidos por ano
devido a acidentes
 20 mil trabalhadores adquirem por ano
doenças que os seguem pelo resto da
vida
 (Informe da Previdência, Ministério da Previdência e
Assistência Social, outubro de 2001).
De 1999 a 2003: PS registrou 1.875.190
acidentes de trabalho
Saldo de quatro anos
 15.293 óbitos

 média de 3.059 óbitos/ano

 72.020 incapacidades permanentes

 O coeficiente médio de mortalidade, no período


considerado foi de 14,84 por 100.000
trabalhadores
Comparação do IM do Brasil com os de outros
países
 Finlândia 2,1 (2001);

 França de 4,4 (2000);

 Canadá 7,2 (2002)

 Espanha 8,3 (2003)

demonstra que o risco de morrer por acidente de


trabalho no Brasil é cerca de duas a cinco vezes
maior.
QUANTO
CUSTAM OS
ACIDENTES DO
TRABALHO
No ano de 2003 a
Previdência Social gastou
com pagamento de
benefícios acidentários e
aposentadoria especial
8,2 bilhões
Será que o Governo
continua disposto a pagar
a maior parte dessa
conta?
NÃO
O Estado não quer mais socializar o ônus
do desenvolvimento, quer seja aquele
relacionado ao meio-ambiente, quer seja
aquele relacionado ao meio-ambiente do
trabalho.
Existe uma nova ordem ditada pela
internacionalização dos negócios, pelo
declínio do socialismo, pelas novas
tecnologias, pelo rompimento de
barreiras protecionistas que exige o fim
do Estado Protetor : são as novas regras
do comércio internacional ditando novos
modelos de estado.
No mundo rico os custos da segurança são
absorvidos ou eliminados pelas empresas
– no Brasil isto também será uma
tendência.
Exemplos de critérios legais que
apontam para esta tendência:
Acréscimo da alíquota do SAT para fins de
ressarcimento do custo da aposentadoria
especial;

Flexibilização do SAT
 Acréscimo da alíquota do SAT:
 6% para empresas que expõem os seus
trabalhadores a riscos que justificam a
aposentadoria aos vinte e cinco anos;
 9% para empresas que expõem os seus
trabalhadores a riscos que justificam a
aposentadoria aos vinte anos;
 12% para empresas que expõem os seus
trabalhadores a riscos que justificam a
aposentadoria aos quinze anos;
 Instituição do FAP (variação de 0,5 a 2)
Exemplo prático do custo da falta de
gestão da segurança e saúde no trabalho
tendo como base apenas os tributos
previstos nesses novos critérios legais:
Empresa de grau de risco 3 com folha de
pagamento de Cem Mil Reais:
- Se ela não gerenciar bem os seus riscos
estará sujeita ao pagamento:
- De Seis Mil Reais por mês referentes ao
acréscimo da alíquota do SAT;
- De mais Três Mil Reais por mês caso o seu FAP
seja classificado como 2 ( a sua alíquota do SAT
passa de 3 para 6 por cento).
Portanto, essa empresa poderá ter um gasto
adicional de Nove Mil Reais por mês, ou de
Cento e Dezessete Mil Reais por ano em função
da má gestão dos riscos ocupacionais.
 Em contrapartida, se ela gerenciar e puder
comprovar que bem gerencia os seus riscos
ocupacionais, terá como dispêndio apenas Um
Mil e Quinhentos Reais por mês, ou Dezenove
Mil e Quinhentos Reais por ano, ou seja,
deixará de pagar
R$ 97 500,00 por ano.
Economia de uma folha por ano
Será que o custo da falta
de cuidado com a saúde
do trabalhador fica
somente em 8,2 bilhões
por ano (em média)?
NÃO
Custo dos acidentes do trabalho para
o País

para cada real gasto com o pagamento de
benefícios previdenciários, a sociedade paga
quatro reais, incluindo gastos com saúde,
horas de trabalho perdidas, reabilitação profissional,
custos administrativos etc. (Professor José Pastore)
 Como no ano de 2003 a Previdência gastou com
pagamento de benefícios acidentários e aposentadoria
especial 8,2 bilhões, o custo total dos acidentes
do trabalho para o país é de aproximadamente 33
bilhões de reais por ano
 (PNST)
Quem paga o resto dessa
conta?
- As empresas;

- A sociedade como um
todo;
- Os trabalhadores e suas
famílias
 Os custos não segurados que as empresas
acabam assumindo:
 salário dos quinze primeiros dias após o
acidente;
 transporte e assistência médica de urgência;
 paralisação de setor, máquinas e
equipamentos;
 comoção coletiva ou do grupo de trabalho;
 interrupção da produção;
 prejuízos ao conceito e à imagem da empresa;
 destruição de máquina, veículo ou
equipamento;
 danificação de produtos, matéria-prima e
outros insumos;
 embargo ou interdição fiscal;
 investigação de causas e correção da situação;
 pagamento de horas-extras;
 atrasos no cronograma de produção e entrega;
 cobertura de licenças médicas;
 treinamento de substituto;
 aumento do prêmio de seguro;
 multas e encargos contratuais;
 perícia trabalhista, civil ou criminal;
 indenizações e honorários legais; e
 elevação de preços dos produtos e serviços.
Cartilha do Sesi
CUSTOS NÃO FINANCEIROS
É possível estabelecer custo
para as dores dos
acidentados e de suas
famílias?
Quanto vale o sofrimento?
AS RESPONSABILIDADES
LEGAIS E TRIBUTÁRIAS
DO ACIDENTE DO
TRABALHO
Responsabilidade penal: os
Dirigentes da Empresa,
inclusive linha de comando,
que são criminalmente
responsabilizados, ou seja,
os acidentes do trabalho
podem resultar em perda da
liberdade
 Responsabilidade civil = custo
financeiro
 O que normalmente se pede numa ação de
indenização:
 indenização pelo acidente do trabalho em
determinado valor;
 pensão mensal vitalícia;
 indenização por danos morais;
 indenização por danos estéticos;
 indenização por lucros cessantes;
 despesas médicas; medicamentos e próteses
mecânicas, dependendo do caso.
 O que normalmente se pede numa
ação de indenização:
 indenização pelo acidente do trabalho
em determinado valor;
 pensão mensal vitalícia;
 indenização por danos morais;
 indenização por danos estéticos;
 indenização por lucros cessantes;
 despesas médicas; medicamentos e
próteses mecânicas, dependendo do
caso.
Previdenciário: multas e
pagamento de tributos;
Trabalhista: pagamento de
adicionais de risco,
interdições ,estabilidade
de emprego, embargos e
multas
Essas são as conseqüências da falta
ou da gestão errada da saúde e da
segurança do trabalho
Observe que elas reduzem a margem
de lucro, e parece que cada vez
mais elas irão reduzir a margem de
lucro das empresas.
A GESTÃO ADEQUADA DAS CONDIÇÕES
DE TRABALHO
-a que resulta na diminuição dos acidentes
e das doenças do trabalho;
- a que consegue demonstrar ou provar
pelo menos o cumprimento da legislação
 Fazer e não poder
comprovar o que foi feito é
a mesma coisa que não
fazer, portanto, a empresa
tem que criar ferramentas
que a permita provar tudo o
que ela faz em matéria de
saúde e segurança do
trabalho.

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