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Sumário:
Introdução. 1. Da Previdência Social. 1.1. Dos riscos protegidos pela previdência social. 2. Da
incapacidade laboral enquanto problema social mundial. 2.1. Estatísticas acerca dos acidentes
do trabalho. 3. Da responsabilidade da empresa pela não comunicação do acidente do
trabalho. 4. Dos custos decorrentes de acidente do trabalho. 5. Da prevenção dos acidentes do
trabalho. 5.1. Da responsabilidade pela prevenção dos acidentes do trabalho. 5.1.1. Do PPRA.
5.1.2. Da CIPA. 5.1.3. Do SESMT. 6. Da informação como forma eficaz de prevenção. 7. Novos
métodos de prevenção e proteção do trabalhador – do NTEp e do FAP. 8. Conclusões
afirmativas – rumos do Brasil para efetivar a proteção eficaz do trabalhador.
Introdução.
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individualizados não constituem base para nenhum êxito. E, por último, há de
se estabelecer planos de ação que, partindo da etapa educativa, permita
chegar gradualmente à especialização técnica e ao aperfeiçoamento integral.
1. Da previdência social
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de contribuições e riscos pré-determinados (com determinada previsão
financeira para cobri-los).
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Analisando-se os dados oficiais do Anuário Estatístico de Acidentes de
Trabalho, publicado em janeiro de 2008, foram registrados no Brasil 503.890
acidentes de trabalho em 2006, apenas na iniciativa privada regular.
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4. Dos custos decorrentes de acidente do trabalho
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equipamentos de proteção individual (EPI) o que configura culpa in
vigilando. Para o Regional, a omissão culposa do empregador no
descumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho e na
manutenção inadequada dos equipamentos e maquinários gerou a moléstia,
tornando o indivíduo incapacitado para o exercício de qualquer atividade
laborativa com a consolidação de danos morais e materiais no valor de R$200
mil que será pago à viúva tendo em vista a morte do trabalhador ocorrida em
setembro de 2005.
III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
competente;
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IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
“CF. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
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§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os
riscos da operação a executar e do produto a manipular.”
5.1.1 Do PPRA
5.1.2 Da CIPA
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As atribuições da CIPA estão elencadas no item 5.16 da NR-5, a saber:
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m)requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que
tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
5.1.3 Do SESMT
O item 4.2 da NR-4 determina que compete aos profissionais integrantes dos
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho:
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b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação
do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de
Equipamentos de Proteção Individual-EPI, de acordo com o que determina a
NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente
assim o exija;
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j) manter os registros de que tratam as alíneas “h” e “i” na sede dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou
facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o
método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas
condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo
ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às
alíneas “h” e “i” por um período não inferior a 5 (cinco) anos;
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7. Novos métodos de prevenção e proteção do trabalhador – do NTEp e do
FAP
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estatísticas anuais sobre o tema, devendo estar disponíveis para o
conhecimento do público interessado”.
Tal expectativa já se concretiza, posto que o Jornal Folha de São Paulo do dia
11 de maio(domingo) de 2008 publicou no caderno emprego divulgou dados do
Ministério da Previdência Social destacando que as notificações de acidentes e
doenças do trabalho cresceram 107% entre 2006 e 2007. Os registros
passaram de 112.668 para 231.288. Esses dados forma levantados pela
coordenadora do laboratório de saúde do trabalhador da UnB(Universidade de
Brasília), Anadergh Barbosa-Branco, com base em números do Ministério da
Previdência Social. Destaca a reportagem que o aumento é devido ao sistema
do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário, posto que com a metodologia,
os diagnósticos estatisticamente relacionados à atividade têm ligação
automática com o trabalho, mesmo que o empregador não emita a CAT
(Comunicação de Acidente do Trabalho). O aumento, assim, não reflete
necessariamente maior número de casos, mas sim, acréscimo das notificações
ao INSS. As doenças do trabalho e osteomusculares forma destaques nas
notificações em 2007. A primeira teve um acréscimo de 1.324% nos registros,
enquanto a segunda, acréscimo de 893%. São doenças com grande relação
com o trabalho, mas difíceis de serem caracterizadas como tal individualmente,
analisa Barbosa-Branco.
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Como instrumento refletidor do NTEp, na relação de custeio temos o
FAP( Fator Acidentário Previdenciário) previsto no art. 10 da Lei nº.
10.666/2003 e com lastro no § 9º do artigo 195 da Constituição Federal que
determina o sistema bonus/malus, ou seja, quanto mais acidentes de trabalho o
empregador gerar, maior terá que ser sua participação no custeio das
prestações acidentárias. Sendo certo que a base de cálculo é a folha de
salários. Transcrevemos o art. 195, § 9º.
“Art 195, §9º CF. As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste
artigo poderão ter suas alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão
da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho”.
Esta ação tem natureza indenizatória, visando reparar o dano causado pelo
empregador ou por terceiro. A ação é de direito comum. Lembrando-nos que a
Justiça Comum abrange tanto a Justiça Federal, quanto as Justiças Ordinárias
dos Estados. O direito de regresso do INSS é direito próprio,
independentemente do trabalhador ter ajuizado ação de indenização contra o
empregador causador do acidente de trabalho. Não sendo possível compensar,
a verba recebida na ação acidentária com a devida na ação civil, pois as
verbas têm naturezas distintas. As indenizações são autônomas e cumuláveis.
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A responsabilidade civil que fundamenta a ação regressiva surge em virtude do
não cumprimento (omissivo ou comissivo) das normas de prevenção,
caracterizando o ato ilícito (aquele praticado em desacordo com a norma
jurídica destinada a proteger interesses alheios; é o que viola o direito subjetivo
individual causando prejuízo a outrem, criando o dever de reparar tal lesão). O
ato ilícito caracteriza-se por ação ou omissão voluntária.
Os artigos 120 e 121 da Lei n.º 8.213/91 tratam acerca das ações regressivas:
“Art. 121. O pagamento, pela Previdência Social, das prestações por acidente
do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem.”
Ainda que não houvesse a previsão do art. 120, seria possível o ajuizamento
da ação regressiva, tendo em vista as previsões 143 do art. 159, 1.521 inciso III
c/c art. 1.523 e 1.524 do Código Civil de 1916. Arts. 927,932 e 933 do Novo
Código Civil. A Súmula 229 do STF leciona: ‘’A indenização acidentária não
exclui a do direito comum, em caso de dolo ou culpa grave do empregador.”
“Empresa vai devolver ao INSS R$ 600 mil pagos em pensão por morte devido
à negligência com normas de segurança do trabalho
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como determinam as Normas e Procedimentos de Segurança na Exploração
Florestal da própria madeireira. A perícia constatou que a distância entre as
equipes era de apenas 33m. A decisão ressaltou que “quando não há dolo ou
culpa pelo empregador, exclui-se a responsabilidade, não tendo ele que
indenizar o INSS”, mas quando é comprovada a culpa pelo não cumprimento
de normas de segurança e higiene, “o empregador deve arcar sozinho com o
pagamento dos benefícios previdenciários”. Nesse caso, “não seria justo que a
dívida fosse repartida com a sociedade”.
Bibliografia:
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BOCORNY, Leonardo Raupp. A valorização do trabalho humano no estado
democrático de direito. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, p. 42/43, 2003.
Notas:
[1] O dano moral coletivo se caracteriza no presente caso pela ofensa a outro
valor caro à personalidade (honra subjetiva) dos trabalhadores qual seja, a
íntima expectativa de lealdade e tratamento justo pela dedicação devotada ao
trabalho bem como não se pode desprezar o sentimento de menosprezo dos
trabalhadores portadores de doença ocupacional.
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