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FATOR ACIDENTÁRIO PREVIDENCIÁRIO (FAP)
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Acidentes de Trabalho (RAT), em até 50 %. Em contrapartida, isso pode elevar o custo da
empresa que possui altos índices de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais,
gerando aumento de até 100% da alíquota RAT.
De acordo com o §4ª do decreto 6957/2009 do Regulamento da previdência
social, a regulamentação do cálculo do FAP estabelece que os índices de gravidade,
frequência e custo serão calculados da seguinte forma:
I. Gravidade: diz respeito à gravidade dos acidentes de trabalho ocorridos na
empresa e levam-se em conta todos os casos de auxílio-doença, auxílio-acidente,
aposentadoria por invalidez e pensão por morte, todos de natureza acidentária; como
segue: a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento; b) aposentadoria por invalidez:
peso de trinta por cento; e c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de dez por cento para
cada um.
II. Frequência: diz respeito à incidência de acidentes ocorridos na empresa e
levam-se em conta os registros de acidentes e doenças do trabalho informado ao INSS
através do Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) e de benefícios acidentários
estabelecidos por nexos técnicos pela perícia médica do INSS, ainda que sem CAT a eles
vinculados e;
III. Custo: refere-se aos custos arcados pela Previdência Social com o
afastamento de empregados em virtude de acidente de trabalho e levam-se em conta os
valores dos benefícios de natureza acidentários pagos ou devidos pela Previdência Social,
apurados de acordo com o tempo de afastamento do trabalhado, em caso de auxílio-
doença, e mediante projeção da expectativa da sobrevida do segurado o que é feito a partir
da data do início do benefício calculada de acordo com a tábua de mortalidade elaborada
pelo IBGE, considerando-se a média nacional para ambos os sexos. (Brasil, 2009).
O FAP é ajustado anualmente, e é levado em conta sempre os dados de dois
anos imediatamente anteriores ao ano de processamento. Excepcionalmente, o primeiro
processamento do FAP (2009) utilizou os dados de 1º de abril de 2007 aos 31 de dezembro
de 2008.
O fator incide sobre as alíquotas das empresas que são divididas em 1.301
subclasses da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE 2.0). A nova
metodologia – aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) no ano de
2009 e em vigor desde janeiro de 2010 – Porém, não traz quaisquer 4 alterações da
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contribuição das pequenas e microempresas, já que elas recolhem os tributos pelo sistema
simplificado, o Simples Nacional.
SOBRE A INSALUBRIDADE
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Já o Art. 191 define que a eliminação ou a neutralização da insalubridade
ocorrerá com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho desde que
estejam dentro das medidas de tolerância, com equipamentos de proteção individuais e que
diminuem a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Já sobre o limite de tolerância, O Limite de Tolerância refere-se à concentração
ou intensidade máxima ou mínima, atinente à natureza e o tempo de exposição ao agente,
que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
O Art. 193 estabelece . São consideradas atividades ou operações perigosas,
na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de
exposição permanente do trabalhador a:
I - Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais
de segurança pessoal ou patrimonial.
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado
um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que
porventura lhe seja devido.
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma
natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.
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com o tipo de trabalho executado, as vezes conseguindo até zerar o fator insalubre, apenas
utilizando os EPIS necessários e corretamente.
SOBRE A GFIP
A GFIP é um documento oficial que deve ser usado para a prestação das
informações obrigatórias inerentes à Previdência e Segurança Social, ou seja, é a Guia de
Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social, oferecendo informações
para montar um cadastro eficiente de vínculos e remunerações dos segurados da
Previdência Social.
A GFIP substituiu a Guia de Recolhimento do FGTS - GRE, trazendo novas
informações de interesse da Previdência Social.
A GFIP foi instituída pela Lei número 9.528/1997 e criou a obrigação da
prestação de informações e notícias relacionadas com os fatos e acontecimentos geradores
da contribuição da previdência, bem como outras informações e dados que são de interesse
do INSS. Desta forma, com o advento de tal lei que criou uma tarefa obrigatória no setor
trabalhista, então se fez necessária uma regulamentação da forma pela qual essas verbas
seriam pagas, criando-se, portanto, a GFIP, uma estratégia que teve a sua definição ditada
pelo Decreto de número 2.803, válido a partir de 20/10/98, conforme se lê abaixo:
O artigo 1º do decreto 2803/98, diz:
A empresa é obrigada a informar mensalmente ao Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, por intermédio da Guia de Recolhimento ao Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social - GFIP, na forma por ele
estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e
outras informações de interesse daquele Instituto”. (BRASIL, 2011).
O § 3º continua: As informações prestadas na GFIP servirão como base de
cálculo das contribuições arrecadadas pelo INSS, comporá a base de dados para fins de
cálculo e concessão dos benefícios previdenciários, bem como se constituirão em termo de
confissão de dívida, na hipótese do não recolhimento”. (BRASIL, 2011).
O § 7º relata “o preenchimento, as informações prestadas e a entrega da GFIP
são de inteira responsabilidade da empresa”. (Brasil, 2011).
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Conforme descrito no parágrafo anterior, a entrega e fornecimento de
informações a GFIP são de responsabilidade da empresa.
Isso demonstra a importância da contratação de funcionário ou empresa
capacitada para execução desse serviço, evitando dissabores futuros pela entrega incorreta
ou não entrega da. GFIP.
Com a não entrega da GFIP, dependendo da infração, a empresa tem uma
sanção diferente. A multa varia de valor de acordo com o problema.
A não entrega da GFIP/SEFIP implica a perda da redução legal da multa
conforme previsto no artigo 35, § 4°, da Lei n° 8.212/91. A não transmissão sujeitará a
empresa a auto-de-infração e impedimento de obtenção da Certidão Negativa de Débito -
CND.
Já com o atraso na entrega da GFIP as multas são variáveis,
conforme Instrução Normativas 971/2009 e 1.027/2010, calculadas a partir da incidência
de 2% ao mês-calendário sobre o valor total das contribuições de FGTS já informadas. Isso
significa que, a cada 30 dias de atraso, o percentual que incide sobre o montante aumenta
em 2 vezes. Se no primeiro mês ele é de 2%, no segundo será de 4% e, no quinto,
corresponderá a 10%.
O valor da multa, entretanto, tem alguns limites. Ele é de no mínimo R$200
para uma declaração sem fato gerador, ou seja, com o GFIP sem movimento, e de pelo
menos R$500 nos outros casos. O preço máximo da cobrança é de 20% do montante
acumulado no fundo de garantia do colaborador.
No caso de erros ou omissões, o empregador deve fazer a retificação em caso
de falha na prestação de informação ou na omissão de dados. A cada 10 informações
prestadas de forma incorreta, são cobrados R$20, conforme art. 476 IN 971/2009. A
correção deve ser realizada por meio da plataforma SEFIP e caracteriza uma ação de
denúncia espontânea.
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CÓDIGOS GFIP
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Código 5: código indicativo de não ter havido em nenhum momento exposição
a qualquer agente nocivo relacionado em anexo de decreto regulamentador da legislação
previdenciária.
Código 6: código indicativo de exposição do trabalhador a algum agente
nocivo declinado em anexo de decreto regulamentador que possibilita a concessão de
Aposentadoria Especial após 15 anos de atividade.
Código 7: código indicativo de exposição do trabalhador a algum agente
nocivo declinado em decreto regulamentador que possibilita a concessão de Aposentadoria
Especial após 20 anos de atividade.
Código 8: código indicativo de exposição do trabalhador a algum agente
nocivo declinado em decreto regulamentador que possibilita a concessão de Aposentadoria
Especial após 25 anos de atividade.
DEMONSTRAÇÃO DE CÁLCULO
Conforme tudo o que foi exposto, com relação ao FAP, GFIP e insalubridade,
segue, exemplos demonstrados através de cálculos, da importância do
empregador/empresário, dedicar atenção ao que foi dito, para redução de custos a sua
empresa: Empresa YY.
Número de funcionários: 20.
Salário: R$ 600,00.
Atividade da empresa expõe o funcionário a um nível de ruído de impacto
superiores aos limites de tolerância.
Código de ocorrência da GFIP 4: 6%.
Insalubridade: 20% do salário mínimo: R$ 180,00 por funcionário.
Fator Acidentário Previdenciário (FAP): 2%
Calculo dos encargos: 12 Calculo GFIP = 600 x 6% x 20 x 12 meses = R$
8.640,00 Calculo FAP = 600 x 4% = 24,00 x 20 = 480,00 x 12 = 5.760,00 Calculo
Insalubridade = 545,00 x 20% x 20 = 2.180 x 12 = 26.160,00
Custo anual dos encargos por falta de salubridade no ambiente de trabalho: R$
40.560,00.
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O exemplo à cima destaca uma empresa sem um devido acompanhamento para
uma redução de custos com o uso da segurança no trabalho. Em seguida veremos o cálculo
desta mesma empresa, porem com o uso de equipamentos de proteção individual para seus
funcionários e sem registros de acidentes de trabalho e auxilio doença no último ano.
Acompanhe a seguir:
Empresa YY.
Número de funcionários: 20.
Salário: R$ 600,00.
Atividade da empresa expõe o funcionário a um nível de ruído de impacto
superiores aos limites de tolerância.
Código de ocorrência da GFIP 1: ISENTO.
Insalubridade: ISENTO devido ao uso de Equipamento de Proteção Individual
(EPI).
Fator Acidentário Previdenciário (FAP): 1%
Calculo: Calculo GFIP: ISENTO
Calculo FAP = 600 x 1% = 6,00 x 20 = 120,00 x 12 = 1.440,00
Calculo Insalubridade: ISENTO
Custo anual dos encargos por falta de salubridade no ambiente de trabalho: R$
1.440,00.
Conclusão do fato: Através dos cálculos nota-se que a empresa XX no
segundo exemplo obteve uma redução de custos em relação ao primeiro exemplo no valor
de R$ 39.120,00 (Trinta e nove mil cento e vinte reais), ou seja, 96,45% (Noventa e seis
por cento) de economia por adotar medidas de prevenção de acidentes de trabalho e
redução de agentes insalubres.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Redução de custos é o que todo empresário busca em seu negócio, não desistir
da qualidade de seus produtos ou serviços. Mas a maioria das pessoas busca reduzir isso na
compra de Matérias-primas, custos de transporte, mão de obra e, muitas vezes, isso não se
cumpre.
Tomar medidas para eliminar fatores prejudiciais à saúde e prevenir acidentes
pode reduzir valores arrecadados devido à falta de saúde no ambiente de trabalho.
Conforme cálculo deste artigo, vimos a importância do investimento na segurança e saúde
dos trabalhadores, não importa o que seja para os colaboradores, todos terão uma melhor
renda e mais segurança para o desempenho de suas funções, assim como dos
empregadores, eles terão uma redução significativa dos custos financeiros e isto reduzirá o
risco de sinistros. Trabalho ou multas, seja acidente de trabalho ou informações
incorretas repassadas a previdência social.
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REFERÊNCIAS
Brasil. FAP – Fator acidentário de prevenção. Disponível em: . Acesso em: 08 dezembro
2021.
Previdência Social – FAP – Divulgação para 2011. Fóruns Contábeis. Disponível em: . -
Acesso em 23 agosto 2021.
Brasil. Fator acidentário de prevenção. Disponível em: . Acesso em: 18 agosto 2021.
Brasil. GFIP e SEFIP orientações gerais. Disponível em:
http://www.receita.fazenda.gov.br/previdencia/gfip/orientacoes.htm. Acesso em: 10 maio
2011.
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