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GFIP – OCORRÊNCIA
1. Descrição das atividades físicas, mentais e das condições do ambiente de trabalho nos quais
estão envolvidos os trabalhadores.
2. Identificação e intensidade do(s) agente(s) nocivo(s) com a devida mensuração dos riscos
ora ocasionados. Em caso de não haver possibilidade de mensuração exata, isto deve estar
expresso.
3. Em caso de uso de EPI adotado pelos empregados mediante parecer de técnico de
segurança do trabalho, na análise do perito, deve haver a consideração se houve ou não
neutralização ou atenuação dos efeitos provenientes do(s) agente(s) mediante a aplicação
do EPI.
Estas informações devem fundamentar o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), que é o
principal documento exigido em processos de concessão de aposentadoria especial ou de benefícios
relacionados a doenças profissionais. Também é com base nos dados levantados e analisados pelo
perito médico que se dará o correto enquadramento da situação do trabalhador, do grau de
exposição a(os) agente(s) nocivo(s) tendo em vista a correta definição da ocorrência a ser informada
na GFIP.
No eSocial essas informações subsidiarão o preenchimento do EVENTO S-2241 que deve ser
enviado até o dia 7 do mês subsequente ao da sua ocorrência ou antes do envio dos
eventos mensais de remuneração, relacionados ao trabalhador que fizer jus ao pagamento de
adicional pelo exercício de trabalho insalubre ou perigoso, e/ou que esteja sujeito a condições
especiais para fins de aposentadoria especial, ou quando houver alteração ou cessação das
atividades realizada nestes ambientes. Esse evento só pode ser comunicado após o envio dos
eventos “S-2200 – Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de Trabalhador”, “S-2300 –
Trabalhadores Sem Vínculo Emprego/Estatutário – Início” e “S- 1060 – Tabela de Ambientes de
Trabalho”.
A concessão da aposentadoria especial depende das informações prestadas pelas empresas por
meio de Laudo Técnico Pericial, informando as condições de trabalho do segurado, tais como a
concentração ou intensidade e o tempo de exposição que ultrapasse os limites de tolerância. O
documento atesta se o trabalhador está exposto a agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos e
deve ser assinado pelo médico ou engenheiro de segurança do trabalho da empresa.
Para classificação da ocorrência, deve ser consultada a tabela de Classificação dos Agentes Nocivos
(Anexo IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99 e alterações).
Para a comprovação de que o trabalhador está exposto a agentes nocivos é necessário que a
empresa mantenha perfil profissiográfico previdenciário, conforme disposto no art. 58, § 1º, da Lei
nº 8.213/91.
No SEFIP, para os trabalhadores com apenas um vínculo empregatício (ou uma fonte pagadora), o
campo ocorrência é preenchido como se segue:
Atenção: Não devem preencher informações neste campo as empresas cujas atividades não
exponham seus trabalhadores a agentes nocivos. O código 01 somente é utilizado para o
trabalhador que esteve e deixou de estar exposto a agente nocivo, como ocorre nos casos de
transferência do trabalhador de um departamento (com exposição) para outro (sem exposição).
Para os trabalhadores com mais de um vínculo empregatício (ou mais de uma fonte pagadora),
informar os códigos a seguir:
Exemplo: José da Silva é empregado das empresas refinarias “A” e comercial “B”. Na empresa “A”,
está exposto a agente nocivo que lhe propicia aposentadoria especial após 15 anos de trabalho,
enquanto que na empresa “B”, não há exposição a agentes nocivos. Na GFIP/SEFIP da empresa “A”,
o empregado deve ser informado com código de ocorrência 06, ao passo que na empresa “B”, o
código de ocorrência deve ser o 05.
Cabe salientar que o campo ocorrência pode ser preenchido em branco. Isso se dá quando o
trabalhador nunca foi exposto a agente nocivo.
Considerando a tabela acima, caso ocorra a informação de ocorrência 02, haverá um acréscimo de
12% (doze por cento) no valor devido ao INSS, assim como se o código for 03, o percentual sobre
para 9%, e se for 04, 6%. O cálculo é feito pelo SEFIP e é direcionado para o campo 6 da GPS (valor
do INSS). Esse acréscimo incide exclusivamente sobre o total das remunerações pagas ou creditadas,
no decorrer do mês, do segurado sujeito às condições especiais.
Como um escritório de contabilidade não tem a prerrogativa de conceder laudos técnicos, nem pode
ser cobrado pela elaboração de PPP, o papel dos contabilistas é alertar e orientar seus clientes
quanto às exigências que cabem ao assunto. Por exemplo, empresas que manipulam e/ou
comercializam produtos químicos (combustíveis, baterias, produtos de limpeza, tintas, etc.) e
hospitais, devem estar atentas a um possível enquadramento de RAT nocivo sobre seus empregados
sob a consequente necessidade de apresentação de laudos técnicos.
Mesmo na condição de optante pelo SIMPLES NACIONAL, a pessoa jurídica deve estar atenta a
necessidade de laudos quanto à exposição de agentes nocivos, tendo em vista que as informações
corretamente compiladas em PPP, poderão beneficiar segurados (empregados) vinculados a pessoa
jurídica, principalmente em possíveis pedidos de aposentadoria especial, assim como na tomada de
decisões em relação aos demais benefícios da Previdência Social; quanto ao pagamento do RAT
Nocivo, na maioria dos casos, o SIMPLES NACIONAL apenas substitui a tributação do INSS, a cargo da
pessoa jurídica, pela alíquota prevista na partilha dos impostos, o que pode ser verificado na tabela
aplicável a cada contribuinte (conforme o caso).
Evento S-2241
O evento somente será informado caso a exposição aos fatores de risco descritos na tabela
S-2240 seja fato gerador dos adicionais de insalubridade ou periculosidade ou se for condição
especial que enseje o pagamento do adicional do SAT para o financiamento da aposentadoria
especial.
Deve ser informada a data a partir da qual o trabalhador passa a exercer atividade em
condições insalubres ou perigosas, assim como em ambientes com exposição a fatores de risco
que possam ensejar a concessão de aposentadoria especial, conforme ambientes descritos no
evento “S-1060 – Tabela de Ambientes de Trabalho”. Entretanto, esta data não pode ser
anterior ao início da obrigatoriedade deste evento no eSocial.