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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

RGPS – Financiamento da Seguridade Social – Contribuição das Empresas


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RGPS – FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL


CONTRIBUIÇAO DAS EMPRESAS

Estamos de volta para mais uma aula de Direito Previdenciário. Vamos analisar todo o
conteúdo programático. Na aula de hoje, vamos abordar a temática relativa ao custeio da
Seguridade Social, especificamente as contribuições sociais das empresas.

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

Contribuição das Empresas


Fundamento Constitucional (Inciso I, Art. 195, CF, 1988)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, [...],
e das seguintes contribuições sociais: [..]

A sociedade financia a Seguridade Social, tanto diretamente, através do recolhimento


das contribuições sociais, quanto indiretamente, através de repasses orçamentários que os
entes públicos devem fazer.
Art. 195. [...]
I — do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

Vale lembrar que o fato gerador dessa contribuição é a prestação do serviço e não o
pagamento do salário.
5m
Art. 195. [...]
I – [...]
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;

Cota Patronal (Art. 22, LCSS)


Deve-se observar a alíquota de 20% sobre a remuneração paga, devida ou creditada,
pois o fato gerador é a prestação do serviço.
Vale lembrar que o que gera a filiação de um trabalhador à Previdência Privada é o exer-
cício de uma atividade remunerada.
Essa remuneração será paga, devida ou creditada.
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I – aos seus empregados e avulsos que lhe prestem serviços; [...]


III – contribuintes individuais que lhe prestem serviços.

Incumbe destacar que haverá acréscimo de 2,5% para as instituições financeiras (§ 1º,
art. 22, LCSS). Parte-se da premissa que a atividade financeira é altamente lucrativa e não
gera necessariamente muita mão de obra.
10m
A cota patronal não está limitada ao teto do Regime Geral da Previdência Social. Por
outro lado, a contribuição que o empregado dá para a Previdência Social está limitada ao
teto, pois quando ele for receber um benefício, ele terá a renda mensal limitado ao teto do
Regime Geral da Previdência Social.

Novidades Jurisprudenciais
O STF, ao julgar o Tema 72 de Repercussão Geral, entendeu o seguinte:
“É inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador
sobre o salário-maternidade” (Tema n. 72 de Repercussão Geral, RE 576.967, Rel. Roberto
Barroso, Pleno virtual de 04/08/20).
Vale lembrar que a segurada empregada que dá luz a uma criança recebe diretamente
do seu empregador o valor relativo ao benefício, o qual não está limitado ao teto do Regime
Geral da Previdência Social.
Além disso, observe: “É legítima a incidência de contribuição social sobre o valor satisfeito
a título de terço constitucional de férias” (Tema n. 985 de Repercussão Geral, RE 1072485,
Rel. Min. Marco Aurélio, Pleno virtual de 28/08/20).
Em relação ao terço de férias, utiliza-se o critério que o acessório segue o principal.
Assim, se as férias forem usufruídas, o terço constitucional também tem caráter remunera-
tório, havendo incidência de contribuição social. Por outro lado, se as férias forem indeniza-
das, consequentemente o terço constitucional também possuirá caráter indenizatório, não
havendo a incidência.
15m

Seguro Acidente de Trabalho — SAT (22, II, LCSS — Custeio das Aposentadorias
Especiais e Benefícios Acidentários)
Além de pagarem os 20% de cota patronal, as empresas devem pagar uma alíquota
adicional para custear os benefícios por incapacidade e as aposentadorias especiais (alí-
quota SAT).
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Existem três alíquotas: 1%, 2% ou 3%, as quais dependem do risco da atividade econô-
mica. Empresas de risco leve pagam 1%, empresas de risco médio pagam 2% e empresas
de risco grave pagam 3%. Incumbe mencionar que isso será calculado por CNPJ e não de
forma global em todos os estabelecimentos da empresa.
1%, 2% ou 3% incidente sobre o total de remuneração paga ou creditada aos emprega-
dos e avulsos que lhe prestem serviços, calculado por CNPJ (Súmula n. 351 do STJ):
Alíquota Risco de acidentes
1% Leve
2% Médio
3% Grave

20m
Fator Acidentário de Prevenção — FAP
Para evitar injustiças no pagamento das alíquotas por parte das empresas, o Governo
instituiu o Fator Acidentário de Prevenção — FAP, que é um multiplicador sobre a alíquota
SAT, que pode aumentar em 100% ou reduzir em 50% as alíquotas do SAT.
Aqui, o objetivo do Governo não é arrecadar, mas sim induzir comportamentos. A inten-
ção é fazer com que o empresário cumpra o seu papel, tenha responsabilidade social e
garanta um meio ambiente de trabalho equilibrado, saudável e seguro.

Adicional de Tempo Especial


Alíquota Adicional Tempo de Contribuição
6% 25 anos
9% 20 anos
12% 15 anos

Em regra, a Constituição Federal não permite um tratamento diferenciado, em termos de


tempo de contribuição, para fins de aposentadoria. Porém, se for uma situação de exposição
a um agente nocivo, a pessoa poderá se aposentar em um tempo menor de contribuição. Ex.:
mineiro (15 anos de contribuição).
A cota patronal de 20% e a cotas adicionais de SAT 1%, 2% e 3% incidem sobre o soma-
tório da remuneração dos empregados de um estabelecimento (CNPJ). Mas, o Financia-
mento de Aposentadoria Especial — FAI incide sobre o somatório da remuneração apenas
dos trabalhadores que terão direito à aposentadoria especial.
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A finalidade desse adicional é o custeio das aposentadorias especiais. Ele incide apenas
sobre trabalhadores sujeito a condições especiais. As alíquotas serão de 5%, 7% e 9% se for
contribuinte individual cooperado (§ 1º, 1º, Lei n.10.666/2003).

Equipes de Futebol Profissional (§ 6º, Art. 22, LCSS)


Nesse caso, será 5% sobre a receita bruta dos jogos, patrocínios, publicidade e cota tele-
visiva de transmissão dos jogos. Ressalta-se que se trata de equipe de futebol profissional.
Portanto, não pode ser voleibol, basquetebol, handebol, futsal ou futebol amador (série D).

Empregador Doméstico (art. 24, LCSS):


Cota patronal:
I – 8% sobre o salário-de-contribuição;
II – 0,8 de SAT.

Agroindústria (Produtor Rural Pessoa Jurídica) (22-A, LCSS):


Contribuição sobre a receita bruta da produção comercializada: 2,5% Cota patronal +
0,1% SAT + 0,25% SENAR.

Sobre o Faturamento
Tributo Cumulativo Não cumulativo
PIS/PASEP (Lei n. 9.715/1998) 0,65% 1,65%
COFINS (Lei n. 10.833/2003) 3% 7,6%

30m
Sobre o Lucro (Lei n. 7.689/1988)
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido: 9% sobre o lucro líquido, antes da provisão
para o IRPJ. Instituições financeiras: 20% (art. 32, EC n. 103/2019).

Tratamento Diferenciado às Empresas (§ 9º, Art. 195, CF/1988, com redação dada
pela EC n. 103/1919)
As contribuições patronais (folha de pagamento [alínea “a”], faturamento [alínea “b”] e
lucro [alínea “c”]) poderão ter alíquotas diferenciadas, em razão:
• da atividade econômica;
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da utilização intensiva de mão de obra;



• do porte da empresa (tributação simplificada das MEs e EPPs);
• da condição estrutural do mercado de trabalho.
Também é autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das
contribuições incidentes sobre a receita/faturamento e lucro.

Não Cumulatividade (§ 12, Art. 195 da CF/1988)


A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições patronais
incidentes sobre a receita/faturamento e a importação de produtos/serviços serão não cumu-
lativas.
35m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Fernando Maciel.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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